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A suspeita de irregularidade no contrato de compra da vacina indiana Covaxin deu força à realização de novos atos de rua contra o presidente Jair Bolsonaro e fizeram com que a palavra "impeachment" estivesse mais presente no discurso de lideranças políticas não só do campo da esquerda.

Representantes do PT, PSOL, PCdoB, PDT, PSB, Rede, UP, PV e Cidadania estarão ao lado de lideranças de entidades como a Central de Movimentos Populares (CMP), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e União Nacional dos Estudantes (UNE) em um ato, nesta quarta (30), em Brasília, para projetar a apresentação de um "superpedido" de impeachment.

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A iniciativa tem apoio de ex-aliados de Bolsonaro da direita, como os deputados Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP). Novos atos de rua também estão sendo convocados para o próximo sábado, 3.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, disse que tem pressionado aliados do centro a encampar a proposta. "As oposições precisam se unir pelo impeachment", disse. Para ex-presidenciável do Novo, João Amoêdo, a construção de uma terceira via na eleição de 2022 será uma consequência desta convergência. "Há uma quantidade maior de pessoas buscando o impeachment do que buscando uma terceira via", disse.

Os principais partidos do centro, no entanto, ainda não tomaram posição formal sobre o tema, apesar de a adesão ao movimento ter crescido nas bases e ganhado adeptos nas bancadas. O "presidenciável" tucano, o senador Tasso Jereissati (CE) diz que só apoia o movimento se for comprovado que houve prevaricação de Bolsonaro no caso Covaxin.

Para o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (Progressistas-AM), o movimento ainda está muito concentrado na esquerda, que precisaria unificar o discurso em vez de ampliar o leque de pautas. "Acredito que as manifestações precisam ser mais amplas para que o centro moderado se enxergue nela. O foco tinha que ser a vacina."

Apesar da Força Sindical, uma das maiores centrais sindicais brasileiras, estar na linha de frente do movimento "Fora Bolsonaro", o deputado Paulinho da Força (Solaridariedade-SP), um dos fundadores da entidade, é contra o impeachment. "Não acredito em impeachment há 1 ano e 3 meses da eleição", afirmou.

Um dos organizadores dos atos pró-impeachment contra Bolsonaro, o líder da CMP, Raimundo Bonfim, cobrou do centro uma sinalização. "Esses setores precisam tomar uma decisão", disse. "Vamos sentar e discutir. Os sindicatos levam as bandeiras deles, mas o mote geral é o 'Fora Bolsonaro'". Bonfim ressaltou, ainda, que os atos marcados para sábado não são uma antecipação dos eventos do dia 24 de julho, que continuam na agenda.

Mapa

Em outra frente, o Vem Pra Rua, um dos grupos que liderou atos pelo impeachment de Dilma Rousseff, colocou ontem no ar site adeusbolsonaro.com.br que registra o posicionamento de todos os deputados federais e senadores em relação ao impeachment.

O grupo vai apresentar um pedido próprio de impedimento, mas planeja ir para as ruas só a partir de outubro, quando aumentar a taxa de vacinados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 28, que desconhecia os detalhes sobre o contrato de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde e voltou a sustentar que não existam irregularidades no negócio. "São 22 ministérios, não tenho como saber o que acontece, vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Bolsonaro foi acusado pelo deputado Federal Luis Miranda (DEM-DF) de ignorar alertas para supostas irregularidades no contrato de aquisição do imunizante, como superfaturamento e favorecimento indevido à empresa responsável pela intermediação. O irmão do Parlamentar, Luis Ricardo Miranda, é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, é o autor da denúncia. Em depoimento à CPI da Covid, o servidor de carreira da Pasta, disse ter informado ao presidente três nomes de pessoas que o pressionaram a efetuar a importação da Covaxin.

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Segundo relatos, o presidente teria dito que o líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), seria o responsável pela condução das tratativas de compra da vacina.

Em contra-ataque, o presidente afirmou que integrantes da comissão liberaram recursos por meio de emendas parlamentares para a compra da Covaxin. "As emendas para a Covaxin vieram deles, do Randolfe, que é o relator, do irmão do Renan e do próprio Omar Aziz", disse. "Na época falaram que tinha que comprar em qualquer momento, independente do preço."

Eleições

O presidente também voltou a comentar sobre sua filiação a um partido político para concorrer ao pleito de 2022. Sem citar o Patriota, que se preparava para recebê-lo antes de conflitos internos, afirmou que deve entrar em uma sigla pequena e que os membros de sua base que optarem por segui-lo não vão ter "televisão nem dinheiro".

Bolsonaro espera que seus apoiadores o sigam para o novo partido, mas, segundo ele, os deputados ainda não podem acompanhá-lo por questões de fidelidade partidária. "Vão ter um momento difícil pela frente", disse sobre apoiadores que se filiarem em referência a questões envolvendo o fundo partidário.

O tema, segundo o presidente, não é uma preocupação para ele. "Alguns falaram inclusive que eu estava de olho no fundo partidário. Uma caneta Bic, uma caneta que eu mudei em dezembro, R$ 20 bilhões. Eu estou preocupado com os R$ 8 milhões de fundo partidário? Não tenho preocupação com isso", disse, se referindo ao valor mensal recebido pelo PSL, sua antiga legenda.

Bolsonaro descarta uma possível volta ao PSL, pois, segundo ele, "o PSL tem bastante dinheiro e bastante televisão", mas "uma minoria lá fazendo besteira. Eu tive que sair de lá, porque um vereador fez uma besteira no canto. O culpado era eu. Nem sabia quem era aquele vereador", afirmou.

O presidente Jair Bolsonaro negou novamente que o governo tenha comprado a vacina indiana Covaxin, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira, 25. "Vocês querem imputar a mim um crime de corrupção em que não foi gasto um centavo. Nós estamos há dois anos e meio sem corrupção", disse.

O presidente, no entanto, admitiu que "faltava um zero" no contrato de aquisição dos imunizantes. "Em vez de 300 mil doses, eram três milhões. Foi corrigido no dia seguinte", defendeu-se após questionar um jornalista e eximir-se da responsabilidade por possível irregularidade nos termos contratuais. "Foi comprada a vacina? Eu não posso participar de tudo. Volta para a faculdade", disse à repórter.

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O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) alega ter alertado Bolsonaro para irregularidades no contrato de compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde. Segundo o parlamentar, havia superfaturamento e favorecimento irregular à empresa responsável pela intermediação. Os avisos teriam sido ignorados pelo presidente, que atacou Miranda. "Olha a vida pregressa desse deputado é lógico que vai abrir inquérito", disse.

Após criticar governadores pelo fechamento de estabelecimentos comerciais, Bolsonaro lembrou o pagamento do auxílio emergencial pelo governo federal e ressaltou o desempenho econômico do País. "Gastamos em torno de R$ 300 bilhões, o equivalente a dez anos de Bolsa Família. Olha como está reagindo a economia", afirmou.

Mourão

Um pouco mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão minimizou novamente a gravidade das apurações da CPI da Covid e das acusações do deputado federal Luis Miranda contra o governo federal. "Pelo que está publicado, eu acho que essa montanha vai parir um rato", disse Mourão, após ser perguntado sobre o depoimento que será dado hoje à comissão pelo irmão do parlamentar, que é servidor do Ministério da Saúde e um dos responsáveis por apontar possíveis irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin pela pasta.

Luis Miranda diz ter alertado o presidente Jair Bolsonaro para irregularidades no contrato de compra do imunizante pela Saúde. Os avisos, segundo relato do parlamentar, foram ignorados. De acordo com os acusadores, os termos de aquisição supostamente beneficiam indevidamente a empresa responsável pela intermediação e contém preços superfaturados.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, afirmou que o parlamentar e o irmão, Luis Ricardo Miranda, serão investigados por fraude contratual e denunciação caluniosa. O Planalto nega ter efetuado a compra das vacinas.

Salles

O vice-presidente comentou ainda a saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente. Ele afirmou que o pedido de demissão de Salles foi uma forma de proteger o governo de constrangimentos. "O Salles, coitado, estava enfrentando uma situação difícil e até para preservar o próprio governo ele pediu demissão", disse.

O ex-ministro é alvo da Operação Akuanduba da Polícia Federal, que o investiga por supostamente facilitar exportação ilegal de madeira para os Estados Unidos e a Europa. Além de Salles, dez gestores do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) são investigados.

Mourão, que também é presidente do Conselho da Amazônia, ainda não se reuniu com o novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite, mas o elogiou por "aliar o conhecimento do agronegócio com a questão ambiental". "O ministro pediu mais uma semana para tomar pé da situação. O Joaquim é o coordenador da comissão de conservação do Conselho, então tem trabalhado bastante com a gente", disse.

O vice-presidente também descartou a possibilidade de haver conflito de interesses na atuação de Pereira Leite, que já integrou a Sociedade Rural Brasileira (SRB). "Eu vejo a capacidade dele de equilibrar as coisas entre aquilo que são as necessidades do meio rural e as necessidades do meio ambiente", comentou Mourão.

O general afirmou que houve redução de 6% nas queimadas em junho. "Estou com a esperança que até o mês que vem a gente atinja aquele objetivo de 15% de redução", disse ao ser questionado sobre a possibilidade de a influência de Salles como chefe do Meio Ambiente ter impedido avanços no combate ao desmatamento.

Mourão garantiu que o governo "mantém o diálogo" com países interessados na preservação da Amazônia. "O embaixador da Noruega agora vai trocar. Com o embaixador da Alemanha também temos mantido esse diálogo. (O diálogo) Com os americanos estava na mão do Salles e agora vai ter que ser retomada com o Joaquim essa questão do financiamento".

A contribuição financeira de países vizinhos para a preservação da Amazônia, segundo ele, são pagamentos pelos serviços ambientais brasileiros e não podem ferir a soberania nacional. "Tem que entender que nós estamos fazendo o nosso papel na preservação da Amazônia. Com isso, nós deixamos de ter uma emissão de gás carbônico", disse.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a declarar nesta quinta-feira que seu governo permanece sem registrar nenhuma caso de corrupção e tentou minimizar a repercussão da compra de vacinas contra a covid-19 por mais de dez de vezes acima do preço, conforme revelou o Estadão/Broadcast Político. De acordo com o presidente, não adianta a imprensa "inventar" histórias sobre a vacina da Covaxin, pois o governo não recebeu nenhuma dose do imunizante, e, caso exista alguma irregularidade, o Executivo irá apurar.

O negócio entre o governo federal e a fabricante indiana da Covaxin, representada no Brasil pela Precisa Medicamentos, é um dos principais focos das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, no Senado. Entre os previstos para serem ouvidos pelos senadores estão o deputado Luis Miranda (DEM-DF), que denunciou a Bolsonaro as supostas irregularidades e o empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa.

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Durante visita técnica à Barragem de Oiticica, no Rio Grande do Norte, Bolsonaro retomou seu discurso nacionalista e repetiu que "Deus, pátria, família e bandeira verde e amarela" não existiam no País "há até pouco tempo". O presidente voltou a atacar a imprensa, disse que não tem que dar entrevistas. "Eu não tenho que responder perguntas de muitos idiotas, que o tempo todo, só veem defeito na gente", declarou para em seguida retomar a defesa do voto impresso em 2022.

Durante o evento, o ministro das Comunicação, Fábio Faria, que acompanhou a comitiva do presidente Bolsonaro, fez ataques à governadora Fátima Bezerra (PT). O ministro criticou o anúncio de compras de imunizantes feito pela governadora, chamando-a de mentirosa e argumentando que "todas as vacinas até hoje aplicadas no Brasil foram compradas, adquiridas e pagas pelo presidente".

Em sua chegada ao Estado, Bolsonaro novamente provocou aglomerações. Como costuma fazer em todas as viagens, caminhou sem máscara, cumprimentou apoiadores com abraços e apertos de mão. Acompanharam o presidente, além do ministro das Comunicações, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.

Aliado do governo de Jair Bolsonaro, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou ter levado a denúncia sobre um esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin ao próprio presidente, há três meses. A reunião, disse Miranda, ocorreu em março, no Palácio da Alvorada, pouco menos de 30 dias após o contrato ter sido assinado. Segundo o deputado, Bolsonaro afirmou que encaminharia o caso à Polícia Federal. Apesar do aviso, o governo seguiu com o negócio no qual prevê pagar por cada dose da vacina um preço 1.000% maior do que o anunciado pela própria fabricante seis meses antes.

"No dia 20 de março, eu denunciei o esquema para Bolsonaro. Os indícios de corrupção são pesados e muito claros", afirmou o deputado ao Estadão/Broadcast. "O presidente viu a gravidade e, naquele momento, falou para a gente: ‘Vou acionar agora o DG (diretor-geral) da Polícia Federal para cuidar do caso’". A PF informou que "não comenta nem confirma" a existência de investigações.

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O contrato de compra de 20 milhões de doses da Covaxin, no valor de R$ 1,6 bilhão, é alvo de investigação do Ministério Público Federal. O preço unitário da dose foi fechado em US$ 15, quando, seis meses antes, havia sido estimado em US$ 1,34. Miranda disse ter ido ao encontro de Bolsonaro, acompanhado de seu irmão, Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, justamente para falar dessa "situação esdrúxula". Ele chegou a publicar em suas redes sociais, naquele sábado, uma foto da reunião com o presidente, afirmando ter ido tratar de combustíveis e vacinas.

Em depoimento ao MPF, Luís Ricardo afirmou que recebeu "pressões anormais" para a compra da Covaxin e disse não ter visto esse comportamento em relação a outras vacinas. O coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, tenente-coronel Alex Lial Marinho e o coronel Marcelo Pires, então coordenador logístico do Plano Nacional de Operacionalização de Vacinas contra Covid-19 foram apontados como responsáveis pela pressão. Os dois eram auxiliares do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), viu como "preocupante" a denúncia de Miranda. Aziz classificou as acusações de irregularidades na contratação da Covaxin como "gravíssimas" e disse ter pedido informações à Polícia Federal para saber se Bolsonaro havia solicitado que as suspeitas fossem apuradas.

"Temos que ter muito cuidado porque talvez tenha sido a denúncia mais grave que a CPI recebeu até agora", afirmou o senador.

Horas antes de se encontrar com Bolsonaro no Alvorada, Miranda trocou mensagem pelo aplicativo WhatsApp com um ajudante de ordens do presidente. Afirmou que estava "rolando esquema de corrupção pesado" na Saúde. "Tenho as provas e as testemunhas", escreveu o deputado.

O aviso foi enviado às 12h54 de 20 de março. O auxiliar de Bolsonaro respondeu com uma bandeira do Brasil. Uma hora depois, Miranda insistiu: "Não esquece de avisar o PR (presidente). Depois não quero ninguém dizendo que eu implodi a República. Já tem PF e o caralho no caso. Ele precisa saber e se antecipar". A resposta foi outra bandeira do Brasil.

Às 16 horas, Miranda informou ao ajudante de ordens que estava "a caminho" do palácio. Passadas quarenta e oito horas, ele voltou a procurar o auxiliar de Bolsonaro. "Pelo amor de Deus... isso é muito sério!", escreveu o deputado em 22 de março. Sem resposta, ele voltou ao assunto no dia seguinte. "Bom dia irmão, o PR está chateado comigo? Algo que fiz?". O auxiliar do presidente respondeu: "Negativo, deputado. São muitas demandas. Vou relembrá-lo".

O deputado enviou ao ajudante de ordens uma fatura de compra, em nome da empresa Madison Biotech, no valor de US$ 45 milhões, referente à importação da Covaxin. O pagamento, porém, dependia da assinatura de seu irmão Luis Ricardo, que se recusou a subscrever o documento sob a alegação de que havia ali várias irregularidades.

O servidor disse ter sido "pressionado" a assinar um contrato de compra da Covaxin com uma quantidade menor do que o previsto. Pela sua versão, seriam 4 milhões de doses, que viraram 300 mil, com pagamento antecipado de U$ 45 milhões (R$ 222,6 milhões). "No contrato fala que são 4 milhões de doses a primeira entrega, só que na Invoice (nota fiscal internacional) já não é (sic) 4 milhões, é um quantitativo bem menor", afirmou Luís Ricardo em áudio enviado por WhatsApp ao irmão Miranda.

Eleito em 2018, Miranda está no primeiro mandato e é um parlamentar polêmico. Da tropa de choque governista, ele já foi processado por estelionato, em golpes que teriam sido aplicados no Brasil e nos EUA. Antes de ser eleito, ele morou em Miami e ensinava, nas redes sociais, como ganhar dinheiro fácil. Em 2019, uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, mostrou que Miranda era acusado de pegar dinheiro de usuários da internet.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, acusou o deputado federal Luis Claudio Miranda (DEM-DF) e o irmão, Luis Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde, de terem cometido denunciação caluniosa e fraude contratual nas declarações que deram sobre o caso de compra das vacinas Covaxin. O ministro, que defendeu as bandeiras eleitorais do presidente Jair Bolsonaro de combate à corrupção, afirmou que o governo abrirá investigação pela Polícia Federal, Ministério Público e Controladoria-Geral da União para investigar o deputado e seu irmão.

"Eu quero alertar ao deputado Luis Miranda que o que foi feito hoje é, no mínimo, denunciação caluniosa. E isso é crime tipificado no código penal", disse o ministro hoje (23), em coletiva de imprensa. "Se tem um presidente que respeita o esforço de cada cidadão, esse presidente tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. E não vai ser um qualquer que inventa mentiras - talvez, quem sabe, quem vai definir é a perícia -, falsifica um documento e assaca contra a honra das pessoas e contra a integridade do presidente e nosso governo", reforçou.

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Durante a coletiva, Onyx fez um alerta. "Luis Miranda, Deus está vendo. Mas o senhor não vai se entender só com Deus não. Vai se entender com a gente também. E vem mais: vai se explicar e vai pagar pela irresponsabilidade, pelo mau caratismo, pela má-fé, pela denunciação caluniosa e pela produção de provas falsas." Segundo o ministro, há indícios de adulteração dos documentos usados por Miranda nas conversas com assessores da Presidência da República para justificar a preocupação com a possibilidade de corrupção.

Ao Broadcast Político Luis Miranda afirmou ter apontado para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) supostas irregularidades e "esquema de corrupção" no contrato do Ministério da Saúde para a compra da vacina indiana Covaxin. O chefe do Executivo, no entanto, teria ignorado o aviso e evitado responder o parlamentar, segundo relato de auxiliares ao parlamentar. Os termos do contrato supostamente beneficiariam a empresa responsável pela intermediação da compra do imunizante. Segundo mostrou o Estadão/Broadcast, o valor acertado pela compra das vacinas seria dez vezes maior que o anunciado pela farmacêutica seis meses antes.

Além dos crimes de denunciação caluniosa e fraude contratual, Lorenzoni afirmou que o irmão do deputado será investigado por prevaricação. "O chefe do senhor Luis Ricardo é o senhor Alex Leal Marinho, que nunca foi comunicado da existência deste documento", disse Onyx mostrando papel que corrigiria informação sobre o pagamento antecipado pela compra para ser feito após a entrega das vacinas. "Por que o servidor que identifica uma possível fraude ou erro não leva a seu superior hierárquico? É dever dele. Aí está a prevaricação", completou.

Com uma série de ameaças ao deputado Luis Miranda (DEM-DF), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quarta-feira, 23, que o presidente Jair Bolsonaro determinou uma investigação da Polícia Federal sobre o parlamentar e seu irmão, o servidor Luis Ricardo Fernandes Miranda, do Ministério da Saúde. O motivo são as denúncias sobre um esquema de corrupção na compra de vacina contra Covid-19.

"Ele vai se entender com Deus e com a gente também", disse o ministro em pronunciamento no fim da tarde no Palácio do Planalto.

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Em entrevistas mais cedo, Miranda afirmou ter levado ao próprio Bolsonaro denúncia sobre irregularidades na aquisição da vacina indiana Covaxin. O parlamentar disse ter apresentado documentos ao presidente em um encontro no Palácio da Alvorada no dia 20 de março que comprovariam suas acusações. A reunião foi registrada nas redes sociais do deputado.

"O presidente determinou que a Polícia Federal abra uma investigação sobre o que disse o deputado Luis Miranda, sobre as atividades do seu irmão, servidor público do Ministério da Saúde, e todas essas circunstâncias expostas hoje", disse Onyx, explicando, em seguida, que o alvo da apuração não serão as suspeitas de corrupção no governo, mas os denunciantes. "Quero alertar o deputado Luis Miranda que o que foi feito hoje é no mínimo denunciação caluniosa e isso é crime tipificado no Código Penal", completou o ministro.

No pronunciamento, em que não permitiu a jornalistas que fizessem perguntas, Onyx afirmou que Miranda pode ter apresentado documentos falsos para reforçar o relato. Com uma cópia de um desses papéis na mão, insinuou que parte dele foi forjado. "A má-fé é clara, a suspeita da falsificação é forte. A Polícia Federal e os peritos é quem vão determinar", disse o ministro.

Luis Ricardo, irmão do deputado, é chefe do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Em depoimento ao Ministério Público Federal, ele disse ter recebido "pressões anormais" para a aquisição da Covaxin, único imunizante adquirido por meio de um intermediário. O servidor assegurou que esse tipo de postura não ocorreu em relação a outras vacinas. O coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde do Ministério da Saúde, Alex Lial Marinho, foi apontado como o responsável pela pressão.

O documento que Onyx afirmou que pode ter sido adulterado pelo deputado é um "invoice" (fatura) em nome da empresa Madison Biotech PTE LTDA. O documento, segundo afirmou o deputado ao Estadão, previa o pagamento antecipado no valor de US$ 45 milhões referente a importação da vacina indiana Covaxin. O pagamento, porém, dependia de seu irmão, que se recusou a assinar, pois a área técnica da pasta considerou indevido o pagamento antecipado. Isso porque o contrato do Ministério da Saúde para a compra do imunizante só prevê o pagamento após o recebimento das doses.

Onyx disse que o documento foi "corrigido" cinco dias depois, sem a previsão de pagamento antecipado. O ministro da Secretaria-Geral afirmou também que o governo ainda não desembolsou nada para comprar a vacina indiana. "Não houve nenhum pagamento, não se despendeu pagamento algum, nenhum centavo saiu dos cofres do Ministério da Saúde."

Segundo Onyx, além da investigação pela Polícia Federal, o governo também vai acionar o Ministério Público e a Controladoria-Geral da União (CGU) sobre as declarações do deputado e seu irmão.

De acordo com chefe da Secretaria-Geral, Luis Ricardo deve ser investigado também por prevaricação, crime previsto no Código Penal, pelo ato de "retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal".

O ministro criticou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid e acusou o colegiado do Senado de fomentar o caso. "Trata-se talvez da maior fake news já produzida no Brasil. A quem interessa? Provavelmente às mesmas pessoas que no Senado Federal se dedicam a atacar o presidente Jair Bolsonaro".

O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), criticou o ministro, que acusou de tentar "intimidar e coagir testemunha". Segundo Renan, a comissão pode até mesmo pedir a prisão do ministro se ele mantiver a postura.

Pelo Twitter, Miranda disse que a na "sexta-feira o Brasil saberá a verdade". O deputado irá depor na CPI ao lado do irmão na sessão do dia 25. "Sexta-feira o Brasil saberá a verdade e os documentos falam por si só... se ficarmos calados, já será suficiente para todos os brasileiros se revoltarem e ainda entender quem está atrasando o Brasil!!", postou o deputado.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se irritou após jornalistas questionarem sobre a compra da vacina da Covaxin, fabricada pela Bharat Biotech, nesta quarta-feira (23). Segundo Queiroga, o Ministério da Saúde "não comprou sequer uma dose da vacina Covaxin", afirmou, depois de evento de abertura do Fórum sobre Proteção Integrada de Fronteiras e Divisas, no Palácio do Planalto.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o preço fechado para a compra do imunizante, de US$ 15 por dose, foi 1.000% mais alto do que o estimado pela própria fabricante, seis meses antes. Ainda, conforme noticiou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) levou a denúncia de um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra do imunizante, no dia 20 de março, para o presidente Jair Bolsonaro.

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"Todas as vacinas que têm registro definitivo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o Ministério considera para aquisições", declarou o ministro nesta quarta-feira. Queiroga acrescentou que o governo espera o posicionamento do órgão regulador para tomar uma posição acerca "não só dessa vacina, mas de qualquer outra vacina que obtenha registro emergencial ou definitivo". "Já temos hoje número de doses de vacinas contratadas acima de 630 milhões, e o governo federal tem feito a campanha acelerar", afirmou.

Ao ser questionado se o governo compararia a vacina com o preço acima da média, Queiroga se irritou e respondeu: "Eu falei em que idioma? Falei em português. Então, não foi comprada uma dose sequer da vacina Covaxin nem da Sputnik". "Futuro é futuro", finalizou Queiroga, abandonando em seguida a entrevista.

Em negociação para retornar ao PSL, partido pelo qual se elegeu em 2018, o presidente Jair Bolsonaro colocou o fim de abril como prazo para definir seu futuro político. "Já estou atrasado. Não tenho outro partido, espero que esse mês eu resolva", afirmou o presidente nessa segunda-feira (19), em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.

O chefe do Poder Executivo tem falado desde o segundo semestre do ano passado que conversa com integrantes do PSL para voltar a ser um deles, mas também negocia com outras legendas. No mês passado ele afirmou que estava "namorando" um partido para ser "dono".

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"Abril está bom (como prazo para definir). O duro foi quando eu me candidatei (em 2018), que eu acertei em fevereiro, março (do ano da eleição), em cima da hora", disse o presidente.

Bolsonaro deixou o PSL em novembro de 2019 após desavenças com o presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE). O principal motivo foi o controle do cofre da legenda, que se tornou uma superpotência partidária ao eleger 54 deputados, quatro senadores e três governadores na esteira do bolsonarismo. Com isso, a ex-sigla do presidente deve ter a maior fatia dos recursos públicos destinados a partidos políticos neste ano, de R$ 103,2 milhões.

O Estadão ouviu de membros da cúpula do PSL que, para voltar à legenda, o presidente cobrou um "alinhamento ideológico" e a expulsão de deputados que têm feito críticas mais fortes a ele, como Júnior Bozzella (PSL-SP), Julian Lemos (PSL-PB), Joice Hasselmann (PSL-SP) e Delegado Waldir (PSL-GO).

Integrantes do PSL afirmam que as conversas para o retorno ao partido pelo qual se elegeu presidente em 2018 estão na fase de aprofundamento e que Bolsonaro "namora" o partido. Para o chefe do Executivo, é importante ter uma legenda com um bom tempo de televisão e acesso à verba partidária e eleitoral, até mesmo para poder fazer frente a uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O projeto de reeleição de Bolsonaro também visa o comando de diretórios estaduais do partido no Nordeste. Hoje há rivais do presidente em estados nordestinos, como os deputados Julian Lemos (PSL-PB) e Heitor Freire (PSL-CE), que coordenam os diretórios partidários de seus Estados. Também é o objetivo de Bolsonaro retomar o comando do partido no Rio de Janeiro e em São Paulo, que antes do racha eram chefiados respectivamente pelo senador Flávio Bolsonaro, hoje no Republicanos, e pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filhos do presidente.

A ponte entre Bolsonaro e o PSL é feita pelo advogado Antonio Rueda, vice-presidente nacional da sigla e coordenador do diretório do Distrito Federal. A última vez que Rueda e Bolsonaro conversaram foi há um mês, quando o presidente reforçou a vontade de voltar ao partido e foi discutido um panorama geral sobre o cenário político brasileiro.

O vice-presidente do PSL tenta conciliar a vontade de Bolsonaro com a da ala do partido que é crítica a ele. O Estadão apurou que as divergências são tratadas por Rueda com naturalidade e que a tarefa dele tem sido conversar para resolver os atritos e abrir caminho para a filiação.

O divórcio com a legenda começou em outubro de 2019, quando Bolsonaro disse para um apoiador "esquecer" o PSL e foi desencadeada a crise que culminou no racha do partido e na consequente saída do presidente da República da legenda.

Ato contínuo à decisão, bolsonaristas articularam a criação de uma nova legenda, que seria batizada de Aliança Pelo Brasil. No entanto, a criação da sigla tem patinado e os articuladores têm enfrentado dificuldades para reunirem as assinaturas necessárias para conseguir o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Aliança [pelo Brasil]? Quase... Muito pequena a chance de sair. Já estou atrasado, já, não tenho outro partido, espero que esse mês eu resolva", declarou o presidente nesta segunda.

Aliados. Deputados aliados de Bolsonaro no PSL acreditam que é possível que o presidente volte ao partido. "Tudo é possível, mas ainda não está decidido", declarou a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), uma das mais fervorosas apoiadoras bolsonaristas.

Luiz Lima (PSL-RJ) segue a mesma linha e crê em um retorno do presidente. "Vejo uma enorme possibilidade, sempre lutei por isso e não tenho dúvida que é a melhor escolha".

O deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) concorda com a ideia de Bolsonaro de expulsar os membros do PSL que têm sido críticos ao presidente.

"Há possibilidade de reatar, possibilidade real. As conversas estão nesse sentido, mas há um impasse que é a questão dos traíras. Existe ali uns oito ou dez no máximo que têm que sair do partido para que a gente possa restabelecer o PSL como o partido do presidente. Eu acredito que deva avançar. Eles sabem que mais importante para o PSL é a vinda do presidente do que ficar um bando de íngua que não ajuda em nada, não contribui com nada", afirmou Jordy.

O governo americano disse nesta segunda-feira (1°) que continua pronto para se reunir com o Irã, apesar de Teerã ter rejeitado um diálogo direto com Washington. "Dissemos claramente que os EUA estão preparados para se reunir com o Irã para abordar o modo de alcançar um retorno mútuo (ao acordo nuclear)", declarou ontem o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

"Não somos dogmáticos sobre a forma e o formato dessas conversações", disse Price à imprensa, acrescentando que o governo americano consultaria seus sócios europeus sobre a questão.

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As autoridades iranianas disseram que não consideravam o "momento apropriado" para conversações e protestaram pelas "posições e ações recentes dos EUA" e dos signatários do acordo nuclear assinado em 2015, referindo-se aos ataques da semana passada do governo americano contra grupos pró-Irã na Síria, acusados de disparar foguetes contra interesses de Washington no Iraque.

O Irã disse ontem que os EUA deveriam suspender primeiro as sanções se querem conversar para salvar o acordo nuclear, que o ex-presidente Donald Trump abandonou em maio de 2018. "O governo do presidente Joe Biden deveria mudar a política de pressão máxima de Trump com relação a Teerã. Se querem conversar com o Irã, primeiro deveriam suspender as sanções", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Saeed Khatibzadeh.

O presidente americano, Joe Biden, afirmou que Washington está disposto a conversar sobre a retomada dos compromissos das duas nações com o pacto, segundo o qual Teerã obtém um alívio das sanções limitando suas atividades nucleares. Mas, enquanto o Irã exige a suspensão das sanções dos EUA primeiro, Washington diz que Teerã precisa voltar a cumprir o acordo, que Teerã vem desrespeitando progressivamente desde 2019. Ocidente teme que o Irã tente fabricar armas nucleares, enquanto a República Islâmica assegura que esse nunca foi seu objetivo.

A chancelaria iraniana exortou ontem o Conselho de Governadores de 35 nações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a não "criar uma confusão" endossando uma iniciativa liderada pelos EUA para a adoção de uma resolução contra a decisão de Teerã de reduzir sua cooperação com a agência da ONU.

A reunião em Viena ocorreu ontem após o Irã promulgar uma lei, no fim de janeiro, que restringiu o acesso de inspetores a alguns locais, já que Teerã reclama que não está obtendo as recompensas econômicas prometidas em troca de restrições ao seu programa nuclear.

O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, pediu ontem que as inspeções às instalações nucleares do Irã não sejam usadas como uma "moeda de troca", em meio aos esforços para reviver seu acordo nuclear.

Segundo relatório da AIEA, de janeiro, o Irã informou que começou a produzir urânio metálico, que pode ser usado para desenvolver ogivas nucleares. Trata-se de uma pequena quantidade de urânio metálico natural, que não foi enriquecido. De acordo com a AIEA, para usar urânio metálico no núcleo de uma arma nuclear, o Irã precisaria de cerca de meio quilo de urânio metálico altamente enriquecido. Além disso, o Irã aumentou a quantidade e a qualidade do enriquecimento de urânio.

Reino Unido, Alemanha e França encaminharam um projeto de resolução aos Estado membros da AIEA para censurar o Irã por reduzir sua cooperação com a agência nuclear, de acordo com um projeto obtido pela Reuters. O projeto, apoiado pelos EUA, expressou "séria preocupação" com a redução da transparência do Irã e descontentamento com a falta de explicação de Teerã sobre partículas de urânio descobertas em três antigas instalações. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A fabricante alemã de produtos e acessórios esportivos Adidas anunciou, na última terça-feira (16), que está colocando à venda a filial estadunidense Reebok, que foi adquirida em 2006 por US$ 3,8 bilhões. Na época, a aquisição foi parte de uma estratégia para expandir o negócio em território norte-americano e desafiar a principal concorrente, a Nike.

Em dezembro do ano passado, a Adidas já havia informado que estava em busca de uma solução para a Reebok, mas não houve sucesso. No anúncio da terça-feira (16), o presidente da multinacional, Kasper Rorsted, disse que em 10 de março serão anunciados novos detalhes sobre a separação das marcas e o destino de cada uma delas.

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Por enquanto, o esforço se concentra na recuperação da empresa por conta das dificuldades financeiras. A venda da Rebook pode ficar em cerca de US$ 1,2 bilhão. Apesar do patrocínio de artistas famosos, como Beyoncé, Victoria Beckham, Cardi B e Ariana Grande, a empresa nunca conseguiu se sustentar com autonomia financeira.

Por Rafael Sales

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o país não usará a retirada das sanções contra o Irã como uma ferramenta para voltar a engajar Teerã nas negociações sobre o acordo nuclear de 2015. O presidente indicou que só suspenderia as sanções se o Irã parar de enriquecer urânio. Biden fez os comentários em entrevista à CBS News. Um clipe da entrevista foi lançado neste domingo. A entrevista completa vai ao ar mais tarde.

Questionado pela CBS News se os EUA suspenderão as sanções para convencer o Irã a participar das negociações, Biden respondeu: "Não". Quando a CBS perguntou se o Irã deve parar de enriquecer urânio primeiro, Biden concordou com a cabeça.

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Antes da entrevista do presidente Biden, o líder supremo iraniano Ali Khamenei reiterou, em discurso neste domingo, a posição do Irã de que é Washington que deve suspender as sanções e voltar a cumprir o acordo nuclear. "Se eles querem que o Irã retorne aos seus compromissos com o JCPOA (sigla em inglês para Plano de Ação Conjunto Global, o acordo nuclear), os EUA deveriam suspender todas as sanções em curso", disse Khamenei, em comentários publicados em seu site. "Assim que isso for feito, retomaremos nossos compromissos com o JCPOA."

O governo Biden disse que espera persuadir o Irã a se juntar novamente ao acordo nuclear após o presidente Donald Trump ter reimposto sanções suspensas sob o acordo de 2015. Mas as diferentes posições entre Washington e Teerã sinalizam um caminho potencialmente turbulento à frente. Fonte: Associated Press.

O secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse nesta sexta-feira, 5, que o governo federal pretende importar da Rússia 10 milhões de doses da vacina Sputnik V. Mas, segundo texto da pasta divulgado nesta sexta à imprensa, a entrega pode demorar até três meses. O prazo é maior do que o inicialmente previsto pela União Química, laboratório responsável pela produção da vacina russa no Brasil, e pelo próprio ministério, que falavam em entrega até março.

Em entrevista ao Estadão na terça-feira, 3, o presidente da União Química, Fernando de Castro Marques, afirmou que a totalidade das doses seria entregue entre fevereiro e o mês seguinte. Já a pasta da Saúde afirmou na quarta que previa receber um lote nesse mesmo período, caso fechado o acordo. Essa previsão foi anunciada após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) facilitar o processo de autorização temporária de imunizantes contra a covid-19. A Sputnik V ainda não tem aval da Anvisa para aplicação no País.

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A União Química vai fabricar doses da vacina no Distrito Federal, mas essa remessa de 10 milhões viria da Rússia, país que desenvolveu o produto. A quantidade se baseou em documento apresentado à pasta pelo Fundo Soberano Russo/Instituto Gamaleya, da Rússia, onde a substância é fabricada.

Segundo o ministério, o cronograma encaminhado pelo instituto indica que podem ser exportadas ao Brasil 400 mil doses uma semana após a assinatura do contrato de compra, que ainda está em discussão. Outros dois milhões estariam no Brasil um mês depois, e mais 7,6 milhões ao longo do segundo e terceiro meses. Ou seja, mesmo que o acordo fosse assinado esta semana, a maior parte das unidades chegaria em março, abril ou até maio.

Governo e a fabricante não explicaram os motivos da diferença de prazos. O ministério informou apenas que o cronograma é feito pelo laboratório. Já a União Química disse que as datas válidas são as apresentadas na nota divulgada pela gestão Jair Bolsonaro e que podem sofrer alteração de acordo com a autorização regulatória da Anvisa.

"Iremos contratar e comprar as 10 milhões de doses se o preço for plausível, e efetuaremos o pagamento após a Anvisa dar a autorização para uso emergencial da Sputnik V, fazendo a disponibilização imediatamente aos brasileiros", disse Franco, da Saúde. "E futuramente, a depender dos entendimentos que tivermos com a União Química, interessa-nos também adquirir a produção que a empresa vier a fazer no Brasil dessa vacina", acrescentou. A União Química prevê iniciar a fabricação local da Sputnik em abril, com capacidade de fabricar oito milhões de doses por mês.

Bolsonaro mira vacina russa para reduzir dependência da Coronavac

Para não depender principalmente da Coronavac, imunizante associado ao governador paulista, João Doria (PSDB), o Ministério da Saúde avança na compra da Sputnik V e da Covaxin, que é desenvolvida na Índia. A Anvisa, porém, ainda aguarda mais dados sobre a segurança e a eficácia destes produtos. Nos bastidores, auxiliares do governo dizem que a Sputnik poderia se tornar "a vacina de Bolsonaro".

O lobby da Sputnik é reforçado por caciques políticos de Brasília. O laboratório União Química, que fechou contrato com os russos para produzir o imunizante no País, costumava financiar campanhas eleitorais quando a doação por empresas era permitida. O dono da empresa, Fernando de Castro Marques, foi candidato a senador pelo Solidariedade em 2018, mas não se elegeu.

O atual diretor de negócios internacionais do laboratório, Rogério Rosso, é uma antiga liderança do Centrão. Rosso foi deputado federal pelo PSD e governador do Distrito Federal. Em 2016, chefiou a comissão que deu aval ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e concorreu à presidência da Câmara como herdeiro da bancada de Eduardo Cunha (MDB-RJ), que seria cassado e preso.

A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) usou o Twitter, nesta sexta-feira (22), para expor que o PSOL deixando de lado "convicções" para negociar cargos na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Erundina é a candidata do partido à presidência da Casa. Segundo colunista da CNN, uma negociação interna estaria fazendo com que deputados psolistas passassem a apoiar a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB) ao comando da Câmara, esvaziando assim a postulação da psolista, e garantindo vaga na Mesa Diretora - o que Erundina repudiou. 

"É lamentável que o PSOL negocie suas convicções e compromissos políticos históricos ao aderir ao fisiologismo e à barganha por cargos na Mesa da Câmara. Essa é uma prática dos partidos de direita com a qual eu não compactuo", escreveu a parlamentar no microblog, sem dar detalhes sobre quais cargos seriam esses e quem estaria fazendo tais negociações.

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O post ocasionou uma avalanche de respostas e deixou claro um racha interno no PSOL. A deputada federal Fernanda Melchionna foi uma das que reagiu negativamente à publicação. 

"Lamentável é esse tuíte Luiza Erundina. Muito feio que a senhora ataque quem não acha a tática correta lançar candidato nesse cenário da eleição da Câmara. Mesmo que sua posição tenha vencido e o PSOL tenha lançado seu nome, isso não lhe autorizada [sic] a atacar o PSOL", rebateu.

"Todos nós temos história. O fato da senhora ter rompido com o PT para ser ministra de Itamar nos anos 90 não autoriza ninguém a lhe acusar de fazer a política baseada em busca de cargos. Da mesma forma respeite quem no PSOL defendeu que desde o primeiro um voto tático antibolsonaro", emendou Melchionna.

O deputado Marcelo Freixo (RJ) se posicionou contra a exposição por parte de Erundina. "Respeito muito a história de Luiza Erundina, apesar de discordar do lançamento da sua candidatura à presidência da Câmara. Mas é inaceitável insinuar que a defesa da entrada do PSOL no bloco democrático para derrotar Bolsonaro passa pela negociação de cargos. Isso não é verdade. O fato é que a entrada do PSOL na coalizão junto com os demais partidos de esquerda daria maioria ao bloco e impediria que a Comissão de Constituição e Justiça e o Conselho de Ética, por exemplo, ficassem nas mãos de aliados de Bolsonaro", explicou.

Freixo ainda salientou que "esses cargos não ficariam com o PSOL e nem Erundina teria necessariamente que retirar a sua candidatura, porque o partido pode entrar no bloco e mesmo assim lançar candidato". "O momento exige maturidade e responsabilidade. É isso que o Brasil espera de nós", afirmou.

A fala da candidata do PSOL também foi repudiada pelo deputado David Miranda. "Recorrer a este tipo de ilação absolutamente infundada é lamentável. Erundina tem uma história bonita, mas já se equivocou grosseiramente algumas vezes. Já foi ministra de governo burguês (Itamar) e já teve como vice ninguém menos que Michel Temer", escreveu.

"Sabemos que ela não fez isso por cargos; foram erros políticos, como erra agora com a tática isolacionista de candidatura própria. Vamos manter a calma e fazer o debate em alto nível. Por esse caminho, a candidatura de uma companheira tão importante vai mal", complementou.

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Defesa

Já o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, tratou logo de usar o Twitter também para negar o que dizia a reportagem e garantir que o compromisso do PSOL é com a candidatura de Erundina. 

"Essa informação NÃO PROCEDE. Não há nenhuma negociação em curso para adesão do PSOL a qualquer dos blocos existentes hoje. Sou presidente do PSOL e repudio esse tipo de fake news. Isso é inaceitável", escreveu

"Queridíssima Luiza, como presidente do PSOL posso assegurar que nosso único compromisso nessa eleição da Câmara dos Deputados é com a plataforma representada e defendida por você. Quem negociar fora das instâncias do partido, o faz em nome próprio, não do PSOL. Estamos com você!", disse ainda o dirigente.

Baleia Rossi, mesmo sendo do MDB, tem o apoio de outras forças de esquerda, como o PT. Inclusive, parte do PSOL votou contra a candidatura própria e se posicionou a favor do apoio ao emedebista, mas foi vencida pela tese capitaneada por Erundina. A eleiçao na Câmara dos Deputados acontece no próximo dia 1º.

O governo de Donald Trump negocia um acordo com a Pfizer para liberar suprimentos e matérias-primas para ajudar a empresa a produzir milhões de doses adicionais da vacina ainda no primeiro semestre de 2021. O acordo resolveria o problema americano que não fez uma pré-encomenda da vacina, mas deixaria países pobres com mais dificuldades de obtê-la.

Em junho, a Pfizer concordou em fornecer 100 milhões de doses até o final de março de 2021, o suficiente para inocular 50 milhões de pessoas, já que sua vacina requer duas injeções. Nações ricas se juntaram aos EUA para fazer grandes encomendas, muitas vezes com a opção de aumentar as negociações e adquirir mais doses. Mas a estratégia minou a capacidade de muitos países de fazer compras em quantidades suficientes para imunizar suas populações.

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Os EUA asseguraram nesta quarta-feira, 16, que têm contratadas 900 milhões de doses da vacina e poderiam aumentar a cifra a 3 bilhões, o que lhes garantiria "excedentes" que planejam compartilhar com seus aliados no mundo. O país tem uma população de 330 milhões de pessoas, da qual devem ser subtraídos cerca de 70 milhões que não receberão a vacina agora, pois não é indicada a menores de 16 anos.

Além dos Estados Unidos, o Canadá e o Reino Unido já fecharam acordos para obter doses de vacinas muito superiores ao necessário para imunizar suas populações e especialistas advertem para o risco de a corrida pelos imunizantes prejudicar o acesso de nações pobres e em desenvolvimento.

A agência de notícias Reuters mostrou ontem que o mecanismo global para distribuir vacinas contra covid-19 para países mais pobres - o Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS) - corre risco de fracasso "muito alto". Isso poderia fazer com que bilhões de pessoas fiquem sem acesso às vacinas até o fim de 2024. Os documentos obtidos pela agência mostram que faltam fundos, há riscos de ausência de suprimento e existem arranjos contratuais complexos que podem impossibilitar a realização de seus objetivos.

Na mesma linha, um relatório divulgado na semana passada pela People's Vaccine Alliance - um grupo de organizações não governamentais - alertou que cerca de 70 países pobres ou em desenvolvimento só serão capazes de vacinar uma em cada dez pessoas em 2021.

"Há um baixíssimo nível de cooperação internacional em todas as etapas dessa pandemia - na divulgação de informações no início dos surtos, na compra de equipamentos como respiradores e outros insumos, e agora há o perigo do nacionalismo das vacinas", avalia o diplomata Rubens Ricupero, que foi representante do Brasil na OMS.

O Covax, do qual o Brasil faz parte, almeja entregar ao menos 2 bilhões de doses de vacina até o final de 2021 para cobrir 20% das pessoas mais vulneráveis de 91 países pobres e de renda média, a maioria na África, Ásia e América Latina. Ricupero defende mais comprometimento e aporte de recursos para tornar o Covax mais robusto, mas afirma que países pobres ainda não estão sendo prejudicados pela situação, pois não foram os mais afetados pelo vírus.

"A maneira de contornar esta dificuldade, neste momento, é a cooperação internacional", afirma Deisy Ventura, coordenadora da pós-graduação em saúde global na USP. A pesquisadora afirma que os governos precisam entender que ninguém estará seguro sem reformas importantes nos sistemas nacionais de saúde, até mesmo nos programas de imunização.

Ela recomenda uma revisão no acesso a medicamentos e insumos a nível global. "Não é possível que a indústria pratique os preços que adota atualmente e o dinheiro da cooperação internacional seja drenado para enriquecê-las ainda mais."

Para Ventura, a demora ou o acesso limitado a vacinas fará com que nos países mais pobres os efeitos da pandemia sobre a saúde e a economia durem mais tempo e tenham danos que poderiam ser evitados. "Isso é ruim para o mundo inteiro, não apenas para os países menos desenvolvidos. A vacina contra a covid-19 não vai resolver os problemas desses Estados, apenas reduzir os efeitos nocivos de uma catástrofe. É preciso reformar a saúde global como um todo para que os sistemas de saúde desses países sejam fortalecidos."

Chile já tem imunizante para toda população

O Chile aprovou ontem o uso da vacina Pfizer-BioNTech contra o coronavírus, permitindo a sua importação e o início da aplicação na população acima de 16 anos. O país fechou acordos com vários laboratórios e já tem garantidas mais de 58 milhões de doses, o suficiente para inocular a população do país, de 19 milhões de habitantes.

A aprovação do imunizante da Pfizer foi decidida por um comitê de 22 especialistas. A data do começo da vacinação será anunciada em breve. Da Pfizer, o Chile deve receber 10 milhões de doses. Pelo convênio no Covax - iniciativa global liderada pela OMS -, serão mais 8 milhões. Da AstraZeneca virão outras 14,4 milhões de doses e da chinesa Sinovac, mais 20 milhões. Cinco milhões de chilenos - trabalhadores de saúde, maiores de 65 anos e doentes crônicos - serão vacinados primeiro. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, marcou para a quarta-feira da próxima semana, dia 30, o julgamento que discute a venda de refinarias da Petrobras. O caso começou a ser analisado na último dia 18 pelo plenário virtual da Corte, mas, depois de um pedido do destaque do ministro Gilmar Mendes, foi retirado o julgamento virtual no último dia 21 (segunda-feira). Agora, a discussão começará do zero e se dará em sessão plenária da Corte a ser transmitida ao vivo pela TV Justiça.

Os ministros irão julgar um pedido das Mesas do Congresso Nacional, Senado e Câmara para impedir a venda das refinarias da Petrobras na Bahia e no Paraná. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), consideram que a companhia burlou a legislação ao transformar essas empresas em subsidiárias para repassar os ativos à iniciativa privada sem aval do Legislativo. Antes da retirada do plenário virtual, havia três votos contrários ao governo. Os ministros Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello seguiram o voto do relator, Edson Fachin.

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A venda de refinarias é parte do plano de desinvestimentos da Petrobras, anunciado em 2016, por meio do qual a companhia informou que iria focar sua atuação nas atividades de exploração de petróleo e gás em águas profundas. Utilizando-se da Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) e de um entendimento anterior do próprio Supremo, que deu aval prévio à venda de subsidiárias pela empresa-mãe sem que seja necessário autorização do Congresso, a companhia deu início às tratativas para a venda dessas duas refinarias. O problema é que, tecnicamente, elas não seriam subsidiárias separadas - como a transportadora TAG e a BR Distribuidora, já privatizadas - e, sim, ativos da holding Petrobras.

Para o Congresso, a companhia não poderia ter transferido as refinarias para novas empresas criadas apenas para serem vendidas ao setor privado. Isso seria uma infração à Lei do Petróleo para driblar outra lei, a que criou o Plano Nacional de Desestatização, que veda a privatização de estatais que exploram e refinam petróleo.

Na terça-feira, um dia depois da retirada do caso do plenário virtual, Senado e Câmara reforçaram o pedido ao Supremo para que suspenda a venda de refinarias pela Petrobras.

Os Ministérios da Economia e de Minas e Energia já disseram que a venda de refinarias está alinhada às diretrizes e objetivos estratégicos da Petrobras. As pastas avaliam também que essa medida da estatal promove a livre concorrência no setor e preserva os interesses do consumidor.

A negociação da refinarias envolve valores entre R$ 63,6 bilhões a R$ 83,6 bilhões, pelas contas da XP Investimentos, que divulgou relatório sobre o desinvestimento da estatal no início deste mês. Esse é o valor total que pode ser levantado pela petrolífera caso consiga levar adiante o plano de se desfazer de metade do seu campo de refino.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) considerou válida negociações de honorários advocatícios por aplicativos de mensagens, como o WhatsApp. A decisão considerou que 'o direito não se pode colocar a par das vicissitudes do tempo' ao garantir que conversas virtuais podem garantir alterações contratuais, caso ambas as partes estejam de acordo.

O caso foi apresentado por uma construtora que contratou um advogado para representá-la em uma ação judicial que foi vitoriosa. Na hora do pagamento dos honorários, o advogado, segundo a empresa, teria adquirido 6% a mais do valor contratado.

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O advogado, contudo, mostrou à Justiça que havia informado a empresa, por WhatsApp, da necessidade da subcontratação de outro colega em Brasília. "Prezado amigo, nosso contato em Brasília pediu 6% (seis por cento) se e quando vc receber, para agilizar o julgamento. Podemos contratar? Assim, sua despesa com os advogados ficaria 20% comigo e 6% com Brasília, para pagamento quando vc receber", escreveu.

O representante da construtora, então, respondeu: "Ok. Confirmado. Pode agilizar. Se for preciso mande contrato para assinar".

No entendimento do desembargador Virgilio de Oliveira Júnior, a troca de mensagens deixa clara que a empresa 'foi informada do valor adicional ao contrato, anuindo de forma expressa, ainda que por aplicativo de mensagens'. Segundo ele, depois de vitoriosa na ação, a construtora 'não pode alegar a falta de um instrumento formal como forma de frustrar as expectativas' do advogado.

"Se aspectos administrativos e formais como intimações já são aceitas por via de aplicativos de mensagens, o que se dirá dos contratos que, em muitas das vezes, exigem velocidade e envolvem partes em locais distantes", afirmou o desembargador Virgilio de Oliveira Júnior, relator do recurso. "Ignorar as modificações sociais implementadas pela tecnologia é parar no tempo, e, no caso dos autos, permitir que o contratante falte com a boa-fé contratual".

O magistrado destacou que 'não se pode ignorar que as contratações, antes formais, tomaram outra forma com o surgimento de correspondências eletrônicas'. "E o direito não pode se colocar a par das vicissitudes do tempo", apontou.

O entendimento foi validado pelos desembargadores da 21ª Câmara de Direito Privado, que reformou a sentença em primeira instância que mandava o advogado devolver o valor adicional à construtora.

A mais nova contratação do Sport, o meio-campista Thiago Neves, enviou ao Atlético-MG uma notificação extrajudicial cobrando R$ 20 milhões e retratação pública após a negociação que não vingou com o clube mineiro. As informações são do Globo Esporte.

No documento, o meio-campista alega existir um termo no acordo com o Galo que "fixou o dever das partes iniciarem, de imediato, vínculo empregatício desportivo". Como o combinado foi descumprindo, o atleta argumenta que deveria receber R$ 20 milhões de multa. 

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O Atlético-MG já tem conhecimento da notificação, mas defende que não houve assinatura de contrato para a prestação de serviços de Thiago Neves. O clube também avalia que o jogador não tem provas documentais para cobrar a multa, podendo ele ser condenado e precisar fazer ressarcimento. Já a defesa do jogador afirma haver inúmeros áudios, mensagens e documentos comprovando a concretização do acordo.

Na notificação, Neves diz ter sofrido "expressivo prejuízo de imagem" e que "possivelmente tenha, sem qualquer motivo aparente, sofrido a pior e maior pecha de sua longeva carreira: a de ter sido desligado antes mesmo de ter sido oficialmente apresentado à imprensa e à coletividade atleticana". Em seguida, ele pede que o Atlético-MG venha a público desagravar o abalo de ordem moral.

O material foi enviado ao Galo na terça-feira (15) com um prazo de 24h para cumprimento do solicitado. Os advogados dizem que vãotomar medidas judiciais caso a situação não seja resolvida.

Thiago Neves estava perto de acerto com o Atlético-MG, mas a contratação foi descartada por pressão da torcida alvinegra. Além de ter tido uma fraca atuação na temporada passada, o jogador passou três anos no Cruzeiro, principalmente adversário do Galo. Ao longo desses anos, ele fez diversas provocações contra o Atlético-MG e sua torcida.

O acerto iminente com o jogador resultou em protesto da torcida alvinegra em frente à sede. Torcedores fizeram campanha nas redes sociais, ameaçaram deixar de serem sócios e a fachada da obra do estádio foi pichada em protesto.

O Procon Recife realiza, na próxima semana, o mutirão online de negociação de dívidas vencidas com bancos. Esta será a segunda vez que o órgão realiza mutirão em formato online. 

De 21 a 25 de setembro, os consumidores poderão negociar seus débitos com as instituições bancárias a partir do site do Procon Recife. O cidadão será conectado ao Consumidor.gov.br, serviço público e gratuito que reúne os Procons do Brasil e tem parceria com a federação dos bancos para solução de conflitos. Segundo o Procon Recife, a plataforma costuma responder ao consumidor em até dez dias após a abertura da negociação.

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O Procon Recife auxiliará na negociação dos consumidores que tiverem dificuldade em acessar a plataforma pelo e-mail procon@recife.pe.gov.br, por redes sociais @proconrecife ou ainda presencialmente, com prévio agendamento no site do órgão.

De acordo com o Procon, o mutirão anterior, de negociação com a Celpe, conseguiu acordos com até 80% de desconto em multas e juros, atendendo mais de 600 consumidores. O próximo mutirão online está agendado para 28 a 30 de setembro, dessa vez para conciliar dívidas com a Compesa.

Israel discute em segredo com vários líderes de países árabes e muçulmanos para normalizar as relações com o Estado hebreu, afirmou neste domingo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

"Há muitos encontros não acompanhados pela mídia com líderes árabes e muçulmanos para normalizar as relações com o Estado de Israel", declarou Netanyahu em Jerusalém, antes de informar que conversou com governantes do Sudão, Chade e Omã.

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Netanyahu fez as declarações na véspera do primeiro voo comercial direto" entre Israel e Emirados Árabes Unidos, após o acordo de normalização entre os dois países anunciado em 13 de agosto, o que o Estado hebreu tenta ampliar para outros países da região.

O primeiro-ministro israelense estava ao lado de Jared Kushner, conselheiro da Casa Branca e genro do presidente Donald Trump.

"Os avanços de hoje serão as normas de amanhã e abrirão o caminho a outros países que querem normalizar suas relações com Israel", completou Benjamin Netanyahu.

Jared Kushner chamou o acordo com os Emirados Árabes de "passo gigante" a favor da paz no Oriente Médio.

Um reflexo da vontade de acelerar a normalização é a viagem de uma delegação israelense-americana, na segunda-feira, no primeiro voo comercial direto entre Tel-Aviv e Abu Dhabi.

No voo "histórico" estarão presentes, além de Kushner, o diretor do Conselho Nacional de Segurança Israelense, Meir Ben-Shabbat, assim como o conselheiro presidencial americano de Segurança Nacional, Robert O'Brien.

Ao mesmo tempo, o líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, afirmou neste domingo que o movimento mataria um soldado israelense para cada membro do grupo morto por Israel, dando a entender que ainda não vingou uma vítima de um bombardeio recente na Síria.

"Os israelenses devem compreender: quando matam um de nossos combatentes, nós mataremos um de seus soldados. É a equação", afirmou Nasrallah em um discurso.

Um combatente do Hezbollah morreu em um bombardeio israelense em 20 de julho na Síria, onde o movimento apoia o regime de Bashar al-Assad.

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