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O procurador-geral da República Augusto Aras enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal contra o pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) para arquivar as investigações sobre o esquema de 'rachadinha' que o filho 01 do presidente é acusado de ter liderado à época em que ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio. No documento, o PGR disse não ver as ilegalidades e o constrangimento ilegal alegados pelo advogado de Flávio, Frederick Wassef.

O parecer foi encaminhado ao gabinete do ministro Gilmar Mendes na última quinta-feira, 5, no âmbito de habeas corpus impetrado por Wassef em maio. O caso corre sob sigilo no STF.

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O processo foi apresentado à corte máxima dois meses depois de o Superior Tribunal de Justiça negar dois recursos da defesa de Flávio, um deles sobre o compartilhamento de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com o Ministério Público do Rio no caso das "rachadinhas".

Os relatórios revelados pelo Estadão apontaram movimentação atípica de R$ 1,2 milhão do ex-assessor Fabrício Queiroz e foram o ponto de partida das investigações, que já resultaram em uma primeira denúncia apresentada no caso. Segundo o MP fluminense, a organização criminosa 'comandada' por Flávio desviou R$ 6,1 milhões dos cofres da Alerj.

O vice-presidente Hamilton Mourão foi às redes sociais neste sábado, 31, para afastar a possibilidade de renunciar ao cargo e dizer que segue o governo Jair Bolsonaro "até o fim", apesar das críticas do chefe do Planalto.

"Desde 2018 tenho viajado pelo Brasil e muitas pessoas falam que votaram na chapa JB-Mourão por confiar em mim. Em respeito a essas pessoas e a mim mesmo, pois nunca abandonei uma missão, não importam as intercorrências, sigo neste governo até o fim", escreveu Mourão no Twitter.

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Na última segunda-feira, 26, Bolsonaro fez críticas à atuação do vice e afirmou que "por vezes" ele atrapalha o governo. Em entrevista à rádio Arapuan, da Paraíba, o presidente disse que a função de vice é similar a do cunhado: "Você casa e tem que aturar, não pode mandar embora", afirmou.

Conforme a CNN informou, Mourão foi aconselhado por um general da reserva próximo a ele no início desta semana a renunciar ao cargo. Mourão teria respondido que não seria ainda o momento para deixar o governo.

O vice-presidente, escolhido por Bolsonaro para compor a chapa da candidatura presidencial em 2018, tenta agora emplacar uma candidatura ao Senado no próximo ano e já flertou com a possibilidade de se lançar ao governo do Rio Grande do Sul.

A relação entre o presidente e o vice ficou mais complicada após Bolsonaro anunciar o senador Ciro Nogueira (PP-PI) como ministro-chefe da Casa Civil, levando um dos caciques do Centrão para o Palácio do Planalto. Na semana passada, ao comentar a escolha, Mourão disse que parte dos eleitores de Bolsonaro, aqueles que teriam votado no presidente por uma questão programática, "podem até se sentir um pouco confundidos".

No Executivo, o vice-presidente ficou responsável por conduzir as ações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia, após pressão internacional sobre o Brasil, mas viu sua função ficar esvaziada. Em abril, a operação Verde Brasil, coordenada por ele, foi encerrada. Além disso, Mourão ficou de fora das reuniões ministeriais promovidas por Bolsonaro no Planalto, até voltar a ser chamado para as conversas no início do mês.

Os países devem adotar "medidas imediatas" contra o "racismo sistêmico" sofrido pelos negros - destacou a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, poucos dias depois da condenação do policial que matou George Floyd nos Estados Unidos.

"O 'status quo' é insustentável", afirmou Bachelet na publicação de um relatório solicitado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU após o assassinato de Floyd em maio de 2020.

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"Precisamos de uma abordagem transformadora que aborde os âmbitos interconectados que estimulam o racismo e levam reiteradamente a tragédias que poderiam ser evitadas, como a morte de George Floyd", completou.

Na sexta-feira, Derek Chauvin, o policial branco que asfixiou com o joelho no pescoço o afro-americano que virou símbolo da violência racial nos Estados Unidos, foi condenado a 22 anos e meio de prisão, uma sentença que reflete o impacto da tragédia.

O relatório afirma que a morte de Floyd, os grandes protestos que desencadeou e o veredicto contra o agente "representam um marco na luta contra o racismo e uma oportunidade transcendental para alcançar um ponto de inflexão a favor da igualdade e da justiça raciais".

"A mobilização mundial para pedir justiça racial forçou um reconhecimento longamente adiado do racismo e reorientou os debates à natureza sistêmica do fenômeno às instituições que o cometem", afirma o texto.

"Exorto os Estados para que deixem de negar e comecem a desmantelar o racismo, para que acabem com a impunidade e estimulem a confiança, para que escutem as vozes das pessoas afro-descendentes, que enfrentem os legados do passado e procurem uma justiça reparadora", completa Bachelet em um comunicado anexo.

Estatísticas étnicas 

Para a alta comissária, o racismo sistêmico implica que a população africana, ou de ascendência africana, está marginalizada econômica e politicamente, sem acesso à educação ou a atendimento de saúde de qualidade, ou sem uma representação adequada na sociedade.

Neste sentido, o relatório pede que os Estados adotem planos de resposta "que envolvam o conjunto do governo e tenham recursos suficientes".

Também recomenda a compilação e a publicação de estatísticas desagregadas por raça, ou etnia, para "entender melhor a magnitude do racismo sistêmico (...) e para avaliar a eficácia das medidas políticas".

Nos países onde os dados são separados, os números são preocupantes, aponta o informe.

No Canadá, um negro tem 20 vezes mais probabilidades de se ver envolvido em um tiroteio fatal com a polícia.

No Reino Unido, há seis controles policiais para cada 1.000 brancos, e 54, para cada 1.000 negros.

E, segundo um relatório da França em 2016, os jovens negros, ou magrebinos, tinham 20 vezes mais probabilidade de passarem por controles de identidade que as demais pessoas.

- Floyd, uma exceção -

O Alto Comissariado também examinou 190 casos de pessoas africanas, ou afro-americanas, falecidas em contatos com as forças de segurança e destacou que, "em muitos incidentes examinados (...) as vítimas não representavam uma ameaça iminente de morte, ou de lesões graves, que justificasse o nível de força utilizado".

Sete "casos representativos" foram examinados de maneira detalhada, incluindo os do colombiano Janner García Palomino e dos brasileiros João Pedro Mattos Pinto e Luana Barbosa dos Reis Santos.

"Com exceção do caso George Floyd, nenhuma pessoa foi declarada responsável por estas mortes, e as famílias ainda aguardam a verdade e a justiça", disse a diretora do departamento de Estado de direito, igualdade e não discriminação do Alto Comissariado, Mona Rishmawi.

"Constatamos que não há um único exemplo em que se tenha tratado da questão das reparações individuais, ou coletivas", acrescentou.

O organismo da ONU também solicitou a aplicação de "mecanismos de controle independentes", além de estimular um trabalho de revisão histórica.

O relatório aponta a "necessidade longamente adiada de enfrentar os legados da escravidão, do comércio transatlântico de escravos africanos e do colonialismo, além de procurar uma justiça reparadora". Também destaca a "falta de reconhecimento oficial da responsabilidade dos Estados", instituições e pessoas que participaram dos fatos e continuam sendo beneficiadas.

O presidente Jair Bolsonaro ainda está à procura de um partido para chamar de seu. Nos últimos dias, fracassaram as negociações para que ele se filiasse ao PRTB porque a cúpula da sigla não aceitou sua exigência de ter controle total dos diretórios. Desde que saiu do PSL, em 2019, Bolsonaro já abriu diálogo com nove partidos, mas até agora nenhum deles aceitou lhe dar carta-branca. Além disso, o presidente não conseguiu tirar do papel o Aliança pelo Brasil, agremiação que queria fundar para disputar novo mandato, em 2022.

Antes do PRTB, Bolsonaro havia mantido conversas com Patriota, PTB, Republicanos, Brasil 35 (antigo PMB), Democracia Cristã (DC), PL, Progressistas e tentou retornar ao PSL. Embora a cúpula do PSL diga que as negociações com Bolsonaro estão encerradas, as tratativas continuam, nos bastidores. Só não avançaram porque o presidente não abre mão de ter ingerência sobre todos os diretórios do partido - inclusive sobre o caixa - e exige a expulsão de deputados contrários a ele.

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Partido do vice-presidente Hamilton Mourão, o PRTB havia iniciado conversas com Bolsonaro antes da morte de seu fundador, Levy Fidelix, no mês passado. Mas a viúva Aldineia Fidelix, atual presidente da legenda, não concordou com as imposições do chefe do Executivo para se filiar.

No fim de abril, Bolsonaro recebeu Levy Filho, Karina e Lívia para uma reunião no Palácio da Alvorada. Além dos três filhos do fundador do PRTB, o encontro também contou com a presença de Karina Kufa, advogada do presidente, e do ministro do Turismo, Gilson Machado. Secretário-geral do PRTB, Levy Filho era o mais entusiasta da ideia da entrada de Bolsonaro e se dispôs a dar a ele controle total do partido. Mas Karina Fidelix, irmã de Levy Filho, resistiu à ideia - ela tem pretensões de herdar o comando da legenda para administrá-la junto com o marido Rodrigo Tavares, hoje presidente da seção paulista do PRTB. Lívia Fidelix, por sua vez, não quis opinar.

Em mais de uma ocasião, o presidente disse que queria ser "dono" de uma sigla. "Estou namorando outro partido, tá? Onde eu seria dono dele; (seria) como alternativa, se não sair o Aliança", afirmou Bolsonaro, em 8 de março, ao conversar com apoiadores, no Palácio da Alvorada.

Tempo

De lá para cá, ele já estabeleceu vários prazos para anunciar seu novo partido, mas as negociações emperraram. Apesar das declarações de Bolsonaro dando conta de que quer uma legenda sobre a qual tenha controle absoluto, articuladores do governo e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) disseram a ele que, com o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ideal é sua filiação em um partido com mais estrutura. Pré-candidato ao Palácio do Planalto, em 2022, Lula é hoje o principal adversário de Bolsonaro.

O vice-presidente do PSL, Antonio Rueda, é quem está à frente das conversas com Bolsonaro, mas nada foi adiante. A avaliação no governo é de que Rueda fez várias promessas de entregar o comando do PSL a Bolsonaro, mas recuou na hora de se comprometer, mesmo porque o deputado Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, veta qualquer acordo nesse sentido.

Bolsonaro deixou o PSL em novembro de 2019 após desavenças com Bivar. O principal motivo para a saída foi a briga por causa do controle do caixa da legenda. Em 2018, o PSL se tornou uma superpotência partidária ao eleger o presidente da República, 54 deputados, quatro senadores e três governadores, na esteira do bolsonarismo. Com isso, o partido deve ter neste ano a maior fatia dos recursos públicos destinados a partidos, de R$ 103,2 milhões.

O Estadão ouviu de integrantes da cúpula do PSL que, para voltar à sigla, Bolsonaro cobrou um "alinhamento ideológico" com pautas do governo e a expulsão de deputados que o atacam, como Júnior Bozzella (SP), Julian Lemos (PB), Joice Hasselmann (SP) e Delegado Waldir (GO). Até o momento, o presidente da legenda, Luciano Bivar, não aceitou nenhuma destas condições.

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) negou nesta quinta-feira, 28, qualquer tipo de apoio a uma eventual paralisação de caminheiros, que ameaçaram iniciar uma nova greve em todo o País.

Por meio de nota, o presidente da CNT, Vander Costa, declarou que "não apoia nenhum tipo de paralisação de caminhoneiros e reafirma o compromisso do setor de transportador com a sociedade".

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Segundo a CNT, "se houver algum movimento dessa natureza, as transportadoras garantem o abastecimento do País, desde que seja garantida a segurança nas rodovias".

O governo acompanha o assunto de perto. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo aos caminhoneiros para que desistam da paralisação da categoria, programada para semana que vem. Ele confirmou a intenção do governo de reduzir tributos sobre o diesel para aliviar a pressão do reajuste do combustível sobre o bolso dos caminhoneiros, mas ressaltou que "não é uma conta fácil de ser feita".

Cada centavo de redução no PIS/Cofins sobre o diesel teria impacto de R$ 800 milhões nos cofres públicos. Bolsonaro esteve nesta quarta-feira, 27, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na sede da pasta. A reunião não estava na agenda oficial de nenhum deles. No encontro, um dos assuntos foi justamente a possibilidade de compensar os caminhoneiros pelo aumento no preço do diesel.

"Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia, apelamos para eles que não façam greve, que todos nós vamos perder", pediu o presidente.

O governo vem diminuindo a possibilidade de os caminhoneiros decretarem greve a partir do dia 1º de fevereiro com o argumento de que as associações que chamaram não são representativas do setor e que, neste momento, o preço do frete está alto por causa da safra agrícola.

Mudança de posição

Em 2018, o então deputado Jair Bolsonaro defendeu a greve de caminhoneiros que protestavam contra a alta no preço dos combustíveis. "Os caminhoneiros buscam soluções para esses problemas, que interessam aos 200 milhões de brasileiros. Não têm encontrado eco no Legislativo. Sobrou-lhes o Executivo, que teima a se omitir. Somente a paralisação prevista a partir de 2ª feira poderá forçar o presidente da República a dar uma solução para o caso", disse Bolsonaro à época, por meio de vídeo divulgado em redes sociais.

Naquele ano, a greve durou 11 dias, provocando uma crise de abastecimento no País e com fortes impactos sobre o crescimento da economia. O Ministério da Fazenda calculou em R$ 15,9 bilhões o prejuízo à economia provocado pela paralisação.

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou, por maioria, recurso do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) para publicar direito de resposta a reportagem publicada pela revista Veja em 2017, intitulada 'A vez dele', sobre investigações da Lava Jato que atingiriam o tucano. O texto revelava que as apurações miravam supostos pagamentos de propinas da Odebrecht que teriam sido depositados na conta de Andreia Neves, irmã de Aécio, em Nova York.

A defesa de Aécio alegou nos autos que a reportagem teria se baseado na delação do ex-executivo da empreiteira Benedicto Junior - porém, após os anexos da confissão do executivo terem se tornado públicos, não foi mencionada nenhuma transação da Odebrecht à Andreia Neves. O pedido foi negado em primeira instância e subiu para o TJSP, que também negou o recurso do tucano.

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Para o desembargador Rodolfo Pellizari, a reportagem não teria utilizado somente a delação de Benedicto Júnior, deixando claro que também foram consultadas outras três fontes sigilosas. "Além disso, em toda a matéria é ressalvado que o pagamento de propina ao apelante foi apenas mencionado na delação de Benedicto Júnior, fato que ainda demandaria apuração em investigação criminal, de modo que a assertiva em momento algum foi dada como certa", afirmou o magistrado.

Pellizari também destaca que a defesa de Aécio não questiona ou rebate o conteúdo das acusações, como o suposto pagamento de propina, mas sim quem teria dito tais acusações.

"Em outras palavras, não questiona o apelante o quê foi dito, mas sim quem teria afirmado um fato, afinal, não seria mentiroso", pontuou o desembargador. "E, não sendo o fato noticiado falso, pouco importa quem foi o autor da afirmação, circunstância que assume caráter secundário e até mesmo irrelevante no contexto da matéria jornalística, insuficiente a eivá-la de ilicitude".

O magistrado enfatizou ainda que Aécio teve oportunidade de se manifestar à reportagem antes da publicação, quando foi procurado pelos repórteres a se manifestar. À época, a assessoria do tucano tratou o caso como uma 'acusação falsa e absurda'.

"Tal circunstância revela o inegável compromisso ético da apelada com os fatos divulgados, dando oportunidade para que todos os envolvidos externassem suas versões", afirmou Pellizari. Ele foi seguido por três dos quatro desembargadores que participaram da sessão da 6ª Câmara de Direito Privado.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO ALEXANDRE FIDALGO, QUE DEFENDEU A EDITORA ABRIL NO PROCESSO

"A Justiça considerou que a imprensa cumpriu o papel de publicar aquilo que, a rigor, naquele momento, era verdadeiro. A defesa provou que a informação sobre as contas no exterior era verdadeira. O texto de resposta é que, se deferido, constituiria uma mentira", completa o especialista em direito de imprensa"

COM A PALAVRA, O ADVOGADO ALBERTO ZACHARIAS TORON, QUE DEFENDE AÉCIO NEVES

Nota da defesa do deputado Aécio Neves

Em 2017, a revista Veja publicou uma matéria falsa, de capa, na qual afirmava que Benedito Júnior, da Odebrecht, teria dito em delação que a empresa fez pagamentos irregulares para o deputado Aécio Neves numa conta movimentada pela irmã dele em Nova York.

Apesar da gravidade da afirmação, a revista não identificava o nome do banco, da agência e nem o número da conta. Tampouco trazia qualquer documento que confirmasse a afirmação feita.

No entanto, documento da PGR de 9 de agosto de 2019, anexo, informa que jamais existiu a delação nos termos em que mencionados pela Veja. Em outras palavras, Benedito Júnior nunca fez qualquer menção ao nome da irmã do senador em suas delações , confirmando a falsidade da reportagem.

A gravidade desse episódio é extrema.

Não se trata de mais uma mentira dita por um delator sob pressão. Nesse caso, a mentira nunca foi dita. A grave reportagem foi simplesmente inventada. Infelizmente, não se sabe por quem e nem com qual objetivo.

Uma das hipóteses é que alguém tenha fingido ser uma fonte, mentido para para a revista, usado a credibilidade do veículo e o levado a enganar seus leitores em nome de seus interesses políticos e pessoais.

Quem teria poder de levar a revista a publicar tal reportagem sem nenhum documento que a comprovasse?

Por que a revista, honrando a sua história de responsabilidade com a sociedade, não reconheceu o erro e informou aos seus leitores como e por quem foi enganada?

O direito ao sigilo de fonte é pilar essencial do regime democrático e precisa ser assegurado. Mas fontes revelam informações verdadeiras. Alguém que engana deliberadamente um veículo de comunicação e prejudica sua reputação por seus próprios interesses não merece se esconder atrás desse nome.

Enfim , nunca existiu a tal conta bancária, nunca existiram os depósitos mencionados. Nunca existiu a delação citada pela revista como fonte da matéria, como afirma a PGR e reconheceu o STF.

A Veja ofereceria um grande gesto de respeito aos seus leitores se, seguindo exemplo de veículos internacionais, revelasse os bastidores dessa falsa reportagem e por que foi levada a cometer tal erro.

O desembargador José Acir Lessa Giordani, da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, negou pedido do escritor Olavo de Carvalho para suspender o pagamento de indenização de R$ 2,9 milhões ao cantor Caetano Veloso. O valor corresponde à multa imposta pela Justiça após o guru bolsonarista desobedecer uma liminar e manter no ar publicações que acusam o artista de pedofilia.

A ação foi movida em 2017 pelo cantor baiano, que cobrou indenização por danos morais por um post feito por Olavo de Carvalho. À época, o escritor acusou Caetano de pedofilia por causa de seu romance com a produtora Paula Lavigne - o relacionamento entre os dois começou quando Paula tinha 13 anos e Caetano, 40. O caso foi aceito pela Justiça, que condenou Olavo a excluir a publicação e pagar R$ 40 mil em indenizações.

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Olavo, no entanto, não deletou os posts mesmo após ter sido pessoalmente intimado nos Estados Unidos, onde reside. A liminar havia previsto que, em caso de descumprimento, uma multa diária de R$ 10 mil seria fixada - por causa disso, a quantia chegou ao valor milionário atual.

Em outubro, a Justiça do Rio condenou Olavo a quitar em até quinze dias a multa, agora estimada em R$ 2,9 milhões, e fixou que, em caso de descumprimento, haverá um acrescimento de 10% do valor. Desde então, o escritor apresenta recursos para adiar ou suspender o pagamento.

Em caráter liminar, o pedido foi negado por ausência de requisitos legais que justificariam o pleito. O recurso agora deve ser apreciado pelo colegiado da 12ª Câmara Cível do Rio.

COM A PALAVRA, OLAVO DE CARVALHO

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com a defesa de Olavo de Carvalho, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

O desembargador Fábio Dutra, da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, negou recurso apresentado pela TV Globo e manteve liminar que proíbe a emissora de divulgar documentos do caso das 'rachadinhas' envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O processo está sob sigilo.

Em nota, a emissora disse que a decisão judicial é um 'cerceamento à liberdade de informar, uma vez que a investigação é de interesse de toda a sociedade'. A TV Globo também afirmou que avalia providências legais cabíveis.

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A liminar que proíbe a emissora de divulgar documentos do caso das 'rachadinhas' foi deferida pela juíza Cristina Serra Feijó, da 33ª Vara Cível do Rio, que alegou risco de dano à 'imagem' de Flávio Bolsonaro caso as peças fossem veiculadas pela TV Globo.

Segundo a magistrada, sua decisão 'não diz respeito propriamente à liberdade de imprensa', mas sim à 'responsabilidade pelos danos causados pela divulgação de documentos e informações'. Ela nega ter cometido censura.

"Embora admirável a atuação do jornalismo investigativo na reconstrução e apuração dos fatos, ela esbarra nos limites da ofensa a direito personalíssimo", afirmou Feijó. "A exposição indevida de documento sigiloso ou a divulgação de informação protegida por sigilo pode vir a comprometer a higidez da investigação".

"Some-se a isto que o requerente (Flávio Bolsonaro) ocupa relevante cargo político e as constantes reportagens, sem qualquer dúvida, podem ter o poder de afetar sua imagem de homem público e, por via transversa, comprometer sua atuação em prol do Estado que o elegeu senador", afirmou a juíza.

A decisão atendeu pedido da defesa do senador, liderada pelos advogados Rodrigo Roca e Luciana Pires. Segundo Flávio, as reportagens investigativas sobre o caso das rachadinhas feitas pela TV Globo 'excedem' os limites da liberdade de imprensa 'ao exibir documentos sigilosos que instruem o procedimento investigatório', como extratos bancários e declarações de imposto de renda, 'fazendo ilações sobre patrimônios e operações financeiras'.

Flávio Bolsonaro é investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa em suposto esquema do qual faria parte seu então assessor Fabrício Queiroz, demitido em 2018 após os primeiros indícios de irregularidades no gabinete do filho do presidente serem revelados. Queiroz foi preso em Atibaia (SP) em junho, e cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro.

Em agosto, extratos bancários de Queiroz anexados à investigação revelaram que o ex-assessor de Flávio depositou 21 cheques em nome da primeira-dama Michelle Bolsonaro. As transações datam de outubro de 2011 a dezembro de 2016, em valores que variam de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Somados, os cheques somam R$ 72 mil.

Movimentação semelhante foi descoberta na conta de Márcia Aguiar, mulher de Queiroz. Registros indicam que ela depositou outros seis cheques para Michelle no valor total de R$ 17 mil.

Entidades criticaram censura enquanto juíza alegou ter feito decisão técnica

Após a decisão, a juíza Cristina Serra Feijó divulgou nota de esclarecimentos no site da Associação dos Magistrados do Rio sobre sua decisão que proibiu a TV Globo de exibir documentos do caso das 'rachadinhas'. Segundo ela, a liminar foi 'exclusivamente técnica'.

"A decisão visa preservar a segurança da investigação e a intimidade dos envolvidos", afirmou, negando se tratar de censura. "A decisão não determina censura a conteúdo previamente divulgado, muito menos a retirada de reportagens do ar".

A censura da magistrada provocou forte reação de entidades que defendem a liberdade de imprensa. Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) criticou a censura e disse que a decisão atenta 'contra a liberdade de imprensa, cerceia o direito da sociedade de ser livremente informada'. "Isso é ainda mais grave quando se tratam de informações de evidente interesse público", apontou a ANJ.

A Associação Brasileira de Imprensa comparou a liminar a um ato da ditadura militar que cerceou a liberdade de imprensa no Brasil. "Parece estar se tornando praxe no país a censura à imprensa, tal como existia no tempo da ditadura militar e do AI-5", diz a ABI. "É mais um atropelo à liberdade de expressão. É urgente que o STF restabeleça o império de lei".

O presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Träsel, também criticou a censura imposta pela Justiça do Rio.

"Consideramos qualquer tipo de censura prévia inaceitável numa democracia, sobretudo quando o alvo da cobertura jornalística é uma pessoa pública cujo mandato foi outorgado pelo voto, o que lhe traz a obrigação de prestar contas à sociedade. Não tivemos acesso à sentença, mas uma medida como essa exigiria razões excepcionais para se justificar", afirmou. "A decisão da 33ª Vara Cível do TJRJ dificulta a cobertura jornalística das graves denúncias contra o senador Flávio Bolsonaro, violando a liberdade de imprensa e o direito à informação".

O senador Flávio Bolsonaro celebrou a medida. "Não tenho nada a esconder e expliquei tudo nos autos, mas as narrativas que parte da imprensa inventa para desgastar minha imagem e a do Presidente Jair Messias Bolsonaro são criminosas. Juíza entendeu que isso é altamente lesivo à minha defesa. Querer atribuir a mim conduta ilícita, sem o devido processo legal, configura ofensa passível, inclusive, de reparação", disse o senador.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou a federalização do caso Marielle Franco. A decisão veio após sessão ordinária que está sendo realizada por videoconferência nesta quarta-feira, 27. Com isso, a investigação sobre o assassinato da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes, continuará sob responsabilidade da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio (MPRJ).

O pedido de federalização do caso havia sido feito em 2018 pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, como um de seus últimos atos à frente da PGR. Na ocasião, ela ainda denunciou o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Rio, Domingos Brazão. O caso foi resultado de uma investigação da investigação feita pela Polícia Federal para apurar se a Polícia Civil do Rio estava obstruindo a elucidação do caso.

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Familiares de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assim como o próprio MPRJ, sempre se manifestaram contra a federalização do caso. Apesar da demora na elucidação do caso - dois ex-PMs estão presos acusados de cometer o crime, mas ainda não foi identificado o mandante ou a motivação -, parentes de Marielle consideram que uma federalização do caso poderia atrasar ainda mais a investigação.

A defesa de Élcio de Queiroz, um dos acusados do crime, e a Procuradoria Geral da República, por sua vez, se manifestaram a favor da mudança para a esfera federal. Além de uma suposta ineficiência dos órgãos de investigação estaduais, havia a alegação de que os dois assassinatos ocorreram em um período em que o estado do Rio passava por uma intervenção federal e que, portanto, a segurança pública estava a cargo da União.

Nesta quarta, a ministra do STJ Laurita Vaz, relatora do pedido de deslocamento de competência para a esfera federal, considerou que não foram apresentados motivos consistentes para a transferência do caso. Em seu voto, ela ponderou ainda que não existe uma "melhor polícia ou melhor órgão do Ministério Público" para apurar as circunstâncias do crime. O voto da relatora foi acompanhado por outros quatro ministros. A sessão do STJ prossegue.

O ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou novo recurso apresentado pelo senador Flávio Bolsonaro para suspender as investigações do suposto esquema de rachadinhas que ocorreram em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A decisão barra pedido da defesa para levar ao colegiado da Corte a decisão do próprio ministro que, em abril, negou paralisar o caso.

O mérito do recurso trata de supostas ilegalidades na decisão do juiz Flávio Itabaiana, responsável pela autorização de quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador em abril do ano passado. Em março, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio determinou, por maioria, que não houve ação ilegal no caso.

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A defesa de Flávio Bolsonaro afirma que Itabaiana justificou em apenas um parágrafo todas as 87 páginas do pedido do Ministério Público que fundamentam a decisão da quebra de sigilo.

O Ministério Público investiga supostos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro no gabinete de Flávio Bolsonaro. O ex-chefe de gabinete Fabrício Queiroz seria o principal operador do esquema - ele já admitiu que recolhia parte dos salários dos servidores, mas negou crime.

Segundo o Ministério Público Estadual, sob estrutura criminosa montada com ex-assessor parlamentar (operador do esquema denominado de rachadinha), Flávio Bolsonaro teria desviado em proveito próprio o salário de assessores parlamentares, alguns deles fantasmas, e disfarçado os valores sob a forma de distribuição de lucros em empresa de comércio alimentício da qual sócio e por meio de negociações imobiliárias super e subfaturadas.

As investigações do caso Queiroz evoluíram após quebra de sigilo bancário e fiscal contra Flávio, sua esposa, Fernanda Bolsonaro, e as contas da Bolsotini, loja de chocolates do senador. Em novembro, o Ministério Público do Rio apontou que Queiroz teria recebido R$ 2 milhões repassados por servidores de Flávio, e que parte do dinheiro desviado teria sido lavado na Bolsotini.

A quebra do sigilo bancário de Flávio Bolsonaro cobriu movimentações de janeiro de 2007 a dezembro de 2018 enquanto o levantamento do sigilo fiscal ocorreu entre 2008 e 2018. À época da solicitação, o Ministério Público apurava movimentações de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz, detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e reveladas pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Defesa

A reportagem entrou em contato com o criminalista Frederick Wassef, que defende o senador Flávio Bolsonaro, e aguarda resposta.

O ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, rejeitou pedido do senador Flávio Bolsonaro para suspender as investigações do caso Queiroz, que correm na Justiça Estadual do Rio de Janeiro. O pedido foi feito pelo advogado Frederick Wassef, que defende o filho do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que mira suposta "rachadinha' - desvio de salário de servidores - à época em que o parlamentar era deputado estadual no Rio.

Trata-se de um recurso da defesa contra uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio, que também rejeitou liminar requerida pelo senador.

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Caso Queiroz

O ponto de partida da investigação da Promotoria do Rio sobre Flávio é o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras que aponta movimentação suspeita do ex-policial militar Fabrício Queiroz, homem de confiança do clã Bolsonaro.

Nessa investigação, o Ministério Público conseguiu na Justiça Estadual do Rio a quebra do sigilo bancário do senador Flávio Bolsonaro (PSL), por suspeita de "fantasmas" e "laranjas" em seu gabinete na Assembleia Legislativa - quando exercia o mandato de deputado -, além de compra e venda sub e superfaturada de imóveis.

Movimentações bancárias suspeitas atribuídas a Queiroz foram apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão vinculado ao Ministério da Economia apontou movimentação de R$ 1,2 milhão em um ano.

As investigações miram 94 pessoas, divididas por núcleos no entorno do senador. O inquérito atinge 37 imóveis supostamente ligados ao parlamentar.

De acordo com a Promotoria, "não parece crível a insinuação da defesa de que a liderança da organização criminosa caberia ao próprio Queiroz, um assessor subalterno, que teria agido sem conhecimento de seus superiores hierárquicos durante tantos anos".

O produtor cultural e músico Oswaldo de Camargo Filho, mais conhecido como Wadico Camargo, repudiou a nomeação do irmão Sérgio Nascimento de Camargo para a presidência da Fundação Palmares. "Tenho vergonha de ser irmão desse capitão do mato", disse Oswaldo através de seu perfil no Facebook. 

Além disso, o músico assinou um abaixo-assinado pela troca do presidente da Fundação Palmares, o seu irmão Sérgio Nascimento. O órgão foi criado para defender e fomentar a cultura e manifestações afro-brasileiras. 

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Nomeado na quarta-feira (27), o novo presidente da Fundação Palmares, instituição ligada à Secretaria Especial de Cultura, afirmou em suas redes sociais que o Brasil tem um "racismo nutella", defendeu a extinção do feriado da Consciência Negra e declarou apoio irrestrito ao presidente Bolsonaro.

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Entre janeiro e agosto, Pernambuco conseguiu realizar 315 transplantes de rim. O número representa um acréscimo de 22% no número de transplantes em comparação a 2017, quando houve 259 procedimentos. O rim é o órgão que possui a maior fila de espera no Estado, com 794 pacientes.

Entre janeiro e agosto de 2018, as Organizações de Procura de Órgãos (OPO) e Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos (Cihdotts) realizaram 227 entrevistas com familiares de pacientes com diagnóstico de morte encefálica. Desse total, 122 famílias autorizaram a doação do órgão ou tecido do seu ente querido (53,74%) e 105 recusaram (46,26%). Nos meses de julho e agosto, a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) registrou os menores percentuais de recusa, de 34% e 29%, respectivamente.

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“Um dos maiores desafios para a Central de Transplantes é fazer com que o percentual de recusa familiar para a doação de órgãos reduza a cada ano. Para isso, estamos investindo nos treinamentos e capacitações para profissionais de saúde, inclusive para os que não estão envolvidos diretamente no processo da doação, mas atuam na área da assistência das unidades hospitalares. Este ano, um dos nossos avanços foram as capacitações sobre morte encefálica para mais de 190 médicos da rede estadual, onde abordamos, além do protocolo, a importância do acolhimento e entrevista familiar após confirmada a morte encefálica do paciente", ressaltou a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes.

Córnea

Desde julho de 2017, Pernambuco está com o status de córnea zero. Isso não significa ausência de pessoas em fila de espera, mas que todo paciente que tiver indicação para um transplante de córnea, depois de realizar os exames necessários para ser inscrito an fila de espera, fará o procedimento em até 30 dias. 

Em 2018, foram realizados 529 transplantes do tecido, 24% a menos do que em 2017. Entre os hospitais captadores, destacam-se o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), com 127 doações; Imip, 78; Hospital da Restauração (HR), 64; e Hospital Mestre Vitalino, 54.

Medula Óssea

A medula óssea é um tecido que é doado em vida. Para ser doador, é preciso fazer o cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Em Pernambuco, o cadastro é feito no Hemope. Para doar, é preciso ter entre 18 e 55 anos e levar RG e CPF. Além de uma palestra informativa sobre a doação de medula óssea, será feita a coleta de uma amostra de sangue do possível doador para os testes de compatibilidade. O possível doador poderá ajudar alguém em qualquer lugar do Brasil e do mundo.

Balanço de 2018

De janeiro a agosto deste ano houve um aumento de 13,6% nos transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas), aqueles doados quando há a morte encefálica do paciente – o rim e parte do fígado também podem ser doados em vida. Foram 450 órgãos transplantados este ano, contra 396 no mesmo período de 2017.

 Quando se juntam os órgãos sólidos com os tecidos (medula óssea e córnea), somam-se 1.129 transplantes, uma diminuição de 9,27% em relação a 2017, com 1.241 procedimentos.

Em 2018, foram realizados 529 transplantes de córnea (696 em 2017 / – 24%), 315 de rim (259 em 2017 / + 22%), 147 de medula óssea (147 em 2017), 97 de fígado (90 em 2017 / + 8%), 33 de coração (40 em 2017 / – 18%), além de 3 de rim/pâncreas e 2 de fígado/rim.

 Recorde

Durante todo o ano de 2017, Pernambuco concretizou 1.790 transplantes, o maior quantitativo de procedimentos desde a criação da CT-PE, em 2015. O número é 22,27% maior do que o mesmo período de 2016, com 1.464 procedimentos.  O maior crescimento foi nos transplantes de coração, com 54 em 2017 e 38 em 2016 (aumento de 42%). Em seguida, vem rim: 129 em 2017 e 112 em 2016 (aumento de 41%). Ainda foram realizados 225 procedimentos de medula óssea (187 em 2016 – crescimento de 20%), 968 de córnea (827 em 2016 – ampliação de 17%), 129 de fígado (112 em 2016 – aumento de 15%). Também foram feitos 6 transplantes de rim/pâncreas, 2 de fígado/rim e 2 de válvula cardíaca.

Fila de espera

De acordo com o último balanço da CT-PE, 1.067 pessoas estão em fila de espera por um órgão ou tecido. O maior quantitativo é para rim (794), seguido de fígado (117), córnea (111), medula óssea (29), coração (11) e rim/pâncreas (5).

Morte encefálica

A morte encefálica acontece quando o cérebro perde a capacidade de comandar as funções do corpo, como consequência de uma lesão conhecida e comprovada. Nesse caso, o paciente é um potencial doador de órgãos sólidos e tecidos (coração, rins, pâncreas, fígado e córneas) – já que, apesar de não haver mais atividade cerebral, os órgãos continuam em funcionamento com a ajuda de aparelhos. De acordo com resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), atualizada no final de 2017, o diagnóstico de morte encefálica deve ser iniciado em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente.

A morte deve ser atestada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e de transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos. Além do exame clínico, com um intervalo mínimo de uma hora entre o primeiro e o segundo, o paciente deve ser submetido a um teste de apneia e a exames complementares. Entre os exames a serem realizados, podem ser feita a angiografia cerebral, o eletroencefalograma, o doppler transcraniano e a cintilografia. O laudo deve ser assinado por profissional com comprovada experiência e capacitação para a realização desse tipo de exame.

Com informações da assessoria

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, por unanimidade, recurso em que Tatiane Verona Vargas pedia a retificação de registro civil para alterar o prenome, de Tatiane para Tatiana. De acordo com o colegiado, "faltou fundamento razoável para afastar o princípio da imutabilidade do prenome e tornar possível a alteração do registro assentado na certidão de nascimento".

As informações foram divulgadas pelo STJ. O juízo de primeiro grau já havia considerado o pedido improcedente, mas a apelação foi provida pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) em um primeiro julgamento, por maioria de votos.

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O Ministério Público opôs embargos infringentes contra a decisão, que acabou reformada pelo tribunal, confirmando-se a sentença de primeira instância.

Ao STJ, os advogados de Tatiane pediram a reforma do acórdão da Corte estadual alegando que a alteração do seu prenome "não acarretaria qualquer prejuízo" e que foi devidamente comprovado nos autos que ela é conhecida, na cidade em que reside, como Tatiana, e não Tatiane.

Para o relator do recurso especial, ministro Marco Aurélio Bellizze, a regra no ordenamento jurídico é a imutabilidade do prenome, elemento que designa o indivíduo e o identifica perante a sociedade. Todavia, explicou, a modificação é possível nas hipóteses previstas em lei e em determinados casos admitidos pela jurisprudência.

O relator destacou que, no caso em análise, não foi possível verificar nenhuma circunstância que justificasse a alteração pretendida, pois não há erro de grafia do nome e "tampouco é possível reconhecer que o mesmo cause qualquer tipo de constrangimento à autora perante a sociedade".

Segundo Bellizze, "o mero desejo pessoal do indivíduo, por si só, isto é, sem qualquer peculiaridade, não justifica o afastamento do princípio da imutabilidade do prenome".

De acordo com o ministro, a alegação de que a recorrente é conhecida "popularmente" como Tatiana, e não Tatiane, desacompanhada de outros elementos, "não é suficiente para afastar o princípio da imutabilidade do prenome, sob pena de se transformar a exceção em regra".

"No caso em exame, analisando-se a causa de pedir da ação de retificação de registro civil, não é possível verificar nenhuma circunstância excepcional apta a justificar a alteração do prenome da ora recorrente, que hoje conta com 39 anos de idade", argumentou.

"Com efeito, não há que se falar em erro de grafia do nome da autora, porquanto o prenome 'Tatiane' é perfeitamente comum na sociedade, tampouco é possível reconhecer que o mesmo cause qualquer constrangimento", anotou o ministro.

O advogado Ivan Alves Dias, que defende Tatiane, comentou a decisão. "Embora não conste na noticia do STJ, o Ministério Público Federal foi favorável ao nosso recurso para que se alterasse o nome dela para que ela se chamasse Tatiana, porém, os ministros então decidiram em maioria que o recurso não deveria prosperar. Claro que ainda cabe recurso, mas ainda estamos esperando contato da cliente para saber se vamos recorrer ou não. Do nosso ponto de vista, (o pedido) é cabível e deveria ser provido, mas respeitamos a decisão do STJ".

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de suspender prazo para apresentação de defesa em investigação que corre no Supremo. O tucano havia solicitado a suspensão na última segunda-feira (11), em inquérito que o investiga por corrupção passiva e obstrução de justiça.

A justificativa da defesa ao ministro relator do caso era de que precisavam ser anexadas aos autos do processo todas as gravações feitas pelos executivos da J&F, e que, até que isso seja feito, o prazo para apresentação da defesa deveria ficar suspenso.

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Para Marco Aurélio, a defesa prévia deve ser considerada a partir da denúncia e dos dados que a embasam. "Tem-se pedido contrário à organicidade do Direito. Destaque-se que, na fase própria, presente o curso natural de eventual processo-crime, poderão as defesas requerer diligências que entenderem pertinentes, ante o princípio da ampla defesa e do contraditório", disse o ministro ao negar a solicitação de Aécio.

Provas

Segundo os advogados, na petição feita na segunda-feira, desde que o inquérito foi instaurado, tornaram-se públicas várias outras provas que influenciaram o processo de investigação sobre Aécio, "seja porque dizem com (i)legalidade das gravações aqui utilizadas, seja porque relacionam-se com o seu mérito", dizia trecho do documento, referindo-se às suspeitas e acusações que rondam a delação premiada firmada entre os executivos da J&F e o Ministério Público Federal.

Aécio Neves responde, atualmente, a nove inquéritos no âmbito do STF. Este, em que o senador solicitava por mais prazo, foi originado por denúncia feita em junho deste ano pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acusa o tucano de ter solicitado e recebido propina de R$ 2 milhões, além de atuar para impedir o avanço das investigações da Operação Lava Jato.

Aécio nega as acusações. Quando Janot apresentou a denúncia contra o senador, a defesa do tucano divulgou nota na qual lamentou o "açodamento" no processo e apontou que "diversas diligências de fundamental importância" não haviam sido realizadas à época.

O presidente da TIM, Rodrigo Abreu, reafirmou nesta terça-feira (9) que a companhia não está à venda. Ao chegar para o 58º Painel Telebrasil, organizado pela Associação das Empresas de Telecomunicações que atuam no País, ele voltou a dizer que a posição da Telecom Itália em relação ao Brasil não mudou.

"Temos o compromisso de longo prazo com o País, que se manifesta, inclusive, pela nossa participação incondicional no leilão de 4G na faixa de 700 MHz", disse Abreu, repetindo as mesmas colocações já feitas na semana passada após encontro com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

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Abreu chegou ao hotel onde é realizado o evento em Brasília junto com o presidente da Telefônica Vivo, Antônio Carlos Valente, que não falou com a imprensa.

A Justiça mineira negou pedido de aborto para uma mulher que sofre de problemas cardíacos. Apesar de a gravidez ser de risco, o juiz Geraldo Carlos Campos, titular da 32ª Vara Cível de Belo Horizonte, ressaltou que a mulher fez um aborto com autorização judicial no ano passado e não tomou qualquer medida contraceptiva.

A primeira gravidez da mulher ocorreu no início do ano passado. Ela recorreu à Justiça para abortar por causa do risco, já que é portadora de miocardiopatia dilatada familiar, patologia que a impede de levar a gravidez adiante. O Judiciário autorizou o aborto, mas orientou o casal sobre a necessidade de "estabelecimento de método de contracepção eficaz e definitivo".

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O casal não adotou qualquer medida e agora, no oitavo mês de gestação, pediu outra autorização para interromper a nova gravidez. O juiz ressaltou que, no caso de gravidez de risco, a lei defende a mãe, mas o processo "não deixa de ser um ato voluntário". E o magistrado negou o novo pedido com a justificativa de que o casal é formado por pessoas "maduras e esclarecidas", mas que tiveram uma "conduta negligente" e, diante disso, a gravidez era "previsível".

O Ministério da Defesa a Rússia negou nesta sexta-feira que seu país esteja em negociação para a abertura de instalações militares em Cuba, no Vietnã e nas Ilhas Seychelles, considerando como uma "fantasia" da mídia as informações divulgadas anteriormente.

A negação ocorreu depois de a agência de notícias russa RIA Novosti ter noticiado, citando como fonte do comandante-em-chefe da Marinha russa, que a Rússia trabalhava na abertura de novas bases navais no exterior. Mas na noite desta sexta-feira, o Ministério da Defesa disse em comunicado que Viktor Chirkov não fez uma declaração oficial sobre o assunto.

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"Questões que dizem respeito às relações entre países não estão sob jurisdição do comando naval russo, então não devem ser apresentadas pela mídia desta forma", disse o Ministério.

"A aparição de tal informação é meramente uma fantasia da mídia que opta pelo sensacionalismo em vez da ética profissional", diz o comunicado. A suposta declaração de Chirkov foi feita antes de uma reunião entre o presidente russo Vladimir Putin e seu colega vietnamita Truong Tan Sang, nesta sexta-feira.

A Marinha soviética teve uma base naval em Cam Ranh, no sul do Vietnã, mas em 2001, Putin decidiu fechar o local. A única base russa fora da antiga União Soviética fica no porto de Tartus, na Síria.

Embora analistas vejam Tartus como um ativo estratégico para Moscou no Mediterrâneo, sua infraestrutura é extremamente modesta, com algumas dezenas de militares no local e visitas breves de embarcações da Marinha russa.

Em Washington, um porta-voz do Pentágono disse que os Estados Unidos não estão preocupados com as ações russas para o estabelecimento de bases estrangeiras. O governo russo tem interesse em várias partes do mundo e é seu direito promover esses interesses", afirmou George Little.

Ele lembrou que os Estados Unidos buscam relações mais próximas com o Vietnã. "Eles permitiram que navios de suprimento norte-americanos entrem em suas águas territoriais, o que inclui a baía de Cam Ranh", disse ele. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

A Capitania dos Portos do Espírito Santo informou no fim da tarde desta quinta-feira que não foram identificados indícios de vazamento de óleo na costa do Estado após um sobrevoo na área. Uma equipe da Marinha investigou a existência do suposto vazamento quando recebeu a informação, de manhã, de que uma mancha fora avistada próximo à plataforma P-57, operada pela Petrobras no Campo de Jubarte, na Bacia de Campos.

A mancha teria sido avistada por petroleiros que voltavam do trabalho, na quarta-feira, mas o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) não confirmou a informação. Segundo Eneias Zanelato Carvalho, secretário de Comunicação do Sindipetro-ES, a entidade entrou em contato com funcionários da P-57 e ninguém confirmou a existência da mancha.

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Em nota, a Capitania dos Portos do Espírito Santo informou que fez um sobrevoo de 40 quilômetros de raio em volta da P-57. A aeronave utilizada foi colocada à disposição pela Petrobras. "Não há nenhum indicio de vazamento ou mancha de óleo", diz a nota.

Para Zanelato, foi um "alarme falso". No comunicado, a Capitania dos Portos explica que "verificou-se um sombreamento de nuvens ocasionado por raios solares, fenômeno comum na região, nesta época do ano, e constantemente confundido com manchas ou poluição".

O campo de Jubarte integra o chamado Parque das Baleias, área produtora da Bacia de Campos, a 80 quilômetros do litoral do Espírito Santo. Jubarte tem produção na camada pré-sal, mas a P-57 produz apenas no pós-sal, segundo a assessoria de comunicação da Petrobras.

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