Tópicos | Magno Martins

Palco histórico de uma guerra política sangrenta que parecia ter chegado ao fim entre os grupos Ferraz e Novaes, o município de Floresta, a 433 km do Recife, voltou a conviver com o estigma da violência e do medo. Em ofício enviado ao governador Paulo Câmara, subscrito por todos os vereadores, a sociedade fez um alerta e cobrou providências.

No documento, encaminhado também ao presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa, há um relato da ocorrência de 20 crimes ao longo deste ano. As últimas três vítimas foram os agentes penitenciários Adelson Ferraz Filho e Ilo Leite, além do policial civil Arnaldo Marques. Diante dessas novas ocorrências, o Governo enviou uma força-tarefa ao município, mas o que a população exige é o mesmo tratamento dado a Serra Talhada.

Diante de uma série de crimes em consequência da morte de um vereador, que fez surgir na cidade boatos de que havia uma lista de 20 marcados para morrer, o Governo fez uma operação gigantesca para devolver à paz à população, aumentando o efetivo e designando delegados especiais, o que em tempo recorde surtiu o efeito esperado, devolvendo a tranquilidade aos moradores.

Já no caso de Floresta, há silêncio e até conivência por parte do Governo, enquanto ninguém tem conhecimento das razões que levaram o governador a não responder as reivindicações da população manifestadas pelos vereadores. “A população de Floresta clama por uma resposta por parte das autoridades competentes do nosso Estado”, reclama o vereador Francisco Ferraz Novaes Neto, um dos que assinaram o documento até agora sem resposta.

Os vereadores apelaram também ao secretário de Planejamento, Danilo Cabral. Em novo ofício informaram que o clima na cidade é de insegurança e tensão. O mais grave da situação é que nenhum dos 20 crimes ocorridos ao longo deste ano foram elucidados pela Polícia.

Em ofício ao presidente da Assembleia Legislativa, o juiz Gabriel Augusto Pinto, da Comarca de Floresta, alerta para o envolvimento de políticos, quando diz: “É de se estranhar a conduta de representantes do Poder Legislativo local e estadual no momento da prisão de acusados, tentando, ao que tudo indica, interferir de alguma forma em seu benefício. Alguns deles chegaram a comparecer à delegacia de polícia sem que houvesse qualquer convocação para tanto”.

Enquanto o juiz deixa o presidente da Alepe informado sobre o possível envolvimento de deputados, a população pede ao governador que interfira efetivamente em Floresta, para que novas vidas não sejam ceifadas pedindo que a polícia judiciária disponibilize uma Força Tarefa policial nos mesmo moldes da que atuou no vizinho município de Serra Talhada.

BANDIDAGEM – A Procuradoria Geral da República (PGR) informou haver “indícios suficientes” de que as contas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no exterior, são “produto de crime". A PGR pediu o bloqueio e o sequestro das contas. Segundo a procuradoria, entre 2002 e 2014, a evolução patrimonial do parlamentar foi de 214%. As contas no exterior não constam entre valores declarados à Justiça Eleitoral. A PGR quer apurar suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro em razão de quatro contas na Suíça atribuídas ao parlamentar.

Cheiro podre no ar – O ex-presidente Lula partiu para o jogo sujo ao orientar os parlamentares petistas a não agredirem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com um puxão de orelha em público, numa reunião com a bancada do PT, Lula cobrou uma postura de alinhamento a Cunha. Na prática, ele acha que salvando o presidente da Câmara da degola no Conselho de Ética a presidente Dilma, consequentemente, escapa do impeachment.

Saída urgente – O governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que a indefinição quanto à permanência da presidente Dilma só amplia a crise política e econômica. Segundo o socialista, a situação tem que ser resolvida "por um caminho ou por outro". Câmara, juntamente com os govenadores do Distrito Federal e da Paraíba, Rodrigo Rollemberg e Ricardo Coutinho, respectivamente, é uma das vozes mais atuantes na defesa de que não existem elementos suficientes para a abertura de um processo de impeachment contra Dilma.

Ainda com a maioria – O termômetro de que a permanência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no cargo piorou ao longo desta semana foi que, ontem, voltaram a ganhar força as conversas sobre sua sucessão no comando da Casa. O grupo mais próximo de Cunha avalia que, hoje, ele tem votos favoráveis de 14 dos 21 integrantes do Conselho de Ética, o que é uma margem pequena de segurança.

Oposição mostra força na OAB – O lançamento da chapa É Hora de Mudar a OAB, com Jefferson Calaça cabeça e Raissa Braga vice, atraiu um grande número de aliados. Segundo a assessoria do candidato, mas de 1,5 mil estiveram presentes. O encontro contou com a presença de várias lideranças da advocacia no Recife e em cidades do Interior, como Jaboatão, Olinda, Belo Jardim, Caruaru, Surubim, Catende, São Bento do Una, Salgueiro, Petrolina, Serra Talhada, São Caetano e Floresta. “Nunca na história das eleições da OAB-PE um público tão expressivo prestigiou o lançamento de uma chapa”, comemorou Calaça.

CURTAS

PALANQUE ÚNICO– Em Caruaru, o governador Paulo Câmara reuniu, ontem, num ato para anunciar o efetivo militar e entregar a extensão do Porto Digital, as três lideranças que se enfrentarão nas urnas nas eleições do ano que vem: os grupos dos Lyra, dos Queiroz e de Tony Gel. Queiroz e Lyra, que trocaram farpas recentemente, se cumprimentaram friamente.

LANÇAMENTOS – Minha agenda de lançamentos do meu livro Perto do coração na semana que vem será a seguinte: Taquaritinga do Norte na terça-feira, Palmares na quarta-feira e Camaragibe na quinta-feira. Todos estão marcados para às 19 horas na Câmara de Vereadores.

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A crise fenomenal que o País atravessa obriga que todos os governantes mudem conceitos, revejam programas, estratégias e o tamanho dos orçamentos para atravessar o período mais difícil, segundo os economistas, que começa agora neste segundo semestre, com agravamento entre outubro e dezembro.

Depois do governador Paulo Câmara (PSB), que cortou despesas em torno de R$ 1 bilhão, na última quinta-feira foi a vez do prefeito Geraldo Júlio (PSB), que cortou, literalmente, na carne, quando optou pelo corte de pessoal, atingindo os servidores em cargos comissionados. Geraldo foi mais além.

As medidas de redução de gastos da Prefeitura irão bem mais além do que o corte de 300 cargos comissionados previsto inicialmente. De acordo com o secretário de Administração, Alexandre Rebêlo, a meta é economizar R$ 190 milhões até o final deste exercício. Medidas incluem corte de 50% nas despesas com publicidade, proibição de viagens nacionais e internacionais [com exceção das que forem para obtenção de recursos], devolução de 189 veículos alugados e redução de 15% nos contratos dos setores administrativos.

"Todas as receitas nossas estão inferiores ao que se esperava. Não só o FPM, como o ISS e o IPTU", justificou o secretário. Segundo ele, as quedas nas receitas municipais ao longo de 2015 devem chegar a R$ 290 milhões. A diferença de R$ 100 milhões anunciada entre o déficit e a economia obtida com as medidas deverá ser coberta por uma série de ações tomadas pela administração municipal nos últimos meses como o mutirão da dívida ativa e renegociação, que incorporou outros R$ 195 milhões aos cofres do município.

Somente com o corte de cargos comissionados a Prefeitura espera economizar R$ 11 milhões ao ano. Este será o segundo corte efetuado nos cargos comissionados Em 2013, o prefeito anunciou uma série de desligamentos e reduziu estas vagas para um total 1.328 cargos. Ao longo dos anos, porém, este úmero voltou a crescer e alcançou 2.593 funcionários, um aumento de 95,2%, número semelhante ao existente na gestão do prefeito João da Costa (PT).

Apesar das dificuldades, o secretário informou que a meta de investimentos, que é de R$ 400 milhões até o final do ano, será mantida. Segundo ele, as mais de 40 obras em andamento não serão afetadas pelos cortes. Se o prefeito conseguir manter essas obras de fato, o Recife, felizmente, sofrerá menos com a danosa crise que se alastra em todos os setores da atividade industrial e na área pública.

TEMER E A CRISE– A assessoria do vice-presidente Michel Temer divulgou, ontem, nota oficial, na qual repudia as "teorias" de que ele age como conspirador e afirma que a "divisão" e a "intriga" agravam a crise política e econômica. De acordo com o texto, a nota foi motivada por reportagens, artigos e análises publicados neste fim de semana. “Temer trabalha e trabalhará junto à presidente Dilma para que o Brasil chegue em 2018 melhor do que está hoje. Todos seus atos e pronunciamentos são nessa direção”, diz um dos trechos da nota.

Rumo à Presidência– Depois da entrevista do deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) nas páginas vermelhas da revista IstoÉ que está nas bancas, na qual afirma que a presidente Dilma não resistirá à queda, o que se fala em Brasília é que o político pernambucano reforçou, ainda

mais, o seu conceito de que é o mais preparado e experiente para assumir a Presidência da Câmara dos Deputados numa eventual cassação do mandato do presidente Eduardo Cunha(PMDB-RJ), envolvido na operação Lava Jato.

Ministros investigados– O ministro Teori Zavascki aceitou o pedido do procurador geral da República, Rodrigo Janot, para investigar o ministro Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014. O pedido tem por base o depoimento de Ricardo Pessoa, presidente da UTC, que diz ter sido “convencido” pelo ministro a contribuir para campanha se quisesse continuar a ter contrato na Petrobras. O ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil, também será investigado no inquérito que apura as campanhas de 2006, que reelegeu o ex-presidente Lula, e de 2010, vencida pela presidente Dilma.

Conspirador– Michel Temer sente, contam aliados, que se tornou alvo de fofocas e insinuações de infidelidade no Palácio do Planalto desde que fez um apelo público pedindo a unificação do País em meio a um dos momentos mais críticos da crise. Ele ainda não superou a reação que houve na ocasião, dentro do governo – especialmente por parte de ministros petistas –, por conta do trecho do pronunciamento no qual disse que "é preciso que alguém tenha capacidade de reunificar a todos, de reunir a todos". À época, ministros do PT ventilaram que a frase indicava a atuação de um conspirador.

Aécio aposta em Raquel– Se o ex-governador João Lyra Neto não assegurar o controle da legenda do PSB em Caruaru, o caminho mais natural do seu grupo será o PSDB. Lyra não tem apenas o aval do diretório estadual, já manifestado pelo presidente Antônio Moraes, mas também da cúpula nacional. O senador Aécio Neves, presidente do partido, com quem Lyra tem uma excelente relação, está torcendo para o ex-governador e sua filha, a deputada estadual Raquel Lyra, ingressem no partido, porque acreditam no potencial de Raquel para conquistar a Prefeitura de Caruaru.

CURTAS

DROGAS- O prefeito Geraldo Júlio prestigiou, na noite do último sábado, o evento Recife sem drogas, no parque Dona Lindu, em Boa Viagem, que atraiu mais de 20 mil pessoas, numa iniciativa da Associação Oásis da Liberdade. Na ocasião, destacou o trabalho que vem fazendo na capital no enfrentamento ao problema em ações da Secretaria de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas.

SECA- Na passagem pela Paraíba, na sexta-feira passada, a presidente Dilma prometeu que acabaria as obras da Transposição até o final do seu mandato, mas não anunciou nenhum tipo de programa emergencial para conter os efeitos da seca que se prolongam no semiárido nordestino. O maior drama, hoje, é o abastecimento de água e a falta de carros pipas para atender municípios em estado de calamidade.

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A Confederação Nacional de Municípios (CNM) e as entidades estaduais marcaram o primeiro ato de Mobilização para a próxima quarta-feira, em Brasília. “A gravidade da atual crise será mostrada, agora em agosto, com o fechamento já anunciado de prefeituras em Estados como Minas Gerais, Ceará e Mato Grosso. Os municipalistas esperam a sensibilidade das autoridades a fim de evitar a falência total dos Municípios, acarretando em sérias consequências para o cidadão”, alerta a entidade. 

Durante o novo ato, pretendem mostrar à sociedade que não têm mais condições financeiras de manter o sacrifício das responsabilidades transferidas nos últimos anos pelo governo federal. Na carta que entregarão a Dilma e aos presidentes do Senado e da Câmara, os prefeitos informam que os recursos municipais têm garantido a maior parte do atendimento a programas prioritários da sociedade brasileira em áreas de saúde (estratégia da saúde da família, vigilância sanitária, medicamentos), educação (Fundeb, merenda escolar, transporte escolar), entre outros programas. 

“Mas os municípios esgotaram completamente seus recursos e querem evitar que a família brasileira venha a sofrer ainda mais, em razão da ausência da União e dos Estados na transferência de recursos que servem para manter o equilíbrio financeiro desta Federação. Um grande número de gestores municipais já discute a devolução da maioria dos 390 programas do governo federal, com valores que não são reajustados há anos. O motivo é a absoluta incapacidade de mantê-los”, diz a carta, para acrescentar: 

“Na maioria dos casos, o governo transfere o ônus, mas esquece do bônus, isto é, a fonte necessária para custear as ações previstas. Propostas importantes do Pacto Federativo necessitam de aprovação imediata no Congresso Nacional, a exemplo do financiamento e da prorrogação da Lei de Resíduos Sólidos (lixões) e a participação da União através do Fundeb para pagamento do Piso Salarial dos Professores. O movimento municipalista requer, ainda, a aprovação do projeto em tramitação que impede o governo de transferir novos encargos aos Municípios, sem a correspondente fonte que garantirá sua manutenção”. 

Em relação ao aumento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), os prefeitos lembram que a palavra foi empenhada pela presidente Dilma, confirmada pela cúpula de ministros do Palácio do Planalto e aceita pelo movimento municipalista. “A proposta inicial de 2% foi alterada e promulgada em 2014 por Emenda Constitucional, concedendo mais 1% de aumento, dividido em duas parcelas iguais em julho de 2015 e julho de 2016. O valor acordado de R$ 1,9 bilhão, referente à parcela de 2015, deve ser repassado às prefeituras para a prestação dos serviços exigidos pelo povo brasileiro”, reitera. 

Por fim, O Movimento Municipalista solicita o cumprimento de todas as palavras empenhadas pelo governo federal no que diz respeito aos Restos a Pagar, que somam mais de R$ 35 bilhões somente para os Municípios no período de 2008 a 2014, ao Fundo de Participação dos Municípios, ao financiamento e à prorrogação da Lei dos Resíduos Sólidos, além de soluções para o pagamento do piso dos professores, a correção pela inflação dos programas federais, entre outras demandas importantes apresentadas no Pacto Federativo.

A imediata reposição dos valores, já contabilizados nos orçamentos municipais, segundo a CNM, dará um pouco mais de fôlego aos gestores que estão correndo riscos de serem penalizados pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

ATAQUE– A sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em Paulo, foi alvo de um ataque a bomba na noite da última quinta-feira, segundo informou a entidade por meio de nota na manhã de ontem. O artefato explosivo foi lançado de dentro de um carro. "Felizmente ninguém se feriu", informou o comunicado, acrescentando que o Instituto "já comunicou as polícias civil e militar, o secretário de Segurança Pública do Estado de S. Paulo e o ministro da Justiça, e espera que os responsáveis sejam identificados e punidos". 

Projeto eleitoreiro em Sanharó– O prefeito de Sanharó, Ferdinando Fernandes (PCdoB), extinguiu 352 vagas de 21 funções diversas em projeto do Executivo já aprovado pela Câmara de Vereadores. Foi uma manobra que repercutiu muito mal entre os servidores e que pode permitir mais na frente a abertura de uma janela para contratações via empresas terceirizadas. “Foi uma jogada eleitoreira”, acusa o vereador Lielson Pontes (PSB). 

Carta Municipalista– Prefeitos e até vereadores de vários Estados estarão de volta a Brasília na próxima quarta-feira. Mobilizados pela Confederação Nacional dos Municípios, que promoveu recentemente a Marcha dos Prefeitos, vão tentar entregar à presidente Dilma e aos presidentes do Senado e da Câmara a Carta Municipalista Brasileira, apontando a falência dos municípios e propondo saídas para a crise. 

Denúncia vazia – Licenciado por 30 dias, para se defender da acusação do exercício ilegal da profissão de advogado e estelionato, o administrador de Fernando de Noronha, Reginaldo Valença Júnior, foi absolvido antecipadamente pelo Ministério Público, que arquivou a denúncia por julgar vazia e sem consistência. Diante disso, o governador Paulo Câmara o reconduzirá ao cargo. 

Sem intermediários– Do governador Paulo Câmara (PSB) ao endurecer o jogo contra o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro Neto, que anda reclamando de que é mal assessorado em Brasília. "Tenho as portas abertas em Brasília, nos ministérios onde eu preciso ir. O cargo de governador exige isto, conversa direta, olho no olho. Não preciso de intermediários para defender os interesses de Pernambuco". 

CURTAS  

BRIGA FEIA– Luciano Monteiro, pai do deputado federal Fernando Monteiro (PP), estava designado para a superintendência da Codevasf no Estado, mas, ontem, o senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, conseguiu revogar a medida e manter no cargo o atual superintendente João Bosco. Até quando se dará essa queda de braço entre PP e PT? 

INAUGURAÇÃO– O prefeito de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca (PSB), de malas prontas para assumir a Arpe – Agência Reguladora do Estado – entrega, amanhã, a última obra da sua gestão, a escola Rosina Labanca, no Parque Capibaribe. O ato contará com a presença do governador Paulo Câmara. Labanca está renunciando e passando o cargo para o vice Gino Albanez, seu candidato em 2016. 

Perguntar não ofende: Se os governadores não conseguem nada em Brasília imaginem os prefeitos? 

Em entrevista coletiva, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), formalizou, ontem, sua saída do Governo. Acusado pelo lobista Júlio Camargo de ter recebido US$ 5 milhões de propina, o deputado atribuiu ao Palácio do Planalto uma articulação para envolvê-lo na Lava-Jato. 

“Saibam que o presidente da Câmara hoje é oposição. O Governo sempre me viu como uma pedra no sapato, tem um ódio pessoal a mim. O Governo fez tudo para me derrubar, não me queria como presidente da Câmara”, afirmou. A propina seria para viabilizar um contrato de navios-sonda da Petrobras para a empresa Toyo Setal. 

O parlamentar disse que a delação de Camargo ao juiz Sério Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, é "nula" por ter sido feita à Justiça de primeira instância e lembrou que, como parlamentar, tem foro privilegiado e só pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Cunha disse que, como deputado, não aceita que o PMDB faça parte de um Governo que quer arrastar os que o cercam "para a lama".

“Está muito claro para mim que esta operação é uma orquestração do Governo. Essa lama, eu não vou aceitar estar junto dela”, afirmou. Cunha disse que seus advogados vão pedir a transferência do processo de investigação para o STF. “O juiz não poderia conduzir o processo daquela maneira. Vamos entrar com uma reclamação para que venha [o processo] para o Supremo e não fique nas mãos de um juiz que acha que é dono do País”, afirmou.

Se dizendo "indignado, muito indignado" com o que chamou de "orquestração política" para derrotá-lo, o presidente da Câmara afirmou haver no Palácio do Planalto "um bando de aloprados" que, segundo ele, "vive de criar constrangimentos". O rompimento com o governo, deverá, neste primeiro momento, se restringir apenas ao peemedebista. 

Embora tenha enorme influência sobre a bancada do PMDB da Câmara, Cunha afirmou que a decisão se limita a ele. “Esta é a minha posição, não do partido. A posição do partido é o PMDB que vai decidir”, afirmou. Cunha é uma estrategista e seu rompimento abalou a Nação, porque terá grandes desdobramentos.

Entre as retaliações ao Governo que partirão dele pelo poder de presidente da Câmara devem ser colocadas em prática, além da convocação de ministros mais próximos de Dilma, logo após o final do recesso parlamentar, a instalação das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigar o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e os Fundos de Pensões. 

Para atormentar o sono do Palácio do Planalto, contrário à criação das comissões, articula-se a entrega das relatorias a integrantes da oposição. Na véspera do anúncio de rompimento, Cunha procurou o vice-presidente da República, Michel Temer, e tiveram uma conversa na Base Aérea de Brasília momentos antes do vice deixar a capital federal. Segundo relatos, o presidente da Câmara se mostrava "indignado".

REAÇÃO DO PMDB– Tão logo Cunha anunciou o rompimento com o Governo, o PMDB distribuiu a seguinte nota: "A manifestação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, é a expressão de uma posição pessoal, que se respeita pela tradição democrática do PMDB. Entretanto, a Presidência do PMDB esclarece que toda e qualquer decisão partidária só pode ser tomada após consulta às instâncias decisórias do partido: comissão executiva nacional, conselho político e diretório nacional”.

Processo de degola– Na condição de vice-líder do Governo na Câmara dos Deputado, o deputado pernambucano ocupou a mídia nacional, ontem, logo após o rompimento de Eduardo Cunha, para pedir a cabeça do presidente da Câmara. "Do ponto de vista legal, Cunha tem a seu favor a presunção da inocência, mas do moral, perdeu as condições de ocupar a presidência”, alegou. Por enquanto, Costa não recebeu grandes adesões à sai iniciativa. 

Decisão pessoal– O líder do Governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), disse que Eduardo Cunha age no campo pessoal e não político”. “Ele (Eduardo Cunha) está levando para o lado pessoal e não político”, afirmou, por sua vez, o líder do PMDB, no Senado, Eunício Oliveira. Sobre a afirmação de Cunha de que trabalharia, dentro do partido, para que o PMDB deixe a base do governo, Oliveira preferiu não se aprofundar, mas observou que o “PMDB tem muitos líderes e que o maior deles é Michel Temer [vice-presidente]”. 

Planalto moderado– O Palácio do Planalto divulgou a seguinte nota sobre o episódio Cunha: “O presidente da Câmara anunciou uma posição de cunho estritamente pessoal. O governo espera que esta posição não se reflita nas decisões e nas ações da Presidência da Câmara que devem ser pautados pela imparcialidade e pela impessoalidade. O Brasil tem uma institucionalidade forte. Os poderes devem conviver com harmonia, na conformidade do que estabelecem os princípios do Estado de Direito”. 

Uma eternidade– O procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, revela que as investigações do caso devem durar até mais dois anos. “A expectativa nossa é mais um a dois anos. Vamos nos esforçar para apurar a responsabilidade de todas as pessoas e buscar a punição de todos os criminosos e o ressarcimento dos cofres públicos”, disse. Deflagrada em 17 de março de 2014 pela Polícia Federal (PF), a Operação Lava Jato investiga um esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras.

CURTAS  

CRISE BRABA– Durante o IV encontro dos governadores do Nordeste, ontem, em Teresina, os governadores Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão e Rui Costa (PT), da Bahia, afirmaram que, se o conflito entre legislativo e o executivo continuar, o Brasil terminará com uma paralisação e uma crise inexorável.

CARTA– Na Carta de Teresina, ao final do encontro dos governadores do Nordeste, houve uma clara intenção de combater qualquer movimento pelo impeachment de Dilma. “Nós demonstramos que acreditamos no Brasil e avaliamos que não há sentido cair na onda de pessimismo, porque a gente olha o cenário do mundo e percebe que o Brasil tem condições de superar a crise”, diz um dos trechos da nota.

Perguntar não ofende: O rompimento de Cunha poder o start para o afastamento de Dilma e com isso por um fim à crise? 

De acordo com a Agência de notícias Reuters, o PMDB vai mesmo disputar o Palácio do Planalto com candidato próprio em 2018, quebrando um jejum de mais de 20 anos para buscar de vez o comando da República. Com isso, chegará ao fim uma aliança de 12 anos com o PT.

O PMDB contratou economistas para modernizar seu programa, que será posto em debate em congresso nacional do partido em setembro, e vem tentado aumentar sua presença nas redes sociais. Nomes também já têm sido discutidos de maneira informal, incluindo o do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), e do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

Após anos de política sem uma ideologia clara, lideranças do partido estão em busca de uma plataforma que una as várias correntes do PMDB e ajude a quebrar a resistência de eleitores que associam a legenda com clientelismo e corrupção. "Estamos pavimentando a estrada que nos levará a vitórias em 2018", disse Wellington Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães, arquiteto do plano de renovação do partido.

"Não podemos perder a oportunidade que se coloca de uma maneira muito mais vibrante e concreta que no passado que é realizar um grande sonho de nosso partido: eleger o presidente da República”, acrescentou. Moreira Franco diz que o PT está em uma "situação difícil" e que o País enfrenta uma "crise política muito profunda".

O Partido do Movimento Democrático Brasileiro, nascido na ditadura militar há 50 anos como único partido de oposição tolerado, agrega políticos de todo o Brasil e abre mão deliberadamente de uma ideologia clara. Divisões internas atrapalharam planos anteriores de lançar um candidato à Presidência, e o partido tem se aliado aos vencedores de ocasião desde Fernando Henrique Cardoso.

Mas mesmo sem um líder nacional, o PMDB, maior partido do país em número de filiados, está cada vez mais poderoso. Atualmente, controla as duas Casas do Congresso Nacional e a Vice-Presidência, com poder para acelerar ou barrar a tramitação de projetos de lei.

O PMDB assumiu também a articulação política no segundo mandato de Dilma e controla ministérios importantes, como o da Agricultura e das Minas e Energia. O apoio do partido é fundamental para a aprovação do ajuste fiscal, proposto pela presidente para restaurar a confiança do mercado no País.

O PMDB só elegeu um presidente, Tancredo Neves, em uma eleição indireta em 1985 na transição para a democracia. Mas Tancredo morreu antes de tomar posse, dando lugar a José Sarney, que apoiou o regime militar e só havia aderido ao PMDB para aquela eleição. O protagonismo atual do partido e os planos para ter candidato próprio em 2018 já influenciam a pauta no Congresso. Um candidato do PMDB também poderia diminuir a chance de outras alternativas à polarização entre PT e PSDB.

"Queremos nos preparar para os próximos 10 anos. O que vamos fazer? A primeira providência é buscar unificar o partido, formar uma grande maioria, em torno de uma ideia-força", disse Moreira Franco à Reuters.

RECUOU– Menos de 24 horas após propor mandato de dez anos para senador, o relator da reforma política, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), se arrependeu e voltou à ideia original de cinco anos. “Foram tantas pancadas de ontem para hoje. Todo mundo me crucificando. Então, por que eu vou pagar um preço por uma coisa que eu acho errada? Acho que o mandato deveria ser igual para todo mundo. Cinco anos é um mandato absolutamente razoável para todos os níveis”, afirmou.

Batido pela novela- Aos que estranham a mudança no horário do Jornal Nacional, que começa exatamente às 20h30m: prorrogou para às 20h50 por causa da explosão de audiência da novela os 10 Mandamentos, na TV-Record, que vem roubando pontos preciosos da poderosa global.

Perda de R$ 40 bi– O Ministério da Fazenda esperava segurar as despesas em R$ 18 bilhões com as MPs 665 e 664. Na 665, votada semana passada, as mudanças levaram a uma perda de R$ 3 bilhões. Anteontem, o Governo conseguiu aprovar a 664, mas foi derrotado em dois destaques. A do Fator é a mais polêmica e, segundo a área econômica, a perda será de R$ 40 bilhões em 10 anos. Mas do ponto de vista imediato, a estimativa é de que seja de R$ 2 bilhões.

Licitação viciada– A Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal (EPTI) entrou com um agravo de instrumento, no Tribunal de Justiça, para derrubar a liminar do juiz titular Mozart Pires, que suspendeu a licitação do Sistema de Transporte Intermunicipal do Estado. O relator é o desembargador Francisco Bandeira de Melo. A licitação foi realizada em setembro de 2014 e a anulação pedida depois do juiz identificar no relatório do Tribunal de Contas números vícios no processo licitatório.

Mais uma estrada– O governador Paulo Câmara (PSB) deve inaugurar até o fim do mês a segunda estrada em seu Governo. Trata-se da PE-95, que liga Caruaru a Limoeiro, com 80 km. Segundo o secretário de Transportes, Sebastião Oliveira, estão sendo investidos na obra em torno de R$ 62 milhões. Outra estrada que está avançada é a PE-292, que liga o distrito de Albuquerquené ao município de Afogados da Ingazeira, com apenas 60 km.

CURTAS

SÃO JOÃO– O prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), fez, ontem, o lançamento oficial do São João, mas a abertura oficial será no dia 31, com a presença do governador Paulo Câmara, tendo como principal atração a cantadora paraibana Elba Ramalho.

DENGUE– A Secretaria de Saúde reconheceu que o Estado enfrenta uma epidemia de dengue, porque penas cinco dos 184 municípios pernambucanos ainda não registraram casos da doença. Somente neste ano, até o dia 2 de maio, foram notificados 37.589 casos da doença, um aumento de 528% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

Perguntar não ofende: A CPI aprova a convocação do ex-presidente Lula? 

Quarenta dias após o último encontro com a presidente Dilma, os governadores saíram, ontem, de encontro com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em Natal, sem ainda um centavo no bolso. Num café da manhã com os governadores em um hotel, antes de proferir a palestra da agenda oficial, Levy só sinalizou com algo prático para autorização de novos empréstimos e a pactuação das autorizações de crédito em andamento.

Fora isso, nada. Na abertura do III Encontro dos Governadores, no Centro de Convenções, o governador anfitrião Robson Farias (PSD) fez cobranças em público ao ministro, afirmando que o ajuste fiscal, moeda de troca do Governo com os chefes de Estado do Nordeste, não pode engessar a liberação de novos recursos federais para os Estados nem tampouco engessar a tramitação de empréstimos.

Levy ouviu atentamente, mas como já havia dito no café da manhã, recorreu ao mesmo discurso, de que poderia rever autorizações de empréstimos externos já em andamento, mas caso a caso. Endividados, os Estados ainda têm muita reserva para contrair empréstimos. Pernambuco, por exemplo, aguarda autorização de R$ 1,5 bilhão.

A Paraíba, R$ 600 milhões. O governador do Rio Grande do Norte disse que o seu Estado é o que tem a terceira maior margem de endividamento do Nordeste, mas tem recebido da União tratamento de mendigo. “Nem o programa Minha Casa, Minha Vida” está andando em meu Estado”, disse Farias, dirigindo-se ao ministro da Fazenda, com que havia se reunido antes, num café.

Levy fez uma palestra para convencer os governadores de que sem o ajuste, o País não vai caminhar, tendo pedido a todos eles, na conversa anterior, empenho junto as suas bancadas na Câmara dos Deputados, para aprovação das medidas que, segundo ele, levarão o País a ter uma economia da ordem de R$ 12 bilhões.

Ao final de mais uma reunião, entretanto, os governadores nordestinos saíram convencidos de que a retórica do Governo, simbolizada na fala do ministro da Fazenda, está longe de se converter em medidas concretas em apoio ao Nordeste, capazes de criar um novo ambiente econômico, propiciando a geração de renda e de mais empregos na Região. 

EM BRASÍLIA– Na chegada, ontem, a Natal, o governador de Alagoas, Renan Calheiros Filho (PMDB), informou que, no próximo dia 20, em Brasília, o seu pai Renan Calheiros (PMDB), presidente do Congresso, reunirá todos os governadores do País para uma tomada de posição em relação a projetos que tramitam no parlamento e que precisam de serem priorizados para dar um sacolejo na economia do País. 

Chá de cadeira- O ministro Mangabeira Unger (Relações Extraordinárias) tomou um chá de cadeira de mais de duas horas, ontem, para proferir palestra no encontro dos governadores em Natal. Enquanto os governadores se reuniam numa sala para fechar a “Carta de Natal”, Unger ficou na plateia batendo papo com burocratas e evitou entrevistas. 

Ação exagerada– Na passagem, ontem, por Natal, o governador Paulo Câmara criticou o protesto realizado em frente à casa do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, pelo movimento “Ocupe Estelita”. “Protestos são livres e democráticos, mas têm seus fóruns específicos. Não acho que acampando a casa do prefeito se resolva qualquer coisa”, desabafou. 

Dureza pela frente– Presidente do PSDB em Minas, o deputado Marcus Pestana reforça a tese de que foi a oposição quem garantiu a vitória do Governo na votação da MP 665, que muda as regras do "seguro-desemprego" e "do abono salarial". A votação da MP 664 será mais dura, no seu entender. “A mudança das regras da "pensão por morte" e do "auxílio-doença" envolve trabalhadores e também os aposentados”, diz. A expectativa dos tucanos é de que as dissidências nesse caso, na 664, serão entre os aliados do governo, e não na bancada da oposição, como foi na 665.

Nordeste sem projeto– O Nordeste como vanguarda da estratégia nacional na retomada do desenvolvimento. Foi esta a temática da palestra do ministro Mangabeira Unger, ontem, na reunião dos governadores. Ele disse que o Nordeste não anda para frente porque não tem projetos há mais de 60 anos. “O vazio do Nordeste é um imenso vazio, preenchido falsamente pela busca de incentivos fiscais”, assinalou. 

CURTAS 

ÁGUA– O prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), foi ao presidente da Compesa, Roberto Tavares, se inteirar das medidas que estão sendo tomadas para garantir água em abundância para os festejos juninos. A capital do forró está em racionamento de água porque Jucazinho está com apenas 7% da sua capacidade. 

TORITAMA– Mangabeira citou como um dos modelos de desenvolvimento do novo Nordeste a cidade de Toritama, puxada pela atividade da sulanca. “Vi um formigueiro humano gerando renda e vivendo em torno dos seus próprios meios”, disse, adiantando tratar-se de uma atividade sem apoio formal do Governo. 

Perguntar não ofende: Os governadores do Nordeste não vão conseguir nem dinheiro para a seca? 

Faltando ainda três anos e meio para eleição presidencial, já dá para perceber, nitidamente, uma clara divisão no PSDB entre os adeptos de uma nova postulação do senador Aécio Neves (MG), que perdeu apertado para Dilma no segundo turno, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

A esperada fusão do PPS ao PSDB, desenhada pelo tucanato com o aval de Roberto Freire, acabou não ocorrendo. Surpreendentemente, se dá com o reverso da moeda, o PSB, vazando, ontem, que seria obra de um parceiro aliado de Alckmin, o vice-governador Márcio França, para garantir, desde já, o suporte de uma aliança capaz de dar sustentação à candidatura presidencial do governador paulista.

Já se disse que o PSDB é um partido que não prospera por ter mais caciques do que índios. Quando Serra achava que teria vez foi atropelado por Alckmin. Mais na frente, em nova tentativa, emplacou a candidatura, mas assistiu Aécio cruzar os braços em Minas Gerais. São Paulo e Minas são os maiores santuários tucanos, mas vivem sempre se bicando.

Em São Paulo, ninguém tem mais dúvidas de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem mais simpatia hoje pela alternativa Alckmin, mas Serra, eleito senador, ainda não arquivou a ideia de tentar disputar, mais uma vez, a Presidência da República, desta feita a terceira.

Sem o apoio de Minas, nenhum projeto tucano paulista prospera e a regra se aplica inversamente, ou seja, sem o braço de São Paulo, maior colégio eleitoral do País, Minas vira uma minhoca. Quem vai ganhar essa parada em 2018 só o tempo dirá, mas Alckmin, governador paulista por quatro mandatos, tem mais trunfos como gestor para ganhar essa queda de braço frente a Aécio.

O PSB, que detém a Vice-governadoria em São Paulo, ocupada por um eduardista histórico, namora a candidatura de Alckmin e tem, estrategicamente, mais ligação e relação com ele do que com Aécio, podendo ocupar um papel decisivo no fritar dos ovos, quando for aberta a discussão do nome tucano para disputar o Planalto.

VERSÃO DE CANDIDATO – De Alckmin sobre a fusão do PPS ao PSB: "Não é razoável ter 32 partidos, mais três para ter o registro agora, mais 26 na fila. Isso é ingovernabilidade, não existe no mundo. Então esta fusão é louvável duplamente, porque são menos partidos, partidos mais estruturados e mais programáticos. São dois partidos que não são iguais, mas que têm um programa muito próximo. É bom para a democracia."

Virando realidade- Enfim, as obras do trecho da estrada que liga o distrito de Albuquerquené a Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, autorizadas pelo governador Paulo Câmara (PSB) no dia 4 de janeiro, estão caminhando em ritmo mais veloz. Segundo o secretário de Transportes, Sebastião Oliveira, a inauguração pode ocorrer entre junho e julho.

Ameaça de greve – O prefeito de Garanhuns, Izaias Régis (PTB), deve enfrentar também uma greve de professores da rede municipal a partir da próxima quinta-feira. Ele diz que já deu aumento e vai para o ataque: “Tem professor nosso que ganha R$ 9.035. O menor salário de professor aqui é R$ 2.517. O piso é R$ 1.917,00 e nós pagamos quase R$ 600,00 a mais de que o piso”. Está mostrando disposição para o confronto.

Trabalhista sai na frente – Em Tuparetama, o ex-prefeito Sávio Torres (PTB) já recebeu o aval do ministro Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento) para colocar na rua sua pré-campanha. Ontem, o médico Renato Granjeiro, que rompeu com o grupo do prefeito Dêva Pessoa (PSB), anunciou apoio ao trabalhista ao lado do deputado Ângelo Ferreira (PSB).

Prêmio aos cumpridores – Ao comentar, ontem, os 15 anos da Lei de Responsabilidade Fiscal, o ex-deputado Joaquim Francisco (PSB), relator da matéria, defendeu a implantação de um conselho de gestão fiscal e a criação de prêmios para os entes estatais que estiverem cumprindo ano após ano os limites da LRF. “Estados e municípios que cumprissem a regra teriam privilégios na liberação de recursos da União. Os que não estivessem cumprindo a regra, iriam para o fim da fila”, disse.

CURTAS

FIM DOS LIXÕES– A Codevasf fará uma parceria com 30 prefeitos do Pajeú para implantação de projetos relacionados à política de tratamento dos resíduos sólidos. Com isso, os municípios poderão cumprir a exigência em lei para que eliminem de vez lixões em áreas urbanas.

VIOLÊNCIA– A violência no Sertão continua tirando o sono dos passageiros da Progresso, empresa que monopoliza as linhas diárias do Recife para o Sertão. Ontem de madrugada ocorreu mais um assalto a um ônibus da empresa num trecho o distrito de Albuquerquené e a cidade de Sertânia.

 

Perguntar não ofende: Por que a Dilma se recusou a aparecer no programa do PT que vai hoje ao ar em rede nacional de rádio e televisão. 

As eleições de 2018 ainda estão distantes, mas já se especula em Pernambuco cenários para composição da chapa majoritária. No caso do Senado, em que duas vagas estarão em disputa, pelo menos na Frente Popular já existem nomes lembrados, tanto no PSB, que terá o governador Paulo Câmara na briga pela reeleição, como nos demais partidos que integram a frente.

Nos bastidores já se fala em cinco nomes. No PSB, os mais cotados seriam o secretário de Planejamento, Danilo Cabral, e o secretário da Casa Civil, Antônio Figueira. No PR, o secretário de Transportes, Sebastião Oliveira, herdeiro político do deputado Inocêncio Oliveira, aparece como alternativa quase consensual, enquanto no PSD surge o nome do secretário de Cidades, André de Paula.

Ainda no PSB há quem, como o irmão do ex-governador Eduardo Campos, advogado Antônio Campos, defenda abertamente no PSB o nome da sua mãe, a atual ministra Ana Arraes, do Tribunal de Contas. Como ao PSB só caberá uma cadeira, diante da possibilidade de Câmara ir à reeleição, Ana travaria a disputa interna com Danilo e Figueira.

Na Frente Popular o quinto nome que se apresenta é o do deputado federal Bruno Araújo, atual presidente estadual do PSDB e líder da Minoria na Câmara dos Deputados. Pelo conjunto da Frente Popular, como se vê, não faltam alternativas, diferentemente do bloco oposicionista. 

No cenário atual, a oposição tem dois senadores: Douglas Cintra (PTB), que ocupa a vaga do senador licenciado e ministro Armando Monteiro Neto, e Humberto Costa, líder do PT na Casa. Como Armando tem planos para disputar o Governo do Estado, mais uma vez, Douglas seria o candidato natural à reeleição.

Já no PT não se sabe o destino do senador Humberto Costa, não apenas pelas dificuldades que teria para uma reeleição como pelo fato de seu nome ter aparecido entre os envolvidos na operação Lava Jato. A candidatura dele depende, assim, do cenário pós escândalo na Petrobras. 

BRIGA FEIA– O PMDB, que colocou Dilma como refém do seu poder, tem dito merece mais cargos e melhor tratamento por ter mais cadeiras no Congresso do que o PT. Mas a legenda petista administra R$ 50 bilhões em 14 ministérios, enquanto o aliado peemedebista, em torno de R$ 7,7 bilhões em 6 pastas. Analistas políticos não entendem por que quem precisa de votos no Congresso reluta em colocar o PMDB no governo.

Dengue das brabas – O ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) já viajou para a África em missão oficial, na semana passada, com um quadro que imagina tratar-se de uma virose. Febril, fez exames por lá, mas não identificou a origem. O diagnóstico só saiu mediante novos exames em um hospital no Recife: uma dengue brabíssima, que o deixará literalmente na cama pelos próximos dias. 

Sede de poder– O presidente do Senado, Renan Calheiro s(PMDB-AL), não se dará satisfeito apenas pela manutenção de Vinicius Lages no Turismo. Ele estica a corda e quer influenciar na indicação de um ministro para o Supremo Tribunal Federal. Os deputados afirmam que Renan quer que o ex-presidente da Câmara Henrique assuma a pasta de Relações Institucionais. 

Incentivos fiscais– O PSDB do Senado está de ressaca, relata Ilimar Franco, de Brasília. Segundo ele, os tucanos dizem que acreditaram que o PMDB votaria a convalidação de incentivos fiscais e o prazo de 30 dias para vigorar o novo indexador da dívida dos estados. Os dois projetos contrariavam o governo. Constrangidos, admitem que foram enganados. “Levei a sério que o projeto seria votado”, revela o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB).

Projeto político dos Arraes– O projeto da família de Eduardo Campos é eleger o advogado Antônio Campos prefeito de Olinda em 2016, emplacar João Campos, filho mais velho do ex-governador, deputado federal em 2018 e brigar por uma das vagas de senador na chapa de Paulo Câmara à reeleição ser ocupada pela ministra Ana Arraes, do Tribunal de Contas da União. 

CURTAS 

LIDERANÇA– Em Caruaru, o Governo José Queiroz tem, desde ontem, na Câmara de Vereadores, um novo líder: José Ailton, da bancada do PDT, mesmo partido do prefeito, que está no seu quinto mandato. O novo líder substitui o colega Ricardo Liberato. 

NOME PRÓPRIO– Aliados do presidente estadual do PSD, André de Paula, admitem que o partido poderá ter candidato próprio a prefeito de Caruaru em 2016, deixando, assim, a atual aliança com o prefeito José Queiroz. Entre os nomes com densidade eleitoral filiados ao partido o presidente da Câmara, Leonardo Chaves. 

Perguntar não ofende: E se o Lago de Sobradinho, hoje com 18% da sua capacidade, vier a secar? 

A pesquisa do Ibope, que confirmou, ontem, a baixa popularidade do Governo Dilma, deve ter acendido a luz amarela no Palácio do Planalto por um motivo muito especial: nem o Nordeste, seu sustentáculo anterior à crise, consegue mais compensar a desidratação da gestão nas regiões mais desenvolvidas.

Em tempos não muito distantes, Dilma chegou a bater a casa dos 80% em aprovação no Nordeste, região que garantiu sua reeleição, superando os percentuais que Aécio Neves obteve no Sul e Sudeste. Hoje, de acordo com o levantamento do Ibope, apenas 34% dos nordestinos se apresentam satisfeitos com o Governo.

No Sul e Sudeste, Dilma tem as menores taxas de aprovação, algo em torno de 8%, enquanto a média geral se situa em 12%. Há salvação ainda para o seu Governo? Difícil acreditar, porque diferente da crise que Lula viveu em 2005, no auge do mensalão, quando a economia estava sob o controle, agora degringolou. 

Dilma perdeu todas as condições para reverter este cenário, a não ser que ocorra um milagre, que não virá da política, que não é a praia dela, mas da economia. Os indicadores econômicos são os mais negativos, gerando um clima de pessimismo em geral na sociedade. 

Os indicadores da atividade industrial apontados, ontem, pelo Ibope, com uma redução de quase 10% da produção no País, confirmam isso. O Ibope aponta que apenas 12% aprovam o governo da presidente petista, contra 64% de reprovação. Impressionantes 74% dizem não confiar em Dilma. 

O desprestígio, como atestou ontem Josias de Souza, é tamanho que suscita uma dúvida: a que temperatura madame irá ferver? Dilma, segundo ele, sempre entrou em ebulição a baixas temperaturas. Agora, é intimada pela conjuntura a levar seu temperamento mercurial ao freezer. 

A combinação de três crises — econômica, ética, política e de credibilidade — testa a capacidade de autocontrole de Dilma. Sem sangue-frio, é grande a tentação de recuar no inevitável ajuste nas contas públicas.

SECA BRABA– O ministro da Integração, Gilberto Occhi, informa que 56 cidades no Nordeste estão em situação de "colapso" no abastecimento de água. Segundo ele, mesmo após as chuvas, a situação dos reservatórios na região ainda é bastante crítica, com ocorrências de racionamento no fornecimento de energia e colapso em vários municípios. Em algumas cidades, a população tem serviço de abastecimento de água a cada 15 dias.

Só falta a melancia – Há uma briga surda nos bastidores do Congresso entre o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, e o líder da Minoria, Bruno Araújo (PSDB), tudo por espaço na mídia nacional. Sabendo que vem levando desvantagem frente ao oponente, o tucano já fez panelaço da tribuna e exibiu, no som de um gravador, uma fala de Dilma sobre a promessa de não aumentar a conta de energia. Mesmo assim, segundo o termômetro político do salão verde, ainda está atrás do democrata. 

Salvando Dilma– O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, diz que a Constituição prevê que um presidente não pode ser investigado por atos alheios a seu mandato enquanto cumpre sua gestão. "De início a Constituição veda a responsabilização", disse. Explicou que "o que se quer com essa cláusula é proteger em si o cargo. Já está tão difícil governar o País, imagine então se nós tivermos um inquérito aberto contra a presidente da República?", questionou o magistrado.

Chiadeira– Renan Calheiros tem desabafado para integrantes de seu grupo sobre o tratamento que recebe da presidente Dilma. Numa conversa teria dito que “depois de 30 anos de carreira vou ser independente, ficar do lado da opinião pública”. Na sua visão, o vice Michel Temer fez três ministros (Eliseu Padilha, Edinho Araújo e Helder Barbalho), a presidente Dilma dois (Eduardo Braga e Kátia Abreu) e ele tem apenas um, Vinicius Lages do Turismo, que será substituído por Henrique Alves.

André para o Senado– No PSD, partido aliado do Governo Paulo Câmara, o nome do secretário de Cidades, André de Paula, já é cogitado nos bastidores para uma eventual disputa de senador em 2018. A lógica é a seguinte: são duas vagas e como ao PSB caberá uma, a outra será de indicação de um dos partidos que irão compor a chamada Frente Popular, abrindo ai uma chance para o PSD ser o contemplado. 

CURTAS 

COLAPSO– É preocupante o colapso das reservas hídricas do Nordeste. Segundo levantamento do Ministério da Integração, os dois maiores reservatórios da região, o lago de Sobradinho e o lago de Itaparica estão, respectivamente, operando com apenas 18,64% e 14% da sua capacidade. 

TRAIÇÃO– Senadores do Nordeste acusam os do Norte de traição. Eles queriam votar a convalidação dos incentivos fiscais de seus estados. E citaram o apoio que deram à prorrogação pelo prazo de 50 anos dos incentivos à Zona Franca de Manaus.

Perguntar não ofende: Em crise política e econômica, como o Governo vai retomar as obras paradas no Nordeste, como a Transposição e a Ferrovia Transnordestina? 

Cidade marcada pelo estigma da violência desde os primórdios do Capitão Virgulino Ferreira, o Lampião, com pistoleiros afamados em outras épocas, como Vilma Gaia, que espalhou o medo no Alto Sertão entre os anos 70 e 80, Serra Talhada voltou a conviver com o terror do mata-mata.

Oito famílias com raízes profundas na cidade, o segundo maior centro urbano do Sertão, com mais de 80 mil habitantes, já deram adeus ao torrão natal, para escapar da morte. O novo ciclo de crimes foi aberto com o assassinato do vereador Cícero Fernandes (PRP), morto há 10 dias.

Ele era agente de Polícia. A corporação está ferida. Os tiros que tiraram a sua vida numa emboscada atingiram também o coração da Polícia Civil no município, que, ao modo de Lampião, busca a vingança pelas próprias mãos, buscando, na fúria, derramar mais sangue nas ruas da cidade.

No congresso estadual da Amupe, ontem, em Recife, o prefeito Luciano Duque (PT) admitiu que existe uma lista de 20 pessoas marcadas para morrer. Aliás, depois da morte do vereador, três pessoas já foram assinadas, mas os 20 estão além das vidas que já se foram.

Diante disso, a população perdeu sono e a paz. Muita gente passou a dormir sob efeito de tranquilizantes. A noite, Serra Talhada, mesmo no centro, virou cidade fantasma, com a sua população recolhida ao lar, temendo ser a próxima vítima. Ao governador e ao secretário de Defesa, Duque pediu uma apuração mais rigorosa dos crimes.

Todos eles, o do vereador e os três que se sucederam, têm relação com a morte do parlamentar, se caracterizando como uma briga entre famílias por causa de rixas antigas e crimes não elucidados. “Não adianta encher a cidade de policiais”, alerta Duque.

O drama é muito maior do que se possa imaginar. No seminário Todos por Pernambuco de Afogados da Ingazeira, sexta-feira passada, o governador Paulo Câmara revelou que a situação de Serra Talhada requer uma atenção especial, um estado de alerta. E determinou ao secretário de Defesa a montagem de uma operação que devolva à população o sonho de voltar a viver em paz.

UM FIASCO– Em palestra, ontem, no congresso da Amupe, o presidente do FNDE, Antônio Alencar, cearense de sotaque carregado, revelou que o programa de financiamento de creches no País não conseguiu realizar 20% do almejado. Na verdade, segundo ele, em todo o País só saíram do papel, em quatro anos, 300 creches. Tudo porque os municípios não atendem os critérios exigidos no programa.

Crime e prisão – Deve pegar fogo a eleição para renovação do comando da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP) na próxima sexta-feira, em Triunfo. Candidato da oposição, Josinaldo Barbosa, vereador em Timbaúba, já teve sua vida levantada pelos concorrentes. Foi descoberto, por exemplo, que possui uma larga folha policial, tendo sido preso numa ação da Polícia Federal pelo crime de contrabando, em 2010.

Chapa fantasiosa– Já a vereadora Célia Cardoso (PT), de Arcoverde, denuncia que o atual presidente da UVP, Biu Farias, candidato à reeleição, usou da estratégia enganosa de incluir vários colegas em sua chapa, sem que, na verdade, tenham sido registrados. “Muitos acham que estão na chapa, mas serão enganados”, alertou.

Sessão chororô– Os governadores do Nordeste estão apreensivos com o ajuste dos gastos do governo e com a conta salgada do subfinanciamento da saúde e da educação. Hoje, eles têm encontro com a presidente Dilma. O objetivo do encontro é preservar dos cortes os investimentos do PAC previstos para a região e a retomada de projetos estruturadores.

Revelação parlamentar– Dos parlamentares estreantes da bancada federal de Pernambuco o que mais tem se destacado, pelo menos até o momento, é Tadeu Alencar (PSB), pela atuação na Comissão de Reforma Política. Além de ter apresentado boas propostas, Alencar conseguiu convencer a Comissão a fazer uma audiência pública em Pernambuco, já marcada para o dia 6 de abril.

CURTAS

EM ALTA– O prefeito de Cumaru, Eduardo Tabosa (PSD), foi mantido na chapa única de renovação da Federação Nacional dos Municípios, com eleição prevista para o próximo dia 30. Tabosa também tem assento na diretoria da Amupe como tesoureiro.

DINHEIRAMA– A prioridade do PSDB é aprovar o depoimento de José Dirceu na CPI da Petrobras. Querem, como todo o País, que ele explique como ganha tanto dinheiro enquanto está preso, algo realmente que pode virar um grande case internacional.

Perguntar não ofende: Até quando Dilma vai aguentar o tranco? 

Ao discursar, ontem, no congresso estadual da Amupe, o senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, surpreendeu ao defender um pacto em favor do Estado, que una de um lado o PSB, que está no poder, e de outro todas as forças de oposição, como PT e PTB, que se uniram numa aliança para enfrentar o então candidato Paulo Câmara, eleito governador. 

O pacto, segundo pregou, se dá em torno dos interesses maiores do Estado. Humberto acha que as obras que estão em andamento ou paradas no Estado, tocadas com recursos da União, devem ser o elo deste entendimento. “A ferrovia Transnordestina, a Transposição e o Arco Metropolitano são essenciais para Pernambuco e exigem de nós um esforço conjunto”, afirmou.

Humberto é um senador com força no Governo, tanto que foi reconduzido à liderança do seu partido no Senado com o aval expresso da presidente, com quem tem trânsito fácil, sendo um fervoroso defensor da sua gestão no Congresso, hoje enfrentando graves dificuldades do ponto de vista político.

Se o senador, que pela primeira vez apareceu num ato público ao lado de Paulo Câmara depois da acirrada campanha do ano passado, desmontando, portanto, o palanque, está tão aberto ao diálogo, da parte do governador, o mais interessado pela proposta, não deve faltar disposição para concretizar este pacto.

Que passa, necessariamente, pelo único político com assento na Esplanada dos Ministérios: Armando Monteiro Neto, piloto da pasta de Desenvolvimento Econômico. O pacto de Humberto chega, também, num momento em que o Governo está extremamente fragilizado e deve ter sido pregado porque tem visto aliados do governador endurecendo o discurso contra Dilma.

Como é o caso do secretário de Planejamento, Danilo Cabral, que abriu o seminário “Todos por Pernambuco”, sábado passado, em Arcoverde, com duras críticas ao Governo e a própria presidente Dilma. “Aqui, não tem gente que está se escondendo da crise, que enterrou a cabeça no chão e deixou de conversar com o povo. Ou você escuta o povo fazendo um governo aberto de forma organizada, abrindo canal de diálogo com transparência ou você escuta a voz do povo nas ruas, como a gente tem visto”, afirmou.

Danilo lembrou o que o Brasil vive um momento desafiador marcado pela falta de diálogo, de unidade e, sobretudo, de um estadista capaz de construir um consenso, fazendo referência ao ex-governador Eduardo Campos. Certamente, Humberto deve ter tomado conhecimento do seu desabado e tenta desarmar os espíritos. 

REFORMA POLÍTICA– Integrante da Comissão de Reforma Política da Câmara dos Deputados, o pernambucano Tadeu Alencar (PSB) aprovou uma audiência pública em Pernambuco, já marcada para o dia 6 de abril, na Assembleia Legislativa, para discutir o projeto que está em discussão no Congresso. “O encontro serve também para colher sugestões para enriquecer a reforma”, disse Alencar. 

Prorrogação de mandato – Candidato à reeleição, o presidente da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP), Biu Farias, encampou, ontem, a tese de prorrogação do mandato de prefeitos e vereadores, cujos mandatos vencem o ano que vem, para 2018, com o propósito de coincidir as eleições. “Somos amplamente favoráveis às eleições gerais”, pregou, em discurso na abertura do congresso da Amupe. 

Violência em Serra– Com a morte de Gustavo Rafael, o Cocada, suspeito de matar o vereador Cícero Fernandes, em Serra Talhada, sobe para quatro o número de homicídios naquela cidade em menos de 10 dias. O governador já reforçou o policiamento, mas o que se diz por lá é que não vai adiantar nem evitar que novas vidas sejam ceifadas, porque se trata de um conflito entre famílias que parece sem fim. 

FEM atrasado– O secretário de Planejamento, Danilo Cabral, explicou, ontem, que prefeitos que não tenham prestado contas do FEM 2 não terão direito ao FEM 3. Mas há casos complicados. A prefeita de Floresta, Rorró Maniçoba (PSB), alega que não prestou contas porque ainda aguarda o Governo liberar a última parcela do FEM 1. 

Grito pelo rebanho– Falando em nome da Assembleia Legislativa, ontem, no congresso da Amupe, a deputada Raquel Lyra (PSB) lembrou-se do sofrimento dos pecuaristas e cobrou da União a retomada do programa do milho subsidiado da Conab, suspenso pela presidente Dilma. “Estamos enfrentando a maior seca dos últimos 50 anos e o Governo tem que fazer a sua parte para evitar a dizimação do rebanho”, afirmou. 

CURTAS 

PALESTRA– O presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, fez palestra, ontem, no seminário da Amupe, sobre estratégias relacionadas a reconstrução da confiança da população nas instituições. Já a economista Tânia Bacelar tratou sobre o cenário da economia nacional. 

GASPARZINHO– Embora o congresso da Amupe tenha sido instalado no Centro de Convenções, em território de Olinda, o prefeito Renildo Calheiros (PMDB) não deu o ar da sua graça no evento. Por isso que a oposição só o chama de Gasparzinho. 

Perguntar não ofende: Quem vai para o Ministério da Educação no lugar de Cid? 

Enfim, os governadores do Nordeste terão uma agenda conjunta com a presidente Dilma. Acontece na próxima quarta-feira, em Brasília, depois de o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), insistir. Foi em João Pessoa, há dois meses, que os nove chefes de Estado da região se encontraram para discutir pleitos consensuais.

Os governadores querem priorizar novas fontes de financiamento para a saúde que garantam a elevação do patamar de atendimento à população, que tem se tornado cada vez mais difícil, bem como a ampliação dos serviços contemplados com as atuais fontes de financiamento.

Acham que o Governo Federal e o Congresso Nacional precisam abrir uma discussão que traga recursos financeiros para o custeio do Sistema Único de Saúde, com o direcionamento prioritário dos recursos para a Média e Alta Complexidade, possibilitando eficiência com a implantação de novas formas de gestão.

A Dilma, dirão que solicitaram aos ministros do Supremo Tribunal Federal a votação do mérito da ADIN 4917, que permite a entrada em vigor da Lei dos Royalties do Petróleo (Lei 12.734/2012), legitimamente aprovada no Congresso Nacional. Querem também a redefinição do papel da União com a construção de uma política nacional que contemple a modernização das Forças de Segurança (polícias militar, civil e bombeiros) dos Estados.

E também a elaboração de um plano nacional integrado de combate às drogas e armas, e a imediata implementação do Programa Crack: é Possível Vencer, que, apesar de anunciado pelo Governo Federal, ainda não foi totalmente implantado, bem como a criação do Fundo Complementar para a segurança pública.

Pedirão ainda investimentos na infraestrutura e logística de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos do Nordeste, visando ao fortalecimento da integração regional como fator fundamental de competitividade e a inclusão de estudos que viabilizem a implantação de uma malha aeroviária da Região.

Por fim, os governadores querem a criação de uma linha de crédito especial, PROINVESTE NORDESTE, já no primeiro semestre de 2015, para investimentos em infraestrutura dos Estados, nos moldes do Pro investe atualmente em execução.

Isso sem falar da conclusão do projeto de modificação da tributação das operações interestaduais não presenciais, inclusive aquelas realizadas na modalidade de comércio eletrônico (compras pela internet), destinadas ao consumidor final, que precisa ser finalizado este ano no Congresso para entrar em vigor em 2015.

“O Nordeste não pode continuar a conviver com as perdas decorrentes do atual modelo de tributação do comércio eletrônico. Reivindicamos a manutenção dos juros praticados pelo BNB abaixo daqueles de outras instituições de crédito, como instrumento de desenvolvimento regional”, diz a carta dos governadores assinada em João Pessoa. Segundo o governador Paulo Câmara, os governadores também dirão a Dilma que apoiam as investigações dentro do Estado de Direito e o combate incessante à corrupção, com a punição de todos os culpados em quaisquer casos.

“Porém, entendemos que o Brasil não pode ser o País da agenda negativa e única. É preciso convergir esforços para superar os problemas e construir soluções que coloquem o País num cenário de crescimento, competitividade, aumento e distribuição de riquezas. O Brasil precisa de uma nova agenda política e econômica”, assinalou.

SAI OU NÃO? – O presidente da Amupe, José Patriota (PSB), prefeito de Afogados da Ingazeira, está confiante no anúncio do novo FEM, pelo governador Paulo Câmara, na próxima segunda-feira, durante seminário da instituição no Recife. Mas ainda não é certo o anúncio, até porque, além de não ter R$ 300 milhões para bancar, o Estado reclama que muitos prefeitos ainda não prestaram conta do saldo anterior.

Pedra no caminho – A deputada e presidente estadual do PT, Teresa Leitão, tem sido apontada por setores do Governo como impedimento para um entendimento em torno do aumento dos professores. Tudo porque, para discutir o reajuste, o Governo teria que, antes, contemplar 4.060 professores com o piso nacional, que ainda não recebem. A parlamentar não concorda.

A primeira baixa– O governador Paulo Câmara nomeou o ex-prefeito de Afrânio, Carlos Cavalcanti, o Carlinhos, para a Assessoria Especial sem saber que ele responde por processos na justiça por improbidade administrativa, sendo, portanto, ficha suja. Pelo que deixou a entender, ontem, na passagem pelo Pajeú, pode revogar a decisão.

Os excluídos – O vice-governador Raul Henry (PMDB) tem defendido a tese de que os prefeitos que não tenham prestado contas dos recursos recebidos para a última etapa do FEM, o Fundo de Emergência dos Municípios, não sejam contemplados no novo fundo que venha a ser anunciado pelo governador no seminário da Amupe, segunda-feira, no Recife.

Candidatíssima! – Presente, ontem, em Afogados da Ingazeira, ao seminário “Todos por Pernambuco”, a deputada estadual Raquel Lyra (PSB) praticamente confirmou que disputa a Prefeitura de Caruaru nas eleições do próximo ano. “Estou muito animada”, afirmou. Sobre a nomeação da ex-deputada Miriam Lacerda para a Assessoria Especial, a socialista disse que quem deveria explicar era o Governo.

CURTAS

HAJA APETITE! – Em Floresta, o governador teve que almoçar duas vezes na última quinta-feira após a abertura do seminário Todos por Pernambuco. Primeiro, na casa da prefeita Rorró Maniçoba (PSB), que é Ferraz; depois na casa do deputado Rodrigo Novaes. Ferraz e Novaes não se bicavam até Rodrigo ser vice de Rorró antes de ser eleito deputado. Mas já estão novamente rompidos.

DE BRANCO– Neopetista, o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, apareceu, ontem, de camisa branca no seminário Todos por Pernambuco em Afogados da Ingazeira, o que pegou muita gente de surpresa. O branco é a cor adotada pelo ex-governador Eduardo Campos em campanha. Será que vai aderir ao Governo?

 

Perguntar não ofende: Paulo Câmara tem em caixa R$ 300 milhões para bancar um novo FEM? 

O Governo vai encontrar dificuldades para aprovar no Congresso o ajuste fiscal, que antes mesmo de começar a ser discutido, provocou uma saia justa: o pito da presidente Dilma no ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por ter dito, logo após o anúncio, que as desonerações no passado foram uma brincadeira de mau gosto, que provocaram uma perda de R$ 35 bilhões.

O pacote não agradou a ninguém. Nem aos empresários, que alegam terem perdido condições para produzir com menos encargos, nem tampouco aos trabalhadores, que, no final, serão os mais prejudicados com a perda dos seus empregos. Para contratar, a partir de agora, os patrões terão que arcar com uma conta mais salgada de impostos.

Sendo assim, está nascendo uma união de forças inusitada no Brasil: o trabalho com o capital. Tanto os representantes das indústrias quanto a classe trabalhadora já demonstraram publicamente condenação à tentativa do governo de equilibrar as contas públicas à base de aumento da carga tributária e de redução em direitos trabalhista e previdenciários.

Pelo lado do empresariado, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) já começou a preparar uma frente de combate à MP que revoga a desoneração da folha de pagamento das empresas e eleva em 150% as alíquotas da contribuição previdenciária cobrada sobre o faturamento.

A iniciativa de se unir às centrais sindicais na cruzada contra o pacote de Levy teria partido do próprio presidente da Fiesp, Paulo Skaf. O objetivo é reunir na mesma frente Fiesp, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical e outras gigantes do sindicalismo para pressionar o Congresso a não aprovar os ajustes para garantir a meta de superávit primário de R$ 66,3 bilhões para este ano.

Pelo lado das centrais sindicais os protestos já começaram. Ontem, cerca de 600 sindicalistas fecharam a rua Martins Fontes, no centro de São Paulo, pedindo a revogação das medidas provisórias 664 e 665, que alteram as regras do benefício, abono salarial, seguro defeso, pensão por morte, auxílio-doença e auxílio-reclusão.

"Essa medida vai impedir a maioria dos trabalhadores de conseguir o seguro-desemprego ", disse Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Já Miguel Torres, presidente da Força Sindical, acha que as medidas provisórias precisam ser revogadas e anuncia uma grande luta por isso. “São 8 milhões de trabalhadores prejudicados", diz ele.

RECUOU– O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recuou da decisão de permitir que mulheres ou maridos de parlamentares viajem de suas cidades para Brasília com passagens aéreas pagas com recursos públicos. Cunha disse que proporá hoje (3) aos integrantes da Mesa Diretora da Câmara um recuo em relação à decisão de conceder passagens para cônjuges de parlamentares. Ele reconheceu que a repercussão não foi positiva. “Se não foi positiva, por que manter?”, indagou o presidente da Casa.

Fim do sofrimento baiano– Ao contrário de Pernambuco, onde tem chovido pouco, na Bahia as precipitações registradas nos últimos dias encheram 70% dos reservatórios, enquanto no Piauí chega a 45%. Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte vivem o prolongamento da seca, com 248 municípios enfrentando racionamento ou com o fornecimento de água em colapso total.

Saindo da toca – O PSB deverá adotar uma posição uniforme em relação ao ajuste fiscal envolvendo alterações na concessão de pensões, auxílio-doença, seguro-desemprego, além de modificações na folha de pagamentos das empresas. Líder na Câmara, Fernando Filho, vai reunir a bancada para tentar um entendimento. O encontro está previsto para amanhã.

Leitura da influência – Sete deputados pernambucanos já se manifestaram de forma contrária ao ajuste fiscal. A maior expectativa, na verdade, está concentrada no núcleo socialista, formado por nove deputados entre os 34 da bancada do PSB na Câmara. Se houver manifestações pela aprovação isso provavelmente já terá um dedo do governador Paulo Câmara e do senador Fernando Bezerra, que querem ajudar o Governo.

Dos males, o menor - Líder do PP na Câmara dos Deputados, Eduardo da Fonte diz que o fato de Pernambuco ter sido o Estado com o menor percentual de aumento das tarifas de energia autorizadas pela ANEEL, de 2,2%, é resultado do seu implacável trabalho no Congresso em cima das decisões da Celpe que prejudiquem os consumidores. “O ideal seria não ter tido aumento, mas São Paulo chegou a mais de 20%”, avalia.

CURTAS

NA DISPUTA– O prefeito de Camaragibe, Jorge Alexandre, reafirmou, ontem, na posse dos novos secretários de Geraldo Júlio, que já está em campanha para presidir o PSDB, acéfalo depois da morte de Sérgio Guerra por falta de uma liderança que se preocupe com o crescimento do partido no Estado e não apenas em falar carioquês em Brasília.

OLHO NA GRANA– No giro que fará, inicialmente, por três regiões – Araripe, São Francisco e Sertão Central, a partir do próximo dia 13 – o governador Paulo Câmara que prepare o lombo: a principal reivindicação dos prefeitos será pela edição de mais um FEM – o fundo de desenvolvimento municipal, criado pelo ex-governador Eduardo Campos.

Perguntar não ofende: Os tucanos que mordem no Governo Paulo Câmara acham que o candidato a prefeito do governador será Daniel Coelho? 

A Ordem dos Advogados de Pernambuco está brincando de fazer confronto com o Legislativo. A ação civil pública, recurso anunciado, ontem, para anular a reeleição do presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa (PDT), soa como uma bela piada de mau gosto.

“A saída jurídica escolhida não se configura como o melhor remédio, haja vista que é cabível, principalmente, quanto existe dano à administração pública, o que, no caso, não houve”, interpreta um especialista ouvido pelo blog. A OAB, segundo ele, passou o tempo todo incutindo a ideia de que se tratava de caso para uma ADIN – Ação Direta de Inconstitucionalidade.

Mas a ADIN só se aplicaria se Guilherme Uchoa tivesse, com a reeleição, causado prejuízo ou danos ao erário público, o que não se pode configurar juridicamente. A discussão, em tese, na verdade, é a de alternância de poder, o que caberia, no caso, um mandado de segurança e não uma ação civil pública.

“Óbvio que se trata de caso de controle difuso. Nisso não paira qualquer tipo de dúvida. Aí residiu o primeiro erro da OAB, que ficou falando por muito tempo que era caso de concreto direto, através de uma ADIN, o que, tecnicamente, configura-se como impossível”, avalia esse mesmo especialista.

Segundo ele, negada a liminar, ela tem o rito ordinário, o que pode acarretar um longo tempo para sua decisão. “Os argumentos como alternância de poder não servem para sua impetração, pois não é acinte direto à sociedade”, acrescenta ele, adiantando que o remédio mais cabível seria um mandado de segurança, bem fundamentado, arguindo violação à emenda número 33 da Constituição Estadual.

“O problema é que a Emenda 33 não menciona o início de sua eficácia. Interpretou a Assembleia que ela tem início na sua vigência, o que é normal na maioria das leis”, avalia o especialista.

Traduzindo: a esta altura, o presidente Guilherme Uchoa, que papou o quinto mandato, ao tomar conhecimento do amadorismo e do primarismo jurídico da OAB, deve estar dando boas gargalhadas, porque, afinal, nunca se viu tamanha trapalhada.

CANDIDATOS– O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, revela que o partido prepara três nomes para a eleição nas capitais no ano que vem. O senador Romário já avisou que vai concorrer no Rio. Os socialistas esperam pelo candidato do prefeito Márcio Lacerda, em Belo Horizonte. E contam com a senadora Marta Suplicy, que está deixando o PT, em São Paulo. “Essa é a razão do Bloco com Solidariedade, PPS e PV”, diz Siqueira.

Deputados-turistasO primeiro-secretário da Assembleia, Diogo Moraes (PSB), e o deputado Rodrigo Novaes (PSD), que disputou a eleição para presidente da Casa, esticaram o feriadão do Carnaval nos Estados Unidos e só reapareceram, ontem, para dar expediente.

Igual a seleçãoDo marqueteiro Marcelo Teixeira, da Makplan, ao ser provocado numa mesa política, ontem, a dar opinião sobre o secretariado do governador Paulo Câmara: “Secretariado é como a seleção brasileira: todo mundo quer escalar. Só dou opinião sobre o Governo ou medidas polêmicas tomadas pelo governador”.

Crise de águaA Agência Nacional de Águas (ANA) prorrogou até 31 de março a redução temporária da água que é liberada pelos reservatórios de Sobradinho e Xingó, no Rio São Francisco. A medida garante o volume d'água necessário para a produção de energia do Sistema Nordeste e o atendimento dos usos múltiplos da Bacia do São Francisco.

O efeito 2018– Bastou Fernando Bezerra dá sinais de que será candidato a governador em 2018 para o prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), principal adversário do senador naquele município, ser paparicado em audiência no Palácio das Princesas pelo governador Paulo Câmara. E, mais do que isso, resolver demandas nas pastas de Cidades e Educação.

CURTAS

REVISTA– O ex-deputado Osvaldo Coelho (DEM) ganha, hoje, uma homenagem especial em Petrolina com o lançamento de uma revista contando a sua trajetória política. A edição, do competente jornalista Carlos Laerte, está um colosso. Muitos políticos, empresários e amigos do ex-parlamentar baterão o ponto às 18 horas, na livraria SNS.

CANDIDATA Suplente do senador Fernando Bezerra Coelho, Eliane Rodrigues deve disputar a Prefeitura de Nazaré da Mata pelo PSB. Com atuação voltada aos direitos das mulheres há 40 anos, a socialista é fundadora da Associação das Mulheres de Nazaré da Mata.

Perguntar não ofende: Que providências o Governo Federal vai adotar para minorar os efeitos da seca no Nordeste?

A presidente Dilma escolheu um homem de sua confiança para presidir a Petrobras no lugar de Graça Foster, arrastada para a jaula dos leões pelo maior escândalo da história na estatal: o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. Ele desapontou investidores que torciam por um nome do mercado para recuperar a imagem da petroleira.

Bendine, funcionário de carreira do BB, está à frente do maior banco da América Latina desde 2009. Sob sua chefia, a instituição federal liderou uma ofensiva do governo petista no crédito para atenuar os efeitos da crise financeira global na economia brasileira.

A escolha de Bendine indica as dificuldades que Dilma teve para costurar a sucessão na Petrobras de forma súbita, em 48 horas, com a renúncia repentina da presidente Maria das Graças Foster e de outros cinco diretores da companhia, em um movimento que surpreendeu o Palácio do Planalto.

Além disso, por ser bastante alinhado às políticas do atual governo, a colocação de Bendine na liderança da Petrobras frustra expectativas de investidores e analistas de que o novo líder da petroleira viesse do mercado. O Bendine é uma pessoa muito identificada com a primeira gestão do governo Dilma.

O BB foi absolutamente comandado pelo governo na primeira gestão e a Petrobras precisaria de alguém mais independente, que peitasse o governo em determinadas situações e não fizesse loteamento de cargos. Nomes que vinham circulando na mídia para a Petrobras, como o de Murilo Ferreira, presidente da Vale, e o de José Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem, seriam opções melhores.

Pesa por não ser alguém do setor, mas pesa mais por ser identificado com a primeira gestão de Dilma. O novo comando da empresa terá entre seus desafios iniciais a regularização da publicação das demonstrações financeiras da estatal. Isso em meio à apuração de um escândalo de corrupção que exigirá que a companhia realize baixas contábeis bilionárias de ativos sobrevalorizados.

NO INTERIORA pedido do próprio grupo empresarial contatado, o Governo do Estado mantém sigilo sobre os novos investimentos que virão para Pernambuco em função da sua passagem por São Paulo, quinta-feira. Os empresários estão de olho, segundo o blog apurou, numa área estratégica do Interior e não especificamente em Suape.

Fidelidade caninaReeleito para o quinto mandato no comando da Assembleia, o deputado Guilherme Uchoa mostrou que é um aliado correto de José Queiroz, ao defender, ontem, durante encontro com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, a volta do prefeito de Caruaru ao comando estadual da legenda, do qual foi afastado na campanha eleitoral passada.

Repercussão nacionalNota do jornal O Globo sobre o encontro de Paulo Câmara com Lula: “O Instituto Lula estampou no seu site foto em que, sorridentes, apertavam as mãos o ex-presidente e o governador Paulo Câmara (PE). Eles almoçaram e trataram do futuro político do País. Depois de terem se enfrentado nas eleições, Câmara convidou Lula a visitar o Estado. Socialistas avaliam que a reunião deu início à distensão entre o PSB e os petistas”.

Na filaDesde que o governador Paulo Câmara tomou posse, o prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), de bloco de oposição, aguarda uma audiência solicitada em caráter de emergência. O secretário da Casa Civil, Antônio Figueira, diz que existe uma demanda muito grande de prefeitos e que está, aos poucos, fazendo as acomodações de agenda.

Limpando a pauta– Figueira garante que após o Carnaval, o governador começa a limpar a pauta de audiências com os gestores municipais, devendo receber, pela ordem, Júlio Lóssio (Petrolina), Elias Gomes (Jaboatão), José Queiroz (Caruaru) e Madalena Brito (Arcoverde). “Os primeiros dias de gestão foram muito corridos e não há discriminação em relação a ninguém, mesmo de campos opostos”, disse o chefe da Casa Civil.

CURTAS

RECONDUZIDA– Filha do ex-governador João Lyra Neto (PSB), a deputada Raquel Lyra (PSB) chegou a criar expectativas como uma reserva do partido para presidente da Assembleia se o seu partido concorresse com candidato próprio, mas teve que se contentar com sua recondução para o comando da Comissão de Justiça.

ELOGIOS Os prefeitos têm elogiado bastante o secretário de Agricultura, Nilton Mota, não apenas pelo conhecimento que tem demonstrado sobre o setor, mas, principalmente, pelo tratamento fácil que tem dispensado nas demandas recebidas dos municípios.

Perguntar não ofende: Dilma acertou na escolha do presidente do BB para comandar a Petrobras?

Quarto Tribunal de Contas do País a adotar o processo eletrônico na prestação de contas dos gestores municipais, Pernambuco deu um passo à frente na era eletrônica. A partir de agora, prefeitos e presidentes de câmaras não poderão mais usar papel na relação administrativa com o TCE.

Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o presidente do TCE, Valdeci Pascoal, disse que adotou um sistema em sintonia com o que já se faz na magistratura nacional há cinco anos. “O fim do papel implica uma mudança cultural muito acentuada, inclusive para o próprio TCE, mas tem tudo a ver com a democracia e a transparência da gestão pública", disse Pascoal.

Segundo ele, o processo eletrônico proporcionará ao TCE e aos próprios gestores cinco diferentes tipos de avanços: agilidade no julgamento das contas; segurança da informação; economia de tempo e de papel; aumento no grau de transparência, e melhoria da questão ambiental.

Sobre a agilidade no julgamento das contas, ele explicou que, após essa nova ferramenta, a meta estabelecida pelo TCE é julgar 50% dos processos deste ano até março de 2016. "Isso não significa que o TCE vai abrir mão de fazer inspeções in loco quando julgar necessário, e sim que deverá agir com muito mais celeridade", acrescentou.

Quanto à segurança das informações, afirmou que o processo eletrônico evitará o extravio de documentos, o que geralmente ocorria no modelo antigo. "O processo virá com certificação digital e isso confere um grau de segurança que não tínhamos quando a prestação de contas era feita por meio de papel", salientou.

O processo eletrônico proporcionará a qualquer cidadão o acesso às informações prestadas pelas prefeituras, evitando que, muitas vezes, o vereador tenha que se dirigir ao TCE em busca de determinado documento que lhe foi sonegado pelo chefe do Executivo Municipal.

Todas as prefeituras já utilizam o processo eletrônico para outros fins, notadamente para se habilitar a receber recursos de órgãos do governo federal. Mas, mesmo que algumas delas necessitem de treinamento, a Escola de Contas Públicas do TCE fará essa capacitação, gratuitamente.

Não haverá prorrogação de prazo para que essas prestações de contas sejam feitas (o prazo se encerra em 30 de março para os gestores estaduais e 31 de março para os municipais) e que o gestor público que não o fizer estará sujeito a ter suas contas rejeitadas, ao pagamento de multa, à inelegibilidade.

NA COMISSÃO– O deputado Jarbas Vasconcelos deve ser um dos representantes do PMDB na Comissão da Reforma Política criada, ontem, pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. No Senado, Jarbas deu uma forte contribuição ao debate apresentando, dentre outras propostas, a que proíbe o fim das coligações nas eleições proporcionais.

Não foi bem assim– Um dia após exercitar o fogo amigo na Câmara do Recife, criticando a falta de “carinho” do prefeito com os vereadores da base, Amaro Cipriano Maguary, da bancada socialista, foi ao gabinete do secretário da Casa Civil, Sileno Guedes, comunicar que foi “mal interpretado” pela Imprensa. É mole?

Sucessor complicado – O novo presidente e a nova diretoria da Petrobras serão conhecidas amanhã quando se reúne o Conselho Administrativo da Petrobras. A empresa precisa de um presidente capaz de restaurar sua credibilidade no mercado e restaurar sua imagem na opinião pública. Diante de tamanho escândalo, Dilma enfrenta dificuldades na escolha do sucessor de Graça Fostes.

Vez do Ceará– O poderoso lobby montado pelo presidente da OAB-PE, Pedro Henrique, deu certo e seu candidato Aquiles Bezerra, esposo de sua sócia no escritório de advocacia, foi o mais votado pelo Conselho Federal e deve entrar na lista tríplice levada à presidenta Dilma para escolha do substituto da desembargadora Margarida Cantarelli no TRF da 5ª Região. Mas o que se diz em Brasília é que Dilma nomeará o candidato cearense.

Sucessor de José Múcio– Dos quatro novos deputados federais da bancada pernambucana que assumiram, ontem, na condição de suplentes dos titulares convocados por Paulo Câmara para o secretariado, o jovem Fernando Monteiro (PP) tende a ser uma grata surpresa pelo fato de já ter um trânsito invejável na Casa desde a época que assessorou José Múcio na liderança do PTB.

CURTAS

OPOSIÇÃO– Já o deputado Raul Jungmann (PPS), que retorna ao Congresso também na condição de suplente, mas teve que renunciar ao mandato de vereador no Recife, anuncia oposição implacável ao Governo. Já assinou, inclusive, a CPI da Petrobras.

VISITA– Acompanhado da primeira-dama Cristina Melo, prefeito Geraldo Júlio visitou, ontem, em Casa Amarela e Afogados as duas instituições que foram selecionadas para receber a arrecadação do baile municipal, marcado para o próximo sábado.

 

Perguntar não ofende: Quem vai presidir a Comissão de Reforma da Câmara dos Deputados? 

Aos 74 anos, o cantor sertanejo Sérgio Reis fez sua estreia, ontem, como deputado federal. Os mais de 1,5 milhão de votos alcançados pelo ex-deputado Celso Russomano (PRB-SP) arrastaram o músico paulista, que obteve 45.330 votos, para a Câmara dos Deputados. No mundo artístico passa a dividir as atenções com o colega de outra área, o palhaço Tiririca (PR-SP), reeleito com mais de 1 milhão de votos.

Numa entrevista exclusiva ontem a este blogueiro, apresentado por este blogueiro, o cantor disse estar consciente sobre o desafio que terá pela frente. “O grande problema é que tem muita gente que está no poder e esquece que está representando um grupo de pessoas, uma nação. E daí eles só se preocupam em ganhar benefícios. Eu tenho nojo disso”, afirmou.

Ele contou que dispensou os serviços de aluguel de apartamento, carro e manobrista. “Meu carro eu mesmo vou dirigir. Para que eu vou precisar de uma manobrista? Eu só quero fazer o meu trabalho e voltar para casa”, afirmou. O deputado-cantor disse também que não fará discurso para as paredes.

“Se não tiver quem ouça, não falo”, ameaçou. Na sua cabeça, muitos projetos. Quer investir em hospitais e também beneficiar os aposentados. “O público tem tanto carinho por mim. Eu quero tentar fazer algo para retribuir. Por isso, resolvi aceitar entrar na política”, afirmou, adiantando que vai conciliar a agenda política com a carreira de cantor. “Eu não abro mão da música, de jeito algum.”

Outros nomes ligados às artes não tiveram a mesma sorte de Sérgio Reis nas urnas. Candidato à reeleição, o deputado e ator Stepan Nercessian (PPS-RJ), que teve seu nome associado ao contraventor Carlinhos Cachoeira, há dois anos, não conseguiu se reeleger. O pagodeiro Netinho (PCdoB-SP) teve mais de 82 mil votos, mas não se elegeu.

A cantora Sula Miranda (PRB) também fracassou na tentativa de alcançar um mandato. Ex-deputado federal e ex-vereador, Aguinaldo Timóteo (PR-RJ) bem que tentou voltar a Brasília. Mas não foi desta vez. Com menos de 19 mil votos, continuará distante da capital federal. Outras “celebridades” também fracassaram nas urnas.

Candidato a deputado federal, o ex-vencedor do Big Brother Brasil Diego Alemão (PV-RJ) não repetiu o sucesso de Jean Wyllys (P-Sol-RJ), que também havia conquistado uma edição do BBB antes de se eleger pela primeira vez, em 2010. Diego recebeu menos de cinco mil votos.

O cirurgião plástico Dr. Rey (PSC-SP), também conhecido como Dr. Hollywood, pelo programa que apresenta na Rede TV, também não se elegeu. Agora desassociado da imagem de ex-BBB e reconhecido como uma das principais lideranças do movimento LGBT no país, Jean Wyllys foi reeleito com 144.770 votos, dez vezes mais do que a votação obtida quatro anos atrás.

Tetracampeão mundial de futebol e melhor jogador do mundo em 1994, Romário virou senador pelo PSB do Rio depois da experiência na Câmara dos Deputados. E, agora, vai desfilar pelo Salão Azul, do Senado. Quem demonstrou ser bom de voto foi o goleiro Danrlei de Deus (PSD), que fez sucesso no Grêmio. Teve 158.973 votos, segundo mais votado de toda a bancada gaúcha.

DIVISÃOO deputado Jarbas Vasconcelos saiu, ontem, da primeira reunião da bancada do PMDB na Câmara impressionado com a falta de consenso na escolha do novo líder na Casa. Segundo ele, o partido tem nada menos do que oito candidatos a líder, mas Jarbas, que é pragmático, já se definiu pelo nome de Danilo Forte (CE). “Foi o primeiro a me pedir o voto e tenho boas referências sobre ele”, afirmou.

Fidelidade a ArmandoO deputado Zeca Cavalcanti (PTB) jura de pés juntos que votou no candidato do PT à Presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), derrotado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Não poderia contrariar o ministro Armando Monteiro, que orientou a bancada pelo voto em Chinaglia”, afirmou.

Afinando a violaNos dias que atua em Brasília como deputado, o secretário de Transportes, Sebastião Oliveira (PR), sucessor de Inocêncio Oliveira, está hospedado no mesmo hotel do cantor-deputado Sérgio Reis. “Estamos porta a porta, só falta a viola pra gente cantar panela velha é quem faz comida boa”, brincou Sebastião, que também é cantor e seresteiro.

QG 2018De olho no Palácio das Princesas em 2018, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) transformou seu gabinete em Brasília numa base de apoio aos prefeitos. Só ontem foram vistos por lá mais de 10 gestores municipais, inclusive do PT, como Luciano Duque, de Serra Talhada. Também o socialista João Bezerra, de Palmares.

O ricaço de São José– Depois de gravar para o Frente a Frente, ontem, o cantor Sérgio Reis quis saber notícias de uma terra que diz amar em Pernambuco: São José do Egito, o reino encantado da poesia, no Sertão do Pajeú, onde tem um amigo especial, um matutão conhecido como “Antônio do Milhão (foto)”.

CURTAS

CAINDO NA REAL– Os deputados novatos da bancada federal de Pernambuco estão assustados com os salários dos servidores da Câmara dos Deputados. Um chefe de gabinete, por exemplo, percebe R$ 10 mil e um motorista R$ 3 mil. A chiadeira é grande.

CONFIANÇA Do ex-governador Joaquim Francisco, ontem, na Rádio Folha, ao ser abordado sobre a gestão de Paulo Câmara: “Acho que ele tem as condições objetivas em conjunto com a equipe. Ele disse uma frase ‘governador não governa sozinho, governa com seu conjunto de forças’. Isso é uma atitude sensata”.

Perguntar não ofende: A violência vai engolir a gestão de Paulo Câmara?

A derrota que o deputado Diogo Moraes (PSB) impôs ao Governo, ao ser eleito primeiro-secretário da Assembleia numa postulação avulsa, acendeu a luz amarela no núcleo central do governador Paulo Câmara. Se o Governo já vive um inferno astral com as rebeliões nos presídios, o baque na Alepe gerou uma desconfiança de que seu governo pode viver a neurose da instabilidade ou até não dar certo.

Pela primeira vez, o Estado tem um governador que não faz política nem tampouco montou uma boa retaguarda que possa suprir essa deficiência, que é grave. Governar não é apenas gerir. Gerentões que não se convertem à política acabam batendo cabeça. E gerentonas, também. Basta citar o exemplo de Dilma.

Administrar é um exercício permanente da arte de fazer política. Se Câmara fosse do ramo ou tivesse um interlocutor que conhecesse um mínimo do assunto não teria sofrido uma derrota tão acachapante em início de gestão. Não foi Lula Cabral que perdeu, como disse ontem neste espaço, mas o Governo.

Cabral foi apenas a primeira vítima de um vácuo político que existe no Governo, com chances de vitimar muito mais gente. Nesta área, o rei está nu e ainda não despertou. Alguém mais experiente, ou mais corajoso – pode ter as duas virtudes, melhor ainda – tem que acordar Câmara.

Seu governo está correndo o risco de se transformar num tremendo desastre político, enquanto, administrativamente, vive emparedado como no Big Brother global pelas enxurradas de rebeliões que ensanguentaram o Estado, arranhando a sua imagem no plano nacional.

Afinal, parodiando o bem informado e competente marqueteiro Marcelo Teixeira, da Makplan, eleição de clube, de sindicato, de partido político e de mesa legislativa, quem tem o poder só perde por incompetência.

BURRICEAnalisando a derrota do PT na eleição da mesa diretora da Câmara dos Deputados, Marcelo Teixeira constata que o Governo continua sem ter oposição. “Ao insistir com a candidatura de Júlio Delgado (PSB) a oposição perdeu a oportunidade de derrotar o Governo. Deixaram Eduardo Cunha derrotar o PT sozinho, mas a oposição também sai derrotada, pois seu apoio a Cunha seria um verdadeiro massacre”, observou.

Cheiro de traiçãoO deputado Zeca Cavalcanti pode não ter votado em Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na eleição para presidente da Câmara, mas o PTB tem razões para desconfiar da traição, pois até foto o trabalhista, que prometeu votar em Arlindo Chinaglia (PT), chegou a tirar ao lado do candidato vitorioso.

ProtocoloOs deputados Danilo Cabral (PSB), Felipe Carreras (PSB), André de Paula (PSD) e Sebastião Oliveira (PR), escolhidos secretários pelo governador Paulo Câmara (PSB), só podem reassumir no Estado depois que for publicado no Diário Oficial, novamente, as suas nomeações, o que está previsto para hoje. Os respectivos suplentes assumem amanhã.

Derrota nordestinaO cancelamento das obras das refinarias Premium I e Premium II nos estados do Maranhão e Ceará, respectivamente, provocou uma rebelião nas bancadas dos dois Estados no Senado. O senador Edison Lobão, do PMDB maranhense, e Eunício Oliveira, do PMDB cearense, criticaram a Petrobras e jogaram o pepino no colo de Dilma.

Firme e forte– Ao contrário do que ocorre em Pernambuco, no PSB nacional o senador Fernando Bezerra Coelho continua forte e influente. Tanto que elegeu o filho Fernando Filho líder da bancada do PSB na Câmara sem precisar dos votos dos oito deputados pernambucanos que integram a bancada de 34 parlamentares.

CURTAS

EM FAMÍLIA– Segundo suplente da bancada federal, o deputado Fernando Monteiro (PP), que assume o mandato amanhã com a ida de quatro federais para o secretariado de Câmara, quer emplacar o pai na Superintendência da Codevasf, em Petrolina.

LOBBY O presidente da OAB-PE, Pedro Henrique, faz lobby para eleger Aquiles Bezerra desembargador Aquiles Bezerra, esposo de sua sócia, no lugar de Margarida Cantarelli no Tribunal Regional Federal da 5ª Região. O Conselho Federal da OAB decide a parada, hoje, em eleição.

Perguntar não ofende: O PP vai ceder espaço na Integração para o PT?

Em eleição para composição de mesas diretoras no Legislativo há uma praxe entre os partidos: o cumprimento do acordo na votação nos candidatos oficiais. Com isso, dificilmente quem se aventura em candidaturas avulsas têm chances de virar o jogo, a não ser que os deputados traiam.

Para trair, no caso dos deputados governistas, o preço tende a sair caro. No PSB, partido majoritário na Casa, com 15 representantes, o nome oficial para a Primeira-Secretaria é o do ex-prefeito do Cabo, Lula Cabral, mas Diogo Moraes está correndo por fora, ameaçando registrar sua candidatura avulsa.

Tem alguma chance? O voto é secreto, é verdade, mas se a própria bancada do PSB não seguir a orientação do partido quem ficará mal na fita será a cúpula socialista e por tabela o governador Paulo Câmara. Diz uma peça teatral que para trair basta apenas coçar.

No caso de um governo em início, poucos têm coragem de coçar, porque o risco de ser tratado a pão e água ao longo dos quatros anos é realíssimo. Uma candidatura avulsa saindo de qualquer partido por falta de consenso pode ser até natural, mas da legenda oficial, que está com a caneta na mão, é grave.

Grave porque expõe profundamente o governador, cria um clima de instabilidade e desconfiança, abrindo um precedente grave para derrotas em matérias de interesse do Governo. Diogo tem esta força aparente para desafiar o seu partido e o governo? Evidentemente que não.

NA CORTE– Devido ao congestionamento nos voos para Brasília, praticamente toda a bancada pernambucana já está na capital desde ontem, para a posse do novo Congresso amanhã. Os novatos fizeram os procedimentos de praxe, como a criação de senha e o treinamento da votação no painel eletrônico, como o tucano Daniel Coelho, que, entusiasmado, postou uma imagem nas redes sociais testando a sua senha.

O pepino é estadual– Na audiência com o ministro dos Transportes, quinta-feira passada, em Brasília, o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) e o senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, não colocaram em pauta a precária situação da BR-232 porque, segundo Humberto, a estrada é da inteira responsabilidade do Estado. E agora, José?

Derrota à vista – Dilma pode jurar que não, mas é senso comum que seu Governo está empenhado em eleger Arlindo Chinaglia para presidir a Câmara. Se o petista perder, a presidente sofrerá sua primeira derrota. Não é novidade a rejeição do candidato do governo. Em 2001, Aécio Neves derrotou o candidato do governo FH, Inocêncio Oliveira. Em 2005, Severino Cavalcanti venceu o candidato do governo Lula, Luiz Greenhalgh.

Azarão sem chances– Aliado do candidato do PMDB à Presidência da Câmara, o deputado não acredita que o socialista Júlio Delgado (MG) se transforme no azarão da eleição para renovação da mesa diretora no próximo domingo. “Apesar do esforço do PSDB, Júlio Delgado é vítima da migração para o voto útil. Ele já não é aquele candidato que disputou contra Henrique Alves”, observou.

Tratamento Vip– Em Brasília desde ontem, para tomar posse como mandato federal amanhã no Congresso, o secretário estadual de Turismo, Felipe Carreras, procurou o ministro Juca Ferreira para tratar de assuntos relacionados ao Estado e sentiu que Pernambuco será bem tratado. “Senti que o ministro vai investir bastante no turismo no Nordeste, especialmente em Pernambuco”, afirmou.

CURTAS

LICENÇA– Dos 25 deputados da bancada federal que tomam posse amanhã, quatro se licenciam imediatamente para o secretariado de Paulo Câmara: Sebastião Oliveira (PR), Felipe Carreras (PSB), Danilo Cabral (PSB) e André de Paula (PSD). Mas todos terão direito a votar na eleição da mesa diretora.

RENÚNCIA– O vereador Raul Jungmann, da bancada do PPS no Recife, renuncia ao mandato na próxima segunda-feira para tomar posse como deputado federal. Como suplente, assume o mandato porque Paulo Câmara convocou quatro federais para o secretariado.

 

Perguntar não ofende: Dilma será derrotada na eleição da mesa diretora da Câmara dos Deputados? 

Em menos de um mês de gestão, o governador Paulo Câmara (PSB) acabou gerando mais fatos negativos do que positivos. O recrudescimento da violência é apontado como o principal foco da mídia que puxa o Estado para baixo, como a rebelião de ontem, no Aníbal Bruno, que resultou em mortes.

O governador manteve no cargo o secretário de Defesa, Alessandro Carvalho, com carta branca para mudar os comandos da Polícia Militar e da Polícia Civil, o que fez imediatamente. O tempo é curto, não dá para concluir se as mudanças foram acertadas, mas nunca a violência voltou com tanta intensidade e de forma tão rápida.

Episódios que pareciam ter sumido do quotidiano no Estado, como arrastões, voltam a apavorar a população. Na semana passada, o primeiro arrastão ocorreu na Via Mangue, em plena luz do dia. Três dias depois, se deu da mesma forma, fazendo mais vítimas, no Recife Antigo.

Com isso, o Governo teve que reforçar o policiamento no último fim de semana, para não atrapalhar a programação festiva da Prefeitura do Recife. As cenas de ontem, rastreadas no motim do Aníbal Bruno, são chocantes e deprimentes, como foram aquelas imagens, no Jornal Nacional, de detentos exibindo armas brancas.

Câmara administra um cenário de incertezas na área de segurança. Na verdade, acendeu uma luz amarela, que impõe medidas duras, audaciosas, capazes de enfrentar essa chaga da violência, que seu antecessor, o ex-governador Eduardo Campos, atacou com prioridade absoluta, tendo obsessão pelas metas de redução de crimes. 

Não custa lembrar que quando Eduardo assumiu em 2007, Pernambuco era considerado o terceiro Estado mais violento do País, tendo computado naquele ano 4.635 homicídios. Em 2012, ocupava o décimo lugar no ranking nacional, de acordo com o último Mapa da Violência. 

Com isso, a taxa de 53,1 assassinatos por cada grupo de cem mil habitantes caiu para 37,1 no período, uma redução de quase 40%. A julgar pelas estatísticas ainda não computadas no Mapa, mas já publicados nos documentos internos da Secretaria de Defesa Social, o total de crimes letais violentos intencionais caiu ainda mais em 2013: foram 3.100, o que dá uma taxa de 34,1 por cem mil habitantes. 

Pelos dados do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a taxa de homicídios caiu de 50,1 para 36,2 por cem mil habitantes entre 2008 e 2012: queda de 28%. É o menor patamar desde que foi criado o chamado Pacto Pela Vida. No entanto, essa taxa ainda está entre as mais altas do País, e a segurança está longe de ser um problema que será resolvido por Câmara. 

SEM CONTROLE– Estranho que o Governo do Estado tenha investido, há menos de dois anos, R$ 25 milhões na requalificação do complexo presidencial Aníbal Bruno e os mesmos problemas continuem, como superlotação, entrada de drogas, armas e até celulares, para que os detentos continuem comandando da prisão sequestros e outros crimes. O Governo parece não ter respostas para a crise na área de segurança. 

Cego em tiroteio– A rebelião no complexo de Suape, que resultou na morte de um sargento da Polícia Militar e um detento, põe no colo do governador Paulo Câmara (PSB) uma crise que exigirá pulso forte. O aumento dos índices de homicídio no Pacto pela Vida e os arrastões na Via Mangue e Recife Antigo indicam que o Governo está mais perdido do que cego em tiroteio na área de segurança. 

Com Uchoa – O PSB só não assumiu, ontem, a candidatura de Guilherme Uchoa, que disputa o quinto mandato, porque não tem segurança quanto à constitucionalidade da reeleição do pedetista. Mas entre os 15 integrantes da bancada, apenas Aluízio Lessa defende candidatura própria, sendo, assim, voz isolada. Prega no deserto. 

Aviso foi dado– No primeiro protesto no Aníbal Bruno, no último dia 7, as cenas de detentos exibindo armas brancas foram parar na mídia nacional, gerando uma repercussão bastante negativa. Parecia ser um aviso de que a rebelião viria, como ocorreu, com um saldo triste: a morte de um sargento e um preso. 

Sem tradução – O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, diz que o partido está falando português claro no processo da eleição da mesa diretora da Assembleia, mas parece grego. Ontem, ao final de mais um encontro, que o partido decidiu não decidir. “Já sabemos o que queremos”, diz ele, mas não traduz. 

CURTAS

BOA FIGURA– Era uma figura muito querida o pai do deputado Odacy Amorim, sepultado, ontem, em Rajadas. “Seu” Odair Granja de Souza, de 72 anos, morreu domingo passado num acidente automobilístico entre Rajadas, onde morava, e Petrolina. 

ATRASO– O prefeito de Águas Belas, Genivaldo Menezes (PT), ainda não pagou o salário de dezembro dos servidores do quadro e terceirizados e sequer sinaliza para uma data, o que está gerando um clima de apreensão e tensão na Prefeitura. 

Perguntar não ofende: Quando o PSB vai sair do muro?

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