Tópicos | Kléber Mendonça Filho

O jornalista e crítico Luiz Joaquim anunciou, nesta terça-feira (31), seu desligamento da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), deixando de ser coordenador interino de cinema. A informação foi divulgada por meio de nota, em que Luiz ressalta que a razão de sua saída se deve ao seu desejo que seguir outros caminhos profissionais. Atuante na instituição desde 2001, Luiz chegou a trabalhar como programador de cinema, e substituiu Kleber Mendonça Filho de forma interina, depois que o cineasta entregou o cargo de gestor do Cinema da Fundação, no ano passado.

Em janeiro deste ano, foi anunciado que a jornalista e fotógrafa Ana Farache assumiria o cargo de diretora da Fundaj. Embora não tenha sido mencionada no texto, a efetivação pode ter sido umas das razões que motivou Luiz se demitir. A Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) chegou a elaborar um abaixo-assinado pedindo que Luiz Joaquim assumisse a direção da Fundaj, que inclui cuidar da programação do Cinema da Fundação e do Cinema do Museu. 

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O documento ressalta a contribuição dele como programador ao longo de uma década e meia, e o torna mais capacitado para assumir o cargo. O texto também pede uma reavaliação da decisão tomada pela Fundação Joaquim Nabuco e pelo Ministério da Educação, ao qual o órgão é vinculado. 

Em nota divulgada em sua página no Facebook, Kleber Mendonça critica a indicação de Ana Farache e que almeja a nomeação de Luiz: "Nesses anos, eu sempre tive Luiz como um colaborador de primeira grandeza sem nunca me impor como chefe ou exigir hierarquias, mas oficialmente ela existia. Com a minha saída, ele deve passar a ocupar o meu lugar, natural e justamente. Luiz é não apenas uma pessoa de cinema, mas um servidor exemplar em cargo comissionado que dá orgulho ao serviço público, já proficiente nas peculiaridades dessa instituição federal. Ele deve ser estimulado pois o trabalho realizado no Cinema da Fundação foi todo construído no amor pelo próprio cinema", escreveu.

Na carta aberta, Luiz Joaquim salienta seus anos de trabalho e menciona Kleber com agradecimento especial, referindo-se ao cineasta como irmão e ressalta sua contribuição para o crescimento da Fundaj, nos últimos 16 anos. A Fundaj não quis se pronunciar sobre o assunto. Confira a carta aberta, na íntegra:

"Recife, 31 de janeiro de 2017.

Venho, por meio desta, anunciar meu desligamento da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). A decisão é pessoal e chega neste momento pelo particular desejo de me lançar a novos desafios profissionais.

Deixo a instituição federal com a convicção de que ofereci o melhor de meus esforços para disponibilizar ao bem público e à população, que é sua usuária e beneficiária em primeira instância, um serviço dedicado, adequado e, por que não dizer, amoroso com a função que me foi confiada em abril de 2001.

Cheguei à Fundaj em 1998 como estagiário para atuar numa coordenação que ainda estava em gestação. Na avaliação, fui entrevistado por servidores da casa, como Moacir dos Anjos (então coordenador e curador de Artes Visuais) e Silvana Meireles (diretora do então Instituto de Cultura da Fundaj), para assessorar Kleber Mendonça Filho, com quem já mantinha, há cerca de um ano, uma relação amigável com a afinidade própria de dois cinéfilos.

Em 2001, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso e já atuando como profissional do jornalismo, fui convidado por Silvana Meireles a dividir com Kleber Mendonça o mesmo cargo de coordenador do Cinema da Fundação. Entre outros objetivos, Silvana desejava um interlocutor para Kleber na construção do conceito curatorial do cinema como também para dividir as funções administrativas.

Naquele 2001, o Cinema da Fundação, na unidade do Derby, estava com pouco mais de dois anos de seu funcionamento desde sua inauguração. Conquistando aos poucos o seu espaço no Recife, mas com segurança, a sala do Derby fizera em 2000 um público anual de 23.744 pagantes. Já ao final de 2001, a contabilidade anual foi de 48.043 espectadores. Em termos percentuais, o espaço havia aumentado o seu fluxo de freqüentadores em 100,023% em relação ao ano anterior.

Não havia segredo para explicar esse resultado. Havia o acerto de um trabalho dedicado realizado por uma pequena equipe com a junção de dois coordenadores afinados, resolutos e apaixonados pela ideia de transformar o Cinema da Fundação num lugar referencial em termo de qualidade técnica e programação cinematográfica.

Em 2005, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, houve uma reestruturação geral no organograma de funções, no âmbito federal, que abarcou a Fundaj, disponibilizando um novo cargo e criando uma hierarquia na Coordenação de Cinema. A novidade beneficiava, com justiça, Kleber Mendonça mas, como já foi dito por ele próprio, ela [a hierarquia} existiu apenas oficialmente, nunca na prática.

Em dezembro de 2016, o Cinema da Fundação Joaquim Nabuco – já com duas salas, tendo a segunda sido inaugurada na unidade Casa Forte há apenas 17 meses, durante o governo Dilma Rousseff – atingiu o impressionante número total de 815.159 espectadores durante todo o período, até então, de seus 18 anos e sete meses em atividade.

Importante registrar que o êxito e o benefício do Cinema da Fundação à sociedade não devem ser mensurados apenas por números. Desde o início fazendo parte de um cenário proficiente na criação cinematográfica, que projetou o cinema feito em Pernambuco para o mundo, o espaço da Fundaj foi personagem ativo nesse desenvolvimento como local de formação para realizadores. Guardo comigo uma particular satisfação por saber que contribuí, nos últimos 16 anos, ajudando na moldura dessa realidade.

Quero agradecer ao presidente da Fundaj, Luiz Otávio Cavalcanti, com quem tive uma relação cordial, por confiar a mim a gestão interina da Coordenação do Cinema nos últimos três meses. Encerro oferecendo meu maior agradecimento a minha equipe durante todos esses anos e, particularmente, à turma atual encabeçada pelas dedicadas Vera Cavalcanti, Paula Guerra, Rosy Silva, Selme Galvão e João Ferreira, assim como aos talentosos estagiários Juliana Soares Lima e Thiago Monteiro. Todos pilares sobre o qual se sustenta o Cinema da Fundação.

O especial agradecimento é a Kleber Mendonça Filho, que não era apenas um colega na Fundaj, mas um irmão com quem aprendi no período em que crescemos profissionalmente e no amor pelo cinema.

Desejo sucesso à nova gestão do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, instituição que admiro.

Obrigado.

Luiz Joaquim"

A Academia de Artes e Técnicas de Cinema anunciou, na manhã desta quarta-feira (25), os indicados ao Troféu deste ano ao Prêmio Cesar, que consiste em um Oscar francês equivalente ao famoso dos Estados Unidos.

Entre os escalados, o longa-metragem, ‘Aquarius’, do cineasta pernambucano Kleber Mendonça filho, recebeu indicação para concorrer na categoria entre os melhores filmes estrangeiros. O filme recifense - que foi alvo de polêmica no Brasil pela sua classificação indicativa -, concorre com filmes como ‘Eu Daniel Black’, ‘Manchester à Beira-mar’, ‘Bacalaureat’, ‘A Garota sem Nome’ e ‘É apenas o Fim do Mundo’.

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Outros filmes como ‘Elle’, de Paul Verhoeven e Frantz, de François Ozon – ambos com onze indicações - além de ‘Mistério na Costa Chanel’, de Bruno Dumont, também entram na disputa concorrendo em outras categorias de melhor filme.

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Nesta terça-feira (20), às 19h, o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho irá realizar uma sessão de autógrafos do DVD e Blu-Ray de seu mais recente filme, ‘Aquarius’. O encontro acontecerá na Livraria Cultura do Paço Alfândega, no bairro do Recife.

Ao todo, serão distribuídas 100 senhas durante o dia no local, mediante compra ou apresentação de nota fiscal do produto, emitida pela livraria.

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Protagonizado por Sônia Braga, Aquarius conta a história de Clara, moradora de um prédio na Avenida Boa Viagem, no Recife, cobiçado por uma grande construtora. Ela é a última moradora do imóvel e se recusa a vender o seu apartamento para que o edifício não seja demolido.

Serviço

Sessão de Autógrafos com Kleber Mendonça Filho

Terça-feira (20) | 19h

Livraria Cultura do Paço Alfândega (Rua Madre de Deus, S/n - Recife Antigo)

100 senhas distribuídas no local, conforme compra ou apresentação de nota fiscal do produto

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Diretor dos premiados longas O Som ao Redor e Aquarius, Kléber Mendonça Filho foi anunciado nesta segunda-feira (5) como novo curador de cinema do Instituto Moreira Salles (IMS), no Rio de Janeiro e agora em São Paulo também. O anúncio foi feito durante a apresentação do projeto da nova sede, que ficará localizada na Avenida Paulista, e será inaugurada até julho de 2017. O cineasta pernambucano assume o posto de José Carlos Avellar, falecido em março deste ano.

Por meio da sua página no Facebook, Kléber se disse honrado ao receber a oportunidade de cuidar da curadoria do instituto. “O IMS é uma instituição que sempre admirei impressionado e agora poder trabalhar com eles é uma honra grande, em especial num novo espaço 'state of the art', na cidade de São Paulo. Mostrar, trazer, compartilhar filmes de todos os tipos e formatos e surpreender o publico da melhor forma possível, numa experiência coletiva de sala de cinema, é algo que adoro fazer tanto quanto filmar. E há outras ideias para além da sala escura”, escreveu em agradecimento.

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Até outubro deste ano, o cineasta fazia a curadoria do cinema da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, o qual pediu exoneração após 18 anos colocando como motivo a dificuldade de conciliar as atividades na instituição com as suas produções cinematográficas. A demissão aconteceu em meio à polêmica envolvendo o protesto da equipe de 'Aquarius' em Cannes e a reação do governo.

Ainda em sua página, Kleber declarou que acredita que o novo trabalho será um prosseguimento do que já vinha fazendo em Pernambuco. “Vejo aqui uma continuidade diferente do trabalho que fiz com muito amor por 18 anos na Fundação Joaquim Nabuco, no Cinema da Fundação, algo que, acredito, deixou alguma marca na cultura da minha cidade”, complementou.

Kléber ainda coordenará o lançamento da coleção de DVDs do IMS. Segundo o superintendente da instituição, Flávio Pinheiro, a experiência cinematográfica do pernambucano contribuirá muito para a curadoria. “O Kleber vai trazer sua expertise como programador no Recife. Contratamos não o cineasta, mas o cinéfilo”, declarou durante a coletiva.

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O longa "Aquarius", do diretor Kleber Mendonça Filho, recebeu elogios da crítica e do público no Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata, na Argentina, onde concorrere ao Prêmio Astor de Ouro de Melhor Filme Internacional. "A memória não é vista no mundo moderno como um elemento comercial, não gera ganância e, por isto, está sendo destruída", disse o diretor, em coletiva de imprensa no festival. "É um filme de arquivo, mas não no sentido burocrático, e sim, pessoal. Nossas casas são nossos arquivos".

Com a atriz Sonia Braga como personagem principal (Clara), o filme conta a história de uma aposentada que se nega a vender seu apartamento para dar lugar para uma construtora demolir o edifício, chamado Aquarius, e subir um grande empreendimento. O imóvel fica de frente para a Praia de Boa Viagem, em Recife.

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O filme já foi elogiado em outros festivais de cinema no exterior, mas, no Brasil, se envolveu em polêmicas após Sonia Braga aproveitar o tapete vermelho para denunciar o "golpe" contra a ex-presidente Dilma Rousseff.

Conhecido por ser um dos mais antigos e prestigiados da América Latina, o Festival de Cinema de Mar del Plata também tem nesta edição outro filme brasileiro, "O Silêncio do Céu", que aborda as consequências do estupro na vida da personagem Diana, feita por Carolina Dieckmann.

Nessa terça (22), Aquarius foi indicado ao prêmio de melhor filme internacional no Spirit Awards, premiação de produções independentes nos Estados Unidos e uma das cerimônias que antecedem o Oscar. 

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Aproximadamente 400 pessoas ocuparam o Cine Olinda, na noite deste sábado (8), durante a apresentação do filme ‘Aquarius’, de Kleber Mendonça Filho - longa que concorreu à Palma de Ouro em Cannes este ano. A exibição reuniu um público expressivo, registrando um marco histórico da sociedade civil, que aguardou por 51 anos a reabertura do cinema, ocupado de forma espontânea, no dia 30 de setembro.

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Foi com nostalgia e entusiasmo que centenas de pessoas formaram filas para garantir os ingressos que acabaram em vinte minutos após o início da distribuição. A artista plástica e moradora de Olinda Marcela Lacerda exaltou a importância do espaço cultural e relembrou o tempo que assistiu aos filmes no Cine Olinda. “Acho extremamente positiva a iniciativa de manter o cinema aberto, inclusive todos os moradores estão empenhados para deixar o espaço funcionando como deveria estar há anos”, disse ao LeiaJá.

Ela relatou a emoção de poder voltar a entrar no Cine Olinda. “Parece que foi um anjo que ajudou a tudo isso está acontecendo. Além de assistir ao filme de Kleber Mendonça, vou poder relembrar momentos únicos que vivi aqui, como a experiência de trazer os meus filhos aqui quando eles eram pequenos”, contou.

O estudante Lucas Araújo, que garantiu lugar na fila para conseguir sua entrada, exaltou a importância do lugar e a relação o Cine Olinda com o filme Aquarius. “O espaço é cultura e proporciona a produção dela. Sinceramente era inadmissível ver um espaço como esse sem promover atividades ligadas à arte, como vem acontecendo hoje”, defendeu Lucas que ainda relacionou o longa com a ocupação. “Eles possuem um laço muito forte, se a gente não ocupar, no final, vão querer demolir a estrutura, como no filme”, finalizou.

Assistindo o filme pela terceira vez, Marcela Cavalcanti disse que poder ver no Cine Olinda tem um caráter especial.  “É um ato de resistência. Além disso, o filme de Kléber tem tudo a ver com o cenário pernambucano que está sendo ‘engolido’ pelas empreiteiras. Todos nós temos um pouco da Clara e precisamos resistir”, reforçou.

O espaço ficou repleto de cinéfilos que se acomodaram nas cadeiras e até no chão do cinema. Antes da sessão começar, houve uma encenação dos ativistas que apoiam a causa da ocupação e um recado do diretor do filme, que não pôde comparecer. Confira a seguir: 

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O diretor, crítico e produtor de cinema, Kleber Mendonça Filho, entregou nesta última quarta-feira (5) à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), uma  carta com pedido de exoneração de seu cargo de Coordenação de Cinema no órgão. Ele que já vinha recebendo críticas relacionadas ao cargo público, também foi alvo de muita polêmica durante o Festival de Cinema em Cannes este ano, na divulgação de seu filme Aquarius, após se posicionar sobre o Impeachment da então presidente do Brasil, Dilma Roussef.

O cineasta, que já atuava na autarquia há 18 anos, revela na carta que a decisão do afastamento já havia sido analisada há dois anos. Sem ressaltar nenhuma relação com a política, Kleber justifica o afastamento devido a seus projetos no cinema este ano, fator que tornaria inviável a conciliação com suas funções na Fundaj. Confira na íntegra:

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Caro Luiz Otávio

Venho, com esta carta, pedir meu desligamento da Fundação Joaquim Nabuco, onde desempenhei, com enorme prazer, e ao longo de 16 produtivos anos, a coordenadoria do Cinema da Fundação.

A decisão, que vinha sendo pensada já há quase dois anos, vem num momento muito particular da minha carreira como cineasta, carreira esta que sempre correu paralelamente às minhas funções nesta instituição, começando com meus filmes de curta-metragem e chegando às minhas três produções em longa metragem.

Nesse ano de 2016, com novos projetos de realização em cinema no Brasil e no exterior materializando-se, vejo que equilibrar minha função fixa e diária na instituição com minhas produções torna-se finalmente inviável. Curiosamente, foi em 1992, na Fundação Joaquim Nabuco, no Derby, que eu mostrei publicamente pela primeira vez um filme meu, na época feito em video.

Nesses 18 anos, também desempenhei o papel de crítico de cinema do Jornal do Commercio e escrevi para a Folha de S. Paulo. Toda essa atividade no campo do cinema e da cultura, de alguma forma, somava no sentido de dirigir de um setor que sempre teve como missão abrir espaço para o audiovisual numa instituição tão forte e respeitada como a Fundação Joaquim Nabuco.

Eu conheci a Fundação Joaquim Nabuco na infância, através da ninha mãe, Joselice Jucá, que foi diretora do Cehibra e do Departamento de História. Em 1998, três anos após sua morte prematura, vim, como repórter de cultura do Jornal do Commercio; entrevistar a então Diretora do então Instituto de Cultura, Silvana Meireles, sobre o que, na época, era uma aquisição recente de equipamentos de som e projeção 35mm para o auditório José Carios Cavalcanti Borges.

A minha pauta jornalística naquele dia: "Quai a política de programação a partir desses novos equipamentos a serem usados pela instituição?" Silvana respondeu, em parte, indagando se eu teria o interesse de assumir o Cinema pensando nume política de programação e formação de público. Eu disse que sim, eu tinha 29 anos.

Muito me alegre ver que, depois de 18 anos, o Cinema da Fundação tcrnou-se um orgão catalisador de cfiélogc, de cultura e que ele é visto e jé estudado como grande incentivador para toda uma movimentação em torno do cinema em Pernambuco, produção esta que é hoje dscut!da Lodo o e também no exterior a partir de uma comunidade criativa que é ago de impressionante.

Nossas salas são referêncie, técnica e conceituaimente, com preços muito abaixo dos praticados pelos cinemas comerciais, muGtc embora para que ilido isso exista, um esforço às vezes grande demais seja necessário no die a dia de uma instituição pública. É um trabalho árduo de equipe.

Preciso também deixar aqui registrade e minha gratidão pelo diálogo direto e inteligente com Dr. Luiz Otávio como presidente da Fundação Joaquim Nabuco num ano tão confuso poüticemente para o nosso Brasil, pela sua demonstração de respeito

pelo trabalho que desenvolvi aqui, pe:a sua tentativa de acomodar uma situação incomum de ter um servidor público que faz filmes brasileiros com carreiras internacionais, e por ver que um filme pernambucano e brasileiro que viaja o mundo é motivo de orgulho para a nossa cultura, e nunca de vergonha. Também me chamou a atenção a ciara admiração que Dr. Luiz tem pela Fundação Joaquim Nabuco, a história dessa instituição e seu papel na sociedade em todas as áreas nas quais ela atua, inclusive a cultura.

Também deixo aqui registrado o excelente diálogo que tive com Valéria Costa e Silva como diretora de cultura e minha chefe. sempre no sentido de encontrar soluções construtivas para essa instituição. Em Valéria só consigo enxergar entusiasmo pela oportunidade de poder acrescentar algo. à Fundação Joaquim Nabuco.

Por fim, deixo aqui meu agradecimento à equipe do cinema, de Vera Cavalcanti a João, Rosy, Paula, Selme, a Aidige, Sandra e Romero (in memorian). A Silvana Meireles e Isabela Cribari, que me trouxeram e me mantiveram aqui. E a Luiz Joaquim, que foi, desde 2001 , excelente parceiro de trabalho, combinação rara que poderia ter dado muito errado (dois cinéfilos escolhendo filmes...), mas que deu muito certo, numa mescla de personalidades distintas unidas por um interesse nato por filmes e pela cultura.

Em nota, o presidente da Fundaj lamentou o pedido de afastamento do diretor, mas demonstrou entender e respeitar seu posicionamento:

"Respeito a decisão do cineasta Kleber Mendonça Filho, de entregar o cargo por considerar este um ato pessoal. O mesmo respeito com que trato a decisão de Kleber Mendonça, de permanecer no cargo durante os 05 meses da atual gestão . Agradeço ao cineasta, pelo trabalho realizado na instituição e na promoção do Cinema da Fundação e desejo sucesso nessa nova etapa profissional".

Kleber já leva atualmente grandes premiações de seus renomados filmes ‘O Som ao Redor’, lançado em 2013 no país, bem como Aquarius, estrelado neste ano com cenas da capital pernambucana, que já rendeu mais de 350 mil telespectadores.

Ocupe Cine Olinda

Neste sábado (8), às 20h, militantes do Movimento Ocupe Cine Olinda confirmaram a exibição de Aquarius nas dependências do Cine Olinda, cinema abandonado pelo poder público que encontra-se ocupado. A ideia surge como forma de resgate aos locais públicos e culturais do município e integra o ato de posicionamento dos moradores em termos de resistência ao prédio que encontra-se inativo há 51 anos.

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Depois de Aquarius ficar de fora da disputa pelo Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira e causar burburinho nas redes sociais, a Netflix deu uma boa notícia na tarde desta terça-feira (13): o filme deve integrar o catálogo internacional da plataforma de streaming. De acordo com o site do Estadão, a notícia foi divulgada durante coletiva de imprensa da segunda edição do Prêmio Netflix, premiação que visa a dar visibilidade a filmes independentes.

Envolto em polêmicas, o segundo longa-metragem do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho ainda não tem data de estreia na plataforma. Vinícius Losacco, vice-presidente de marketing da empresa, afirma que a escolha da obra não teve vínculo com o seu teor político. "Nós só queremos contar histórias que interessam para o Brasil", pontua.

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Neste ano, Aquarius foi o representante brasileiro na disputa pela Palma de Ouro no Festival de Cannes. Embora não tenha levado nenhuma estatueta, a película levou o Brasil de volta à competição, após 8 anos sem ser entrar na disputa.

Após a escolha do filme brasileiro ‘Pequeno Segredo’ para concorrer ao Oscar 2017, conforme informação divulgada nesta segunda-feira (12), pelo Ministério da Cultura (MinC), o diretor pernambucano do filme Aquarius, Kleber Mendonça Filho, revelou, por meio de sua página oficial no Facebook, que a não indicação de seu filme já era esperada. Em companhia da atriz Sonia Braga, no Canadá, Kleber ressaltou que o filme mostra a realidade do Brasil, na maneira mais honesta possível, fator que possibilita mais de 200 mil espectadores nos cinemas brasileiros a assistirem seu filme. Confira o texto na íntegra:

“Soube aqui no Festival de Toronto da decisão via Ministério da Cultura de não indicar AQUARIUS como candidato brasileiro ao Oscar. Estou numa tarde de entrevistas e já vendo o tipo de reação que tem surgido na imprensa e redes sociais. É bem possível que a decisão da comissão esteja em total sintonia com a realidade política do Brasil, ou seja, é coerente e já esperada. Para além de decisões institucionais via Governo Brasileiro, AQUARIUS tem conquistado internacionalmente um tipo raro de prestígio, e isso inclui distribuição comercial em mais de 60 países enquanto já se aproxima dos 200 mil espectadores nos cinemas brasileiros, com um tipo de impacto popular também raro. Mais ainda, é um filme que já faz parte da cultura e desse tempo, num ano difícil no nosso país. No final das contas, AQUARIUS é um filme sobre o Brasil, que está no filme da maneira mais honesta possível. Talvez seja exatamente esta honestidade que tenha feito de AQUARIUS um filme forte como agente cultural, social e produto da nossa indústria do entretenimento. Sonia está aqui do lado, poderosa como Clara. Ela manda beijos! (Toronto, 12 Setembro 2016)”.

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A escolha foi realizada em meio a polêmicas entre a equipe de Aquarius e o atual governo brasileiro, iniciada após um protesto no Festival de Cannes, em que o elenco definiu, por meio de cartazes, o processo de Impeachment do Brasil como um golpe de estado. O protesto chegou a ocasionar a retirada de outros filmes à disputa, em solidariedade ao diretor pernambucano, bem como a classificação indicativa de Aquarius, que após muita reclamação, foi reduzida de 18 para 16 anos.

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O Departamento de Políticas de Justiça, da Secretaria Nacional de Justiça, reduziu a classificação do filme Aquarius, de 18 para 16 anos. O filme do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, que estreia nacionalmente nesta quinta-feira (1º) nos cinemas, teve a classificação do longa alterada para 18 ainda no mês de agosto, durante o pré-lançamento.

Mesmo com a justificativa de o filme conter uma ‘situação sexual complexa’, em seu conteúdo, o diretor, na época, se posicionou contra a reclassificação, em entrevista ao Portal LeiaJá. "Eu acho um absurdo. Não só pela falta de análise do filme pelo que ele é. Você tem Boi Neon e Para minha amada morte, que são filmes mais fortes, e eles foram classificados para 16 e 14 anos. Acho que é uma questão de dois pesos e duas medidas", disse Kleber Mendonça.

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Após a justiça voltar atrás, o cineasta comemorou o feito, postando no twitter: “Justiça seja feita”. Durante o Festival de Cannes, em maio de 2016, o cineasta Kleber Mendonça Filho, acompanhado dos atores do filme e da equipe do longo, aproveitou o espaço para expressar repúdio ao que chamaram de ‘golpe de Estado’ na presidência do país. Com faixas e cartazes, eles denunciaram o afastamento de Dilma Rousseff como um retrocesso para o país.

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A equipe do EstreiaJá esteve na coletiva de imprensa de “Aquarius”. A ocasião reuniu integrantes do novo longa de Kleber Mendonça Filho, que também marcou presença no encontro. O programa desta semana apresenta um balanço do que rolou na coletiva e ainda entrevistas com as estrelas do filme, dentre elas a icônica atriz Sônia Braga e a pernambucana Maeve Jenkings.

Saiba mais sobre Aquarius e confira os bate-papos assistindo o EstreiaJá na íntegra abaixo. O programa é apresentado pelo jornalista e crítico de cinema Rodrigo Rigaud. 

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--> LeiaJá também: Confira também a nossa crítica de "Aquarius" clicando aqui.

Às vésperas de seu lançamento em circuito nacional, o filme Aquarius - do pernambucano Kleber Mendonça Filho - enfrentou um embate com o Ministério da Justiça. O órgão classificou o longa para a faixa etária de 18 anos. A decisão foi contestada pela distribuidora da produção, mas o pedido foi negado. Aquarius estreia em todo o Brasil no próximo dia 1° de setembro. 

Sob a alegação de haver uma "situação sexual complexa" em seu conteúdo, a produção foi julgada imprópria para menores de idade. A Vitrine Filmes, que distribui o longa, entrou com recurso para que a classificação fosse revista para 16 anos, mas teve o pedido negado. Por telefone, o diretor Kleber Mendonça Filho falou ao Portal LeiaJá sobre a decisão: "Eu acho um absurdo. Não só pela falta de análise do filme pelo que ele é. Você tem Boi Neon e Para minha amada morte, que são filmes mais fortes, e eles foram classificados para 16 e 14 anos. Acho que é uma questão de dois pesos e duas medidas", disse.

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Mendonça explicou ainda sobre o conteúdo sexual do longa: "Existe um material de sexualidade muito breve no filme e ele é parte integrante da história. Além do que é muito rápido" - são três os momentos em que há imagens com teor sexual na produção. Quando perguntando se a medida poderia ter alguma relação com o protesto realizado pelo elenco do longa quando de seua participação no Festival de Canne, em maio deste ano, o diretor concluiu: "Considerando o absurdo desta decisão, acho que há espaço para alguém achar isso sim. Isso já passou pela minha cabeça". Finalizando, o cineasta lamentou a classificação recebida: "Faz parte da história do cinema filmes serem controvertidos. Mas eu só queria que ele fosse '18 anos' por questões justas".

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Memórias são ferramentas para que o amanhã não seja, simplesmente, uma versão corrompida do hoje e este, por sua vez, uma variação nonsense do ontem. A vida é contínua porém finita, assim as pessoas, suas memórias e os instrumentos que as despertam. Conservá-los - pessoas, memórias, instrumentos… - pode custar fortunas, ou partir para níveis em que o capital é apenas o primeiro empecilho à resistência.

Em “Aquarius”, Sônia Braga é Clara, que resiste a um câncer, à perda do marido, à distância dos filhos, ao passar dos anos. Conserva amigos, parentes, discos, livros, quadros, essência. No passado e presente, vive no prédio que dá nome ao filme. Nem todos, entretanto, estão interessados na conservação do Aquarius. Na verdade, só Clara se mantém como moradora do local, enfrentando as ardilosas estratégias da construtora que, após comprar os apartamentos de todos os demais inquilinos, vê em Clara a resistência solitária à construção do “Novo Aquarius” e, assim, à derribada do “velho”.

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Kléber Mendonça Filho novamente mira nas agruras do desenvolvimento urbano, desigual e desumano, enquanto sua câmera foca em primeiro plano uma personagem universal e sua vicissitudes. Em tela, Clara é a locomotiva que move toda a narrativa. A tensão é deflagrada por sua posição ante os atentados ao maior patrimônio material de sua memória. Suas reações não são previsíveis. Seus embates com Diego (Humberto Carrão, surpreendentemente bem em cena), pupilo da construtora, carregados de ideologia, são apenas reflexos do chamado à resistência que lhe salta a pele. Do vociferar às lágrimas, dos olhares suspeitos aos gemidos de tesão, Sônia Braga enche a tela de um talento embasbacante. Isso sob o olhar sensível de Kléber, que fotografa a atriz com farto deslumbre, transposto nas imagens por Pedro Sotero e Fabricio Tadeu.

E se em “O Som ao Redor” os fotógrafos exalaram o acinzentado da cidade empoeirada pelas máculas do passado, neste os mergulhos são mais profundos, principalmente no azul que, de antemão, toma de assalto os olhos do público no próprio Aquarius. O prédio também revela o excelente trabalho de direção de arte no longa. O apartamento de Clara é projetado em duas épocas diferentes e a sutileza e precisão na passagem do tempo acontece justo pela verossimilhança dos cenários construídos e da acuidade na representação da personagem: que objetos específicos ainda guarda, do passado? Como se veste depois de tudo o que viveu? Quais cicatrizes carrega? 

Grande parte das demais peças do elenco que orbitam em torno de Sônia, em linhas gerais, representam esteriótipos e tem funções de escada para a personagem. Alguns são extremamente acessórios, como Roberval (Irandhir Santos), o salva-vidas, e o jornalista Geraldo Bonfim (Fernando Teixeira). Encantadora, porém, mostra-se a relação entre Clara o sobrinho Tomás (Pedro Queiroz). Mais próximo a ela do que seus próprios filhos, Tomás ativa as memórias da tia com seu interesse no que ela viveu, ouviu, ouve e produz. Julia (Julia Berna) parece ser uma exata mescla entre os dois personagens e, turista do Rio de férias em Recife, surge como um espectador desavisado, encantado e consternado com o que vê e ciente de que o passado guarda o sentido de quem se é no presente.

O roteiro de Kléber é sinônimo de como se comporta o olhar de sua câmera. Constantemente viva, sejam em planos que se encerram ou começam em zoom, movimentos laterais ou planos aéreos, a imagem em Aquarius estuda a personagem ou a desenvolve a partir do ambiente - há muitos plongées no filme, mergulhos profundos nos cenários e situações. As diferentes facetas de Recife também invadem a tela na captura das peculiaridades de cada novo local apresentado (Brasília Teimosa, Pina, Boa Viagem são apenas alguns destes). Assim, a narrativa se descola da personagem de Clara ao passo em que ela se afasta de quaisquer padrões impostos, ou lugares comuns, para crescer como voz que “clama no deserto” (ou no/por Aquarius, metáfora de toda uma nação), política, denunciativa, voraz.

E se o filme é do diretor de “O Som ao Redor”, mais uma vez este garante um trabalho especial à trilha sonora e aos efeitos de som do filme. As músicas são responsáveis ainda por embalar ou preludiar os estados de humor da protagonista. Entre estas estão composições do Gilberto Gil, Roberto Carlos, Ave Sangria, Alcione, Queen, dentre (muitas e boas) outras.

“Aquarius” consegue ser, ao mesmo tempo, seco e sensível, como um bom representante do neorrealismo italiano, com elementos discursivos e imagéticos do cinema da nouvelle vague. E se há passagens do roteiro nas quais os diálogos parecem se alongar demais, não há nada “errado” em tela, muito pelo contrário, sobrepõe-se uma rica leitura (absurda de tão real) de um povo que, lentamente, atenta contra a memória de si mesmo e estranha quem renega tal dissabor. Mas Kléber Mendonça Filho resiste. Clara resiste. Sônia Braga resiste. Nós resistimos.

Nota: 4 / 5

Na noite desta sexta-feira (19), o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho participou de coletiva de imprensa para lançar o filme Aquarius. Em entrevista ao Portal LeiaJá, o cineasta destacou a essência do seu trabalho e a importância do processo democrático estabelecido na sociedade, abordada na obra. “Consigo observar alguns elementos de outros filmes que já fiz, mas, o principal, que posso exaltar, é o olhar da vida em uma 'sociedade democrática', onde diariamente temos que lidar com conflitos e resolver problemas”, explicou o cineasta.

Segundo o diretor Kleber, a personagem principal, Clara, que é interpretada por Sônia Braga, vive um dilema de dizer não, e para o diretor esse ato é uma forma das pessoas se defenderem e resistirem ao autoritarismo que vai de encontro aos seus direitos democráticos. “Esse dilema, essa história, ela pode acontecer em qualquer cidade e em qualquer lugar e é este dilema que apresento”, contou.

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Para Kleber Mendonça Filho, as imagens e o som têm igualmente a mesma importância e que, além disso, no cinema é necessário mostrar. “Trabalho a imagem e o som dando a mesma importância para os dois. Algumas pessoas pensam que o som em um trabalho é simplesmente para o filme não ser mudo, mas não é assim. Quanto aos enquadramentos, procuro trabalhar de forma com contemple e mostre o que é primordial para a essência do personagem”, completou.

Em relação aos comentários feitos pelo jornalista Marcos Petruccelli, Kleber foi direto e conclusivo. “O grande problema é quando a pessoa extrapola a ‘linha’ da democracia, que é criminosa, de inventar mentiras. As pessoas devem entender que tudo pode ser visto de maneiras diferentes”, finalizou. O trabalho, que tem estreia nacional no Brasil apenas no dia 1º de setembro, vai ter sua pré-estreia neste sábado (20) às 19h30, no Cinema São Luiz - área central do Recife.  

Com informações de Rodrigo Rigaud

Nesta sexta-feira (19), o cineasta Kleber Mendonça externou, em carta aberta e publicação na Folha de São Paulo, a insatisfação quanto ao posicionamento de um dos integrantes da Secretaria do Audiovisual (SAV), que vai compor a comissão do Oscar. A pessoa em questão é o jornalista Marcos Petruccelli que, segundo o diretor pernambucano, vem proferindo comentários inverídicos, quanto à equipe do filme Aquarius, e se colocando contra o longa a partir de posicionamento político.

A contenda teria começado quando a equipe do filme aproveitou o espaço no Festival de Cannes para expressar o repúdio ao que intitulou ‘Golpe de Estado’ de Michel Temer, após a saída da presidente Dilma Rousseff para o julgamento do processo de impeachment. Além disso, eles também se posicionaram contra a extinção do Ministério da Cultura.

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Segundo o diretor Kleber Mendonça, “o posicionamento estridente do senhor Petruccelli em relação a esse filme parece ter como base a sua insatisfação pessoal com o protesto democrático e que terminou sendo divulgado em mídia mundial, realizado por dezenas de trabalhadores do audiovisual brasileiro e pela equipe de ‘Aquarius’ no Festival de Cannes, onde o filme teve sua première em competição". "Foi naquele momento do mês de maio que, vale lembrar, o MinC passou alguns dias extinto - decisão do governo interino que, depois, voltou atrás, ressuscitando a pasta”, completou. Confira a carta:

Por quê estou defendendo ponto de vista ligado à participação na disputa pelo Oscar, esta "coisa de Hollywood"?. Esta pergunta me tem sido feita ao longo das últimas semanas. A questão aqui não é Oscar, Goya ou Framboesa. A questão é defender um processo democrático.

A escolha do filme para representar um país no Oscar deve ser estratégica para o cinema do país. As comissões montadas pela Secretaria do Audiovisual para a seleção de um filme devem respeitar o processo democrático executado pelo Ministério da Cultura, órgão federal que defende, estimula e divulga a cultura brasileira. Antes de discutir o Oscar, o que ele é e representa, é importante defender a seriedade dos processos de seleção públicos para que a comissão, escolhida democraticamente por entidades ligadas ao audiovisual, possa fazer o trabalho corretamente.

Como muitos já sabem, há duas semanas começou a circular a informação de que o jornalista paulista Marcos Petruccelli anunciara nas suas redes sociais o convite, realizado pelo Secretário do Audiovisual do atual governo interino, o pernambucano Alfredo Bertini, para compor a comissão que irá escolher o filme brasileiro para o Oscar.

Tecnicamente, Petruccelli seria um nome adequado. É jornalista da área de entretenimento, atua na Radio CBN, e acredito que o mesmo padrão técnico aplica-se aos outros nomes da comissão, pessoas ligadas ao cinema e à cultura, livres para tomar suas decisões.

No entanto, a questão que vem sendo levantada pela imprensa e redes sociais, e que me trazem a esse posicionamento, é que o jornalista em questão vem atacando, por questões políticas suas, já há três meses, "Aquarius", filme escrito e dirigido por mim, e que o jornalista membro oficial da comissão já informou não ter visto.

O posicionamento estridente do Sr. Petruccelli em relação a esse filme parece ter como base a sua insatisfação pessoal com o protesto democrático e que terminou sendo divulgado em mídia mundial, realizado por dezenas de trabalhadores do audiovisual brasileiro em Cannes e pela equipe de Aquarius no grande festival, onde o filme teve sua première em competição. Foi naquele momento do mês de maio que, vale lembrar, o Ministério da Cultura passou alguns dias extinto - decisão do Governo interino que depois voltou atrás, ressuscitando a pasta.

Se esse comportamento do jornalista já faz da sua participação nesta comissão algo constrangedor para a SaV, a questão torna-se ainda mais séria quando alguns desses ataques sugerem publicamente mentiras sobre a equipe de mais de 30 profissionais de “Aquarius” ter ido a Cannes "de férias”, suas estadias que teriam sido pagas pelo dinheiro público com orçamento ("no chute" do Sr. Petrucelli) de “500” euros por dia. Esse é um comportamento irresponsável num momento político onde fatos já têm sido tão ignorados e distorcidos na mídia.

Este jornalista, que deveria ter intimidade com a área na qual trabalha, não parece entender que um filme como Aquarius, feito em Pernambuco, existe através de uma união de profissionais do cinema, trabalhadores do audiovisual que fazem parte de uma comunidade criativa relativamente pequena.

Para completar, parte importante dessa mesma equipe também estava em Cannes para apresentar um segundo filme pernambucano (na prestigiosa Semana da Crítica), O Delírio é a Redenção dos Aflitos, de Fellipe Fernandes, assistente de direção de Aquarius. Caso raríssimo de dois filmes pernambucanos e brasileiros, em Cannes, em mostras de enorme prestígio. É motivo para celebrar dois trabalhos bem feitos, de maneira honesta.

Em Aquarius, nossa equipe trabalhou durante 15 semanas, sete de preparação e oito de filmagem. Esses profissionais quiseram celebrar o longa e o curta, em Cannes. Com a seleção dos dois filmes, essa equipe fez esforços pessoais para ir à França, pois Cannes que é um encontro mundial de profissionais de cinema.

Para que fique claro, com a exceção da minha pessoa e Sonia Braga (despesas pagas pelos co-produtores franceses) e três apoios publicados em Diário Oficial da Agência Nacional de Cinema publicados (previsto, reconhecido, oficializado para profissionais brasileiros a trabalho em grandes festivais internacionais de cinema) para integrantes da nossa equipe de produção, as mais de 30 pessoas da equipe (demais atores, técnicos, produtores) usaram seu próprio dinheiro, parcelando passagens aéreas e dividindo hospedagem. Não há nada de sinistro nisso. Sinistra é a má fé de um personagem primitivo com acesso à internet, sem senso de informação.

É triste ter que corrigir com fatos, puros e simples, o tipo de mentira destrutiva que um comunicador tem espalhado de forma tão irresponsável. E essa pessoa está numa comissão que deveria defender os interesses do país, para julgar um filme que ele mesmo vem caluniando da forma mais torpe imaginável.

É esse tipo de postura sombria que, infelizmente, tem marcado as discussões políticas no nosso país, transformando qualquer artista brasileiro em criminosos instantâneos, sem provas de nada, e onde a defesa democrática de um ponto de vista sobre o Brasil é algo a ser descartada com ódio e sem diálogo.

Esse ano, a Academia de Hollywood tomou medidas novas para democratizar a opinião e o poder de voto dos seus membros, convidando cerca de 600 novos nomes de todo o mundo (uma dezena deles brasileiros, incluindo Anna Muylaert, Rodrigo Teixeira e Lula Carvalho), mulheres e homens de múltiplas culturas. Ironicamente, é nesse momento que o processo de seleção de um filme brasileiro para essa mesma Academia comece já tão errado.

Independente da escolha dessa comissão, Aquarius estará nos festivais de Toronto e Nova York em setembro, depois da estreia em Cannes com recepção espetacular da mídia internacional, ganhar o festival de Sydney e contar já com distribuição em mais de 60 países, em todas as plataformas (cinema, TV e VOD, incluindo Netflix em quatro territórios incluindo Ásia). É um filme sobre amar as pessoas, estar com elas. É também sobre a defesa de um ponto de vista, de uma opinião baseada em fatos e em experiência de vida através do respeito à história de cada um, e como isso choca-se com o poder. Ou seja, Aquarius está em casa.

KLEBER MENDONÇA FILHO

Roteirista e Diretor de Aquarius, filme brasileiro.

 

A 44ª edição do Festival de Cinema de Gramado inicia no dia 26 de agosto. A programação foi divulgada na manhã desta quarta (20) e terá como filme de abertura Aquarius, de Kleber Mendonça Filho. A protagonista do longa, Sônia Braga, será a grande homenageada deste ano com o Troféu Oscarito. 

A produção de Kleber Mendonça será exibida fora de competição no festival. Ainda estão na programação longas como Elis (Hugo Prata), Barata Ribeiro, 716 (Domingos Oliveira), O Roubo da Taça (de Caito Ortiz), El Mate (Bruno Kott), O Silêncio do Céu (Marco Dutra) e Tamo Junto (Matheus Souza), que disputarão o prêmio Kikito de melhor filme. 

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Sônia Braga, que vive Clara em Aquarius, é a grande homenageada desta edição pela sua trajetória no cinema nacional. Ao lado dela, também receberá homenagens o ator Tony Ramos, que receberá o Troféu Cidade de Gramado. 

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Aquarius, do diretor Kleber Mendonça Filho, levou o prêmio de melhor filme no 63º Sydney Film Festival, na Austrália. A passagem do longa pelo país foi bem menos polêmica do que sua estreia no Festival de Cannes, em abril. Apesar de não ter levado a premiação europeia, o filme foi bastante elogiado pela crítica. 

Em entrevista ao The Sydney Morning Herald, o presidente do júri do festival, o produtor Britânico Simon Campo, revelou que a decisão foi unânime. “Aquarius é uma indicação de obrigação e relevância sobre o Brasil contemporâneo e o poder de um indivíduo defender o que acredita”, disse.

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Em sua conta oficial no Facebook, Kleber Mendonça Filho agradeceu a premiação. “Mensagem informa que AQUARIUS ganhou prêmio de Melhor Filme no 63º Sydney Film Festival, uma honra e tanto para mim e toda a equipe. Thank you Australia!”, publicou o diretor, juntamente com a foto de Sônia Braga, protagonista do seu filme.

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O filme pernambucano Aquarius não foi premiado no Festival de Cannes. Na tarde deste domingo (22), os grandes vencedores foram anunciados e "I, Daniel Blake”, uma implacável narrativa sobre a injustiça social na Inglaterra, ganhou a Palma de Ouro. O resultado, entretanto, não apagou o sentimento de satisfação do cineasta pernambucano e diretor da obra, Kleber Mendonça Filho, que logo após o evento de premiação tratou que engrandecer os caminhos que serão traçados pelo longa.

Através do Facebook, Kleber Mendonça Filho apontou fatores que abrilhantam a obra pernambucana, mesmo sem a conquista da Palma de Ouro. “Tivemos 9 dias indescritíveis no Festival de Cannes apresentando Aquarius em première mundial e em competição. Prêmios não são matemáticos, por mais que a imprensa, a crítica e cinéfilos defendam seus filmes amados. Fica uma experiência intensa de repercussão, imprensa espetacular, discussão emotiva e política em torno do filme e do Brasil, do amor e da história. E esse filme pernambucano em parceria com a França e rodado na praia do Pina começa uma longa carreira até agora programada em 18 países (Sydney Australia daqui a 2 semanas). E começa também o percurso até o Brasil, em especial ao Recife. Obrigado a todos! Aquarius”, escreveu o diretor do filme.

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Kleber Mendonça Filho ganhou a atenção da mídia não só por Aquarius. No festival realizado na França, o cineasta fortaleceu sua posição política em apoio à Dilma e contra o fim do Ministério da Cultura. Confira:

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O cineasta Kleber Mendonça Filho repercutiu as informações que circularam na internet afirmando que seu o Ministério da Educação (MEC) não sabia o que fazer com seu cargo público de coordenador do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Em entrevista à Carta Capital, Kleber afirmou que se o ministro da educação, Mendonça Filho, discordasse da importância e do bom trabalho feito pelo cineasta na Fundaj, ele colocaria seu cargo à disposição.

Sobre seu cargo na Fundaj, Kleber contou que está à frente do cinema desde 1998 e inicialmente sua política inicial era de formação de público. “A ideia é exibir filmes do mundo inteiro que defendemos como importantes para a cultura dentro de uma ideia fora do mercado”, explicou.

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Kleber Mendonça disse que educação, cultura e saúde são as três áreas essenciais que o Estado deve bancar. “A saúde é a saúde; a educação traz uma compreensão da sociedade, traz dignidade, da mesma maneira que a cultura também traz dignidade”, comentou o cineasta.

Sobre o ato realizado no Festival de Cannes, em que o diretor e o elenco do filme Aquarius se manifestaram contra o atual governo e indicaram como um “golpe”, Kleber explicou que a ação foi despretensiosa. “O pequeno gesto às vezes toca no nervo que incomoda e aí ele se torna muito grande, mas foi um pequeno gesto. E, inclusive, despretensioso. Não tinha megafone, não tinha microfone, ninguém tirou a roupa, só papel A4. É a força dos fatos, na verdade”, disse Kleber.

Confira a entrevista de Kleber Mendonça Filho:

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Em apoio ao ato realizado pela equipe do filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, no Festival de Cannes, um evento criado no Facebook propõe a recepção do diretor e do elenco. A ideia sugere que Kleber e os atores do longa sejam recepcionados, no Aeroporto Dos Guararapes, no Recife, com tapete vermelho, no dia 29 de maio.

O evento diz que a recepção também é uma forma de homenagem à projeção do cinema pernambucano e brasileiro no mercado internacional. “Por conta dessa competência do cineasta e elenco, a repercussão do manifesto no tapete vermelho em Cannes levou aos quatro cantos do mundo o alerta de que o Brasil já sofreu um golpe no estado democrático de direito. Vamos todos receber nossos artistas e heróis nacionais da cultura e da arte com uma calorosa recepção pacífica e cultural”, consta na página do evento.

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Na rede social, dos 1,6 mil convidados, 405 demonstraram interesse e 156 confirmaram presença no evento. A recepção será realizada das 18h às 20h. O Aeroporto Internacional dos Guararapes está localizado na Praça Ministro Salgado Filho, no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife.

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