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Cinquenta anos atrás, o País registrava o pior acidente com queimados da sua história. A lona do Gran Circo Norte-Americano incendiou-se no espetáculo de estreia, em 17 de dezembro de 1961. O mastro veio abaixo, prendendo 2 mil espectadores entre as chamas. O fogo durou 10 minutos, matou 503 pessoas, pois a assistência ainda era precária, e deixou centenas de feridos.

Em cinco décadas, a prática médica evoluiu, novas técnicas foram desenvolvidas, o queimado passou a ser visto como paciente prioritário que precisa de intervenção precoce - no passado, era o último a ser operado, por exemplo, para evitar a contaminação do centro cirúrgico. Mas o atendimento ao queimado ainda precisa avançar no País. Não existe um só hospital destinado exclusivamente a esse tipo de paciente, como ocorre em outras especialidades, como câncer, cardiologia e ortopedia.

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"A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza um leito para queimado para cada 30 mil habitantes. Uma cidade como o Rio deveria ter 200 leitos e não tem um quarto disso", diz o cirurgião plástico Luiz Macieira Guimarães Júnior, chefe do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Federal do Andaraí, que faz cerca de mil procedimentos mensais, entre cirurgias, internações e atendimento ambulatorial.

Segundo o Ministério da Saúde, há apenas 45 hospitais habilitados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o atendimento a queimados no País e mais da metade (27) está na Região Sudeste. São 188 leitos, o equivalente a uma vaga para cada 1 milhão de habitantes, bem abaixo do recomendado pela OMS.

As principais causas de queimaduras são os acidentes domésticos com líquidos aquecidos, a manipulação do álcool líquido e os incêndios com inalação de fumaça. A queimadura destrói o maior órgão de defesa: a pele. Composta por três camadas (epiderme, derme e hipoderme), ela impede que bactérias e germes ataquem o organismo. Sem essa barreira, o paciente está exposto a infecções. Por ser um extremamente frágil, ele precisa de ambiente isolado, esterilizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Saúde foi cobrado hoje, em reunião do Conselho Nacional de Saúde, sobre os critérios para a escolha dos 11 hospitais que receberão financiamento do programa SOS Emergências.

Entre as unidades beneficiadas na primeira etapa estão hospitais de Estados com mais recursos, como Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, enquanto Estados que enfrentam problemas nos serviços de emergência, como Rondônia e Pará, ficaram de fora da fase inicial do projeto.

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Hoje o ministro Alexandre Padilha esteve no Rio para visitar os primeiros hospitais a assinarem convênio com o governo federal - o Hospital Estadual Albert Schweitzer, na zona oeste, e o Hospital Municipal Miguel Couto, na zona sul, que já adota as regras que o ministério quer estender às outras emergências, como acolhimento de pacientes, triagem de acordo com o risco e leitos de UTI regulados por uma central.

"O único recurso que pode ter poder redistributivo, de trazer equilíbrio entre os Estados, é o recurso federal. É fundamental que o recurso federal sirva para fazer esse balanço. Mas por fatores políticos e institucionais, isso não ocorre", afirmou a professora Ligia Bahia, vice-presidente da Associação Brasileira de Pós-Graduação de Saúde Coletiva, que integra o CNS.

O programa prevê incentivo anual de R$ 3,6 milhões para custear a ampliação e qualificação da emergência e mais R$ 300 mil mensais para instalar um Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar, setor que ficará responsável por fazer diagnósticos e solucionar os principais problemas da emergência.

Os hospitais que fazem parte do programa podem pleitear ainda outros R$ 3 milhões para aquisição de equipamento e reforma. "O programa está focado nas maiores urgências e emergências, as que têm um papel mais decisivo no serviço de saúde mais crítico, para salvar as vidas. O Miguel Couto é conhecido por atendimento de trauma, que atende problemas neurocirúrgicos e cirurgia vascular", afirmou o ministro Alexandre Padilha.

Um convênio foi firmado nesta segunda-feira (12), entre o Hospital de Santo Amaro, no Recife, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a Santa Casa de Misericórdia, com o objetivo de encaminhar pacientes de média e alta complexidade cirúrgica em traumatologia do Hospital Getúlio Vargas (HGV) para a unidade de Santo Amaro. A ideia é reduzir a demanda e agilizar os procedimentos cirúrgicos. A Secretária estima que o investimento na mudança será de R$ 800 mil por mês.

O HGV realiza, entre cirurgias traumatológicas e atendimentos de emergência e ambulatorial, uma média de 450 intervenções por mês. Devido à incidência de acidentes de motos, o número de cirurgias de trauma tem aumentado, segundo afirma o secretário Estadual de Saúde, Antônio Carlos Figueira.

O intuito desse convênio é reduzir de 450 para 360 cirurgias de média e alta complexidade. O paciente que se dirigir ao Hospital Getúlio Vargas, receberá os primeiros atendimentos, através de diagnóstico, imobilização e encaminhamento para o Hospital de Santo Amaro.

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