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A diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Meiruze Freitas minimizou nesta sexta-feira (7), em Brasília, o conflito entre a agência e governadores de estados que já adquiriram mais de 66 milhões de doses da vacina Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. No dia 26 de abril,  a Anvisa negou a autorização para a importação e o uso emergencial do imunizante russo.

"A Anvisa está sempre aberta ao diálogo. Ainda há processos em discussão, inclusive, com os importadores", disse Meiruze em audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19 do Senado, que debateu a aquisição de vacinas pelo Brasil.

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Aos senadores, o relator da matéria sobre a importação da Sputnik V na Anvisa, Alex Campos, lembrou que a agência trabalha com modalidade regulatória excepcional para vacinas com um rito mais acelerado.

Apesar disso, especificamente sobre o imunizante russo, Campos destacou que não foi apresentado relatório técnico da vacina à Anvisa, que notificou todos os importadores, enviando expediente para 62 países que aprovaram o uso emergencial da Sputnik para saber os motivos das aprovações. A garantia da eficácia, segurança e qualidade, indispensáveis ao processo, também não foi  apresentada à agência.

Governadores

Durante a audiência, o representante do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Wellington Dias, atribuiu o não cumprimento do plano estratégico de vacinação, elaborado pelos estados em 2020, a não aprovação do imunizante pela agência. O plano previa que, em 30 de abril deste ano, pelo menos 25% da população brasileira estariam vacinados.

"Estou aqui tratando, em nome das 27 unidades da Federação. Nós trabalhamos um plano estratégico, e o fato é que o plano furou. E quando um plano fura, ele tem efeitos. No caso do Brasil, uma tragédia”, disse.

Novo pedido

Também convidado para a discussão, o representante da União Química, Fernando Marques, responsável pelo imunizante russo no país  e por enviar os dados de eficácia e segurança da vacina para a Anvisa, disse que a farmacêutica vai apresentar um novo pedido para uso emergencial de mais 10 milhões de doses da Sputnik V.

"Já que não perdemos esses 10 milhões [de doses] que não pudemos importar no primeiro trimestre, conseguimos 10 milhões com o governo russo embarcando de lá. Ao mesmo tempo, o nosso processo industrial está caminhando. Os nossos técnicos estiveram em Moscou, os técnicos russos estiveram aqui, tivemos reuniões no Ministério da Saúde com os executivos russos, lá com o Programa Nacional de Imunização (PIN), eles esclareceram, fizeram as exposições, e nós demos seguimento ao nosso processo industrial, com vistas a cumprir o nosso contrato com o fundo soberano russo de produção da vacina para o Brasil e para demais países da América Latina” afirmou.

 

Nesta semana, o jornal japonês Mainichi divulgou a pesquisa que aponta quais regiões do Japão estão de acordo com a realização da Olimpíada e Paralímpiada Tóquio 2020 em meio a pandemia de Covid-19. Das 47 províncias, nove desejam o cancelamento ou adiamento dos eventos esportivos.

Em 20 de abril, o estudo enviou aos 47 governantes do Japão um questionário, cuja primeira pergunta era acerca da realização dos jogos. As alternativas disponíveis eram "Os jogos devem ser realizados independente das circunstâncias da pandemia", "Deve ser cancelado ou adiado dependendo das circunstâncias", "Agora é a hora de decidir cancelar ou adiar" e "Não sei".

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As províncias que escolheram a segunda alternativa do questionário e, portanto, se opuseram à realização dos jogos olímpicos foram Norihisa Satake (Akita), Kazuhiko Õigawa (Ibaraki), Kiyoshi Ueda (Saitama), Hitoshi Goto (Yamanashi), Shuichi Abe (Nagano), Heita Kawakatsu (Shizuoka), Shinji Hirai (Tottori), Katsusada Hirose (Oita), Denny Tamaki (Okinawa). Saitama, Shizuoka e Yamanashi são regiões programadas para receber atletas do basquete, ciclismo, futebol, golfe e tiro.

Já a segunda pergunta, questionava se a realização dos jogos seriam um fator positivo para as prefeituras. Ao total, 41 governadores assinalaram a opção "Sim" ou "Um pouco sim". Por conta do momento de incertezas, parte dos representantes informaram que a decisão também cabe aos organizadores do evento e ao governo japonês.

A CPI da Pandemia pode votar a partir da próxima semana a convocação de três ministros de Estado, quatro governadores, quatro prefeitos, 13 secretários estaduais e municipais de saúde e até um integrante do Supremo Tribunal Federal (STF). Dos 209 requerimentos que ainda aguardam deliberação do colegiado, 134 são pedidos de convocação. Outros 73 são de convite e apenas dois de informações.

Os parlamentares sugerem a convocação dos ministros Paulo Guedes (Economia), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos). Há ainda requerimentos para a convocação dos ex-ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Walter Braga Netto (Casa Civil). O ministro Wagner Rosário, da Controladoria Geral da União (CGU), é chamado a depor em um pedido de convite.

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A CPI da Pandemia pode votar ainda a convocação dos governadores João Doria (São Paulo), Wilson Lima (Amazonas), Rui Costa (Bahia) e Hélder Barbalho (Pará). Wellington Dias (Piauí) é convidado como representante do Fórum de Governadores.

O prefeito de Manaus (AM), David Almeida, é alvo de três requerimentos. Além dele, há pedidos para a convocação dos gestores de Chapecó (SC), João Rodrigues; Ilha Bela (RJ), Toninho Colucci; e São Lourenço (MG), Walter Lessa. Outro requerimento pede a convocação do ex-prefeito de Fortaleza (CE), Roberto Cláudio.

A CPI da Pandemia pode votar ainda a convocação dos secretários estaduais de Saúde de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte. Além deles, podem ser convocadas a depor as gestoras municipais de Saúde de Manaus e de Porto Seguro (BA). Há ainda requerimentos para a convocação de ex-secretários do Amazonas, do Distrito Federal e de Fortaleza.

"Gabinete do ódio"

De todos os requerimentos que aguardam apreciação, apenas quatro têm data confirmada de votação. Eles se referem à convocação de Fabio Wajngarten, ex-secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República. Em entrevista à revista Veja, Wajngarten afirmou que houve “incompetência” e “ineficiência” de gestores do Ministério da Saúde para negociar a compra de vacinas. Os quatro pedidos devem ser votados na próxima terça-feira (4).

Os senadores podem apreciar ainda a convocação do chamado “gabinete do ódio”: um grupo de servidores que atua nas redes sociais da Presidência da República e é suspeito de promover uma campanha de desinformação durante a pandemia. Podem ser chamados a depor os assessores Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Gomes e Mateus Matos Diniz, além do secretário de Comunicação da Presidência, Flávio Rocha.

Os parlamentares apresentaram ainda requerimentos para a convocação do ex-comandante do Exército, general Edson Pujol. Durante a gestão dele, o Laboratório do Exército intensificou a produção de cloroquina, um medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19.

Quem também aparece entre os requerimentos de convocação é o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em março do ano passado, ele decidiu que governadores e prefeitos podem adotar medidas para o enfrentamento do coronavírus — assim como o presidente da República.

Os senadores sugerem ainda a convocação do diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino. Também podem ser chamados a depor o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier, e o ex-secretário do Tesouro Nacional e atual secretário especial de Fazenda, Bruno Funchal.

Convite e informações

Dos 73 requerimentos de convite, 16 se referem à realização de audiências públicas. Eles sugerem a participação de representantes de universidades, entidades médicas, organismos multilaterais de saúde, governos estaduais, prefeituras, hospitais públicos e privados, santas casas, especialistas em relações internacionais, órgãos de controle e institutos de pesquisa. Um requerimento também sugere a presença de infectologistas para “prestar informações sobre as evidências cientificas que comprovam a eficácia do tratamento precoce contra a Covid-19”.

Os senadores apresentam ainda requerimentos para ouvir representantes de laboratórios que desenvolvem ou já produzem vacinas contra o coronavírus. São eles: Instituto Butantan, Sinovac, Fundação Oswaldo Cruz, AstraZeneca, União Química, Instituto Gamaleya, Instituto do Soro da Índia e Janssen.

Os dois requerimentos de informação pendentes de votação solicitam dados à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e ao Ministério da Saúde. O primeiro se refere a propagandas, campanhas ou inserções midiáticas realizadas pelo governo federal em temas relacionados à pandemia. O segundo pede informações sobre a compra de exames para a detecção da Covid-19.

*Da Agência Senado

Os governadores do Ceará, Maranhão e Pernambuco se manifestaram contra a negativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a liberação da vacina russa Sputnik V. Nessa segunda-feira (26), a agência reguladora negou, por unanimidade de seus diretores, a autorização da importação do imunizante por dez Estados por falta de dados básicos para análise do produto e por falhas identificadas pela área técnica.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), declarou que respeita o veto da Anvisa, mas afirmou que não podia deixar de expressar "decepção e estranheza". Santana apontou que o produto tem eficácia comprovada e é utilizado em dezenas de países, tendo inclusive aval do Comitê Científico do Nordeste. Segundo ele, o Estado continuará na busca pela autorização, "principalmente diante da lentidão do Governo Federal no repasse de vacinas". "O que não aceitarei jamais é que haja qualquer tipo de politização desse processo", declarou no Twitter.

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O discurso do gestor de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), também seguiu na linha de Santana, que destacou que vai continuar na busca pela autorização do imunizante. Já Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, declarou, na rede social, que irá "aguardar manifestação técnica de cientistas brasileiros e russos".

Relatórios

Na manhã desta terça-feira (27), governadores participam de uma reunião com o Fundo Soberano da Rússia para fornecer mais relatórios e documentos técnicos do imunizante para possibilitar a revisão da decisão da Anvisa. Segundo Dino, o encontro virtual será para avaliar fundamentos técnicos da vacina, a serem apresentados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à própria agência reguladora para a liberação da vacina.

Nesta segunda-feira (26), durante a entrega de 26 quilômetros de duplicação da BR-101, na Bahia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que "está chegando a hora do Brasil dar um grito de independência". 

Além disso, o presidente criticou os "pseudo-governadores" pela "imposição de uma ditadura", referindo-se às medidas restritivas adotadas nos estados para evitar o crescimento dos casos da Covid-19. 

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"Está chegando a hora, pessoal. Está chegando a hora de o Brasil dar um novo grito de independência. Não podemos admitir que alguns pseudo-governadores querem impor a ditadura no meio de vocês usando do vírus para subjugá-los", bradou Bolsonaro.

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Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu a rejeição da ação proposta pela Rede Sustentabilidade para obrigar o governo federal a transferir dinheiro aos Estados e municípios para a compra de vacinas contra a covid-19. O partido argumenta que, diante da lentidão da União na aquisição de imunizantes, governadores e prefeitos têm corrido por fora para garantir doses, sem o devido repasse de verbas.

Para Aras, não ficou provada inércia do governo federal. O chefe do Ministério Público Federal diz que as condições são "críticas" no atual estágio da pandemia e que há "esforço" do Planalto para aquisição das doses. "A oferta restrita de insumos e vacinas, noticiada recorrentemente em todo o mundo, inviabiliza imunização mais célere da população, como desejado", escreveu.

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O procurador-geral afirma ainda que não há motivo para crer que as negociações dos governadores e prefeitos poderão superar o empenho do governo federal. Em sua avaliação, obrigar a União a transferir verbas para compra das vacinas seria interferência indevida do tribunal no Executivo e comprometeria a operacionalização do plano nacional de imunização contra o coronavírus. "Podendo, inclusive, gerar indesejados atrasos", afirma Aras.

A manifestação foi enviada ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, relator de uma série de ações relacionadas à gestão da pandemia. Foi ele quem solicitou, no início da março, pareceres da PGR e da Advocacia Geral da União (AGU) antes de tomar uma decisão no caso.

A Advocacia Geral da União foi na mesma linha da PGR e se opôs ao conhecimento da ação. A pasta afirma que a Rede busca "pormenorizar" o que foi decidido em outra ação, na qual o tribunal autorizou estados e municípios a importar vacinas em caso de falta de doses fornecidas pela União, e que o meio adequado para isso seria iniciar a discussão dentro daquele processo.

Enquanto aguardam uma decisão do tribunal, governadores e prefeitos criam alianças para negociar e comprar vacinas, algumas apostando em obter recursos da União. Umas das frentes mais avançadas até agora é do Fórum de Governadores do Nordeste, que anunciou a compra de 37 milhões de doses da vacina russa Sputnik V.

Todos os 27 governadores receberam ofícios do Ministério Público Federal (MPF) cobrando esclarecimentos sobre o ritmo de vacinação contra a covid-19. O prazo para resposta é de dez dias.

Os documentos foram encaminhados pelo Gabinete Integrado de Acompanhamento da Epidemia de Covid-19 (Giac) na quinta-feira, 15, com a chancela do procurador-geral da República Augusto Aras. A força-tarefa identificou 'discrepância' no número de doses distribuídas pelo Ministério da Saúde e o total de vacinas efetivamente aplicadas.

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Um levantamento do Giac, feito a partir do vacinômetro da plataforma LocalizaSus, aponta que, enquanto o governo federal contabiliza um total de 48.088.916 doses dos imunizantes produzidos pelo Instituto Butantã e pela Fundação Oswaldo Cruz enviadas aos Estados e ao Distrito Federal, apenas 32.160.509 vacinas foram aplicadas.

"As pautas de distribuição das vacinas às Unidades Federativas, elaboradas e divulgadas pelo Programa Nacional de Imunizações por meio de Informes Técnicos da Campanha, direcionam a quais públicos as doses devem ser destinadas", afirma o documento.

Como mostrou o Verifica, núcleo de checagens do Estadão, entre os fatores que contribuem para o descasamento dos números de doses distribuídas e aplicadas estão as reservas para segunda aplicação e o intervalo de tempo para entrega dos lotes nos postos de vacinação e para o registro de informações no sistema.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar governadores nesta quinta-feira, 15, durante visita em Aparecida, em São Paulo. Segundo ele, a "mesquinhez" de alguns chefes estaduais durante a pandemia da covid-19 foi "mais grave" do que a própria crise sanitária.

"A gente pede a Deus que volte a normalidade o mais breve possível", disse em live divulgada no Facebook. "Só assim o Brasil pode realmente caminhar com suas pernas e voltar àquele Brasil tão sonhado por nós há pouco tempo e que teve esse problema da pandemia, mas mais grave que a pandemia foi a mesquinhez de alguns governadores pelo Brasil", afirmou.

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Ao lado do prefeito de Aparecida, Luiz Carlos de Siqueira (Podemos), Bolsonaro reforçou sua defesa contra as medidas de fechamento adotadas para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. O presidente argumentou que a cidade "em grande parte vive dos peregrinos", por meio do turismo religioso. "Com a política de 'fecha tudo' a cidade sofreu um grande golpe", citou.

Na transmissão ao vivo, o chefe do Executivo defendeu o retorno da normalidade e fez críticas indiretas à gestão do seu desafeto político, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O Estado está na fase vermelha do Plano São Paulo desde segunda-feira, 12.

"Não tem como você viver sem emprego e sem economia. E aos medíocres falta essa visão. São Paulo é um Estado que está sofrendo muito com isso porque falta coragem, falta determinação e falta políticos aqui pensarem mais no todo e não no particular", disse. O presidente disse ainda que "no que depender do governo federal" o Brasil brevemente voltará à normalidade.

A avaliação majoritária dos integrantes do Fórum de Governadores é a de que o governo federal pressionou sua base no Congresso para incluir os executivos estaduais na Comissão Parlamentar de Inquérito, aberta nessa terça-feira (13), no Senado para investigar ações e omissões do poder público no combate à pandemia do novo coronavírus - a CPI da Covid - com a intenção tumultuar a comissão e desgastar os Estados.

"A gente vê que o governo e seus aliados têm outra intenção ao incluir governadores e prefeitos. O interesse é diversionista: desfocar o trabalho", disse ao Estadão o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Ainda segundo o governador gaúcho, a intenção do governo federal é "terceirizar responsabilidades."

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O tucano segue a mesma linha do governador do Piauí, Wellington Dias (PT). "A CPI não pode ser porque alguém quer. Não pode ser uma decisão simplesmente política".

Para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), um dos principais antagonistas do presidente Jair Bolsonaro nas medidas de combate à pandemia do novo coronavírus, a função de investigar os governos locais é das Assembleias Legislativas e das Câmaras municipais. "Em São Paulo não temos medo CPI, mas a CPI do Senado deve ser preservada e não tergiversar", afirmou o governador paulista.

Os governadores falaram ao Estadão antes da leitura do requerimento de instalação da CPI pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ato que marca a abertura da comissão. Pacheco ampliou o escopo inicial da comissão, que era de investigar apenas as ações do governo federal, e incluiu a possibilidade de apuração dos repasses feitos aos Estados e municípios. A decisão opôs governadores e prefeitos tucanos ao senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que atuou nos bastidores alinhado ao Palácio do Planalto.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) afirmou, após a decisão de Pacheco, que a CPI ficou "no limite da legalidade". "Nossa preocupação é eles tentarem abarcar todos sem chegar a nenhum resultado."

Representantes do consórcio do Nordeste de governadores e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reuniram nessa terça-feira (6) em Brasília para discutir a demanda de importação de lotes da vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, que possui parceria com a empresa brasileira União Química.

De acordo com o presidente do consórcio, o governador do Piauí Wellington Dias (PT), a equipe da Anvisa fez uma apresentação técnica, mas houve uma polêmica sobre o pedido de aprovação excepcional do uso do imunizante russo que seria importado pelos governos estaduais.

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Os estados do Nordeste negociam quase 40 milhões de doses com o governo russo. Mas a conclusão do contrato está condicionada à autorização por parte da autoridade sanitária local, a Anvisa.

A Anvisa informou que fará uma visita à Rússia para avaliar as condições de fabricação da Sputnik V. Contudo, os governadores requereram que essa visita não seja uma condição para a permissão excepcional.

Semana passada, a Anvisa negou a Certificação de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos ao laboratório indiano Bharat Biotech, que produz a vacina Covaxin, usada contra a Covid-19, depois de visita de inspeção, como a que será feita à fabricante russa. 

“A decisão da Anvisa é que pode garantir que tenhamos mais vacinas em abril. A intenção é ter 37 milhões de doses compradas pelos estados e mais 10 milhões adquiridas pelo governo federal. Temos 4 mil pessoas que morreram nas últimas 24 horas. Tirar essas vacinas seria um desastre para o Brasil”, disse Wellington Dias, após o encontro.  

Conforme o governador do Piauí, a legislação brasileira prevê a validação da autorização excepcional quando um imunizante tiver recebido o aval de autoridade sanitária de uma série de países.

No Twitter, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), questionou a posição da Anvisa de ir à Rússia para avaliar o pedido de importação, classificando-a como “inacreditável” diante da situação da pandemia no país.

Uma nova reunião foi marcada para esta quarta-feira para dar continuidade às tratativas sobre a possibilidade de importação da Sputnik V.

Anvisa

A Anvisa divulgou uma nota na noite desta terça-feira em que diz que vai " buscar de forma proativa informações que busquem superar aspectos técnicos do pedido de importação da Sputnik feito pelos estados."

A agência se reuniu nessa terça com 14 governadores, quando fez uma apresentação técnica do cenário nacional e internacional da vacina Sputnik. Segundo a Anvisa, a medida tem o ojetivo de "permitir a avaliação do pedido de importação feito pelos estados com a garantia de qualidade necessária para a vacina" e incluem a busca de informações  junto à Organização Mundial de Saúde (OMS) e à Agência Europeia de Medicamentos (EMEA).

A Anvisa explicou que o "processo de importação excepcional é mais simples do que a avaliação para o uso emergencial ou para o registro de uma vacina."

Neste momento a Anvisa avalia o pedido de importação da Sputnik feito por 12 estados e é um processo independente e separado do pedido de uso emergencial feito pelo laboratório União Química para a vacina Sputnik.

A reunião desta terça-feira foi realizada por video-conferência e contou com a participação dos governadores do Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe. 

Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro e filho do presidente Jair Bolsonaro, voltou a usar suas redes sociais, neste sábado (3), para criticar governadores e prefeitos pelas políticas de quarentena rígida em razão da alta de casos da Covid-19 em todo o Brasil. Carlos chamou os gestores estaduais de “mulheres maravilhas” e “rainhas do deserto”.

O vereador publicou uma relação com alguns impostos zerados pelo governo federal durante a pandemia de Covid-19 e questionou: “e o governador e o prefeito?”. “Agora, como mulheres maravilhas, surgem governadores e prefeitos, as famosas rainhas do deserto que metem lockdown generalizado, alegando comprar mais além das mais de 560 milhões já garantidas juntamente com crescente produção nacional. Você acha mesmo que é pela saúde?”, provocou o filho do presidente.

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As críticas de Carlos acontecem um dia depois que seu pai repete os questionamentos acerca das medidas restritivas adotada. "Trabalhar, muitas vezes, também é uma atividade física. Por que então fecham praias, academias, proíbem futebol?", escreveu o presidente, no Twitter.

A reunião de governadores o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi marcada por críticas ao comitê criado pelo presidente Jair Bolsonaro para enfrentar a covid-19. O grupo formalizado após reunião de chefes de Poderes nesta semana deixou de fora Estados e municípios. Para governadores, Bolsonaro se recusa a mudar de postura e continua confrontando medidas adotadas nos governos locais.

O presidente Jair Bolsonaro ligou para Pacheco antes da reunião com governadores e foi até à residência do presidente do Senado após o encontro, na manhã desta sexta-feira, 26. Pacheco entregou a Bolsonaro as demandas dos Estados, que pediram repasses federais no mesmo patamar de 2020, o que implicaria em um aumento de R$ 43 bilhões de gastos em relação ao planejado para este ano. No ano passado, porém, o governo federal contava com o orçamento de guerra e executou essas despesas fora do teto de gastos, cenário que não pode se repetir em 2021.

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"Dissemos da importância de que esse comitê nacional tenha a presença de Estados e municípios. Não é razoável sem a presença de Estados e municípios", afirmou o governador do Piauí e coordenador do Fórum de Governadores para a crise de covid-19, Wellington Dias (PT). O comitê anunciado por Bolsonaro fará a primeira reunião na próxima segunda-feira, 29.

Apesar da insatisfação, os governadores concordaram em manter conversas periódicas com Pacheco para definir as demandas. "Houve muita crítica ao comitê criado e ao comportamento do presidente de enfrentamento aos governadores e alimentação de sua base política para enfrentar os governadores. Isso prejudicou o trabalho imensamente até agora", disse o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB).

Vacinação

Após a reunião com governadores, o presidente do Senado afirmou ter recebido o pedido de que o cronograma de vacinação contra a covid-19 por faixa etária fosse uniformizado em todos os Estados e no Distrito Federal. "Eles pediram inclusive que houvesse uma uniformização do Programa Nacional de Imunização para permitir que entre os Estados haja igualdade em relação à questão das faixas etárias de alcance da vacinação para não fazer desequilíbrio entre os estados federados", relatou o senador.

Pacheco comentou, ainda, que acredita ser possível atingir a meta anunciada recentemente pelo novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de aplicar 1 milhão de doses por dia.

Em carta aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), governadores de 16 Estados pedem que o Congresso disponibilize recursos necessários para que os valores da nova rodada do auxílio emergencial sejam superiores aos estabelecidos pelo governo federal em medida provisória, de R$ 175, R$ 250 e R$ 375. Eles defendem que a reedição do socorro a vulneráveis na pandemia repita a quantia mensal de R$ 600 e os critérios de acesso adotados nos oito desembolsos feitos em 2020.

Os gestores que assinaram a carta reforçam a dramaticidade do cenário no País com novos recordes de mortes diárias pela covid-19, lotação de leitos hospitalares, ameaça de falta de medicamentos para intubações de pacientes graves e esgotamento dos profissionais da saúde. Lembram, também, que o calendário de vacinação e a obtenção de novas doses dos imunizantes contra o Sars-CoV-2 estão mais lentos do que as respostas necessárias para reverter o quadro atual.

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"Agir contra esse cenário requer medidas sanitárias e garantia de uma renda emergencial. Somente com essas medidas seremos capazes de evitar o avanço da morte", escrevem os governadores. "Por isso, entendemos que a redução dos valores do auxílio emergencial é inadequada para a eficácia da proteção da população. Enquanto a vacinação não acontecer em massa, precisamos garantir renda para a população mais vulnerável."

Os signatários apontam ainda que, não obstante sua reivindicação, entendem a importância de o País manter o compromisso com a responsabilidade fiscal para, "logo à frente", voltar a uma trajetória de ajuste das contas públicas que compatibilize programas sociais com formas responsáveis de financiá-los. "É importante entender o esforço de mitigação da crise atual para os mais vulneráveis como extraordinário e temporário", dizem.

A carta é assinada por Renan Filho (MDB), de Alagoas; Waldez Góes (PDT), do Amapá; Rui Costa (PT), da Bahia; Camilo Santana (PT), do Ceará; Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo; Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão; Reinaldo Azambuja (PSDB), de Mato Grosso do Sul; Helder Barbalho (MDB), do Pará; João Azevêdo (Cidadania), da Paraíba; Ratinho Júnior (PSD), do Paraná; Paulo Câmara (PSB), de Pernambuco; Wellington Dias (PT), do Piauí; Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte; Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul; João Doria (PSDB), de São Paulo; e Belivaldo Chagas (PSD), de Sergipe.

Ao menos por ora, ficaram de fora os governadores Gladson Cameli (PSDB), do Acre; Wilson Lima (PSC), do Amazonas; Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal; Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Mauro Mendes (DEM), de Mato Grosso; Cláudio Castro (PSC), do Rio de Janeiro; Coronel Marcos Rocha (PSL), de Rondônia; Antonio Denarium (PSL), de Roraima; Carlos Moisés (PSL), de Santa Catarina; e Mauro Carlesse (DEM), de Tocantins.

O Ministério da Saúde está acéfalo no momento mais agudo da pandemia de covid-19. O diagnóstico é de governadores e secretários de Estados e municípios que buscaram a pasta nos últimos dias principalmente para tratar da falta de medicamentos de intubação e de oxigênio. Anunciado há uma semana como novo ministro, o médico Marcelo Queiroga ainda não teve sua nomeação oficializada e, portanto, ainda não responde pela pasta. Enquanto isso, o general Eduardo Pazuello segue como ministro no papel, mas cumprindo uma espécie de "aviso prévio" no cargo.

Como revelou o Estadão, a posse de Queiroga ainda está travada porque antes é preciso que ele se desvincule da sociedade de empresas das quais é sócio. O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que a nomeação seria feita na última sexta-feira, 19, mas a previsão mais recente no governo é de que a cerimônia aconteça apenas na quinta-feira, 25.

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"Temos dois ministros e, na verdade, não temos nenhum", disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em evento nesta segunda-feira, 22. "O que entra não está autorizado a agir como ministro, porque não recebeu a sua nomeação. O outro, que sai, não está com disposição de determinar, orientar e comandar, porque já é um ex-ministro, ainda que ocupando o cargo", declarou.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), foi no mesmo tom."Não se pode fazer exoneração e nomeação no gerúndio, demitindo um ministro e nomeando um novo há uma semana. Quem está tentando salvar vidas neste momento fica se perguntando: com quem eu falo? Quem está decidindo neste momento? O Brasil é um barco à deriva", afirmou Costa em entrevista à Rádio Eldorado.

Já o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), chamou o vácuo de comando de "absurdo". "Temos dois ministros da Saúde, por conseguinte nenhum. Um saiu, mas não saiu. Um entrou, mas não entrou", disse ele no último dia 18, pelas redes sociais.

Secretários de saúde apontam preocupação com o fato de a transição ocorrer num momento crítico da doença, em que hospitais estão superlotados e cidades registram falta de sedativos usados para intubar pacientes de covid-19. O ministério fez requisições de estoques e promete realizar compras internacionais de medicamentos.

Segundo os secretários que acompanham estas discussões, o porta-voz do Ministério da Saúde nesta crise de medicamentos não é Queiroga nem Pazuello. As conversas são feitas principalmente com o secretário-executivo da Saúde, Elcio Franco, que deve deixar a pasta junto de Pazuello. A equipe que Queiroga levará à Saúde ainda é desconhecida pelos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS).

O médico também é réu em uma ação penal de 2006 que trata do não recolhimento de contribuições previdenciárias devidas pelo Hospital Prontocor. Queiroga não era sócio do hospital, mas administrador. Em 2017 ele foi absolvido, mas o Ministério Público Federal (MPF) recorreu no processo.

O ministério evita se posicionar ou passar qualquer informação que diga respeito a Queiroga. A pasta afirma que só irá se manifestar quando o cardiologista for nomeado.

'Continuidade'

Desgastado pelo ritmo lento da vacinação no País, explosão de internações e investigações sobre omissão na pandemia, Pazuello tem dito que o médico segue a sua "cartilha" e nega uma ruptura na pasta. Queiroga vai na mesma linha e fala em "continuidade" do trabalho.

Na semana passada, os dois foram juntos ao Rio para receber vacinas de Oxford/AstraZeneca produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). "A transição de cargo de ministro é apenas uma continuidade do trabalho. O doutor Marcelo Queiroga reza pela mesma cartilha", disse o general na cerimônia. Pazuello ainda foi a Guarulhos (SP), sem Queiroga, no domingo, 21, para recepcionar as doses compradas via Covax Facility.

Segundo autoridades do governo, Bolsonaro deve abrigar o general em um novo cargo dentro do governo, mas não está definido qual função ele pode assumir.

Centrão

A demora para troca de ministro também incomoda lideranças do Centrão. "Um país que se aproxima de 3 mil mortos/dia não pode se dar ao luxo de esperar um indicado para ministro da Saúde passar dias para se desincompatibilizar da empresa da qual é sócio-administrador. Isso é uma provocação com famílias enlutadas e com gente que luta pela vida em UTIs", escreveu o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), no Twitter, no domingo, 21.

Apesar de ter bom trânsito entre parlamentares, Queiroga foi uma escolha pessoal de Bolsonaro. Como mostrou o Estadão, o futuro ministro teve uma passagem relâmpago pelo Republicanos, um dos principais partidos do chamado Centrão. Ele se desfiliou em janeiro deste ano.

Integrantes do grupo, porém, apoiavam que a médica Ludhmila Hajjar assumisse a pasta. O nome dela tinha respaldo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ministros do Supremo Tribunal Federal. Ela recusou o convite por não defender o uso da cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra covid-19, e não concordar com críticas ao lockdown, bandeiras de Bolsonaro na pandemia.

Os governadores dos três Estados do Sul anunciaram nesta quarta-feira, 17, que vão passar a atuar de forma coordenada em frentes de negociação por mais vacinas contra a covid-19, na compra e regulação de medicamentos, principalmente para intubações, e no compartilhamento de leitos de UTI referenciados para tratar a doença.

Em reunião na sede do governo de Santa Catarina, os gestores conversaram virtualmente com o ainda ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o médico indicado para substituí-lo, Marcelo Queiroga. Segundo o anfitrião, Carlos Moisés (PSL), os "dois ministros" garantiram que haverá, nos próximos dias, aumento na velocidade e no volume de entrega de doses de imunizantes.

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"Consideramos, hoje, o Sul como o epicentro da pandemia no Brasil", disse o catarinense em entrevista após o encontro. Ele acrescentou que os representantes do Ministério da Saúde concordam com essa avaliação. Segundo o boletim de hoje do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a taxa de ocupação de UTIs referenciadas para o coronavírus para adultos é de 100% no Rio Grande do Sul, 99% em Santa Catarina e 96% no Paraná.

Os três governadores afirmaram ter pedido a Pazuello e a Queiroga que criem uma espécie de estoque regulador de oxigênio e de cilindros de forma a suprir regiões do País onde o gás ou o recipiente de armazenamento tenham escasseado. Os sulistas negaram que nos Estados falte oxigênio, mas, sim, de cilindros. O apelo aos dois representantes da Saúde federal foi pela organização nacional da logística adotada para socorrer os Estados do Norte.

A reunião em Florianópolis (SC) também teve o efeito prático, segundo os governadores, de acertar o compartilhamento ativo de dados da pandemia e experiências em seu enfrentamento, apesar de não terem admitido a possibilidade de medidas restritivas conjuntas.

O gaúcho Eduardo Leite (PSDB) sustentou que existe a expectativa de desaceleração das internações de pacientes de covid-19 em seu Estado nas próximas semanas como efeito de medidas restritivas, apesar de o Rio Grande do Sul ter registrado ontem (16) novo recorde diário de mortes por covid-19, com 502. "A letalidade tem alcançado 70% para internados nas UTIs", informou Leite.

Segundo o tucano, sua gestão observa atualmente uma estabilização, ainda que em nível alto, da pressão do coronavírus sobre os hospitais da rede gaúcha.

A subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, enviou ofício a todos os 27 governadores com questionamentos sobre os hospitais de campanha montados para aumentar a capacidade de atendimento a pacientes da covid-19. Com base em portaria do Ministério da Saúde que definiu critérios técnicos para estruturação de unidades de saúde temporárias, a subprocuradora-geral indaga aos gestores quantos e quais hospitais de campanha foram construídos em seus Estados.

Lindôra também pergunta: quais hospitais não entraram em funcionamento depois de já terem sido construídos e quais unidades estão operando atualmente, sobre unidades desativadas, qual o motivo de seu fechamento e qual a destinação dada a insumos e equipamentos que foram usados nas estruturas fechadas. Ela pede que governadores respondam até sexta-feira, 19.

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O ofício foi compartilhado pela nova presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Bia Kicis (PSL-DF), em sua conta no Twitter. A deputada é entusiasta do que se convencionou chamar em meios bolsonaristas de "covidão", em referência a escândalos de desvios de verbas destinadas ao enfrentamento à pandemia em Estados e municípios.

A própria Lindôra é autora de pedidos de medidas cautelares autorizados ao longo do ano passado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra governadores como Wilson Lima (PSC), do Amazonas, Carlos Moisés (PSL), de Santa Catarina, e Helder Barbalho (MDB), do Pará.

Entre as funções que acumula, está a de coordenadora nacional substituta do Gabinete Integrado de Acompanhamento da Epidemia do Coronavírus19 (Giac), instituído no ano passado pelo procurador-geral Augusto Aras. É sob esse título que Lindôra justifica o ofício circular enviado aos 27 governadores sobre hospitais de campanha.

Os governadores do Nordeste anunciaram neste sábado (13) a compra de 37 milhões de doses da vacina russa Sputnik V contra a Covid-19. Após reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ficou decidido que as vacinas integrarão o Plano Nacional de Imunização do governo federal.

"Nós comunicamos ao ministro Pazuello o fechamento de um contrato firme para 37 milhões de vacinas Sputnik entre o Consórcio Nordeste e o Fundo Soberano Russo. Também tratamos com a equipe do Ministério da Saúde os termos para mantermos um regramento para que haja vacina para todo o Brasil", afirmou o governador do Piauí, Wellington Dias, em suas redes sociais.

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A Sputnik V ainda não conta com o registro emergencial ou definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizada no Brasil.

Os governadores do Nordeste, porém, se apoiam na lei, sancionada nesta semana, que autoriza Estados e municípios a importarem vacinas aprovadas por autoridades de outros países e blocos como Estados Unidos, União Europeia, Japão, China, Reino Unido, Rússia, Índia, Coreia do Sul, Canadá, Austrália e Argentina.

Segundo Dias, até a próxima segunda-feira (15), a Advocacia Geral da União (AGU) irá trabalhar em uma minuta para que a pasta da Saúde participe como "interveniente" no contrato. "Assim garantimos que essas 37 milhões de doses serão distribuídas para todo o Brasil a partir de abril", completou o governador.

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, elogiou o espírito colaborativo entre o consórcio Nordeste e o Ministério da Saúde. "Mais uma luz se abriu hoje na luta por mais vacinas. Caberá à União, fazer toda a logística de distribuição, armazenamento, transporte e entrega dessas vacinas aos Estados", destacou.

O Ministério da Saúde já assinou um contrato para receber 10 milhões de doses Sputnik V, que serão importadas da Rússia pelo laboratório brasileiro União Química. A expectativa é de que as primeiras 400 mil doses cheguem ao País em abril.

Na reunião deste sábado, Pazuello também anunciou um novo cronograma com entregas semanais aos Estados dos imunizantes já em uso no Brasil: a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, e a vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz.

Para pressionar pelo fim das medidas restritivas contra a Covid-19 adotadas por governadores, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) leu a carta de despedida de um suposto suicida em sua live dessa quinta-feira (11). Apesar da divulgação ser condenada pela Organização Mundial da Saúde, o deputado federal Eduardo (PSL) repetiu o gesto do pai e ainda publicou a foto da suposta vítima.

Ao comentar sobre o caso que teria ocorrido na Bahia, antes de ler a carta, o presidente disse que "estamos tendo aí casos de suicídio pelo Brasil por causa do lockdown". Ele ainda sugere que outro episódio tenha ocorrido em Fortaleza, no entanto volta a atacar as medidas de controle da pandemia sem provas.

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Para reafirmar que apenas idosos e pacientes com comorbidades devam ficar em casa, Bolsonaro mais uma vez aumentou o tom para desafiar governadores. "O resto, pessoal, toma as medidas ali que estão sendo usadas no momento e vão para o trampo. Vão trabalhar, pô. Eu ando no meio do povo. Eu duvido que este governador da Bahia, do Rio ou do Rio Grande do Sul vá no meio do povo. Ele vai falar 'mas eu não quero contaminar ninguém'. Bota três máscaras e vai para o meio do povo, porr*!", declarou. Posteriormente, o representante do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PSC) foi excluído da lista.

Ainda contra os governadores que criticam a política descoordenada do Governo Federal no enfrentamento à doença, o chefe do Executivo indicou que ficar em casa também mata. "Quem nunca passou necessidade ou nunca esteve no meio do povo pode falar 'fique em casa, estou cuidando da tua saúde'. Está cuidando da saúde? Você está matando o cara", destacou.

A OMS possui um manual voltado à imprensa sobre como cobrir suicídios. A primeira recomendação é não divulgar cartas de despedida, pois pode funcionar como efeito gatilho para potenciais suicidas. O presidente também desrespeitou outras duas orientações ao fazer sensacionalismo cobre o caso e atribuir culpados.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), retrucou nesta quinta-feira, 11, uma crítica feita horas antes pelo governador paulista João Doria (PSDB) em função das medidas de combate à disseminação do coronavírus. Os dois políticos ocupam polos opostos: Castro é aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), atual adversário ferrenho de Doria.

Durante cerimônia em que anunciou a ampliação das restrições ao funcionamento do comércio, de escolas e de cultos religiosos no Estado de São Paulo, entre outras regras, Doria criticou o governo do Rio pela falta de medidas mais severas no combate à covid-19: "Lamento que no Rio de Janeiro, onde vivi parte da minha vida e conheci a minha esposa e tenho tantos e tantos amigos, ao invés de ter medidas que restrinjam e com isso protejam a sua população, façam exatamente o caminho oposto. Mas não cabe a mim fazer esse juízo. Esse juízo deve ser da população do Rio de Janeiro", afirmou Doria.

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O governador do Rio retrucou pelo Twitter: "Respeito o governador de SP. Reconheço sua liderança, mas acho que está fora do tom. Espero que sua atitude não seja reflexo do novo cenário eleitoral, e sim por conta do aumento de casos da covid. Recomendo a ele um chá de camomila e que cuide de SP, porque, do Rio, cuido eu", escreveu Cláudio Castro. Chá de camomila é recomendado para acalmar as pessoas.

Em articulação independente para acelerar a vacinação no Nordeste, governadores da região pretendem recorrer ao presidente norte-americano Joe Biden. Com outras propostas em avaliação, os gestores tem outra receberam a informação de que há 10 milhões de doses de Oxford/AstraZeneca sem prazo para aplicação nos Estados Unidos.

As vacinas estão estocadas pois os profissionais de saúde ainda não foram treinados para a aplicação, publicou a colunista Mônica Bérgamo. Vale lembrar que a maioria dos americanos estão sendo imunizados com as doses da Pfizer/BioNTech e da Moderna.

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Outra proposta do Consórcio Nordeste é convencer a Organização Mundial da Saúde (OMS) a antecipar o envio do lote do consórcio Covaxin previsto para o Brasil. “O mundo está dizendo que o Brasil é um risco, por estar com a epidemia descontrolada, com recordes de contaminações e mortes e que pode ser um celeiro de novas variantes do coronavírus", afirmou o representante dos gestores estaduais, o governador do Piauí Wellington Dias (PT).

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