Tópicos | Eleições 2022

O nome do apresentador Luciano Huck vez ou outra aparece entre os eventuais candidatos à Presidência da República. Nesta sexta-feira (18), a revista Veja publicou uma pesquisa da FSB onde os cenários apontam que em uma hipotética disputa de segundo turno, Huck venceria o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e empataria, na margem de erro, com o presidente Jair Bolsonaro (PSL). 

O global só aparece em desvantagem quando o embate direto é contra o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. 

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De acordo com os dados, com Bolsonaro, o apresentador aparece com 39%  e o presidente 43%. O que configura empate técnico, uma vez que a margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Já contra Haddad, Huck venceria com 40% enquanto o petista é preferido por 29% dos entrevistados. Ele perderia contra Moro, por 49% a 32%.

Huck não é filiado a nenhum partido, mas integra movimentos de renovação política e já afirmou que gostaria de ingressar na atividade política. 

Desempenho de Sergio Moro

Ainda segundo os cenários avaliados pela FSB, Sergio Moro seria, caso a eleição presidencial fosse hoje, uma aposta do eleitorado brasileiro. Entre os entrevistados pela pesquisa, na maioria dos cenários que o nome dele aparece como opção para o segundo turno ele vence.  

Contra Haddad, Moro teria 52%  e o petista 31% Haddad; já na enfrentando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-juiz receberia 50% e o líder político 37%. O menor percentual de votos para Moro aparece quanto ele disputa contra Bolsonaro. O presidente receberia 38% e o seu ministro da Justiça, 34%. 

Primeiro turno

No principal cenário para o primeiro turno, Jair Bolsonaro aparece em vantagem, com 34% das intenções de voto; Fernando Haddad (PT) tem 17%; Luciano Huck 11%; e o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), 9%.

Ainda completam a lista João Amoêdo (Novo) que contabiliza 5% das intenções e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), preferido por 3% dos entrevistados.

A pesquisa foi feita por telefone com 2.000 eleitores de 11 a 14 de outubro de 2019 em todos os Estados.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fez nesta quinta-feira, 17, críticas à antecipação das discussões em torno da campanha presidencial de 2022. Perguntado sobre como está observando o debate, ele disse que a corrida presidencial é uma espécie de maratona e que "quem começar a correr agora chegará morto na reta final". A fala foi feita em evento organizado pelo Banco BTG Pactual, em São Paulo.

Para ele, o momento é de torcer para que o governo e a economia deem certo. "Queremos que o governo dê certo. Não estamos preocupados com 2022. Não podemos estar no Parlamento torcendo para que o governo e a economia darem errado", disse, acrescentando que se o governo der certo o Parlamento "também dará certo".

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A deputada estadual de São Paulo, Janaína Paschoal (PSL), usou o Twitter, nesta segunda-feira (7), para questionar as movimentações do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), visando a disputa presidencial de 2022. Janaína, que é do mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro - eventual rival de Witzel, disse que o gestor carioca deveria se preocupar com os problemas do Estado que governa.

“O governador do Rio de Janeiro deveria se ocupar dos muitos e graves problemas do Rio de Janeiro. Quem lê sobre suas movimentações para concorrer à Presidência da República pode até pensar que o Rio está uma maravilha. Eu não me conformo com essas coisas”, escreveu Janaína.

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“O melhor cabo eleitoral é o trabalho realizado! Desempenha nos próximos três anos e a candidatura será natural. Só mesmo Jesus na causa! Só Jesus para dar paciência”, acrescentou, ironizando.

Nos últimos dias, Witzel iniciou uma investida para tentar se aproximar do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), visando a disputa eleitoral. O PSL também tem reagido as movimentações. O partido deixou a base de apoio do governador.

A apresentadora de TV Angélica afirmou ontem que uma eventual candidatura do marido, o também apresentador e empresário Luciano Huck, para a presidência da República é um "chamado". "Não posso dizer que acho muito legal Luciano sair candidato, não seria verdade, mas tem uma hora que você não está mais no controle. É uma espécie de chamado", disse à revista Marie Claire.

Huck é peça central na articulação de um grupo de políticos, economistas e representantes de movimentos de renovação para a construção de uma alternativa de centro diante do cenário de polarização da política nacional. A agenda do grupo teria um viés liberal na economia e "progressista" na área social. O movimento vem sendo reiterado por nomes como o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido) e o presidente do Cidadania, o ex-deputado Roberto Freire.

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Angélica confirmou que as conversas para 2022 acontecem na sua casa. "As coisas estão tão loucas que essa cobrança voltou", afirmou, admitindo que a possibilidade de ser primeira-dama a assusta. "Nunca pensei nisso, mas seria uma honra". Ela disse que, no Brasil, a política "dá medo". "Mesmo sem ser candidato, Luciano já apanha de todos os lados".

Na visão da apresentadora, ela e o marido teriam mais a perder do que ganhar, mas disse que não vai se opor a uma candidatura. "Estamos em um momento tão louco na política que não quero, jamais, ser egoísta e leviana de impedir algo nesse sentido. Jamais falaria 'não'". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dirigentes de partidos do Centrão começaram a montar uma estratégia para conquistar, nas redes sociais, o eleitor que se opõe à polarização entre direita e esquerda. Sem candidato próprio para a disputa de 2022, o grupo é contrário à reeleição do presidente Jair Bolsonaro e há um racha em torno do apoio ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), cotado para disputar o Planalto. O núcleo duro desse bloco é formado por DEM, PP, PL, Republicanos (ex-PRB), Solidariedade e Avante.

As reuniões são sempre feitas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que defende uma agenda liberal e também se movimenta para construir uma alternativa de centro com um lastro social. O jornal O Estado de S. Paulo mostrou, no início deste mês, que já está em curso uma articulação - envolvendo políticos, economistas e representantes de grupos de renovação - na tentativa de emplacar a candidatura do apresentador de TV Luciano Huck, em 2022. Huck não confirma a intenção de concorrer à sucessão de Bolsonaro.

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Os encontros reservados de líderes do Centrão, no entanto, têm sido feitos para buscar outra opção. Na prática, dirigentes dos partidos não querem repetir o que classificam como "erro" de 2018, quando se aliaram ao PSDB e apoiaram a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin. Maia também chegou a se insinuar para o Planalto, mas desistiu. Após a derrota de Alckmin, o grupo procurou se desvincular do carimbo de Centrão, considerado pejorativo. A Câmara proibiu até o uso do termo em seus veículos - rádio, TV e agências de notícias.

Dois profissionais de redes sociais foram levados, nesta quarta-feira, 11, para conversar com dirigentes do Centrão. Maia estava presente. O plano do grupo é dar voz ao movimento na internet, tendo como bandeiras propostas para o crescimento e geração de empregos, além da defesa das reformas econômicas, como a da Previdência, que já foi aprovada na Câmara.

A busca por eleitores que não se encaixam nem na direita nem na esquerda é considerada essencial para a estratégia. O estatístico Paulo Guimarães, guru do DEM, calcula esse universo em 60% do eleitorado. A avaliação é a de que muitos não querem a volta do PT, mas se decepcionaram com Bolsonaro e estão à procura de outros candidato.

Prefeito de Salvador e presidente do DEM, ACM Neto negou que o partido já esteja tratando de 2022, porque, antes da disputa presidencial, tem a eleição para as prefeituras, no ano que vem. "Não é hora de apoiar nem de vetar ninguém. Seria um ato de grande irresponsabilidade", afirmou ele, que deve concorrer ao governo da Bahia. ACM Neto também rebateu comentários sobre a criação de um partido único de centro, tendo à frente o PSDB, o DEM e o PSD. "A chance de isso ocorrer é zero", disse. Foi o próprio Maia quem anunciou, em agosto, a ideia de fusão. Na ocasião, estava ao lado de Doria e do deputado Alexandre Frota (SP), que foi expulso do PSL e passou a integrar a bancada tucana.

"O PSDB e o DEM estarão juntos em 2020 e em 2022", declarou Maia na ocasião. "O fim das coligações vai nos levar à necessidade de uma reorganização e há forte possibilidade de termos o DEM e o PSDB como o mesmo partido." Menos de um mês depois, porém, integrantes de ambos os partidos chegaram à conclusão de que é melhor esperar o desfecho das eleições municipais para dar o próximo passo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As alfinetadas entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem se intensificado cada vez mais. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, divulgada nesta quarta-feira (4), Bolsonaro disse que o tucano não tem chances nas eleições presidenciais de 2022 por ser uma "ejaculação precoce" e "talvez" deveria pensar apenas na disputa de 2026. 

"Ele não tem apoio popular", argumentou o presidente sobre João Doria. No último sábado (31), em conversa com jornalistas Bolsonaro chegou a dizer que Doria está "morto" para 2022. 

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Doria tem sido observado como um potencial rival de Bolsonaro em 2022. Os dois, que iniciaram os seus mandatos em um mar de rosas, estão trocando farpas publicamente. 

Na semana passada, por exemplo, o presidente também usou uma das suas transmissões ao vivo no Facebook para dizer que o tucano tinha "mamado nas tetas do BNDES" durante o governo do PT. Doria, por sua vez, negou e chegou a dizer que não inflamaria uma briga com Bolsonaro.

Após a equipe econômica apresentar uma proposta orçamentária para 2020 que pode impor um apagão à máquina pública, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse, neste sábado (31), que o arrocho nas contas pode atrapalhar uma tentativa de reeleição em 2022. Ao mesmo tempo, ele afirmou que um de seus potenciais adversários na corrida eleitoral, o atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não teria chance de derrotá-lo nas urnas. "Dória está morto", disse.

Bolsonaro participou de um churrasco no quartel-general do Exército, em Brasília. Pouco depois de entrar, Bolsonaro mandou os seguranças convidarem um grupo de jornalistas e motoristas da imprensa que o esperavam na porta para participar do evento. Ele conversou por cerca de uma hora e meia com os jornalistas.

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Na conversa, Bolsonaro disse que o tucano tem "enchido o seu saco", e, por isso, tem respondido à altura, mas que não o vê como uma ameaça para uma eventual reeleição. Ele ainda disse que Dória era "peixe" do PT e que começou a dizer que sua "bandeira não era vermelha" somente depois da entrada da ex-presidente Dilma Rousseff.

O presidente, no entanto, demonstrou preocupação com os efeitos que a situação dramática do Orçamento pode ter sobre suas chances de reeleição. Segundo Bolsonaro, o arrocho orçamentário pode "comprometer 2022". Ele disse, entretanto, não estar preocupado com isso. "Não pode ficar obcecado. É igual quando o rapaz está atrás da menina, se ficar obcecado ela não dá bola, é só esnobar que ela vem atrás."

A troca de farpas entre Doria e Bolsonaro se intensificou nos últimos dias, após o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgar uma lista de pessoas que se beneficiaram de taxas de juros mais baixas para empréstimos para comprar jatinhos. A linha de crédito foi lançada em 2009. Doria, que na época era empresário, está na lista dos que recorreram ao banco de fomento.

Na quinta-feira, em sua 'live' semanal no Facebook, Bolsonaro afirmou que Doria "estava mamando" no governo do PT, referindo-se à compra de aviões com financiamento do BNDES. A declaração foi rebatida pelo governador, que em evento em Berlim, na sexta, negou ter qualquer relação com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Além do quadro de dificuldades para 2020, a proposta orçamentária ainda prevê uma sucessão de déficits até 2022, um indicativo de que o governo seguirá gastando mais do que arrecada e elevando sua dívida pública.

O governo anunciou na sexta-feira uma proposta de Orçamento para 2020 com apenas R$ 89,161 bilhões destinados às chamadas despesas discricionárias, que incluem investimentos e os gastos para manter a máquina pública em funcionamento. É o menor valor dos últimos dez anos. Os investimentos foram estimados em apenas R$ 19,36 bilhões, queda de quase 30% em relação à proposta de 2019.

A equipe econômica já alertou que os valores são insuficientes para garantir o pleno funcionamento do governo no ano que vem e que buscará medidas para conter o avanço das outras despesas e, assim, abrir espaço no Orçamento.

O teto de gastos limita o avanço das despesas à inflação do ano anterior, mas nem todas estão sob o controle do governo. Benefícios previdenciários e salários crescem muitas vezes num ritmo acima da inflação, o que obriga a área econômica a cortar de outras áreas para fazer caber tudo no teto.

Para tentar contornar a situação dramática das despesas discricionárias, o governo deve adotar uma série de medidas, como antecipou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado): o fim da multa adicional de 10% sobre o FGTS do trabalhador em demissão sem justa causa (dinheiro que passa pelo Orçamento e consome R$ 5,4 bilhões no teto de gastos), o congelamento das progressões de servidores civis do Executivo nas carreiras (que poderia economizar R$ 2 bilhões), a suspensão de novas contratações do Minha Casa, Minha Vida (que pouparia outros R$ 2 bilhões) e o redirecionamento de recursos do Sistema S.

Nos últimos dias, diversos ministros encaminharam ofícios à Economia alertando que os recursos previstos para no Orçamento de 2020 são insuficientes e podem comprometer compra de livros escolares, pagamentos de bolsas de estudos e entrega gratuita de medicamentos, entre outros serviços. Neste ano, o baixo nível de despesas discricionárias já ameaça agências reguladoras de um apagão a partir de setembro.

Alvo de sistemático desgaste por parte do presidente Jair Bolsonaro, que dia sim e outro também faz questão de colocar sua autoridade em xeque, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, corre o risco de se tornar uma figura decorativa na Esplanada dos Ministérios, distante da espécie de fiador moral que motivou o convite para deixar a magistratura e integrar o primeiro escalão do governo.

Mesmo com todo os reveses, incluindo o vazamento de diálogos com membros da força-tarefa da Lava Jato, pelo The Intercept Brasil, que questionam a sua imparcialidade, Moro continua um nome forte no tabuleiro das eleições gerais de 2022 e pode, como se diz no jargão político, se tornar "a noiva" mais disputada da próxima corrida presidencial. A avaliação é do cientista político, professor e pesquisador da FGV Marco Antonio Carvalho Teixeira.

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Em entrevista ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Marco Antonio Teixeira avalia que é arriscada a estratégia do presidente Jair Bolsonaro de desgastar o seu titular da Justiça, a fim de concentrar todo o poder em sua própria figura. "Enfraquecer o Moro pode também causar danos à imagem de um governo que assumiu com a bandeira de combater a corrupção, pois o ministro da Justiça continua sendo uma figura mais popular que a do próprio presidente da República." Se é arriscada para o mandatário do País, a estratégia, na avaliação do professor, parece ainda não ter afetado o cacife político do ex-juiz condutor da Lava Jato em Curitiba. Tanto, que ele já está na mira de virtuais candidatos à sucessão presidencial de 2022, como o governador de São Paulo, o tucano João Doria. "Moro pode ser um bom nome para compor como vice a chapa de Doria", avalia.

O cientista político não acredita que Moro ainda consiga ser indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), como chegou a ser aventado pelo próprio Bolsonaro. Por isso, restará ao ex-juiz seguir o caminho da política, a fim de se manter no cenário nacional. Indagado se ele poderia disputar uma cadeira no Congresso Nacional, Marco Antonio Teixeira diz que só se for na disputa ao Senado Federal. "Na Câmara, ele seria apenas mais um nome dentre os 513 deputados." Mas, a sua aposta é que o titular da Justiça participe de alguma composição, como vice em uma chapa majoritária na disputa ao Palácio do Planalto ou até mesmo ao governo de Curitiba. E a julgar pela resiliência e postura demonstradas pelo ex-juiz na condução da Lava Jato, o professor da FGV avalia que ele não deverá deixar tão facilmente o atual posto na Esplanada dos Ministérios.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou, nesta quinta-feira (22), que esteja havendo um diálogo entre as direções do DEM, do PSDB e do PSD para a realização de uma fusão entre os partidos. De acordo com uma reportagem do UOL, as legendas querem se transformar em apenas uma para disputar as eleições de 2022. 

Maia usou o Twitter para negar a discussão e pontuar que, se isso acontecer, será depois do pleito geral - quando serão eleitos presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. 

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“Não está acontecendo este debate. Hipótese de qualquer discussão somente após as eleições de 2022”, declarou o democrata. A direção nacional do DEM já demonstrou que não há chances da fusão antes de 2022.

Na reportagem do UOL, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, também fez a mesma ponderação. "Quando fomos procurados, afirmei que essa questão não foi discutida internamente no PSD. Acredito que nenhum grande partido terá disposição de examinar isso antes das eleições de 2022", frisou.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que, "mesmo com discurso autoritário", o presidente Jair Bolsonaro foi eleito de forma democrática e "é o que temos até 2022". "Como defendemos a democracia, Bolsonaro é o que temos até 2022. Mesmo com discurso autoritário, ele sempre foi eleito pelas urnas, desde os tempos de parlamentar até a presidente", disse Maia, em debate promovido em São Paulo pela Fundação Lemann, financiada pela família do empresário Jorge Paulo Lemann.

Segundo o presidente da Câmara, "cabe ao Legislativo e ao Judiciário, naquilo que entender que ele passou do limite, gerar o limite".

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Maia - que tem feito críticas recorrentes ao projeto político defendido por Bolsonaro - acrescentou que, na agenda de costumes, não há por parte do Parlamento o apoio que o presidente tem na agenda econômica. "Nosso papel é construir o caminho do fortalecimento, de reafirmação da democracia. Do meu ponto de vista, muitas coisas que ele fala no seu discurso, eu discordo, mas não falo porque pessoalmente para mim é muito forte, como a questão do Felipe Santa Cruz", disse ele, em referência ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.

Em entrevista, Bolsonaro contrariou dados oficiais e colocou em dúvida a versão para o morte do pai de Felipe, o militante de esquerda Fernando Santa Cruz. Para o presidente, ele teria sido assassinado por integrantes do próprio grupo político que integrava. Relatório da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, porém, atesta que Fernando foi morto por militares durante o regime militar.

‘Erros’

Durante o debate, o presidente da Câmara afirmou que a eleição de Bolsonaro foi "um produto dos erros" da classe política nos últimos 30 anos, ao tratar sobre como um deputado federal do chamado baixo clero da Casa venceu uma eleição presidencial.

Maia fez essa afirmação após o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que também participou do debate, ter feito críticas à postura de Bolsonaro como presidente.

"Bolsonaro é produto dos nossos erros. Um deputado que estava sem partido, escanteado até pelas elites militares, vai e pega um movimento de rua, pega questões de valores, muito conservadores, e se elege", disse. "Se ele chegou onde chegou, a culpa é nossa", acrescentou.

Para Maia, o ex-juiz Sérgio Moro, escolhido por Bolsonaro para a Justiça, não apoiou o então candidato do PSL no primeiro turno das eleições. Ele disse que a Lava Jato foi decisiva para a vitória de Bolsonaro, "mas o nome da Lava Jato não era Bolsonaro". "Não deu tempo para que o candidato deles criasse condições para disputar a eleição. Como a Lava Jato não teve candidato, Bolsonaro foi beneficiado por esse movimento."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após sucessivas falas que geraram polêmicas, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deixou claro que não pretende mudar e pontuou que não tem uma estratégia eleitoral por trás da sua postura. 

“Sou assim mesmo. Não tem estratégia. Se eu estivesse preocupado com 2022 não dava essas declarações”, disse, em entrevista ao jornal O Globo,  ao ser indagado se as declarações recentes foram planejadas ou eram resultado da impulsividade. 

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Na conversa, que segundo o jornal não pode ser gravada porque os celulares foram confiscados pela segurança, o presidente ainda disse que era perseguido pela imprensa, mas não se incomodava mais. “O dia que não apanho da imprensa eu até estranho”, contou aos risos. 

Nas últimas semanas,  Bolsonaro foi intenso nas palavras e gerou reação não apenas da imprensa e da oposição, mas também de aliados. Ele chegou a chamar os governadores nordestinos de “paraíbas”; disse que a fome no Brasil era uma “grande mentira”; atacou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, por meio do seu pai, Fernando Santa Cruz, desaparecido na época da ditadura militar após ser preso por agentes do DOI-Codi; e classificou como "balela" os documentos do regime que foram usados pela Comissão Nacional da Verdade para constatar crimes por parte dos militares.

O perfil articulista do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez com que ele encerrasse o primeiro semestre em ascensão política e liderando - diante da falta de diálogo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) - a pauta no Congresso Nacional. 

De olho em eventuais oportunidades que devem surgir nas próximas eleições, quer seja como candidato ou forte eleitor de algum postulante, o democrata deve seguir a mesma linha de atuação no retorno das atividades parlamentares na próxima semana.

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Assim como teve papel crucial na aprovação da reforma da Previdência, em primeiro turno, a tendência é de que Rodrigo Maia também tome a frente quando a reforma tributária estiver na pauta da Câmara, por exemplo.

Na avaliação do cientista político Adriano Oliveira, a ausência de liderança por parte de Jair Bolsonaro no âmbito do Congresso Nacional deu a Maia uma abertura para que ele criasse uma “espécie de parlamentarização no Brasil”.

“Por que ocorreu a parlamentarização? Porque o presidente perdeu o poder de liderar e influenciar o Congresso e quem passa a influenciar as decisões do país e do Congresso é o próprio parlamentar, a partir de Maia. A parlamentarização evidencia o poder de Rodrigo Maia e a sua participação, por exemplo, na aprovação da reforma da Previdência”, avaliou o especialista. 

O estudioso também observou que o democrata tem, assim como o governo, uma agenda econômica para o país e quem deve convencer os parlamentares e conduzir o andamento desses projetos é ele e não a equipe de Jair Bolsonaro.

“O governo Bolsonaro tem Paulo Guedes como ministro da Economia, que propôs a reforma da Previdência, medidas no FGTS, uma privatização e a reforma tributária, mas Rodrigo Maia também tem a sua agenda que coincide, inclusive, com a de Paulo Guedes, mas quem conduz a aprovação dessas ações no Congresso Nacional é o Rodrigo Maia, não é o presidente da República negociando com o Congresso”, ressaltou Oliveira.

A postura de Maia, em contrapartida aos ataques de Bolsonaro ao Legislativo e da falta de traquejo deste, já foi elogiada por diversas lideranças políticas, entre elas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em ponderação recente, o tucano avaliou que estava difícil do governo “acertar o rumo”, mas “Maia brilha na escuridão celeste”. Além disso, o ex-presidente também já disse que os políticos brasileiros estão “engalfinhados na pequenez”, menos Rodrigo Maia que “se destaca pelo equilíbrio”.

Projeções eleitorais

Adotando o estilo de contraponto a Bolsonaro, mesmo estando em diálogo com o presidente, Rodrigo Maia tem cacifado seu nome para uma disputa eleitoral. Para Adriano Oliveira, o presidente da Câmara dos Deputados tem um papel “estratégico”, mas ainda é cedo para definir se ele será candidato ou não e, mais ainda, sobre qual cargo disputará. 

“Obviamente que ele terá um papel fundamental não só nas eleições presidencial, mas a de 2020 e também no governo Bolsonaro. Por que? Porque ele lidera o Congresso Nacional, sugere, dialoga, tem poder de convencimento no Congresso e aprovação do mercado. É um ator político relevante”, salientou o cientista político.

Em 2018, Maia chegou a ensaiar uma postulação presidencial, mas recuou e optou pela reeleição como deputado. Em conversa com jornalistas no último dia 14, ele considerou que prefere o papel de articulador e foi claro: "Não quero ser administrador de crise. Enquanto não organizar o Estado brasileiro, para que eu vou ser prefeito, governador ou presidente?"  

Apesar disso, ele já foi cotado como provável candidato à vice-presidente numa chapa liderada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ou pelo apresentador global Luciano Huck.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou nesta quinta-feira, 11, para uma reunião na casa do deputado Elmar Nascimento (BA), líder de seu partido, quando foi abordado por colegas que o chamaram de "Senhor Reforma". Embora o tema do encontro fosse a continuidade da votação da reforma da Previdência, aliados lhe deram dicas sobre como tornar sua imagem mais popular e atrair votos até a eleição de 2022. Tratado como presidenciável por muitos de seus pares, Maia sorriu.

Desde que conseguiu cumprir a promessa de "entregar" aprovado o texto-base da proposta sobre mudanças no sistema de aposentadoria, antes do recesso parlamentar, Maia viu crescerem as apostas sobre uma eventual candidatura à sucessão do presidente Jair Bolsonaro. Em conversas reservadas, ele não nega a intenção de entrar no páreo, mas afirma que sabe o seu tamanho e precisa examinar a posição das "nuvens", que cada dia está de um jeito.

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A aproximação de Maia com o governador João Doria (PSDB) - pré-candidato à sucessão de Bolsonaro - incomoda o Palácio do Planalto. Nos bastidores do governo há comentários de que o deputado também pode compor chapa com Doria, repetindo a dobradinha PSDB-DEM que comanda o Bandeirantes. Em São Paulo, o vice-governador Rodrigo Garcia é do DEM.

"Você pode ser o nosso candidato, mas vamos ter de modernizá-lo", disse a Maia o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), presidente do Solidariedade, na reunião de ontem, que teve a presença de ministros e do secretário especial da Previdência, Rogério Marinho. "Esse cabelinho caindo na testa não vai dar. Além disso, você precisa sorrir, olhar para o eleitor quando apertar a mão dele e parar de ficar checando mensagem no celular na hora da conversa", emendou Paulinho da Força. Após a "receita", arrematou: "E também falta um programa popular".

De todas as dicas recebidas, Maia tem investido mais na plataforma, que, segundo ele, não é de campanha. Depois da Previdência, a ideia é tocar uma agenda na Câmara que dê prioridade a medidas para destravar o crescimento e retomar o emprego, como a reforma tributária.

Maia adotou como mote uma frase que diz ter parafraseado do governador do Rio Grande do Sul, o tucano Eduardo Leite: "Coragem mesmo precisa quem tem a ousadia de ser ponderado". Três meses depois de ter dito ao jornal O Estado de S. Paulo que o governo Bolsonaro é "um deserto de ideias", ele se movimenta agora com o objetivo de construir um programa para o País.

'Rodriguetes'

Ao lado de deputados de primeiro mandato que ficaram conhecidos como "rodriguetes", o presidente da Câmara decidiu acelerar projetos de lei sobre modernização do Estado. Alguns já tramitam na Casa e precisam apenas de alterações pontuais para deslanchar. O pacote inclui melhorias na gestão de desempenho no serviço público e criação de uma política de governo digital na União, Estados e municípios.

As conversas de Maia fluíam bem com o ministro da Economia, Paulo Guedes, mas, desde que ele criticou o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) sobre a Previdência, o caldo entornou. Até hoje a relação entre os dois está estremecida. Maia, porém, se reúne quase toda a semana com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Informado de que famílias com salários de dois a três mínimos caem com frequência no cheque especial, o deputado quer aprovar um projeto que reduza a taxa de juros para essa modalidade. Trata-se de um programa bem popular.

O placar de votação da reforma, com 379 votos a favor - 71 a mais do que o mínimo - surpreendeu até o governo. "Nós não teríamos conseguido chegar até aqui sem Rodrigo Maia", admitiu o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO).

Para o ex-ministro Ciro Gomes, candidato derrotado do PDT na disputa presidencial, o Brasil vive momento de "ressaca política" a partir da aprovação de novas regras para a aposentadoria. "Essa é uma vitória do Maia, não do governo. E foi acachapante", argumentou ele.

No PDT e no PSB, partidos de oposição, 19 deputados votaram a favor da reforma, contra orientação das cúpulas. "A oposição teve uma lição muito amarga, de saber o tamanho que tem, para não transformar cada embate em um terceiro turno", avaliou Ciro, também pré-candidato em 2022. "Nosso papel é atrair Bolsonaro para o jogo democrático e, no Congresso, ter uma política de redução de danos, em uma tática de diálogo com Maia."

Questionado sobre o comentário de Bolsonaro, que o chamou de "general dentro da Câmara", Maia deu mais uma estocada na direção do Planalto. "Os generais estão apanhando muito do entorno do presidente. Acho que não é muito bom ser general nesse momento." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a admitir a possibilidade de tentar a reeleição, mas ponderou que a decisão dependerá da reação da economia às medidas do seu governo. "Se Deus quiser, vamos entregar um Brasil melhor em 2023 ou em 2027", disse Bolsonaro nesta quinta-feira, 11, a jornalistas. Ele falou com a imprensa após a posse do novo diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.

No último final de semana, Bolsonaro afirmou que entregará um país "muito melhor" para quem lhe suceder no comando do Palácio do Planalto em 2026. O mandato atual termina em 2022. "Pegamos um país quebrado moral, ética e economicamente. Mas, se Deus quiser, nós conseguiremos entregá-lo muito melhor para quem nos suceder em 2026", disse na ocasião.

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Hoje, ao ser questionado sobre o assunto, ele afirmou que "se o Brasil entrar nos trilhos, lá na frente a gente decide". "Eu nunca trabalhei pensando em reeleição como parlamentar. Se pensar em reeleição, a gente diz sim pra todo mundo. Se o Brasil entrar nos trilhos, lá na frente a gente decide. Tenho apoio enorme de muitos setores da sociedade", declarou.

Sobre críticas que fez contra a possibilidade reeleição no passado, Bolsonaro afirmou que "dizia na campanha que com uma boa reforma política colocaria na mesa a não-reeleição", mas afirmou hoje que os governadores não aceitariam a iniciativa. "Os governadores aceitariam a não-reeleição? Você acha que aceitariam? Todo mundo tem que estar no mesmo barco."

Com quase 40 anos de vida pública, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) tem consolidado seu protagonismo político e ampliado o espaço do clã dos Coelhos em Pernambuco ao longo dos anos. O sucesso é inegável com o senador ocupando a liderança do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Senado e seus três filhos com mandatos eletivos: Fernando Filho (DEM) é deputado federal, Antônio Coelho (DEM) deputado estadual e Miguel Coelho (sem partido) prefeito de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Mas a custo de que isso se deu?

FBC, como é chamado, foi um ator político volátil nos últimos anos. Seu perfil articulista e pragmático, segundo avaliações de estudiosos da ciência política, possibilitaram a ele, no âmbito federal, a estar sempre do lado governista - exceto durante o hiato de 2014 a meados de 2016, quando se colocou em oposição à então presidente Dilma Rousseff (PT), de quem, inclusive, chegou a ser ministro.

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Sim, Bezerra Coelho esteve ao lado dos últimos dois presidentes: Dilma Rousseff e Michel Temer. Com Dilma, ele foi ministro da Integração Nacional de 2011 a 2013, quando o PSB, seu partido à época, resolveu concorrer à Presidência da República com o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos - que faleceu durante a campanha eleitoral de 2014. Na oposição a petista, ele votou favorável ao impeachment  da sua ex-chefe, argumentando na ocasião que “o governo se isolou, abandonou o caminho da concórdia, preferiu o caminho do enfrentamento e perdeu o apoio que precisava”.

Já após o impeachment, no governo Temer ele também chegou a exercer o papel de líder e vice-líder governista no Senado e teve Fernando Filho ocupando o cargo de ministro de Minas e Energia. A defesa ferrenha que passou a fazer do agora ex-presidente, a partir de meados de 2016, foi um dos motivos que fez Fernando Bezerra deixar o PSB, que se declarou opositor a Temer, em setembro de 2017 e voltar ao MDB, partido que já foi filiado na época na Assembleia Constituinte.

Com papéis estratégicos seja ao lado de Dilma, Temer ou Bolsonaro uma coisa é certa, durante diversas visitas presidenciais ao Estado desde 2011 os pernambucanos viram Fernando Bezerra Coelho em todos os palanques, elogiando ou arrancando elogios. A mais recente passagem presidencial por Pernambuco, inclusive, partiu de uma articulação dele. No último dia 24, Jair Bolsonaro cumpriu sua primeira agenda na região Nordeste desde que assumiu o comando do país após um apelo do seu líder no Senado, a quem o presidente já chamou de “cabra da peste” - expressão popular nordestina usada para classificar pessoas valentes e corajosas.

“Fernando Bezerra Coelho tem esse perfil articulador que explica muito dessa participação dele em diferentes governos e momentos da história do país. Ele tem o perfil de ser esse político que tem essa visão de articulação, de construção de grupo político; inevitavelmente foi alguém que soube ter a visão estratégica de antever o que estava se avizinhando, em termos de mudança de comportamento eleitoral do Brasil”, considerou a cientista política Priscila Lapa ao analisar a postura do senador nos últimos anos.

De acordo com Lapa, FBC “conseguiu se conectar com esse sentimento de mudança e fez as articulações necessárias, pulando do barco do PT na hora correta, na hora que ele achou que o barco estava naufragando e automaticamente participando da construção desse grupo político que hoje está aí como a grande força política do país”.

Liderança x confiabilidade

A volatilidade e o pragmatismo de Fernando Bezerra Coelho são notórios. Nos bastidores da política ele já chegou a ser visto, por antigos pares, como alguém que “nasceu para ser governista”. Sua postura, contudo, pode ser de sucesso agora, mas na ótica da cientista política não há garantias de que isso se perdurará.

“Do ponto de vista de olhar a política como estratégia e possibilidade de negociação entre atores a postura dele é comum, mas quando a gente traz para a discussão outros elementos, sobre como o cidadão vê isso, as pessoas veem esse tipo de postura não como o normal da política, elas veem como traição a princípios e valores, um esvaziamento ideológico que sem dúvida existe”, argumentou Lapa.

“Se por um lado fortalece ele, que tem a facilidade de navegar nos diversos partidos e caminhos exatamente por essa isenção de uma agenda mais ideológica, por outro lado isso o fragiliza, o coloca em uma condição de ‘Maria vai com a as outras’, de que não tem fidelidade aos seus princípios políticos. Então para o momento atual representa uma fortaleza, mas isso lá na frente pode representar justamente a fraqueza. Ele acaba se tornando uma liderança reconhecida, mas pouco confiável”, acrescentou a estudiosa.

Impacto eleitoral

Apesar da incerteza futura - pulando do leque de alianças do PT, migrando para o MDB e agora defendendo Jair Bolsonaro - Fernando Bezerra Coelho tem pavimentado ainda mais o caminho para as disputas eleitorais de 2020 e 2022. Como líder do governo, ele tem facilitado o aporte de recursos federais em Petrolina, seu reduto eleitoral, e há uma expectativa positiva para a recondução do seu filho, Miguel, no comando da prefeitura da cidade sertaneja em 2020.

Já para 2022, se o governo Bolsonaro tiver sucesso, ele cacifa seu nome para finalmente concorrer ao Governo de Pernambuco, desejo que vem reprimindo desde 2014.

“Ele já desenhou isso para as eleições de 2018 aqui no âmbito do Estado, de ser um grupo alternativo, ele puxou o cordão de oposição ao PSB e do poder central em Pernambuco”, ponderou Priscila Lapa, ressaltando ainda que de todas as lideranças pernambucanas que ascenderam nos últimos anos no âmbito federal, Fernando Bezerra foi quem conseguiu se manter firme e com protagonismo.

A dúvida, entretanto, é se Fernando Bezerra Coelho, estando no MDB, vai conseguir levar para o campo de oposição ao PSB em Pernambuco nomes como os do senador Jarbas Vasconcelos e do deputado federal Raul Henry, caciques emedebistas no Estado e aliados de primeira hora do governador Paulo Câmara (PSB).

Vice-presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara Federal, o deputado Silvio Costa Filho (PRB) criticou, nesta quinta-feira (2), a declaração do deputado Paulinho da Força (SD) de que os partidos do Centrão devem trabalhar para “desidratar” a proposta encaminhada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro que muda as regras da aposentadoria. Silvio ponderou que deixar de ajudar o país é “um erro”.

Já Paulinho da Força, nessa quarta-feira (1º), disse acreditar que a reforma da Previdência pode garantir a reeleição de Jair Bolsonaro com a previsão de economizar R$ 1 trilhão em dez anos. “Precisamos de uma reforma da Previdência que não garanta a reeleição do Bolsonaro”, chegou a declarar.

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A afirmativa foi vista de forma negativa pelo vice-presidente da comissão especial. “Tenho muito respeito pelo deputado Paulinho da Força Sindical, mas essas declarações são contraproducentes. Independente do presidente da República, temos que torcer que o nosso país dê certo”, escreveu Silvio Costa Filho em publicação no Twitter.

“Que Bolsonaro chegue fortalecido em 2022 é da democracia, mas deixarmos de ajudar o país por isso, é um erro, precisamos trabalhar para que o Brasil cresça, se desenvolva, gere emprego e renda. Temos que nos unir para isso”, acrescentou o deputado pernambucano.

O PRB é um dos partidos do chamado bloco Centrão, assim como o Solidariedade, de Paulinho da Força.

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