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O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, rebateu nesta quarta-feira (26) o estudo que identificou uma menor eficiência da Coronavac em idosos com mais de 80 anos. Segundo ele, a vacina "é eficiente e, neste momento, não existe a necessidade de se preocupar com uma terceira dose".

Covas afirmou que os estudos do Butantan realizados nas cidades de São Paulo e Serrana (SP), no Estado do Ceará e também no Chile mostram que a vacina tem alta eficiência também nos idosos. "Ou seja, ela é capaz de proteger contra os sintomas da doença, contra as internações e contra os óbitos em todas as faixas etárias", disse, em vídeo publicado no Twitter pelo governador de São Paulo João Doria (PSDB).

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Na última semana, o estudo Vaccine Effectiveness in Brazil Against Covid-19 (Eficácia de vacinas contra covid-19 no Brasil), elaborado pelo Vebra Covid-19, mostrou que a efetividade do imunizante entre os que têm mais de 80 anos foi menor do que a taxa global identificada pelo Butantan, de 50,7%. A Coronavac foi desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e é distribuída no Brasil pelo instituto.

Para Covas, a pesquisa "não corresponde aos fatos". "Portanto, fiquem tranquilos", afirmou.

Um estudo realizado na Indonésia, apresentado na quarta-feira, 12, mostrou eficácia inédita de 98% na prevenção de mortes após imunização com a Coronavac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac. A pesquisa também mostrou que a vacina teve efetividade de 96% na prevenção de hospitalizações e 94% contra infecções sintomáticas da doença. No Brasil, o imunizante é produzido pelo Instituto Butantan.

Essa é a taxa mais alta já identificada em estudos com a Coronavac. As descobertas do estudo, patrocinado pelo Ministério da Saúde da Indonésia, foram baseadas em dados de pelo menos 120 mil trabalhadores da saúde acompanhados na capital Jacarta. Eles receberam a vacina entre janeiro e março deste ano com intervalo de 21 a 28 dias entre a primeira e a segunda dose.

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Uma versão anterior e menor do estudo, envolvendo cerca de 25.000 pessoas, já tinha revelado os mesmos dados de efetividade para hospitalização e infecção. A proteção contra a morte foi de 100% no grupo menor, segundo informou o ministro da saúde da Indonésia, Budi Gunadi Sadikin, em uma entrevista na terça-feira, 11.

Informações da Associação Médica Indonésia mostraram, em paralelo, que o número de baixas entre médicos por covid-19 caiu significativamente desde que a vacinação na Indonésia começou este ano. Em janeiro, 64 médicos morreram por complicações da doença, a maior taxa desde o início da pandemia. O número, no entanto, caiu pela metade em fevereiro e para oito em abril.

Nos testes clínicos de fase 3 da vacina na Indonésia, a eficácia primária - proteção da vacina contra a doença em qualquer intensidade - foi de 65,3%, enquanto os estudos na Turquia indicavam 91,25%. No Brasil, os primeiros resultados, divulgados em janeiro, apontavam 50,38% de imunização inicial e 78% em casos moderados da covid-19. Em abril, um artigo preliminar, liderado pelo Butantan e submetido à revista científica The Lancet, já demonstrava elevação da eficácia do imunizante.

A Coronavac utiliza o vírus inativo SARS-CoV-2 e deve ser administrada em duas doses, podendo ser mantida em geladeiras normais a temperaturas entre 2 e 8 graus. No Brasil, o esquema de imunização é feito com intervalo de 14 dias entre a primeira dose e a dose de reforço. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A vacina Pfizer-BioNTech é mais de 95% eficaz contra a Covid-19, mas esse nível de efetividade cai consideravelmente quando apenas uma dose é aplicada, segundo um amplo estudo realizado em Israel, o maior até o momento com dados da vida real.

O estudo foi publicado na revista médica The Lancet. De acordo com seus autores - cientistas da Pfizer e do governo israelense -, ele confirma "os benefícios para a saúde pública de um programa nacional de vacinação".

Eles ressaltam que em Israel, campeão mundial no assunto, a vacinação "tem sido o principal fator para a queda nas infecções por Covid-19".

Mas é recomendável cautela ao generalizar essas conclusões para outros países, porque a velocidade dos programas de imunização e a evolução da pandemia variam de um lugar para outro, alertam.

Este estudo é a versão publicada e revisada por outros pesquisadores independentes dos primeiros resultados revelados em março pela Pfizer e pelo Ministério da Saúde de Israel.

Ele é baseado em dados coletados entre 24 de janeiro e 3 de abril, quando 72% dos maiores de 16 anos (quase 5 milhões de pessoas) e 90% dos maiores de 65 anos em Israel já haviam recebido ambas as doses da vacina Pfizer-BioNTech.

A análise aborda sobretudo a eficácia da vacina contra a variante britânica (denominada B.1.1.7), que era predominante no país.

Mostra que a vacina é "altamente eficaz" em maiores de 16 anos, sete dias após a segunda dose: protege 95,3% contra a infecção, 97,2% contra hospitalização e 96,7% contra morte. Os níveis de proteção são similares para idosos acima dos 85 anos.

Porém, caem drasticamente quando as pessoas recebem apenas uma das duas doses: 57,7% contra a infecção, 75,7% contra hospitalização e 77% contra morte, em maiores de 16 anos.

O estudo "mostra a importância de uma vacinação completa em adultos", com duas doses, apontam os autores. Além disso, segundo eles, uma única dose também poderia proteger por menos tempo, principalmente com o surgimento de variantes mais resistentes à vacina.

Durante o período de análise, houve 232.268 casos de covid-19 confirmados em Israel (com 4.481 infecções graves e 1.113 mortes), e quase 95% das amostras analisadas eram da variante britânica, de modo que a eficácia da vacina contra a variante sul-africana não foi estudada.

Em fevereiro, um estudo realizado em Israel e publicado na revista NEJM chegou a conclusões semelhantes.

A Moderna anunciou nesta terça-feira, 13, que sua vacina contra a covid-19 é 95% eficaz em casos graves da doença seis meses após a aplicação da segunda dose. Segundo o estudo publicado pela farmacêutica americana na New England Journal of Medicine, a eficácia geral do imunizante depois de meio ano ficou em 90%.

Em uma atualização sobre sua vacina, a Moderna também disse que já entregou aproximadamente 132 milhões de doses globalmente. "A equipe da Moderna continua a fazer progressos importantes com nossa vacina contra a covid-19", afirmou o CEO da companhia, Stéphane Bancel. "Estamos ansiosos para ter os dados clínicos de nossas candidatas de reforço específicas para variantes do coronavírus, bem como dados clínicos do estudo de fase 2/3 de nossa vacina para covid-19 em adolescentes", acrescentou.

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Segundo Bancel, os dados pré-clínicos das vacinas contra as variantes do coronavírus que estão em desenvolvimento "dão confiança" de que é possível conter as novas cepas "de forma proativa". "A Moderna fará quantas atualizações forem necessárias em nossa vacina para covid-19 até que a pandemia esteja sob controle", prometeu o executivo.

Um artigo científico em pré-print (ainda sem revisão por pares) aponta que a eficácia da Coronavac contra a covid-19 é maior do que o dado anteriormente divulgado. A chamada eficácia primária, que representa a proteção da vacina contra a doença em qualquer intensidade, passou de 50,38% para 50,7%, chegando a 62,3% com intervalos maiores entre as doses. Contra casos moderados, o imunizante tem eficácia de 83,7%, quando o dado anterior apontava 78%.

As informações constam de artigo elaborado pelos profissionais que conduziram os testes da Coronavac no Brasil, liderados pelo Instituto Butantan. O documento foi submetido para análise da revista científica The Lancet. O estudo avaliou o efeito da vacina em 12,4 mil voluntários em 16 centros de pesquisa no País e teve os primeiros resultados divulgados pelo governo de São Paulo em 7 de janeiro. A vacina começou a ser aplicada nacionalmente no dia 18 de janeiro e a produção pelo Butantan representa a maior parte das doses distribuídas até aqui.

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"Esse estudo corrobora o que já havíamos anunciado há cerca de três meses e nos dão ainda mais segurança sobre a efetiva proteção que a vacina do Butantan proporciona. Não resta nenhuma sombra de dúvida sobre a qualidade do imunizante", afirmou em nota à imprensa Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

A análise divulgada neste domingo, 11, aponta que os resultados de eficácia podem melhorar se houver um intervalo maior entre as doses. No estudo, a maior parte dos voluntários receberam as vacinas com intervalo de 14 dias dada a urgência para análise do imunizante e necessidade de proteção dos profissionais de saúde.

Os pesquisadores acreditam que um período de 28 dias seja o mais adequado. "Os dados sugerem que é recomendável encorajar intervalos maiores entre as doses, como 28 dias, na implementação da vacina", escrevem no artigo.

A bula da Coronavac estipula o intervalo para a segunda dose como de 14 a 28 dias, mas a aplicação a partir do 21º já é defendida pelo Butantan desde o mês de janeiro. Um intervalo ainda maior entre as doses chegou a ser cogitado como forma de ampliar a cobertura da vacinação e acelerar a aplicação, o que acabou não sendo implementado. Um intervalo superior a 28 dias não é consenso entre os especialistas diante dos efeitos não estudados sobre a eficácia do imunizante.

Uma outra informação que consta do artigo é que a Coronavac se revelou eficaz na proteção contra as chamadas variantes de preocupação P.1 e P.2 do vírus SARS-CoV-2. "Apesar de as variantes terem várias mutações que são chave para o funcionamento de muitos anticorpos, houve uma neutralização consistente dessas variantes por parte do soro dos participantes que receberam a vacina inativada", pontuaram os especialistas no documento.

O aumento da circulação da P.1, a chamada variante brasileira, primeiramente identificada em Manaus, é associado à vertiginosa elevação da curva de casos, internações e mortes vista no País a partir de janeiro. No início do ano, a crise em Manaus chegou a afetar o abastecimento de oxigênio, problema que se alastrou pelo Brasil a partir de fevereiro com continuidade em março, o mês mais letal da pandemia até aqui, com 66 mil mortes pela doença.

A Pfizer informou nesta quinta-feira (1°) novos dados sobre a vacina contra o coronavírus desenvolvida em parceria com a BioNTech. Conforme mostrou análise de 927 casos sintomáticas da doença, o imunizante se mostrou 91,3% eficaz na prevenção da Covid-19 e não apresentou problemas de segurança, em um prazo de até seis meses.

O estudo também indicou que o produto ofereceu proteção em 100% dos casos na África do Sul, onde prevalece a cepa B.1.351 - o que sugere que ele funciona contra essa variante. O profilático foi ainda 100% eficaz contra a versão severa da enfermidade, seguindo as definições do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

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De acordo com a farmacêutica, o produto já foi avaliado em mais de 44 mil pessoas com idade acima de 15 anos, com 12 mil voluntários sendo analisados seis meses após a aplicação da segunda dose.

"A alta eficácia da vacina observada em até seis meses após uma segunda dose e contra a variante predominante na África do Sul oferece mais confiança na eficácia geral de nossa vacina", disse o CEO da Pfizer, Albert Bourla.

Dados divulgados pelo laboratório belga Janssen, pertencente à multinacional americana Johnson & Johnson, apontam que sua vacina anti-Covid tem 87% de eficácia contra formas graves da variante brasileira do novo coronavírus.

O imunizante, cobiçado no mundo todo por ser de dose única, foi aprovado para uso emergencial na União Europeia na última quinta-feira (11), com eficácia de 67% contra todos os casos sintomáticos.

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"Constatou-se, de forma geral, uma alta eficácia de 81% contra formas graves da doença provocada pela variante sul-africana, enquanto a eficácia contra as formas graves de Covid da variante brasileira foi de 87%", disse, em entrevista à ANSA, o chefe de doenças infecciosas e vacinas da Janssen, Johan van Hoof.

A empresa, no entanto, ainda não apresentou os estudos clínicos por trás desses números. No fim de janeiro, a Janssen havia divulgado uma eficácia global de 85% da vacina contra casos graves da Covid-19. Ou seja, o índice relativo à variante brasileira seria ainda maior do que aquele da cepa original.

Na época em que apresentou esses dados, a Janssen não citou o Brasil especificamente, porém divulgou três indicadores de eficácia contra casos sintomáticos: de 72% nos EUA, de 66% na América Latina e de 57% na África do Sul.

Além da UE, a vacina do laboratório belga já está aprovada para uso emergencial nos Estados Unidos. O imunizante usa um adenovírus de resfriados inativo para carregar as instruções genéticas para a produção da proteína spike, espécie de coroa de espinhos que o Sars-CoV-2 utiliza para atacar as células humanas.

As ampolas podem ser mantidas em temperaturas entre 2ºC e 8ºC por até três meses.

Da Ansa

Dados preliminares de um estudo feito pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca indicam que a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica e pela universidade britânica induz uma resposta imunológica adequada contra a variante de Manaus. Os resultados detalhados da pesquisa ainda não foram divulgados, mas a eficácia do imunizante contra a nova cepa foi confirmada ao Estadão por pesquisadores envolvidos nos estudos.

A notícia é especialmente positiva para o Brasil, pois a Fiocruz tem um acordo com Oxford/AstraZeneca e já começou a produzir a vacina. A previsão é de que ainda neste mês sejam entregues ao Programa Nacional de Imunização (PNI) 3,8 milhões de doses. Segundo a Fiocruz, pelo menos 200 milhões serão produzidas este ano.

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Há o temor de que a vacina não proteja contra a nova variante. Mas o novo trabalho indica que não será necessário fazer adaptações no imunizante. "Os resultados preliminares são bem adequados", afirmou um cientista ligado ao estudo, que pediu para falar sob anonimato. E acrescentou que os resultados definitivos devem sair "muito em breve".

A AstraZeneca confirmou que estão sendo realizados estudos "para avaliar a resposta imune da vacina contra a variante P.1". Informou ainda que "os dados serão publicados tão logo estejam disponíveis".

Segundo Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil, o artigo com os resultados já foi finalizado e está em processo de submissão para uma revista científica. "Acredito que até a semana que vem possamos ter a divulgação pública dos resultados", diz.

Ela explica que foram realizados dois tipos de teste: in vitro e in vivo. No primeiro caso, foram enviadas amostras da nova cepa para Oxford para que os cientistas britânicos avaliassem em laboratório se a resposta provocada pela vacina é suficiente para neutralizar a variante. Nos testes in vivo, foram analisados amostras de pacientes que tomaram o imunizante e foram infectados para saber se a cepa de contágio foi a P.1.

Um trabalho publicado online na segunda-feira, em formato de pré-impressão (ou seja, ainda sem revisão dos pares), na BioRxiv, revela que as vacinas da Pfizer e da Moderna também são eficazes contra a variante brasileira.

As vacinas contra a covid têm como alvo a chamada proteína Spike do Sars-CoV-2, responsável por possibilitar a entrada do vírus nas células. Mutações ocorridas nesta proteína poderiam, em tese, reduzir a eficácia dos imunizantes, mas algum nível de proteção poderia ser mantido. Além disso, a produção de anticorpos não é a única tática do organismo. As células T, do sistema imunológico, também são recrutadas para destruir os vírus. "Estudos indicam que as vacinas mantêm a eficácia em evitar casos graves da doença e óbitos", explicou o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio Guimarães, da Federal de Minas Gerais (UFMG).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A principal seguradora de saúde de Israel afirmou neste domingo (14) que a vacina contra o coronavírus da Pfizer / BioNTech foi 94% eficaz, de acordo com um estudo realizado com mais de um milhão de pessoas vacinadas.

De acordo com a seguradora Clalit, seus cientistas testaram 600 mil pessoas que receberam as duas doses recomendadas da vacina e um número equivalente de pessoas que não receberam a injeção.

"Houve uma redução de 94% na taxa de infecção sintomática e uma queda de 92% na taxa de doença grave, em comparação com 600.000 [indivíduos] semelhantes que não foram vacinados", explicou a empresa em um comunicado.

“A eficácia da vacina é mantida em todas as categorias de idade, incluindo aquelas com mais de 70 anos”, acrescentou.

Desde meados de dezembro, Israel vacinou mais de 3,8 milhões de pessoas, 2,4 milhões das quais já receberam a segunda dose.

O país de nove milhões de habitantes espera vacinar toda a sua população com mais de 16 anos até o final de março.

“A publicação dos resultados preliminares neste momento tem o objetivo de enfatizar para a população não vacinada que a vacina é muito eficaz”, explicou a Clalit.

A seguradora disse que, por enquanto, o estudo foi feito com pessoas que já haviam sido vacinadas há pelo menos sete dias com a segunda dose, e que espera ampliá-lo no futuro.

Israel registrou 723.038 casos de Covid-19 e 5.368 mortes.

Na tarde desta sexta-feira (12), a enfermeira Mônica Calazans, 54 anos, recebeu a segunda dose da vacina Coronavac. O fato ocorreu em uma coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, no bairro do Morumbi, em São Paulo. O governo do estado começou hoje a aplicação das segundas doses em todos os profissionais da saúde que foram vacinados na segunda quinzena do mês passado, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial do imunizante.

O Programa Nacional de Imunização (PNI) deu seu primeiro passo no dia 18 de janeiro, após receber 6 milhões de doses da vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. Além dos profissionais da saúde, indígenas, quilombolas e idosos acima de 60 anos vão receber a segunda dose a partir desta sexta-feira (12). Até a última terça-feira, um balanço dos dados revelou que já passam de 1 milhão o número de pessoas vacinadas no estado de São Paulo.

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Segundo o Instituto Butantan, a eficácia da vacina apresenta uma taxa de 50,38%, ou seja, uma pessoa não vacinada e exposta ao vírus tem o dobro de chance de ter Covid-19 do que alguém que foi vacinado. Entre aqueles que foram vacinados, que contraíram o vírus, 78% não vão precisar de assistência médica. E entre todas elas, a chance de precisar de internação hospitalar ou ficar em caso grave é zero.

Por Rafael Sales

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (10) que a vacina anticovid da AstraZeneca pode ser aplicada em pessoas com mais de 65 anos de idade e usada em países onde as variantes da covid-19 circulam, apesar do questionamento de sua eficácia em ambos os casos.

"Levando em consideração todas as evidências disponíveis, a OMS recomenda o uso da vacina em pessoas com 65 anos de idade ou mais", declarou o Grupo de Especialistas em Assessoramento Estratégico sobre Imunização (SAGE).

A vacina, desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, enfrentou críticas nas últimas semanas, pois sua eficácia não foi considerada conclusiva para pessoas com mais de 65 anos e em países onde circulam variantes.

A título de exemplo, a África do Sul, onde apareceu uma variante da covid-19, disse estar disposta a vender ou trocar um milhão de doses dessa vacina, privilegiando a da Johnson&Johnson.

Mas o imunizante da AstraZeneca, que o Reino Unido administra desde dezembro e foi aprovado em outros países, representa uma esperança contra a epidemia para dezenas de nações desfavorecidas por meio da aliança Covax, promovida pela OMS.

Dada a crescente preocupação com as variantes, muito mais contagiosas, a União Europeia (UE) informou nesta quarta-feira que quer aumentar sua produção de vacinas e reconheceu que está "muito otimista" com as entregas acordadas com os laboratórios.

"Estávamos muito otimistas no que diz respeito à produção massiva. E talvez estivéssemos muito certos de que o que pedimos seria entregue no prazo", reconheceu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Logo depois, a AstraZeneca anunciou uma parceria com a alemã IDT Biologika para poder produzir mais vacinas para a Europa a partir do segundo trimestre.

E o laboratório alemão BioNTech anunciou o início da produção de sua vacina desenvolvida com a americana Pfizer em uma nova fábrica em Marburg (Alemanha) para conseguir aumentar a entrega de doses.

Um dia depois da UE ultrapassar os 500.000 mortos pela covid-19, os eurodeputados aprovaram um grande plano de recuperação nesta quarta-feira com o objetivo de superar a devastação econômica pelo coronavírus.

- "Dados e ciência" -

A pandemia causou ao menos 2,3 milhões de mortes e gerou mais de 160,8 milhões de casos desde que o escritório da OMS na China relatou o surgimento da doença em dezembro de 2019, de acordo com o balanço feito pela AFP às 11h00 GMT desta quarta-feira.

Situados em Wuhan (região central da China) mais de um ano depois, os especialistas da OMS não conseguiram esclarecer a origem da doença, deixando várias questões em aberto, como qual animal poderia transmitir o vírus para humanos ou se ele foi importado em carne congelada, como defende Pequim.

No último dia de estadia em Wuhan, um especialista da delegação questionou a confiabilidade dos dados da inteligência dos EUA sobre a pandemia.

Eles estão "errados em muitos aspectos", tuitou Peter Daszak.

Horas depois, a diplomacia dos Estados Unidos alertou contra conclusões que "possam estar motivadas por qualquer coisa que não a ciência"e garantiu que as suas serão baseadas em "dados e na ciência".

Um porta-voz da chanceler chinesa Wang Wenbin, afirmou nesta quarta-feira que Pequim irá cooperar com a OMS de forma "aberta e transparente", e pediu a Washington para que fizesse o mesmo, sugerindo uma missão de especialistas nos Estados Unidos.

As esperanças para se virar a página da pandemia continuam na eficácia das campanhas massivas de vacinação - o Japão começará na próxima semana - e no aumento das restrições que os países estão tomando por causa das variantes britânica, sul-africana e brasileira.

A Alemanha decidiu estendê-las até 7 de março devido à "incerteza" sobre as variantes.

E Austrália e Nova Zelândia estudam a possibilidade de fortalecer sua política de quarentena de 14 dias para viajantes que chegam do exterior, já que não evita a contaminação.

- "Somos a entrada número um" -

Essas restrições provocam uma hecatombe econômica traduzida em números e outros efeitos mais difíceis de medir, como problemas sociais e psicológicos.

A pandemia fará com que a participação da força de trabalho feminina na América Latina retroceda uma década, com efeitos econômicos e sociais que afetarão significativamente a autonomia das mulheres, alertou a Cepal.

E se olharmos um mapa do mundo e marcar os países que já começaram a vacinar, a desigualdade é nítida. A partir disso, 59% das 151 milhões de vacinas injetadas foram administradas em países ricos, onde vive apenas 16% da população do planeta.

No Reino Unido, nesta quarta-feira foi a vez do herdeiro da coroa britânica, o príncipe Charles, e sua esposa Camila, de 72 e 73 anos respectivamente, se vacinarem.

Na América Latina, onde as mortes pela covid-19 superam as 620.000, o Peru, um dos países mais atingidos, autorizou o duplo emprego remunerado dos médicos no setor público para reforçar a luta contra a pandemia.

No México, o segundo país mais enlutado da região depois do Brasil, os médicos de família representam a frágil esperança de escapar da covid-19.

"Somos a entrada número um" de pacientes e fundamentais "para que o setor de saúde não fique saturado", afirmou Érika Reyes, de 30 anos, em seu consultório em um bairro de Tultitlán.

No Brasil, com mais de 233 mil mortes, dezenas de empresas e ONGs lançaram nesta terça-feira uma iniciativa chamada "Unidos pela Vacina" para ajudar as autoridades brasileiras a acelerar a campanha de vacinação e tentar imunizar toda a população "antes do final de setembro".

"Setembro é uma meta ousada, mas unidos conseguiremos salvar vidas e resgatar a economia", afirmaram os organizadores da iniciativa.

burs-bl/me/fp/bn

Pesquisadores do Hospital Ichilov, em Tel Aviv, Israel afirmam que podem ter encontrado um medicamento que pode curar a Covid-19. Apesar de ainda preliminares, os testes foram positivos e ultrapassaram os 90% de eficácia. 

O professor Nadir Arber, responsável pelos testes iniciais, afirma que o EXO-CD24, apresentou melhora em 29 dos 30 pacientes que fizeram uso da medicação, e obteve uma taxa de 95% de casos onde a doença desapareceu. O tempo de resposta do medicamento foi de dois dias. 

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Agora o próximo passo vai ser aumentar os testes levando a um número maior de pacientes,  e por conta disso, o Hospital Ichilov, já pediu ao Ministério da Saúde de Israel que autorize estudos em mais pacientes para que a medicação possa ser avaliada e comercializada caso siga obtendo resultados positivos. 

“A fórmula é inalada uma vez ao dia, por cinco dias. Ela vai direto ao ‘coração’ da infecção, ou seja, para os pulmões”, contou o professor Nadir Arber ao portal Times of Israel.

Os excelentes resultados publicados nesta terça-feira (2) sobre a eficácia da vacina russa Sputnik V abrem as portas para a expansão do arsenal global de combate à covid-19.

- Qual é a melhor?

Atualmente, as vacinas Pfizer / BioNTech e Moderna, ambas com tecnologia de RNA mensageiro, apresentam as maiores taxas de eficácia de 95% e 94,1%, respectivamente.

Mas a Sputnik V, cujos fabricantes russos foram acusados de precipitação e falta de transparência pela comunidade científica, subiu ao pódio nesta terça-feira, mostrando uma eficiência de 91,6% contra as manifestações sintomáticas da covid-19, de acordo com os primeiros resultados verificados por especialistas independentes e publicados na The Lancet.

Já a vacina AstraZeneca / Oxford tem 60% de eficácia, segundo a Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Esta e a Sputnik V são vacinas de "vetor viral", ou seja, utilizam outros vírus previamente manipulados para torná-los inofensivos ao organismo que como consequência será capaz de combater a covid.

Mas enquanto a AstraZeneca usa apenas um adenovírus de chimpanzé, o russo usa dois adenovírus humanos diferentes para cada dose. De acordo com seus fabricantes, isso poderia explicar sua melhor resposta imunológica.

Por outro lado, as vacinas Pfizer / BioNTech e Moderna devem ser armazenadas em temperaturas muito baixas, -70 ° C e -20 ° C, respectivamente.

Já a Sputnik V pode ser mantida entre 2ºC e 8ºC.

Outras empresas farmacêuticas avançaram na eficácia de suas vacinas ainda não aprovadas, como a americana Novavax (89,3%) e a Johnson & Johnson (66%). O percentual é de 79% para a chinesa Sinopharm.

Mas em todos esses produtos, as dúvidas permanecem: por quanto tempo eles são eficazes? Eles evitam a transmissão do vírus?

- Quantas vacinas existem?

Mais de 100 milhões de doses de vacinas foram administradas no mundo, quase dois meses após o início das primeiras campanhas de imunização, segundo balanço da AFP. Dos 77 países ou territórios onde já há vacinação, Israel é o mais avançado: 37% de sua população recebeu pelo menos uma dose.

Na UE, três vacinas foram licenciadas, as da Pfizer / BioNTech, Moderna e AstraZeneca / Oxford.

O fundo soberano russo que participou do desenvolvimento da Sputnik V anunciou que havia iniciado o procedimento de homologação junto à EMA. Além da Rússia, a vacina foi aprovada em 16 países, entre eles Argentina, Venezuela e Bolívia.

No Reino Unido, as vacinas disponíveis são da Pfizer / BioNTech e AstraZeneca / Oxford. Nos Estados Unidos, os imunizantes aplicados são da Pfizer / BioNTech e Moderna.

O México aprovou o uso da Pfizer / BioNTech, o da AstraZeneca e no final de janeiro concordou em comprar vacinas russas.

Além das vacinas atualmente disponíveis no mercado, 58 estão sendo testadas em humanos em ensaios clínicos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

- Qual é a eficácia contra as variantes?

Os especialistas questionam se essas vacinas desenvolvidas contra o vírus SARS-CoV-2 detectado inicialmente na China serão igualmente eficazes contra suas variantes atuais, como a britânica, a sul-africana e a brasileira.

Particularmente preocupante é uma mutação comum aos dois últimos, E484K, que pode tornar as vacinas menos eficazes, de acordo com vários estudos realizados in vitro.

A Moderna disse na semana passada que sua vacina foi eficaz contra a variante britânica e também contra a sul-africana, mas em menor grau.

A empresa, portanto, trabalhará para desenvolver uma dose especificamente dirigida contra a segunda variante.

A Pfizer / BioNTech afirmou que o seu imunizante é eficaz contra as principais mutações de ambas.

- As doses podem ser espaçadas?

Para tentar vacinar um número maior de pessoas com a primeira dose, alguns países como Dinamarca e Reino Unido decidiram adiar a segunda, para 6 e 12 semanas, respectivamente.

Os imunizantes da Pfizer/BioNTech e da Moderna foram projetados para serem administrados em intervalos de 3 e 4 semanas.

A OMS determinou em janeiro que a segunda dose pode ser espaçada "em circunstâncias excepcionais", mas desaconselhou ultrapassar seis semanas.

Alguns cientistas, por sua vez, defendem que os prazos iniciais sejam respeitados para evitar perda de eficiência.

A futura vacina da Johnson & Johnson pode facilitar as coisas, já que requer apenas uma injeção.

- Quais são os efeitos colaterais?

Os ensaios clínicos das vacinas aprovadas não revelaram quaisquer preocupações de segurança notáveis.

Mas a vigilância é mantida para detectar quaisquer efeitos colaterais graves a médio ou longo prazo.

Nas últimas semanas, houve relatos de várias mortes de idosos e doentes que receberam a vacina Pfizer / BioNTech.

A EMA concluiu após examinar os casos que "os dados não mostram relação" com a vacinação.

Por outro lado, como todas as vacinas, também podem causar efeitos colaterais leves, como dor no local da injeção e fadiga.

A vacina desenvolvida pela AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, se mostrou 82,4% eficaz na prevenção do coronavírus quando as duas doses são aplicadas em intervalo de três meses de diferença, de acordo com estudos conduzidos pela instituição de ensino britânica. Em um cenário em que o intervalo cai para menos de seis semanas, a eficácia é de apenas 54,9%.

A pesquisa, que ainda será revisada por pares, mostrou também que o imunizante é 76% eficaz na proteção contra a doença logo após a primeira injeção. Ainda segundo os testes, a transmissão da doença se reduziu 67% após as primeiras doses, pela análise de voluntários vacinados no Reino Unido.

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A vacina russa Sputnik V tem eficácia de 91,6% contra a covid-19 em suas manifestações sintomáticas - é o que aponta uma análise dos testes clínicos publicada nesta terça-feira (2) pela revista médica The Lancet e validada por especialistas independentes.

O fármaco russo já está sendo administrado na Rússia e em outro países, como Argentina e Argélia.

"O desenvolvimento da vacina Sputnik V foi criticado por sua precipitação, o fato de que pulou etapas e por uma ausência de transparência. Mas os resultados apresentados são claros e o princípio científico desta vacina ficou demonstrado", afirmaram dois especialistas britânicos, os professores Ian Jones e Polly Roy, em um comentário publicado com o estudo.

"Isto significa que uma vacina adicional pode se unir ao combate para reduzir a incidência da covid-19", completam os pesquisadores.

Os primeiros resultados verificados corroboram as afirmações iniciais da Rússia, recebidas com desconfiança no ano passado pela comunidade científica internacional.

A Sputnik V ficaria, assim, entre as vacinas mais eficazes, próxima dos imunizantes da Pfizer/BioNTech e da Moderna (quase 95% de eficácia).

Nas últimas semanas, algumas autoridades na Europa solicitaram que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) avaliasse rapidamente a vacina russa.

Os resultados publicados na revista The Lancet procedem da última fase dos testes clínicos, a 3, que reuniu quase 20.000 voluntários.

Como acontece nestes casos, os resultados foram apresentados pela equipe que elaborou a vacina e conduziu os testes, antes de serem submetidos a outros cientistas independentes.

Os dados mostram que a Sputnik V reduz em 91,6% o risco de desenvolver sintomas de covid-19.

Os participantes no teste realizado entre setembro e novembro receberam duas doses, ou um placebo, com três semanas de intervalo.

No total, 16 voluntários dos 14.900 que receberam a vacina foram diagnosticados como casos positivos de covid-19, ou seja, 0,1%, contra 62 dos 4.900 que receberam um placebo (1,3%).

A vacina da Johnson & Johnson contra a Covid-19 tem uma eficácia geral de 66%, embora menor na África do Sul, país onde uma variante mais contagiosa do coronavírus está se espalhando, informou o laboratório farmacêutico americano nesta sexta-feira (29).

A vacina, que requer apenas uma dose, é 85% eficaz na prevenção de formas graves da doença, de acordo com um extenso ensaio clínico realizado em 44.000 pessoas de oito países.

"Estamos orgulhosos por ter superado esta etapa crucial", disse Alex Gorsky, diretor-geral da empresa americana, especializada em produtos farmacêuticos e higiênicos.

O grupo se comprometeu a enviar 100 milhões de doses para os Estados Unidos até o final de junho, cerca de 200 milhões de doses para a União Europeia antes do final do ano, com os primeiros envios em abril, e outros 200 milhões para países em desenvolvimento, começando em junho.

O regulador europeu de medicamentos anunciou que prevê um pedido de autorização para esta vacina "em breve".

Ao contrário das vacinas da Pfizer e Moderna, que usam a inovadora técnica do RNA mensageiro, a vacina da "J&J" é um imunizante de "vetor viral".

Essas vacinas usam como suporte outro vírus pouco agressivo, modificado para acrescentar uma parte do responsável da Covid-19. O vírus alterado penetra nas células das pessoas vacinadas, que então fabricam uma proteína típica do SARS-CoV-2 que educará seu sistema imunológico a reconhecê-lo. É um processo parecido ao das vacinas da AstraZeneca e Sputnik.

A vacina da Johnson & Johnson apresenta uma grande vantagem: pode ser armazenada em temperaturas normais de geladeira, em vez de freezers, facilitando a distribuição.

Variantes da Covid-19

Por outro lado, traz também um motivo de preocupação: sua eficácia contra a covid-19 variou de 72% nos Estados Unidos para 57% na África do Sul, onde uma variante da Covid-19 suspeita de ser muito contagiosa se tornou majoritária.

Várias mutações da Covid-19 foram observadas desde seu surgimento, a grande maioria sem consequências. Algumas podem, entretanto, conceder vantagens para a sobrevivência do vírus, como uma maior capacidade de transmissão.

Esse é o caso da mutação conhecida como britânica, enquanto os cientistas suspeitam que as variantes sul-africana e brasileira são igualmente suscetíveis de serem mais contagiosas.

Johnson & Johnson deve solicitar a autorização de distribuição de emergência nos Estados Unidos a partir da próxima semana, o que a tornaria a terceira vacina em circulação no país, que tem o maior número de mortos pela pandemia. As outras duas vacinas são dos laboratórios Moderna e Pfizer/BioNTech.

Os laboratórios responsáveis por esta última anunciaram na quinta-feira que seu produto conserva grande parte de sua eficácia contra as principais mutações da variante inglesa e sul-africana do coronavírus.

A empresa de biotecnologia americana Moderna indicou, por outro lado, que sua vacina é eficaz contra a variante britânica, mas que foi observada uma redução na proteção contra a sul-africana.

A soma potencial de uma terceira chega em um momento em que os Estados Unidos tentam acelerar seu ritmo de imunização para atingir a meta do novo presidente, Joe Biden, de 1,5 milhão de doses injetadas por dia.

A vacina anti-Covid desenvolvida pela empresa belga Janssen-Cilag, pertencente à multinacional americana Johnson & Johnson, apresentou eficácia de 66% contra casos moderados e graves da doença.

O imunizante é um dos poucos aplicados em dose única entre aqueles que estão na etapa de ensaios clínicos em seres humanos, sendo que nenhum deles foi aprovado para uso emergencial até o momento.

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De acordo com a J&J, a eficácia da vacina sobe para 85% quando são considerados apenas os casos graves, mas a multinacional não divulgou o desfecho primário do estudo, ou seja, a eficácia global, que reúne todos os contágios sintomáticos.

"Entre todos os participantes de diferentes lugares e incluindo aqueles infectados por uma variante viral emergente, a candidata a vacina da Janssen teve eficácia de 66% na prevenção de desfechos moderados e graves da Covid-19, 28 dias após a vacinação. O início da proteção foi observado no 14º dia", afirmou a empresa.

O imunizante apresentou índices de proteção contra casos moderados e graves diferentes de acordo com o local: nos EUA, essa eficácia foi de 72%; na América latina, de 66%; e na África do Sul (país onde surgiu uma variante mais contagiosa do coronavírus), de 57%.

A J&J deve pedir autorização para uso emergencial da vacina nos Estados Unidos "dentro de uma semana". O imunizante usa um adenovírus de resfriados inativo para carregar as instruções genéticas para a produção da proteína spike, espécie de coroa de espinhos que o Sars-CoV-2 utiliza para atacar as células humanas.

A empresa disse que vai vender a vacina ao preço de custo de US$ 10 por dose durante a pandemia e já tem acordos de fornecimento com EUA (100 milhões de doses), Reino Unido (30 milhões) e União Europeia (200 milhões, com possibilidade de dobrar o número).

O imunizante pode ser mantido em temperaturas entre 2ºC e 8ºC por até três meses.

Da Ansa

A Novavax afirmou que a sua vacina para a covid-19 teve eficácia de 89,3% em estudo clínico de fase 3 realizado no Reino Unido. Cerca de 62 voluntários tiveram covid-19 com sintomas, informou a empresa. Destes, seis receberam a vacina e 56 receberam o placebo. Entre os pacientes doentes, cerca de metade estava infectada com a cepa circulante no Reino Unido.

No entanto, a vacina foi menos eficaz em um estudo separado de estágio intermediário na África do Sul, onde outra variante do sars-cov-2 foi descoberta. No país africano, o imunizante administrado pela Novavax teve cerca de 49,4% de eficácia contra a covid-19. Os resultados preliminares mostraram que mais de 90% dos indivíduos doentes para os quais havia dados de sequenciamento disponíveis estavam infectados com a nova variante que circula na África do Sul.

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Diante da menor eficácia contra a cepa sul-africana, a Novavax disse que começou a trabalhar em uma versão modificada de sua vacina com foco na variante e planeja começar os testes no segundo trimestre de 2021.

"Agora temos uma vacina, a primeira vacina que mostrou eficácia não apenas no protótipo da cepa original da covid-19, mas em duas cepas variantes, uma no Reino Unido e outra na África do Sul", disse o presidente-executivo da Novavax, Stanley Erck, em entrevista. "São os únicos dados que mostram que podemos obter eficácia contra todos os três." (FONTE: DOW JONES NEWSWIRES)

O Brasil precisará aplicar a Coronavac em praticamente toda a sua população apta a recebê-la (99%) para alcançar a imunidade coletiva - e deter a circulação do novo coronavírus no País. O cálculo é do microbiologista Luiz Gustavo de Almeida, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo e do Instituto Questão de Ciência. Segundo Almeida, seriam necessários dez meses para que todos recebessem a primeira dose. Ou seja, se tudo der certo, a vacinação só terá detido totalmente o vírus no segundo semestre de 2022.

A eficácia global da vacina produzida pelo Butantã e pelo laboratório chinês Sinovac é de 50,4%, como anunciado na terça-feira. Por isso, para alcançar a imunidade de rebanho, será necessário imunizar 160 milhões de brasileiros (dos 162 milhões que podem receber a vacina). Segundo o IBGE, o País tem 211 milhões de habitantes. No entanto, os menores de 18 anos, inicialmente, não receberão a vacina.

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Especialistas consideram que a imunidade coletiva é obtida quando entre 60% e 70% da população está imunizada. O porcentual da população vacinada e o tempo para atingir a meta seriam menores com vacinas de eficácia mais alta.

Almeida calcula ainda que, no caso da vacina da Pfizer/BioNtech, cuja eficácia é de 95%, seria necessário imunizar metade do público, 81 milhões de pessoas, em aproximadamente cinco meses. No caso da vacina de Oxford (produzida no País pela Fiocruz e que também deve estar disponível no Brasil), com uma eficácia de 62,1%, o porcentual teria que chegar a 80%. Seriam 129 milhões vacinados em aproximadamente oito meses.

"Uma campanha de vacinação tem dois objetivos muito claros: gerar a imunidade de rebanho e a proteção individual", disse Flávio Guimarães, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia. "A CoronaVac não consegue cumprir muito bem o primeiro objetivo, mas o segundo objetivo se cumpre muito bem. Diante da emergência e das circunstâncias, é uma ferramenta muito importante."

Cálculo errado

Cálculos com os dados brutos dos testes da Coronavac apontam uma eficácia de 49,69%, e não de 50,38%, como anunciado esta semana pelo Butantã. Mas o método usado na conta está errado para o caso da Coronavac e não corresponde ao modelo definido pelo Butantã no protocolo de pesquisa para calcular a eficácia da vacina, disse ao Estadão o diretor médico de pesquisa clínica do Butantã, Ricardo Palacios.

Segundo ele, o cálculo que aponta eficácia de 49,69% é inadequado nesse caso por considerar só o total absoluto de infecções em cada grupo do estudo (placebo e vacinado) e deixar de fora outro fator avaliado: o tempo de exposição ao risco de cada participante dos testes até ser infectado.

Em estatística, o método que conta também a variável tempo de exposição ao risco é chamado de análise de sobrevivência e tem como principal medida o hazard ratio (HR). Existe também a análise clássica, que leva em conta só o número de infecções em cada grupo, sem considerar o tempo de exposição. Ela tem como medidas o odds ratio (OR) ou risco relativo (RR). A metodologia deve ficar clara, para não haver desvios dos objetivos iniciais do estudo.

Palacios diz que o Butantã preferiu usar esse método por ser um estudo de curta duração, no qual o tempo de exposição ao risco de infecção de cada voluntário poderia variar muito.

No slide de apresentação dos resultados da Coronavac, além dos números absolutos, consta essa incidência, que seria de 11,74 no grupo vacinado ante 23,64 no grupo placebo.

"Se fosse um estudo em que a análise de eficácia fosse feita após dois anos, por exemplo, não teria tanta diferença porque todos os voluntários ficariam expostos por um tempo similar. Mas nesse caso, consideramos que seria mais adequado atribuir riscos diferentes conforme o tempo porque o risco de um voluntário com duas semanas de exposição após a vacinação é diferente de um que ficou quatro meses exposto", afirma Palacios.

Ele ressaltou que a escolha do método está no protocolo de pesquisa, de agosto, apresentado à Anvisa para ter aval para a pesquisa e publicado em revista científica revisada por pares. "No protocolo descrevemos com antecedência a forma como a análise será feita justamente para não sermos acusados de mudar a regra do jogo durante a partida", disse. O documento traz na página 47 a informação de que o método usado seria o do cálculo do hazard ratio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo de São Paulo informou nesta quinta-feira (7) ao Estadão/Broadcast que testes com a Coronavac, vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan e a chinesa Sinovac, apresentaram até 100% de eficácia em pacientes que foram imunizados e que pudessem desenvolver casos graves e moderados da doença. O porcentual também foi observado em pacientes que seriam internados em hospitais com a Covid-19.

Para os pacientes imunizados que desenvolveriam casos leves da doença, ou aqueles que passariam por ambulatórios, a eficácia é de 78%. Na prática, segundo o governo paulista, os pacientes de grupo de risco ou que seriam internados em UTIs terão a "vida salva" e, os restantes, "chances mínimas de agravamento a Covid-19".

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Os resultados finais dos testes com a Coronavac serão divulgados às 12h45, no Instituto Butantan, pelo governador João Doria (PSDB) e representantes do governo paulista e da empresa chinesa. A vacinação em São Paulo está prevista para ter início em 25 de janeiro.

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