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A Corregedoria Geral da Administração e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) apura há 15 dias se é legal a participação de uma empresa ligada à construtora Delta em editais lançados pelo governo do Estado. A afirmação foi feita pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) na manhã desta sexta-feira A Delta está proibida de executar obras públicas federais, mas, para participar das licitações, ela criou uma nova empresa, que funciona no mesmo endereço, segundo revelou nesta sexta a coluna Direto da Fonte, de Sonia Racy, publicado no jornal O Estado de S. Paulo.

A Técnica Construção já tentaria espaço em ao menos duas concorrências do governo Alckmin. Empresas rivais acusaram a Delta de tentar burlar a norma da Controladoria Geral da União (CGU), que a declarou inidônea em junho do ano passado. Com a decisão, a empresa estava impedida de firmar novos contratos com o governo federal.

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"A Delta não participa de nenhuma licitação. Quem participa é outra empresa, subsidiária da Delta. Se isso for ilegal, elas (as empresas criadas pela Delta) serão descredenciadas", afirmou Alckmin. Segundo ele, o resultado da apuração do governo do Estado deverá sair "o mais rápido possível". "Nenhum contrato será assinado sem ter o parecer da PGE e o aval da Corregedoria", concluiu o governador. Por outro lado, Alckmin disse que a medida não tem o objetivo de "limitar a concorrência".

De acordo com juristas, a atuação pode não ser considerada ilegal, mas seria "imoral". A direção da Técnica informou que a empresa tem porte para "cumprir condições de mercado".

A Delta foi investigada em 2012 pela Polícia Federal e pela CPI do Cachoeira por favorecimento em contratos públicos e envolvimento com a organização de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira - o contraventor foi apontado pela PF como sócio oculto da empresa. Até ter o nome envolvido no escândalo e ser declarada inidônea, a construtora era empreiteira com mais obras ligadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A Justiça Federal condenou o empresário Fernando Antonio Cavendish Soares, dono da Delta Construtora, e o ex-prefeito do município de Iguaba Grande, Hugo Canellas Rodrigues Filho, a quatro anos e seis meses de reclusão por desvio de verbas públicas federais. A sentença determina que os réus cumpram a pena em regime semiaberto.

A ação foi movida pelo Ministério Público Federal de São Pedro d'Aldeia, Rio de Janeiro. No processo, o Ministério Público relata que Fernando Cavendish e Hugo Canellas desviaram recursos públicos liberados pelo governo federal para as obras de despoluição da Lagoa de Araruama, na Região dos Lagos.

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De acordo com a denúncia, houve um superfaturamento dos valores contratados e malversação das verbas. Só pelo serviço de mobilização e desmobilização de equipamentos, a Delta recebeu R$ 191 mil do município, enquanto, segundo o MPF, o valor de mercado pelo serviço era de apenas R$ 14 mil.

No mesmo processo, Mário Erly Aguiar Souza, então secretário de Fazenda de Iguaba Grande e responsável por acompanhar a execução financeira do contrato, também recebeu a mesma pena. Alípio Villa Nova do Nascimento, diretor do Departamento de Meio Ambiente do município, e Márcia Betânia da Silva, então chefe da Divisão de Obras Públicas, foram condenados a um ano e 11 meses de reclusão por falsidade ideológica. Os dois atestaram em documento de prestação de contas que 75% do projeto já havia sido executado pela Delta, quando de fato apenas 14% havia sido realizado. A sentença determina ainda que os réus condenados paguem juntos R$ 248 mil para reparação dos danos causados.

Em nota, o empresário Cavendish informou que vem prestando todos os esclarecimentos ao Judiciário. "Todos os recursos cabíveis vêm sendo apresentados contra a decisão de primeiro grau, e agora se aguarda o posicionamento do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (RJ e ES), segunda instância da Justiça Federal", diz.

A Delta Air Lines, segunda maior companhia aérea dos Estados Unidos, inaugurou nesta sexta-feira seu novo terminal no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, e anunciou dois novos voos diários para o Brasil ainda em 2013. O novo terminal teve investimentos de US$ 1,4 bilhão.

No evento de inauguração, o presidente executivo (CEO) da Delta, Richard Anderson, destacou que os investimentos da empresa não param neste terminal. Esta foi a primeira fase do projeto, que terá ainda a construção de mais 11 portões de embarque, que devem ter investimentos de US$ 170 milhões e devem ficar prontos em 2015. O terminal 3 vai ser demolido.

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Sobre o Brasil, a companhia anunciou que vai lançar mais um voo diário de Nova York para São Paulo, provavelmente a partir de dezembro. Outro novo voo diário vai ligar a capital paulista à cidade de Atlanta. Atualmente, a Delta tem 35 fomos semanais ligando o Brasil aos EUA.

No saguão de embarque do JFK, no evento de inauguração nesta sexta-feira, estiveram presentes, além do comando da Delta, o governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, e o prefeito da cidade, Michael Bloomberg. Este último ressaltou que o terminal é mais um facilitador para os visitantes que quiserem vir à cidade e frisou que a meta para 2015 é atrair 55 milhões de visitantes por ano para Nova York, mas provavelmente este número vai ser alcançado antes.

O aeroporto JFK é um dos mais movimentados dos Estados Unidos. No ano passado, recebeu 13,2 milhões só de viajantes internacionais. No novo terminal da Delta, que é todo de vidro e tem longos corredores, há um espaço VIP do tamanho de cinco quadras de basquete, balcões de check in preferenciais, além de restaurantes de chefs famosos de Nova York. O novo terá a capacidade de atender 3 mil clientes por hora. As instalações que estavam no local antes haviam sido construídas pela empresa aérea Pan Am nos anos 60.

A companhia aérea Delta Air Lines disse nesta terça-feira que os cortes automáticos de gastos do governo dos Estados Unidos provocaram uma desaceleração no crescimento da receita no mês passado, mas reconheceu que a demanda também foi prejudicada pelos esforços para elevar tarifas. A receita da Delta avançou 2% em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

A empresa é uma das primeiras a reportar um impacto direto dos cortes automáticos de gastos, que entraram em vigor no mês passado. O impacto foi sentido principalmente em funcionários que fazem serviços relacionados com o governo, segundo uma fonte com conhecimento da situação da Delta. Analistas estimam que um período prolongado de cortes de gastos pode reduzir em até 2 pontos porcentuais a receita das companhias aéreas.

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Por volta das 14h45 (horário de Brasília), as ações da Delta perdiam 7,14%, puxando outras companhias do setor para baixo, como United Continental Holdings (-3,78%). As informações são da Dow Jones.

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) adiou nesta quarta-feira o julgamento de pedido de autorização para que a CPI do Cachoeira, na Assembleia Legislativa, investigasse supostas irregularidades na contratação da construtora Delta pelas prefeituras vinculadas ao PT e o PMDB no Estado.

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social do TJ-GO, o adiamento deve-se à ausência do relator, desembargador Alberto França, que está de férias. Uma nova data será definida para o julgamento.

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A CPI, iniciada no ano passado e depois prorrogada para 2013, busca o acesso legal às contas bancárias de cinco prefeituras: Goiânia (PT), Anápolis (PT) e Aparecida de Goiânia (PMDB), cujos prefeitos foram reeleitos em 2012, Catalão e Águas Lindas, antes administradas por PMDB e PT e agora pelo PSDB e PTB.

O Ministério Público Estadual abriu inquérito civil para apurar a contratação da empresa Delta Construções pela Prefeitura de Hortolândia (SP). A empresa é a principal acusada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os negócios do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

A Delta foi contratada em 2007 pela Prefeitura de Hortolândia para obras de asfalto na cidade no valor de R$ 1,1 milhão. A investigação aberta pelo promotor Marcelo Di Giócomo Araújo foi motivada por uma decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que reprovou o contrato com a Delta. "O contrato feito pela Prefeitura de Hortolândia usou um artifício, que foi uma adesão a ata de registro de preços de um contrato de Campinas. Em outros casos o TCE já apontou a ilegalidade dessa carona.

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Vou analisar se a prefeitura poderia ter feito isso", afirmou o promotor. O prefeito Ângelo Perugini (PT), responsável pelo contrato, pode ser alvo de ação de improbidade administrativa.

Em decisão do pleno do TCE, os relatores reprovaram o artifício usado pela prefeitura para contratar a Delta. A prefeitura usou uma licitação feita em 2006 pela Prefeitura de Campinas, em que a Delta foi a escolhida com menores valores, para contratar a empresa em Hortolândia. Usando uma lei que serve para órgãos da União, que queiram usar o registro de ata de preços de outros órgãos federais, o município contratou a Delta sem realização de uma licitação.

"A reprovação desse contrato foi enviada para a prefeitura, que abriu sindicância, mas chegou a conclusão que não houve irregularidade e pediu o arquivamento do caso. Vou apurar porque dispensaram a licitação", afirmou Araújo. Na decisão do TCE, os ministros argumentam que "a regulamentação providenciada pelo Decreto Federal nº 3.931/01 restringe-se, evidentemente, ao âmbito da União". O prefeito informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não foi comunicado oficialmente sobre a investigação.

"De acordo com a Secretaria de Assuntos Jurídicos, o contrato com a empresa ocorreu dentro da legalidade, com base em decretos que autorizaram o acordo e da vantagem econômica ao município com base em pesquisa de mercado, conforme apontou a sindicância realizada pela Prefeitura para investigar o ato administrativo", informa a nota. A Delta não presta mais serviços à prefeitura.

A CPI do caso Carlinhos Cachoeira, paralisada há quase dois meses, só retomará as atividades no próximo dia 30 de outubro, devido ao segundo turno das eleições municipais. Enquanto os líderes dos partidos que compõem a CPI aguardam o término do período eleitoral, Carlinhos permanece preso.

A decisão de esperar o encerramento das eleições em todo o País foi definida pelos líderes dos partidos dos parlamentares que compõem a CPI do Cachoeira. Eles determinaram que no próximo dia 30 de outubro, se reunirão novamente para definir o prazo de prorrogação dos trabalhos da comissão, que está prevista para se encerrar no dia 4 de novembro.

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Os partidos PSDB, DEM, PPS, PSOL e PDT já expuseram o desejo de aumentar o prazo de trabalho da comissão em mais 180 dias (seis meses). Já PT e PMDB preferiram não se manifestar sobre qual período defendem a prorrogação.

Para definição do prazo são necessárias assinaturas de um terço dos membros da Câmara e do Senado – 171 deputados e 27 senadores –  mas, até agora, apenas dois deputados e 17 senadores assinaram o documento.

Até o momento há mais de 500 requerimentos aguardando votação, inclusive pedidos de quebra de sigilo de 29 empresas apontadas pelo Coaf  (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) como laranjas da construtora Delta.

CPI do Cachoeira - A CPI investiga as informações obtidas pela Polícia Federal, por meio das operações Vegas e Monte Carlo, sobre um suposto esquema montado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o ‘Carlinhos Cachoeira’, com agentes públicos e privados. Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro de 2012 acusado de vários crimes, entre os quais exploração de jogo de azar, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e contrabando.

Proibida de firmar novos contratos com o governo federal, a Delta Construções tem ampliado suas receitas com a União graças a aditivos contratuais que aumentam o valor das obras. Principal cliente da empreiteira, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já autorizou este ano o repasse de R$ 64,9 milhões extras à empresa, suspeita de favorecimento em negócios públicos e de envolvimento com a organização do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Ao todo, a Delta foi contemplada com 70 aditivos em 2012, dos quais 34 geraram impacto financeiro e têm engordado o caixa da construtora. Em alguns casos, o Dnit alterou os quantitativos previstos nos projetos para adaptações nas obras, permitindo acréscimos de valor. Em outros, esticou o prazo dos serviços, o que, não raro, implica reajustes e correções não planejados inicialmente. Do total, nada menos que R$ 33 milhões foram autorizados após a declaração de inidoneidade da empresa, publicada em 12 de junho pela Controladoria-Geral da União (CGU).

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O Dnit alega que as alterações são necessárias no dia a dia da administração. Segundo a autarquia, em algumas situações, foram aprovadas para dar continuidade a obras de manutenção até a conclusão de concorrência para a escolha de nova empreiteira; em outras, para assegurar a entrega de serviços em atraso. A revisão de quantitativos ocorreria para corrigir erros de projeto ou promover ajustes em caso de imprevisto, como alguma exigência ambiental.

O valor dos aditivos contratuais corresponde a 11% de tudo o que a Delta ainda tem a receber do Dnit na execução de obras. A empresa mantém 49 contratos ativos com o órgão. O saldo a pagar, caso os compromissos sejam cumpridos, ainda é de R$ 587 milhões. A autarquia explica que, após a empresa receber o carimbo de inidônea, o critério para manter (ou não) contratos com ela tem sido o do "interesse público" - desde a punição, nenhum foi cancelado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Obras, dispensou a Construtora Delta de pagar multa de R$ 674 mil por conta do atraso na construção de um viaduto na Estrada do Lameirão, em Santíssimo, na zona oeste da cidade. A pasta aceitou a alegação da construtora de que fatores que não dependem da empresa, como demora para efetuar desapropriações, causou o atraso. Investigada pela Polícia Federal, a Delta pertence ao empresário Fernando Cavendish, que mantém estreita amizade com o governador Sérgio Cabral (PMDB), correligionário do prefeito Eduardo Paes.

Segundo a Secretaria de Obras, a pasta firmou com a Delta contrato de R$ 10,6 milhões para construir o viaduto e duplicar as estradas de Paciência e do Lameirão. As obras começaram em março de 2011 e serão concluídas até o final do ano. A multa foi aplicada por atraso no cronograma do trabalho.

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Decreto municipal prevê a aplicação de multa moratória de 1% ao dia sobre o valor do contrato em caso de atraso, cumulativa com multa de 20% sobre o total do contrato. O mesmo regulamento permite que a punição seja cancelada "desde que a administração conclua não ter havido prejuízo para o serviço público".

A Delta é investigada pela Polícia Federal em razão da ligação entre seu dono, Fernando Cavendish, e o contraventor goiano Carlinhos Cachoeira. A amizade entre Cavendish e Sérgio Cabral foi exposta em junho de 2011, quando o governador viajou com familiares à Bahia para comemorar o aniversário do empresário. Um trecho da viagem foi feita de helicóptero, e o aparelho caiu enquanto transportava um grupo de convidados. Cabral não estava no helicóptero, mas a namorada de um de seus filhos morreu, assim como a mulher de Cavendish. Em abril, o deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ), adversário de Cabral, divulgou fotos em que o governador aparece ao lado de Cavendish e secretários de Estado em uma comemoração em Paris. Alguns usavam lenços na cabeça e pareciam fazer coreografia. Segundo o governo, a festa ocorreu em 2009, em um clube, para comemorar condecoração recebida por Cabral.

A Polícia Federal sustenta que a Delta Construções encomendava notas frias para dar fachada legal a pagamentos feitos à organização do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Os pedidos eram feitos a um empresário, acusado de fornecer para a quadrilha os documentos e montar empresas de "prateleira", sem funcionários ou atividades reais.

Descrito em relatório da PF, o esquema foi revelado com base em análise de papéis e e-mails apreendidos na JR Prestadora de Serviços, um dos CNPJs usados pela Delta para pagar serviços supostamente fictícios. Na firma, em Anápolis (GO), foram recolhidos documentos sobre a constituição de mais cinco pessoas jurídicas (Brava Construções, Let Laminados, Flora Brasil, Gold Petro e Libra Factoring), cujas contas eram movimentadas por homens de Cachoeira. O responsável pelo escritório seria Francisco de Asis Oliveira, apontado como criador das empresas.

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Convênios - Segundo a PF, Oliveira está envolvido no desvio de R$ 300 milhões de convênios firmados principalmente por prefeituras com uma entidade com sede no Paraná. As fraudes foram reveladas em 2010 pela Operação Parceria. Segundo as investigações, R$ 70 milhões passaram por uma das empresas de Oliveira.

Os detalhes do esquema com a Delta constam de e-mails apreendidos pela PF, trocados pelo empresário com Adriano Aprígio de Souza, ex-cunhado de Cachoeira e apontado como laranja do esquema. Em mensagem de 14 de janeiro de 2010, Aprígio pede ajuda para justificar um pagamento: "Preciso receber em uma construtora 600 e não estou conseguindo. Você não me ajudaria a levantar uma nota para receber isso?".

Mensagens posteriores dão detalhes. Aprígio diz que precisa de uma empresa de "prestação de serviços" e não de "vendas" e avisa que seria necessário cadastrá-la na "matriz" - provavelmente a empreiteira - para receber pagamentos via transferências bancárias.

Após a apresentação da Delta, a Brava Construções e a JR passaram a ter como representante em bancos o contador de Cachoeira, Geovani Pereira da Silva. De acordo com a PF, vinha da Delta a maior parte dos recursos recebidos por essas empresas, que serviam para fazer pagamentos a pessoas ligadas a políticos.

Segundo documentos da CPI do Cachoeira, só das contas da JR foram sacados mais de R$ 7,5 milhões entre abril e agosto de 2010. A empresa emitia cheques nominais para si mesma e autorizava pessoas a descontá-los, operação atípica que serve para encobrir a identidade dos beneficiários do dinheiro. Os saques eram quase sempre abaixo de R$ 100 mil, valor a partir do qual as transações são monitoradas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda.

O jornal O Estado de S.Paulo não localizou Oliveira ou responsáveis pela JR. A Delta não respondeu a perguntas enviadas à sua assessoria de imprensa. Em nota, informou que "quitou serviços prestados". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

A Delta Construções abasteceu com R$ 10,9 milhões empresa usada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para pagamento a uma assessora da primeira-dama de Palmas, a deputada estadual Solange Duailibe (PT), mulher do prefeito Raul Filho (PT). Relatório da Polícia Federal diz que o contador do contraventor, Geovani Pereira da Silva, operava a conta bancária da Miranda e Silva Construções, responsável pelo repasse à funcionária de Solange, para fazer depósitos a várias outras pessoas. Os pagamentos foram feitos por meio de contas no BB e no HSBC, entre junho de 2011 e janeiro deste ano.

Segundo a Receita, a Miranda e Silva foi criada em 2010 para aluguel de máquinas, obras de urbanização e demolição de edifícios e está registrada numa loja em Águas Claras (DF). No local, funciona uma firma que aplica forros, sancas e divisórias. "Estamos aqui desde 2009 e nunca funcionou nada com esse nome", informou ao Estado um dos responsáveis, Valdenir de Jesus.

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A PF diz que Cachoeira montou intrincada engenharia financeira envolvendo a Miranda e Silva, que existiria como fachada. Contas recebiam depósitos no exterior de pessoas e empresas interessadas em transferir dinheiro para o País. Os comprovantes eram enviados por e-mail a Gleyb Ferreira da Cruz, que acionava Geovani, o contador, que fazia depósitos no País, usando contas de empresas do esquema.

O depósito na conta da assessora de Solange, de R$ 120 mil, foi feito em 2011, após pedido de um funcionário da Delta e Geovani, conforme a PF. O Ministério Público do TO suspeita de que seja propina paga pela Delta, com contratos de lixo em Palmas. Os promotor Adriano Neves pretende ouvir os dois proprietários da Miranda e Silva, moradores do DF, por carta precatória. Em depoimento, a deputada diz desconhecer a transação. Irmão dela e ex-secretário do governo de Palmas, Pedro Duailibe, afirmou que usava a conta da assessora e que o pagamento refere-se à venda de uma retroescavadeira à Miranda e Silva. Já a Delta informou que a empresa integra seu cadastro de fornecedores e recebe por "serviços prestados e efetivamente faturados". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A juíza substituta da 1ª Vara da Fazenda em Palmas Wanessa Lorena Martins de Sousa Mota suspendeu o contrato, de R$ 71,9 milhões, firmado entre a prefeitura de Palmas a Delta Construções para a coleta de lixo na capital tocantinense e determinou a quebra de sigilo fiscal e bancário da empresa e mais três réus da ação civil ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MPE). A empresa é suspeita de ligação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

A decisão é de segunda-feira, 23, mas foi divulgada nesta quarta-feira, 25, pelo MPE, que havia pedido a suspensão em cautelar ajuizada na quinta-feira, 18, e impõe segredo de justiça ao processo a partir de agora. Além da Delta, a juíza determinou a quebra de sigilos bancários e fiscais do chefe de licitação da prefeitura de Palmas, Gilberto Turcato de Oliveira, do engenheiro da prefeitura Luiz Marques Couto Damasceno, ex-responsável pela fiscalização do contrato, e também do ex- secretário de Infraestrutura Jair Correa Júnior.

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A juiz fixou um prazo de 20 dias para a administração do prefeito Raul Filho (PT) contratar emergencialmente outra empresa para o serviço, mas durante o período a Delta terá de continuar a coleta de lixo.

O contrato com a Delta já era alvo de questionamentos do Ministério Público. Na última ação civil, o MP anexou a documentação que veio à tona com a investigação da Polícia Federal e a Operação Monte Carlo, que indicaria ligação entre o contraventor e o prefeito da cidade. "O vídeo do Cachoeira e o caso da Rosilda só reforçam o que já havia dito na ação civil, que a administração atuou para favorecer a empresa", afirmou o promotor Adriano Neve há duas semanas.

Na ação civil, Neves acusa agentes públicos de "conduta ilícita", como produzir falsos atestados de capacidade para beneficiar a Delta vencedora da licitação. O promotor sustenta que houve manipulação dos dados "de forma dolosa para possibilitar a efetiva continuidade da empresa (Delta) favorecida no certame, havendo um direcionamento do objeto da licitação". Raul Filho foi convocado pela CPI do Cachoeira para explicar o episódio, mas negou favorecimento à empresa ou vínculo com Cachoeira.

O promotor de Justiça Adriano Neves anunciou nesta terça-feira (17) que vai ajuizar um novo pedido para suspender o contrato de coleta de lixo, de R$ 71,9 milhões, entre a Prefeitura de Palmas e a Delta Construções, suspeita de ligação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O promotor ouviu ontem o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), na investigação que apura o depósito de R$ 120 mil, a pedido do tesoureiro da empresa, na conta de uma ex-servidora do gabinete da primeira-dama e deputada estadual Solange Duailibe (PT). "Mas ele não trouxe nada de novo, apenas repetiu o que tinha dito na CPMI", afirmou Neves.

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O Ministério Público do Tocantins requisitou ao MP de Brasília que realize oitivas com diretores da Miranda e Silva Construções e Terraplanagem Ltda. A empresa é apontada pelo cunhado do prefeito, o ex-secretário de governo Pedro Duailibe, como compradora de uma retroescavadeira, numa transação que comprovaria o depósito.

Neves também requisitou à Assembleia Legislativa a documentação funcional de Rosilda Rodrigues dos Santos, esposa de um vaqueiro, que abriu a conta em Araguaçu, no interior do Tocantins, e a cedeu para que Duailibe a movimentasse. Todos já foram ouvidos pela Promotoria.

O promotor afirma que nesta nova tentativa de suspender o contrato - o terceiro desde março de 2010, quando ajuizou ação civil - anexou a documentação que veio à tona com a investigação da Polícia Federal e a Operação Monte Carlo, que guardaria relação com a contratação questionada pelo MP. "O vídeo do Cachoeira e o caso da Rosilda só reforçam o que já havia dito na ação civil, que a administração atuou para favorecer a empresa", afirmou o promotor.

‘Manipulação’ - Na ação civil, Neves acusa agentes públicos de "conduta ilícita", como produzir falsos atestados de capacidade para beneficiar a Delta vencedora da licitação. O promotor sustenta que houve manipulação dos dados "de forma dolosa para possibilitar a efetiva continuidade da empresa (Delta) favorecida no certame, havendo um direcionamento do objeto da licitação".

A ação foi apresentada em março de 2010. Em abril deste ano, Neves ajuizou pedido de reconsideração e a suspensão do contrato, mas ele não foi julgado.

Prefeitura - Por meio de assessoria de imprensa, o prefeito de Palmas disse que não comentaria seu depoimento e ressaltou que caberia ao MP disponibilizar o inteiro teor. Quanto ao pedido de suspensão do contrato, a assessoria afirmou que a administração não tem conhecimento do pedido e só irá se manifestar após ele ser oficialmente protocolado e o prefeito, notificado. Os dirigentes da Delta no Tocantins não foram localizados. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

Cruzamento de dados bancários da CPI do Cachoeira, da Polícia Federal e do governo de Goiás indicam que a Delta Construções teria bancado a compra da casa do governador Marconi Perillo (PSDB) pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em troca da liberação de mais de R$ 9 milhões em créditos da empresa com o Estado. O tucano nega relação entre a transação imobiliária e os pagamentos do governo.

A PF acredita que a Delta firmou um "compromisso" com Perillo, intermediado por Cachoeira, após a posse no governo. A compra da casa teria sido a primeira negociação após o acerto.

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Análise dos extratos bancários mostra o "Deltaduto" em cinco momentos: 1) o dinheiro que sai da empreiteira; 2) passa por duas empresas comandadas pelo esquema do contraventor, a Alberto e Pantoja e a Adércio e Rafael Construções; 3) recursos de ambas abastecem a conta da Excitant, controlada pelo sobrinho de Cachoeira, Leonardo Augusto de Almeida Ramos; 4) três cheques assinados por Leonardo pagam a compra da casa; 5) e a liberação de créditos à Delta.

A movimentação ocorreu de fevereiro a maio de 2011. Em sete depósitos, a Delta transferiu às duas empresas de fachada R$ 5,4 milhões. Elas repassaram à Excitant R$ 1,4 milhão, em cinco transações. Perillo recebeu esse valor pela casa, em três cheques assinados pelo sobrinho de Cachoeira. A fatura da Delta foi paga em três prestações de cerca de R$ 3,2 milhões.

Escutas - As suspeitas de acerto são reforçadas pelas interceptações telefônicas da Operação Monte Carlo. Em 1.º de março de 2011, às 15h04, Cachoeira pergunta ao ex-vereador Wladimir Garcêz (PSDB) se ele vai mostrar a Perillo "aqueles nove milhões" que o Estado tem de pagar.

"Você levou para mostrar para ele", pergunta Cachoeira. "Tá comigo aqui. Oito milhões, quinhentos e noventa e dois zero quarenta e três", disse Garcêz, que admitiu à CPI ter trabalhado tanto para a empreiteira como para o contraventor. "Então tá", responde Cachoeira.

Uma hora depois, nova conversa entre os dois mostra que, segundo Garcêz, Perillo ficou de resolver, em referência ao pagamento à Delta. No mesmo dia, a Delta recebeu a primeira parcela de cerca de R$ 3,2 milhões. Um dia depois, o tucano recebeu a primeira parcela pela casa.

As investigações da PF, reveladas pela revista Época, apontam que Cachoeira decidiu se desfazer da casa após a compra. Segundo a polícia, o imóvel foi vendido ao empresário Walter Paulo Santiago por R$ 2,1 milhões. Cachoeira teria recebido R$ 1,5 milhão. Perillo, outros R$ 500 mil, repassados pelo então assessor especial Lúcio Fiúza, que teria ficado com R$ 100 mil.

Em nota, Perillo alegou que os três repasses citados pela PF fazem parte de um total de 13 pagamentos feitos de forma regular à Delta, por parte da Secretaria de Segurança Pública. Há cinco casos posteriores à negociação da casa de repasses com idêntico valor. "Verificando os valores, conclui-se que os pagamentos são regulares e continuados, considerando apenas os trâmites burocráticos para sua efetivação."

Em nota, a Delta disse estar à disposição da Justiça e da CPI para prestar "todos os esclarecimentos". A empresa "reserva-se, porém, o direito de não responder a questões pontuais formuladas com base em vazamentos parciais de informações", diz o texto. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), nega relação entre a compensação dos cheques que recebeu pela venda de uma casa e a liberação de ordens de pagamento atrasadas à Delta Construções S/A. Relatório da Polícia Federal sugere que o tucano condicionou a quitação de faturas à negociação do imóvel com ágio de R$ 500 mil. A casa teria sido comprada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e paga por empresa que recebeu dinheiro de laranjas da Delta.

Por meio de nota, o governo afirma que "os pagamentos se referem a um contrato de locação de veículos e são feitos de forma continuada". Em 2009, a Delta venceu licitação para fornecimento de carros alugados ao Estado. À época, Goiás era governador por Alcides Rodrigues (PP), eleito com apoio de Perillo. Ao longo do mandato os dois se desentenderam e hoje Perillo trata o governo anterior como oposição.

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O tucano argumenta que não houve participação da Delta ou de Carlinhos Cachoeira na negociação da casa. A conversa teria acontecido exclusivamente com o ex-vereador e ex-secretário de Estado no segundo governo de Marconi (2003-2006), Wladimir Garcêz (PSDB); preso na Operação Monte Carlo como um dos principais aliados de Cachoeira. "Se o sr. Wladimir Garcêz tratou do assunto (da casa) com mais pessoas, isto ocorreu sem o conhecimento ou assentimento do governador", diz a nota.

Os três cheques depositados na conta de Perillo eram da empresa Excitant Confecções, de propriedade de uma ex-cunhada de Cachoeira e, à época, administrada pelo sobrinho dele, Leonardo Almeida Ramos. O tucano diz que não sabia de quem eram os cheques. Na nota, acrescenta que não cabe a ele "investigar a origem dos recursos usados para o pagamento", sobre o fato de a empresa ter recebido dinheiro do grupo ligado a Cachoeira e à Delta.

O governo também questiona o fato de não haver especificação sobre quais seriam as "portas abertas" no governo de Goiás. Relatório da PF mostra Cachoeira e seu sócio, o ex-diretor regional da Delta no Centro Oeste, Cláudio Abreu, comemorando a "porta aberta". A conversa é de 3 de março. Em agosto, a empreiteira venceu lotes de licitações na Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop). O governo argumenta que houve deságio do valor estimado inicialmente.

Reconvocação - Parlamentares integrantes da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do Cachoeira pretendem apresentar requerimentos pedindo a reconvocação de Perillo, para esclarecer os fatos revelados no relatório da PF. Quanto a isto, o governo goiano diz que "um grupo na CPMI trata de transformá-la em tribunal de exceção com um só alvo: o governador de Goiás, por ser adversário do PT".

Na nota, o governo diz que, "em vez de buscar esclarecer em profundidade as relações da Delta com os governos federal, estaduais e municipais, CPMI e reportagens continuam batendo na mesma tecla da venda da casa do governador, já exaustivamente explicada e bem entendida pelas pessoas de boa fé".

 

Integrantes da CPI do Cachoeira defenderam ontem que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), seja reconvocado para explicar o "compromisso" firmado entre ele e a Delta Construções, com a intermediação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, assim que assumiu o cargo no ano passado. O acerto, cujo teor integra relatório da Polícia Federal revelado pela revista Época, inclui a liberação de créditos milionários da empreiteira com o governo goiano mediante suposto pagamento de propina a Perillo.

O "compromisso" envolveria até a compra da casa do governador por Cachoeira, paga, segundo a PF, com recursos da Delta. À medida que o governador recebia as parcelas pela venda do imóvel, segundo a polícia, os créditos da Delta eram pagos. De acordo com a revista, a direção nacional da empreiteira tinha conhecimento das negociações. Em depoimento à CPI no mês passado, Perillo sempre negou ter relações com a Delta ou Cachoeira. Ele tem dito que a venda da casa, onde o contraventor foi preso no fim de fevereiro, foi legal. A reportagem não conseguiu contato telefônico com o advogado de Perillo.

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"São gravíssimos os fatos, o que torna inevitável a reconvocação do governador Marconi Perillo. Os elementos mostram que o governador mentiu para a CPI", afirmou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que apresentará na segunda-feira o pedido para reconvocar o governador e ter acesso ao relatório da PF. "Está demonstrado o elo entre Cachoeira, Delta e Marconi", disse o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).

Para Miro, é preciso chamar Marconi para dar, pelo menos, o direito de ele se defender novamente. "Nós estamos diante da possibilidade de esclarecer que houve, de fato, duas transações: uma de propina e a outra da casa", afirmou o deputado do PDT. Randolfe defende que a CPI faça uma sessão extraordinária na próxima semana para tentar agendar o novo depoimento durante o recesso parlamentar. Miro, contudo, acredita que somente em agosto isso será possível.

Com base em interceptações telefônicas, a reportagem aponta que Cachoeira se desfez da casa com o receio de perder negócios no governo caso fosse revelada sua relação com Perillo. A mulher do contraventor, Andressa Mendonça, não queria deixar o imóvel, no qual teria gasto mais de R$ 500 mil para mobiliá-la e decorá-la.

Segundo a PF, o imóvel foi repassado para o empresário Walter Santiago, que pagou R$ 2,1 milhões pela casa. Foram R$ 1,5 milhão para Cachoeira, R$ 100 mil para Lúcio Fiúza, então assessor de Perillo, e outros R$ 500 mil ao governador, levados por Fiúza.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Ricardo Brito)

Trechos de um relatório do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal contém evidências de envolvimento do governador de Goiás, Marconi Perillo, com o esquema da construtora Delta e do bicheiro Carlinhos Cachoeira, diz reportagem publicada na revista Época desta semana.

Segundo a revista, o relatório de 73 páginas e 169 diálogos telefônicos, foi entregue no dia 27 à Procuradoria Geral da República e está sob os cuidados da subprocuradora Lindora de Araújo. O documento explica o episódio da venda da casa do governador de Goiás para o bicheiro.

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Conforme a reportagem, o exame dos diálogos interceptados fez a Polícia Federal, baseada em fortes evidências, concluir que, assim que assumiu o governo de Goiás, no ano passado, Perillo e a Delta fecharam, diz a PF, um "compromisso", com a intermediação do bicheiro Carlinhos Cachoeira: para que a Delta recebesse em dia o que o governo de Goiás lhe devia, a construtora teria de pagar Perillo. A PF também concluiu, segundo a reportagem, que o primeiro acerto envolveu a casa onde Perillo morava, que ele queria vender o imóvel e receber uma "diferença" de R$ 500 mil. Houve regateio, mas Cachoeira e a Delta toparam. Pagariam com cheques de laranjas, em três parcelas, conforme o texto.

A PF também chegou a conclusão de que Perillo recebeu os cheques de Cachoeira; o dinheiro para os pagamentos - efetuados entre março e maio do ano passado - saía das contas da Delta, era lavado por empresas fantasmas de Cachoeira e, em seguida, repassado a Perillo. Ato contínuo, o governo de Goiás pagava as faturas devidas à Delta.

Ainda segundo a reportagem, a PF concluiu que a Delta entregou a um assessor de Perillo a "diferença" de R$ 500 mil e que a direção nacional da Delta tinha conhecimento do acerto e autorizou os pagamentos.

Perillo preferiu não prestar esclarecimentos à Revista. Em nota, limitou-se a dizer que "prestou, por meses a fio, todos os esclarecimentos solicitados pela imprensa, pela sociedade e pela CPI". Na nota o governador Marconi Perillo informa que, considerando já devidamente esclarecidos os assuntos de fato relevantes, não se pronunciará mais a respeito de questões atinentes a sua vida privada, reservando essa providência, como é natural, unicamente para os assuntos relacionados a suas atividades como governador do Estado".

Impedida de fechar novos negócios com a União, a Delta Construções perderá o maior dos contratos que ainda mantém com órgãos públicos. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, antecipou ao Estado a decisão de romper o contrato de obras de um dos lotes da transposição do Rio São Francisco, em Mauriti (CE), pelo qual a Delta ainda tinha mais de R$ 100 milhões de obras a executar.

As obras no lote 6 da transposição estão paradas. Segundo adiantou o ministro, o que falta ser construído passará por nova licitação, provavelmente em setembro. Só com uma nova empreiteira no negócio as obras seriam retomadas, prevê Bezerra Coelho.

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"Eles pararam a obra sem ter causa justificável para parar, estamos caminhando mesmo para rescindir o contrato", disse o ministro por telefone, do Japão. Bezerra Coelho descartou a possibilidade de continuar a obra com as demais empreiteiras que integram o Consórcio Nordestino - EIT e Getel. "Para não incorrer em novos atrasos na transposição, o melhor é relicitar."

A decisão de romper o contrato será formalizada até o fim do mês, quando o ministério concluir a auditoria no contrato de R$ 265,4 milhões, assinado em 2008. O termo ganhou um aditivo no ano passado, antes de as investigações da Polícia Federal envolvendo a Delta se tornarem públicas. Trata-se do maior dos contratos que a empreiteira suspeita de integrar os negócios do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tem com a União.

A empreiteira mantém pouco mais de cem contratos com órgãos do governo federal. Na maioria deles, a Delta presta serviços ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), vinculado ao Ministério dos Transportes. Mas o maior contrato prevê a construção de 39 dos cerca de 600 quilômetros de canais de concreto da transposição do São Francisco.

'Plena capacidade'

Procurada ontem, a Delta alegou que "teria plena capacidade de entregar a obra contratada". Em nota, a empreiteira disse que a rescisão do contrato não vai impor demissões extras na empresa. Mais de 300 já teriam sido demitidos no canteiro da Delta na transposição. A empresa alega ter paralisado as obras do lote 6 a pedido do Ministério da Integração. A pasta nega a versão da Delta e informa que vinha cobrando a retomada imediata das obras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Mesmo afastada de novos negócios a União, a Delta Construções ainda lidera o ranking das empresas que mais recebem dinheiro dos impostos. Nesse ranking, a empreiteira só perde para a Embraer, fabricantes de aviões responsável pelo milionário projeto de desenvolvimento de um cargueiro militar para o Ministério da Defesa.

Os dados estão disponíveis no Portal da Transparência, com informações lançadas até o fim de maio. Na ocasião, a Delta já era alvo de um processo administrativo na Controladoria-Geral da União, que a proibiria de participar de concorrências públicas ou celebrar novos contratos no prazo de dois anos.

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O processo foi aberto no fim de abril, depois de investigações da Polícia Federal apontarem envolvimento da empresa com corrupção.

Administração direta

Conforme o portal, a Delta já recebeu este ano R$ 226 milhões de órgãos da administração direta. A maior parte dos pagamentos partiu de contratos celebrados com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A segunda maior parcela refere-se às obras da transposição do Rio São Francisco, pelas quais foram desembolsados mais de R$ 23 milhões até o fim de maio. O lugar da Delta no ranking ao fim do ano dependerá do destino dos contratos em curso com a União, objeto de auditorias nos ministérios e nos órgãos de controle. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Flagrado em vídeo prometendo "oportunidades" ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em troca de doações para a campanha de 2004, o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), firmou seis contratos de R$ 119 milhões com a Delta Construções, empresa suspeita de envolvimento com o esquema de Cachoeira. Desses, quatro foram assinados sem licitação pública, segundo dados do Ministério Público do Tocantins.

O petista mantém o vínculo com a Delta mesmo após a confirmação, pela Justiça, de que a empresa usou documento falso para obter os serviços. O MP sustenta ter indícios de um suposto esquema de recebimento de propina por servidores do município, inclusive parentes de Raul.

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Em 2006, segundo ano da gestão Raul Filho, a Delta obteve o primeiro contrato, de R$ 14 milhões, para fazer limpeza urbana. Mais tarde, o valor foi ampliado em mais R$ 3 milhões, sob a justificativa de que o volume de lixo recolhido era maior que o previsto. O Tribunal de Contas do Estado (TCE), contudo, constatou ilegalidades. Segundo o MP, os preços eram inexequíveis e os serviços não eram medidos com exatidão. A alteração contratual teria elevado o faturamento da empresa em 107% nos primeiros sete meses.

Após a decisão, a prefeitura assinou com a Delta os quatro contratos sem licitação. Entre 2007 e 2009, a construtora recebeu mais R$ 30,1 milhões em caráter "emergencial". Em seguida, a empreiteira venceu nova concorrência de limpeza urbana. Do total de R$ 71,9 milhões previstos, a empresa já recebeu R$ 26,8 milhões, segundo cálculos do MP.

Atestado

Laudo da Polícia Federal (PF), solicitado pela Promotoria do Patrimônio Público, apontou que o atestado de capacidade técnica apresentado pela Delta foi fraudado. De acordo com o promotor Adriano Neves, a empresa aumentou quantitativos e incluiu no documento serviços que nunca prestou. As ilegalidades motivaram ação na Justiça Federal. Um dos réus é o ex-diretor executivo da Delta Carlos Pacheco.

O Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF1) suspendeu a certidão apresentada pela Delta, usada em mais licitações, por ter sido baseada em serviços supostamente falsos. A decisão impediu a empresa de participar de concorrências e levou governos, como o do Distrito Federal, a rescindir contratos. Em Palmas, Raul Filho mantém o serviço sob alegação de que não houve ordem judicial expressa obrigando o cancelamento.

A prefeitura não forneceu todos os dados pedidos ontem pela reportagem, mas contestou informações do MP, como o valor do primeiro contrato: R$ 11 milhões, segundo o município, e não R$ 14 milhões.

A prefeitura alega ter feito contratos emergenciais porque o TCE demorou a liberar o edital de licitação. "O posicionamento do TCE sobre a continuidade do processo licitatório só ocorreu em outubro de 2008, o que levou a prefeitura a contratar a Delta, por dispensa de licitação, até o novo processo licitatório ser realizado, já em julho de 2009", diz a nota. "A prova da legalidade dos atos é que o TCE já aprovou as contas da Prefeitura de Palmas dos anos de 2005 a 2009."

Segundo Neves, o MP já tem indícios de que pessoas ligadas a Raul Filho receberam pagamentos da Delta. Investigações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, mostram que o ex-tesoureiro da empresa, Rodrigo Dall Agnol, mandou depositar R$ 120 mil na conta de uma assessora da primeira-dama de Palmas, a deputada estadual Solange Duailibe (PT). Irmão dela e então secretário de Governo de Palmas, Pedro Duailibe admitiu ser o beneficiário do dinheiro - segundo ele, pela venda de uma retroescavadeira.

"Já ouvimos a assessora, que confirmou ter aberto a conta somente para que o irmão da primeira-dama a movimentasse. Ele era o secretário que fiscalizava os serviços da Delta. Tudo indica um esquema de pagamento de propina da construtora a funcionários públicos", diz Neves.

'Aposentadoria'

No domingo, o Fantástico, da Rede Globo, exibiu vídeos nos quais Cachoeira acerta com Raul ajuda de campanha em 2004 e oferece "uma série de oportunidades a serem exploradas no campo imobiliário, transporte" e que iria rever a "concessão da água". Relatório da PF atesta que, pelos diálogos, o esquema de Cachoeira pagaria ao grupo do prefeito, no caso específico da água, R$ 400 mil mais 20%, valor chamado pelo petista de "aposentadoria". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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