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O prefeito Sivaldo Albino (PSB), declarou, na última sexta-feira (28), que a 32ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), em 2024, será realizada diretamente pela prefeitura da cidade. Em publicação feita nas redes sociais, o gestor municipal afirmou que o festival deste ano, que termina no próximo domingo (30), "foi envolvido em muitas polêmicas". O pronunciamento também foi colocado da transmissão ao vivo dos shows logo após a apresentação de Gabriel o Pensador no palco principal do evento.

O prefeito mencionou as críticas em relação às atrações confirmadas para se apresentar no festival, "que não agradou à população garanhense e pernambucana". Ele justificou ainda que a decisão foi tomada “para continuar fazendo com que o nosso festival de inverno de Garanhuns cresça a cada ano, e não diminua, como ocorreu este ano”, e finalizou declarando que o festival “não pode ser apequenado". 

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O FIG é promovido pelo governo do estado e pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A 31ª edição foi cercada por algumas problemáticas, desde o lançamento do edital. Dos 1747 artistas inscritos, 1249, mais de 71%, foram considerados inabilitados por não cumprir as regras da normativa. Conforme os números das edições passadas, que constam no portal da Secretaria de Cultura de Pernambuco, muitos artistas de outros estados ficaram impedidos de ser chamados. Este ano o governo estadual divulgou o FIG ressaltando que a edição contaria com 80% de artistas pernambucanos. 

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Atritos 

“Depois do grande evento de 2022, a gente esperava poder fazer um FIG pelo menos próximo do que foi o do ano passado, juntando as pessoas que podem contribuir com isso”, disse o prefeito. 

O prefeito já vinha criticando a conduta do governo do estado em deixar o município fora das decisões que envolvem o festival, como aconteceu quando a governadora Raquel Lyra (PSDB) publicou nas suas redes sociais, logo após as celebrações de São João, as datas do FIG. Albino afirmou que ficou sabendo da confirmação do festival no momento da publicação, sem ter havido comunicação prévia. 

 Apesar do aparente atrito entre município e governo de Pernambuco, Albino afirmou que vai aceitar um eventual apoio estadual, além de buscar parceiros da iniciativa privada e até do governo federal. Ele ainda informou o envolvimento direto do deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE). 

Promessa de diversidade  

Ainda como forma de criticar a edição de 2023 do festival, Albino informou que o Fig de 2024 vai enaltecer diversos gêneros musicais. “Vamos trazer de volta as noites temáticas, como a noite do samba com pagode, a noite romântica, a noite do forró, a noite do mpb, a noite do trap e também a noite sertaneja.” 

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O festival Virtuosi chega a sua 13ª edição na charmosa cidade de Gravatá, com uma fina programação musical composta por renomados instrumentistas. O XIII Virtuosi Gravatá, que tem direção artística da pianista Ana Lúcia Altino, acontece nos dias 14, 15, 20, 21 e 22 de julho, na Igreja Matriz de Sant'Ana, com entrada gratuita.

A abertura será na sexta-feira, 14 de julho, às 20h30 com apresentação do recital Canções Que Meu Pai Me Ensinou, com o violoncelista Leonardo Altino e sua mãe Ana Lúcia Altino. Juntos, interpretam obras de Marlos Nobre, Brahms, Villa-Lobos, Tchaikovsky e Paganini, numa homenagem póstuma ao maestro Rafael Garcia, criador do Virtuosi, falecido em outubro de 2021.

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Há mais de 30 anos que Ana Lúcia e Leonardo, um duo formado por mãe e filho, se apresentam nos Estados Unidos, Chile, Grécia, Itália e Brasil. Frequentemente, eles viajavam com o violinista Rafael Garcia, marido há 54 anos de Ana Lúcia e pai de Leonardo. Rafael e Ana Lúcia foram mentores, professores, treinadores, colaboradores, companheiros de viagem, apoiadores e inspiração para Leonardo. O duo gravou o CD Poema, através de seleção pública do programa Petrobras Cultural.

Iniciando a programação diurna do Virtuosi, no sábado (15/07), às 11h, o jovem pianista Luis Felipe Oliveira sobe ao palco da Igreja Matriz. Ele apresenta recital que celebra os 150 anos do nascimento de Rachmaninoff e ainda traz obras de Mozart e Liszt. Natural de Gravatá, Luis Felipe é bacharel em Piano pela UFPE. Detém importantes prêmios em concursos, como Piracicaba International Competition (2017); Rachmaninov International for Young Pianists (2015) e Edna Basseti Habith (2017); além de ter participado do Programa “Prelúdio”, da TV Cultura. Em 2016, lançou o Projeto Piano em Casa, que visa aproximar a música para piano de seu público.

Neste mesmo sábado, às 20h30, será a vez do Ensemble Vocal Cantamus & Collegium Musicum do Recife, sob a regência do maestro Gilson Celerino, seu diretor artístico. Nesta ocasião, o grupo vocal apresenta a Missa em sol de Schubert e o Magnificat de Johann Sebastian Bach.

Coro de câmara recifense especializado em música sacra, o Ensemble Vocal Cantamus foi fundado em 2015. Vem se destacando pelo seu notável desempenho musical e vocal, tendo produzido concertos de destaque no cenário musical local. Organista e compositor, o regente Gilson Celerino estudou órgão e regência na Escola Superior de Música, Teatro e Mídia de Hannover (Alemanha), pela qual se graduou em Música Sacra.

Segunda semana

O Virtuosi retorna à Igreja Matriz de Sant'Ana na quinta (20/07), às 20h30, com nova homenagem aos 150 anos de Rachmaninoff. É a vez do recital do violista Rafaell Altino que, com Lucas Thomazinho ao piano, apresentará as sonatas do compositor russo e de Cesar Franck. A sonata de Franck foi escrita para violino e a de Rachmaninoff para violoncelo. Ambas serão executadas na viola.

Violista principal da Sinfônica de Odense, Dinamarca, Rafaell começou os estudos musicais com seu pai, Rafael Garcia, aos 9 anos. Participa de festivais e concertos em países como França, Grécia, Japão, Suécia, Taiwan, EUA e Brasil. Ensina nas Academias de Música Carl Nielsen, Odense e Malmö, Suécia. Toca numa viola francesa do final de 1700 de autor desconhecido com um arco James Tubbs, cedidos pelo Instrumentfonden da Sinfônica de Odense. Gravou o CD Viola a Rafael e o Concerto Steppenwolf, de Christian Lindberg, pelo selo Bis.

A sexta-feira (21/07) reserva, às 20h30, um concerto de música de câmara que reúne o violinista italiano residente no Brasil Emmanuele Baldini, o violista Rafaell Altino, o violoncelista Leonardo Altino e o pianista Lucas Thomazinho. Começa com a apresentação da Serenata para cordas do compositor húngaro Dohnanyi, composta para violino, viola e violoncelo, e segue com o Trio Op.8 de Johannes Brahms. Para o Trio, Emmanuele Baldini e Leonardo Altino se juntam ao pianista Lucas Thomazinho.

Nascido em Trieste, Itália, Emmanuele Baldini venceu seu primeiro concurso internacional aos 12 anos. Foi spalla da Orquestra do Teatro Comunale de Bolonha e no Teatro Giuseppe Verdi de Trieste, atuando também como concertino na Orquestra do Teatro alla Scala, de Milão. Como solista, tocou com orquestras como a Rundfunk Sinfonieorchester Berlin e Suisse Romande. É spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e membro do Quarteto de Cordas Osesp.

Premiado com o Finalist Prize no XIX Santander International Piano Competition (Espanha), Lucas Thomazinho ganhou o primeiro concurso aos 9 anos, vencendo desde então mais de uma dezena, entre eles o XVIII Santa Cecilia International Competition. Já atuou como solista das orquestras RTVE, Filarmônica de Minas Gerais, Campinas e Beiradas.

No sábado (22/07), o Virtuosi Gravatá fecha sua programação com duas sessões no mesmo dia, sendo a primeira às 11h, com o lançamento do CD Compositoras Brasileiras: Música Para Viola, com Rafaell Altino e a pianista Ana Lúcia Altino. Projeto aprovado pelo Funcultura do Governo de Pernambuco, o disco conta com obras encomendadas para Rafaell das compositoras brasileiras Marisa Rezende, Jocy de Oliveira, Ilza Nogueira, Silvia de Lucca, Tatiana Catanzaro e Rami Levin. O álbum será lançado digitalmente pelo selo Azul Music, em agosto.

Na segunda sessão do sábado, às 20h30, a Igreja Matriz de Sant’Ana recebe um concerto especial de encerramento do festival, que contará com a Orquestra Jovem de Pernambuco, sob a regência de Nilson Galvão. O programa da noite conta com os solistas Emmanuele Baldini (violino), Rafaell Altino (viola) e Leonardo Altino (violoncelo) interpretando obras de Mozart, Haydn, Sarasate e Sivuca.

A Orquestra Jovem de Pernambuco foi criada em 1986 e reativada em 2005, durante a realização do projeto A Fábrica de Música, pelo maestro Rafael Garcia. Em 2005, a OJOPE realizou mais de 40 concertos através do Sesc-PE, do Funcultura e do Sistema de Incentivo da Prefeitura Municipal de Recife. O patrocínio do evento é do Ministério da Cultura e Prefeitura de Gravatá com apoio da Eólica Gravatá.

Da assessoria

As cantoras Juliette e Claudia Leitte celebram no palco uma das expressões culturais mais tradicionais do Brasil: a Festa Junina, durante o Tão Ser Tão. O Festival tem como objetivo promover os costumes nordestinos por meio da poesia, do artesanato, da música e da culinária e ocorre entre os dias 7 e 16 de julho de 2023, no Parque Ibirapuera. Os ingressos já estão à venda, e além das artistas, também conta com a participação de Murilo Huff, João Gomes, Bell Marques e Tarcísio do Acordeon. Adquira seus ingressos.

O festival Tão Ser Tão será das 11h às 22h. Juliette, que conquistou o coração do país, e Claudia Leitte, reconhecida como uma das maiores estrelas da música brasileira, uniram forças para proporcionar apresentações que prometem enaltecer suas origens e valorizar uma das culturas mais ricas do país, vivendo a magia do nordeste sem sair de São Paulo. Com uma estimativa de receber cerca de 8 mil pessoas, o festival contará com seis espaços, nos quais o público poderá desfrutar de novas e inesquecíveis experiências. E ainda, o Tão Ser Tão terá entrada gratuita nos dias 7, 14 e 15 de julho. Com uma programação especial, cenografia e identidade visual totalmente inspiradas nos festejos juninos e nas atividades infantis, o festival proporcionará uma experiência completa, com gastronomia, artesanato e música de qualidade, como toda boa quermesse. 

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Confira a programação do evento:

Dia 07 de julho (Entrada gratuita)  

16h – O diário de duas bicicletas (Espetáculo teatral) – Coreto Dominguinhos 

17h - Quadrilha Arraial Sacode Poeira – Coreto Dominguinhos 

17h30 - Aluízio Cruz – Coreto Dominguinhos 

19h – Quadrilha Paixão Caiçara – Coreto Dominguinhos 

19h30 – Baião Club – Coreto Dominguinhos 

Dia 08 de julho  

14h - Trio Sabiá – Coreto Dominguinhos 

15h30 – Quadrilha Paixão Caiçara – Coreto Dominguinhos 

17h - Murilo Huff – Arena Gonzagão 

19h - Quadrilha Asa Branca – Coreto Dominguinhos 

19h30 – Bloco de Pífanos de São Paulo e Orquestra Livre de Rabecas – Coreto Dominguinhos 

20h10 - João Gomes – Arena Gonzagão 

Dia 09 de julho  

14h - Trio Amizade – Coreto Dominguinhos 

15h30 - Quadrilha Arraial Sacode Poeira – Coreto Dominguinhos 

17h - Tarcísio do Acordeon - Arena Gonzagão 

18h30 - Quadrilha Paixão Caiçara – Coreto Dominguinhos 

19h - Bell Marques – Arena Gonzagão 

Dia 14 de julho (Entrada gratuita) 

16h - O diário de duas bicicletas (Espetáculo teatral) – Coreto Dominguinhos 

17h – Quadrilha Arraial Sacode Poeira – Coreto Dominguinhos 

17h30 - Tanaka do Pife – Coreto Dominguinhos 

19h - Quadrilha Paixão Caiçara – Coreto Dominguinhos 

19h30 – Nanda Guedes – Coreto Dominguinho 

Dia 15 de julho (Entrada gratuita) 

15h30 - Diana do Sertão – Coreto Dominguinhos 

16h30 – Quadrilha Arraial Sacode Poeira – Coreto Dominguinhos 

17h - Circuladô de Fulô – Coreto Dominguinhos 

18h30 - Quadrilha Paixão Caiçara – Coreto Dominguinhos 

19h - Coisa de Zé – Coreto Dominguinhos 

Dia 16 de julho  

14h - Trio Amizade – Coreto Dominguinhos 

15h30 - Quadrilha Paixão Caiçara – Coreto Dominguinhos 

17h – Juliette – Arena Gonzagão 

18h30 – Quadrilha Asa Branca – Coreto Dominguinhos 

19h - Claudia Leitte – Arena Gonzagão

Sobre o Festival Tão Ser Tão 

A festa junina é uma das expressões culturais mais tradicionais do Brasil, presente nos calendários de escolas, igrejas e comunidades há décadas. A festa é mobilizada todos os anos por voluntários e profissionais apaixonados pelas raízes e costumes nordestinos. Esses são apenas alguns dos motivos pelos quais o Festival Tão Ser Tão atrai a atenção do público e das marcas, já se consolidando como um evento resultado dessa miscigenação cultural, trazendo para São Paulo toda a riqueza de detalhes e expressões que caracterizam a cultura nordestina. Essa mistura forte e intensa se manifesta na alegria e na paixão de ser nordestino. 

Tão Ser Tão promete encantar e envolver os participantes, oferecendo uma celebração vibrante da cultura nordestina. Não perca a oportunidade de participar desse evento especial, que trará toda a alegria e diversidade dos festejos juninos para a capital paulista. O festival é um convite para celebrar, dançar, saborear a culinária típica e apreciar as apresentações artísticas que exaltam a identidade cultural nordestina. Junte-se a nós nessa jornada de cores, sabores e tradições, e viva a energia contagiante desse festival que tem conquistado o coração do público e das marcas. Acesse o site oficial do evento

Com uma exibição de música, dança e carros alegóricos, milhares de dançarinos e artistas animam o colorido Festival Folclórico de Parintins, um espetáculo à altura do carnaval no coração da Amazônia.

A 56ª edição desta festa popular, um dos eventos culturais mais importantes do Brasil, começou na última sexta-feira e se encerra na noite deste domingo (2), na ilha de Parintins, às margens do rio Amazonas, a cerca de 370 quilômetros da capital Manaus.

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Aproximadamente 75.000 pessoas devem comparecer ao festival conhecido como Boi-Bumbá, nome de uma dança tradicional do norte e nordeste do país, muito semelhante aos desfiles das escolas de samba do carnaval.

No "Bumbódromo" de Parintins, uma arena onde a festa é celebrada desde 1988, Eloiza Amaral, estudante de 19 anos, aproveitava a festa pela primeira vez: "É um orgulho fazer parte desse povo da floresta; é maravilhoso poder compartilhar o folclore dessa cultura tão rica", disse à AFP.

De acordo com a tradição que remonta a cerca de cem anos, dois grupos disputam o título representando o boi-bumbá: de um lado está o "Garantido", simbolizado pela cor vermelha; do outro, o "Caprichoso", de azul. As apresentações giram em torno de uma lenda local sobre um boi ressuscitado: os vermelhos trazem um boi branco, e os azuis, um boi preto.

Os dois grupos apresentam performances de duas horas e meia com temas relacionados a lendas e rituais das etnias indígenas e da cultura popular amazônica, durante as três noites do evento, realizado anualmente no último fim de semana de junho.

Na abertura, na sexta-feira, os artistas do Garantido homenagearam o cacique Raoni Metuktire, líder da etnia kayapó, reconhecido por usar um disco no lábio inferior e por sua luta pela preservação da Amazônia e dos povos indígenas.

O tema do Garantido este ano busca promover um manifesto dos povos da floresta em defesa da vida, destacando a necessidade de lutar para que a intolerância não divida e empobreça culturalmente o mundo.

O tema do Caprichoso é baseado em "O grito do povo guerreiro", uma homenagem aos ancestrais.

- "Como a primeira vez" -

A festa atraiu cerca de 120.000 turistas para a ilha, de acordo com a Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur).

Antes de cada noite do festival, os seguidores de ambos os lados passam mais de 10 horas do lado de fora do Bumbódromo, esperando em longas filas para torcer pela agremiação favorita.

Entre eles, Naiara Souza, designer industrial de 35 anos, esperou pacientemente "por amor ao boi, a toda essa cultura e essa energia que só conhece quem participa" do festival.

Nos bastidores, a adrenalina está à flor da pele. Zeca Dantas, músico de 50 anos, sente "um frio na barriga, como se fosse sempre a primeira vez".

"A pressão é grande, ouvir todos tocando seus instrumentos enquanto esperam para entrar... é como uma equipe entrando em um estádio lotado", comentou.

Quando entram em cena, cada um em seu turno, o bumbódromo se enche de trajes de penas, danças exóticas e diversão. Um boi branco.

Alexandre Brandão, um aposentado de 78 anos, realizou um "sonho" ao presenciar o espetáculo: "Nunca havia visto essa maravilha de perto", disse à AFP.

O vencedor da disputa é decidido por um júri de dez pessoas.

O evento é reconhecido como patrimônio cultural do Brasil desde 2018.

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Fotos: Michael Dantas/AFP

A partir do dia 5 de julho, às 19h, a Galeria Marco Zero vai reunir obras de novos artistas da cena pernambucana. Com curadoria do pesquisador Guilherme Moraes, a exposição Seis Paisagens exalta o trabalho de Bruno Faria, Rayana Rayo, Bozó Bacamarte, Ianah Maia, Marlan Cotrim e David Alfonso.

O público terá a oportunidade de conferir os universos propostos por cada um desses artistas. "Agregando diferentes correntes artísticas e de pensamentos em sintonia com novos talentos, a Marco Zero vive um momento especial com uma nova geração de artistas representados que vem conquistando espaço e respeito no circuito", contou Eduardo Suassuna, nome à frente do espaço com Marcelle Farias.

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Guilherme explicou que os nomes selecionados possuem trabalhos impactantes, com diferentes identidades, contextos, corpos e geografias. De acordo com o curador, os artistas se encontram em momentos muito diferentes de suas trajetórias.

A Galeria Marco Zero Avenida fica localizada na Avenida Domingos Ferreira, nº 3393, Boa Viagem, Zona Sul do Recife. A mostra gratuita fica em cartaz até 12 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e ao sábados, das 10h às 17h.

Muito tradicional no Brasil, em especial no Nordeste, o São João é uma das festas mais esperadas no ano. A época junina é uma celebração antiga na Europa e, ao passar dos anos, se misturou com a cultura brasileira, se tornando tradição. Apesar disso, a história junina não é tão conhecida. Por isso, o LeiaJá conversou com o historiador e professor Walter Nascimento Jr. para saber mais sobre esse festejo tão colorido.

“As origens das festas juninas remontam às festividades pagãs europeias que celebravam a chegada do solstício de verão no hemisfério norte. Na Europa, essas celebrações eram conhecidas como "festas de São João", em homenagem a São João Batista, e ocorriam no dia 24 de junho. Com a expansão marítima dos portugueses, a tradição foi trazida para o Brasil durante o período colonial, onde se mesclou com elementos da cultura local” conta o professor.

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Essa descendência pode ser vista em várias características juninas, como as quadrilhas, com suas danças em pares, coreografia sincronizada e passos tradicionais, detalhes que vêm das danças de salão europeias e já era incorporado na tradição junina de Portugal. Os trajes típicos são vestidos xadrezes e camisas coloridas, acompanhada por uma música característica, com uma marcha inicial e cada movimento com seu próprio nome.

“Um momento marcante da quadrilha é o "casamento matuto", em que um casal é escolhido para representar os noivos da festa. A cerimônia é realizada de forma bem-humorada, com um padre fictício e personagens cômicos. O casal troca alianças de brincadeira, faz votos engraçados e realiza uma dança especial”, lembra Walter.

O docente conta, também, sobre as vestimentas de xadrez, um ponto muito marcante dessa celebração. Segundo ele, esse estilo de roupas são uma lembrança das vestimentas camponesas europeias do século XIX. Essa influência busca recriar um ambiente rural e acolhedor.

“Outro costume herdado dos portugueses é a fogueira, que desempenha um papel central nas festas juninas. As fogueiras são acesas para homenagear São João Batista e para simbolizar o solstício de verão. Essa tradição remonta às celebrações pagãs europeias, onde as fogueiras eram acesas para afastar os maus espíritos e trazer fertilidade para as colheitas”, explica Walter.

As comidas típicas não podem faltar em qualquer festa de São João, são atrativos internacionais e possuem sua maior base no milho. A canjica, pamonha, milho verde e pé de moleque são frutos dos antigos hábitos alimentares dos moradores do campo e da culinária portuguesa que sofreram adaptações com os ingredientes e sabores brasileiros ao passar dos anos.

“As festas juninas no Brasil têm suas origens na tradição junina portuguesa, trazida durante o período colonial. Os brasileiros herdaram hábitos e costumes, como a dança de quadrilha, as fogueiras, os trajes típicos e as comidas tradicionais, adaptando-os e mesclando-os com elementos da cultura local. Essa celebração única e colorida é um reflexo da diversidade cultural do Brasil e da capacidade de preservação e reinvenção das tradições ao longo dos anos”, finaliza o historiador.

Apesar de muito importante, a festa junina brasileira não possui descendência apenas da cultura europeia. O São João do Brasil foi muito adaptado e influenciado pelo povo indígena e africano, pelos seus costumes e sua culinária. É essa mistura de culturas que transforma essa festa nacional em uma celebração tão rica.

Em 2023, o São João é celebrado no dia 24 de junho. Porém, uma festa popular como essa não se celebra em um único dia. Em diversos lugares, em especial no Nordeste, o dia é celebrado como feriado e muitas famílias costumam viajar para aproveitar o melhor da época junina.

O público vai poder visitar a exposição Canto à Liberdade, de Montez Magno, na Galeria Marco Zero, até 22 de junho. Para fechar com chave de ouro, o espaço vai celebrar o legado do artista pernambucano com uma programação especial. No dia 28 de junho, os visitantes irão conferir uma roda de conversa com Bete Gouveia e Itamar Morgado, curadores da mostra, além de uma apresentação do maestro Henrique Albino. O acesso é gratuito.

"Montez tem uma trajetória marcada pela independência e realizando experimentos em diversas linguagens e nos mais variados materiais e suportes, o amplo recorte da exposição revela a imensidão de um inventor de mundos, um dos mais significativos artistas da história da arte brasileira", afirma Marcelle Farias, que junto com Eduardo Suassuna, dirige a Galeria Marco Zero.

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Suassuna destaca: "Essa exposição foi um justo tributo a esse artista plural, inventivo, pioneiro que, ao aproximar-se da casa dos 90 anos, continua sendo, efetivamente, um homem de seu tempo. Por isso, a curadoria de Itamar Morgado e Bete Paes foi uma escolha perfeita para montar este panorama". A Galeria Marco Zero fica localizada na Av. Domingos Ferreira, nº 3393, bairro de Boa Viagem.

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A Associação Sociocultural Outros Nativos (Ason), a Cooperativa de Trabalhadores Recicladores das Águas Lindas (Cootaral), a Associação de Catadores da Coleta Seletiva de Belém (ACCSB) e a Associação de Moradores da Área Dois das Malvinas (Amad) realizam neste sábado (17), em Belém, o I Fórum Comunitário Meio Ambiente Cultura e Cidadania da Sacramenta. As entidades querem tirar diretrizes comuns para encaminharem às autoridades municipal e estadual.

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A intenção é propor ações e políticas para setores que impactam a periferia da cidade de Belém. “A Sacramenta, como o Dasac como um todo, é um bairro onde a atividade comercial e industrial cresce a cada dia e isso impacta diretamente a qualidade de vida da população”, explica Marco Antonio Pinheiro, da Amad.

Além da qualidade de vida dos mais de 45 mil habitantes da Sacramenta e mais de 225 mil do Dasac (Distrito Administrativo que engloba ainda outros seis bairros, incluindo o Telégrafo, Pedreira, Fátima e Barreiro), as ações da Sacramenta podem contribuir para toda a cidade. “Trata-se de um distrito estratégico porque pode conter espaços e soluções para problemas importantes como a coleta de lixo, a arborização e a criminalidade na cidade”, pondera Elielton Alves, também conhecido como Nicobates, presidente da Ason.

No bairro estão sediadas, por exemplo, os galpões das duas maiores cooperativas de reciclagem da cidade, a Cootaral e a ACCSB. “Políticas de infraestrutura, mas também políticas que envolvam as pessoas, como catadores e agentes comunitários podem ajudar a solucionar, ou pelo contribuir muito para solucionar problemas como os resíduos domésticos”, observa Sarah Ferreira Reis, presidente da Cootaral e da Rede Recicla Pará.

Além do Fórum, ocorre no mesmo dia, após a mesa de debate, a V Mostra Nativa, organizada com artistas do Coletivo Outros Nativos. Apresentam-se a cantora Believe MC (Brenda Believe), as bandas Nicobates e Os Amadores e Superself, o cantor Buscapé Blues, o rapper Fartura Flame e o grupo de carimbó Grão Pará. Em parceria com a Batalha da Dorothy Stang haverá apresentação de pocket shows de rappers e batalha de MCs.

A programação do Fórum terá início às 16 horas de sábado e a programação cultural começa às 18 horas. O acesso à quadra da Dorothy Stang é gratuito.

Serviço

I Fórum Comunitário Meio Ambiente Cultura e Cidadania da Sacramenta.

V Mostra Nativa.

Dia 17 de Junho de 2023 – Praça Dorothy Stang – Sacramenta.

A partir das 16h.

Mais informações: (91) 9 8168 7474.

Da assessoria do evento.

 

Enquanto sanfonas resfolegam tradições juninas Recife afora, a Orquestra Sinfônica do Recife celebrará outros acordes no Teatro de Santa Isabel, em dois concertos gratuitos e abertos ao público, nas noites desta terça (13) e quarta (14). As apresentações, oferecidas pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, começam às 20h, com regência do maestro Lanfranco Marcelletti Jr. e participação do solista Jamerson Batista.

Para o concerto desta terça, haverá distribuição presencial reduzida de ingressos, porque será assegurada prioridade ao público que garantiu os bilhetes para a apresentação do último dia 24 de maio, cancelada em função das fortes chuvas registradas na cidade.

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Já para o concerto de quarta-feira, foram disponibilizados 300 ingressos no site e no aplicativo Conecta Recife. Também haverá distribuição de ingressos na bilheteria do Santa Isabel, nesta quarta, a partir das 19h.

Programa

O programa das apresentações será quase todo dedicado a compositores brasileiros. Começa com as músicas “Mexe com Tudo” e “Recife, Cidade Lendária”, do pernambucano Melquíades Claudino de Oliveira. E segue celebrando a brasilidade da “Ciranda das Sete Notas”, para fagote e orquestra de cordas, de Villa-Lobos, que será executada com a participação do solista Jamerson Batista (fagote). A noite encerra com uma das mais clássicas entre os clássicos, a “Sinfonia n° 7”, de Beethoven.

Serviço

Temporada 2023 de concertos da Orquestra Sinfônica do Recife

Data: 13 e 14 de junho

Horário: 20h

Local: Teatro de Santa Isabel (Praça da República, Bairro de Santo Antônio)

Entrada franca: Ingressos distribuídos no Conecta Recife e na bilheteria do teatro, uma hora antes da apresentação

Da assessoria

Nascida em Sertânia, município de Pernambuco, Cristina Amaral traz em sua história uma força que inspira muita gente. Quando era criança, a cantora e compositora tinha em casa referências sonoras que moldaram o seu gosto pela tradição nordestina. Convivendo com uma família musical, Cristina viu que não tinha como trilhar por outro caminho.

Andando de mãos dadas com a arte, ela viu possibilidades de crescer com o dom do canto. Após chamar a atenção das pessoas em templos da Igreja Católica, Cristina recebeu na juventude o convite para integrar a Orquestra Marajoara. Dedicada em tudo, ela acabou subindo mais um degrau em sua trajetória: dividir os vocais com Flávio José no Grupo Os Tropicais.

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Já no início dos anos 1990, quando partiu para a carreira solo, a sertaniense passou a conquistar o Brasil com a magia do seu talento. Colecionando trabalhos ao lado de grandes nomes como Naná Vasconcelos, Geraldo Azevedo, Dominguinhos, Elba Ramalho e Fafá de Belém, Cristina Amaral é uma representante da música que faz aumentar em qualquer pessoa o fascínio pela cultura do Nordeste.

Para celebrar seu aniversário, nesta terça-feira (13), Cristina Amaral bateu um papo com o LeiaJá sobre sua vida e obra.

Cristina, como foi que o forró apareceu na tua vida?

Começou na minha casa. Meus pais adoravam forró. A gente escutava muito Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês, Trio Nordestino, Dominguinhos... Minha mãe e meu pai gostavam muito de dançar. Todos esses artistas de forró me inspiraram, me fizeram gostar muito mais de cantar o forró.

Quais são os elementos indispensáveis para quem deseja trilhar os caminhos da música?

Eu acho que é saber cantar, saber interpretar a música e gostar do que faz, além de passar emoção e verdade para o público. Isso que é importante.

Na sua opinião, como é ser uma das grandes colaboradoras da cultura nordestina?

Comecei minha carreira solo nos anos 1990. O meu primeiro disco foi mais eclético, e nele tinha a música Eu Sou o Forró. Essa canção foi a que o público me identificou como forrozeira. Daí então eu segui cantando forró e as pessoas se encantando. Fui me atraindo com tudo isso. Hoje me considero uma cantora de forró, apesar de ter outros projetos cantando diferentes estilos de música. O forró me encantou.

Com a chegada do São João, qual o principal destaque para encarar a maratona de shows?

Eu tenho toda uma preparação: cuidar da voz, tomar bastante água, fazer exercícios... me preocupo com isso. Essas ações são para você ter uma performance melhor no palco, para você estar bem totalmente.

Do seu repertório, que música não pode ficar de fora das apresentações nessa época?

As músicas que não podem faltar no meu repertório são Cidade Grande, Eu Sou o Forró e, a recém-lançada, Amor Próprio. Tudo fica na boca do povo. O público gosta.

O que as pessoas podem esperar de você durante os espetáculos no São João 2023?

Não vai faltar alegria, forró e muito amor próprio.

Maior ação de música realizada pelo Sesc Pernambuco, a Mostra de Música Leão do Norte inicia sua 15ª edição nesta sexta-feira (2), levando ao Sesc Casa Amarela uma programação dedicada aos festejos juninos e homenageando o principal ritmo da festa, o forró. A novidade desta edição é o Café, Tareco e Mariola, um momento de bate-papo com os artistas participantes.

O evento começa já nesta sexta com Larissa Lisboa e Beto Hortis, colocando em contato as diferentes gerações do forró. A mesa traz o tema O Forró e as Pelejas em Torno de Convenção/Inovação e a mediação fica por conta de Climério de Oliveira, doutor em música e professor do Conservatório Pernambucano de Música. A ação acontece na comedoria do Sesc Casa Amarela, às 17h, entrada gratuita.

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E a música toma conta da unidade a partir das 18h, com apresentação de Cezzinha e Beto Hortis na quadra do Sesc Casa Amarela. Ingressos individuais a R$ 15 para comerciários e R$ 20 para o público geral, já a mesa para quatro pessoas custa R$ 40 para comerciários e R$ 60 geral. No sábado (3), o Teatro Capiba (dentro do Sesc) recebe a apresentação de Pabllo Moreno, às 19h, seguido de Larissa Lisboa, às 20h. Ingressos custam R$ 5 para comerciários e R$ 10 para o público geral.

O grupo As Januárias se apresentam no dia 9 de junho, às 19h, com participação especial de Terezinha do Acordeon. As cantoras ainda participam do bate-papo Café, Tareco e Mariola um pouco mais cedo, às 18h, na comedoria da unidade, para debater o lugar da mulher no forró. Entrada gratuita.

A programação se encerra no dia 10 com o Arraiá Animado. Será uma tarde de diversão com exibição de curtas, às 14h no Cine Coliseu, e muitas brincadeiras de temática junina, na quadra poliesportiva às 15h. O encerramento fica por conta da apresentação de Mari Bigio e banda, no Teatro Capiba, com ingressos a R$ 5 para comerciários e R$ 10 para o público geral. O Sesc Casa Amarela fica localizado na Av. Norte Miguel Arraes de Alencar, nº4490, no bairro da Mangabeira.

Da assessoria

A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) promove, nesta segunda-feira (29), a oficina Gestão compartilhada do Núcleo Histórico de Tacaratu. O encontro, que terá como foco a identificação de referências culturais do município localizado no Sertão do Estado, será realizada no horário das 19h às 21h30, no Romeirão. A entrada é gratuita e para participar basta comparecer ao local.

O projeto de educação patrimonial tem como objetivo estabelecer diálogos com a sociedade civil, por meio da escuta, e o compartilhamento de informações a respeito dos processos de identificação e reconhecimento de bens culturais em Pernambuco, além de outros conceitos relacionados ao patrimônio cultural de Tacaratu.

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A proposta é que a oficina permita a aproximação entre técnicos, gestores e a sociedade civil tacaratuense, no intuito de formular caminhos para a identificação e proteção dos bens culturais locais. Mais informações estão disponíveis no e-mail do evento.

Serviço

Oficinas Gestão compartilhada do Núcleo Histórico de Tacaratu

29 de maio | 19h às 21h30

Romeirão - Rua do Comércio, 35, Tacaratu - PE | próximo à Igreja Matriz da cidade

Entrada gratuita

Da assessoria

Hoje (25) é comemorado o Dia da Costureira. O cinema é uma das fontes para aprender mais sobre moda, arte e costura. Mais do que retratar como as pessoas se vestem, os filmes mostram diferentes representações da cultura, de comportamentos e de ideologias que podem servir de inspiração para quem deseja criar novas peças.

Sejam clássicos ou recém-produzidos, os filmes sobre moda auxiliam no processo criativo e servem de guia para a elaboração de novas coleções e conceitos. A equipe do Leia Já separou cinco filmes e séries sobre a temática da costura, confira: 

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Alta Costura (2021): A comédia dramática francesa (“Haute couture”, termo em inglês) conta sobre Esther que está no final da sua carreira na “Alta Costura” como Costureira Chefe na Dior Avenue Montaigne. Um dia a sua bolsa é roubada por uma mulher chamada Jade, que Esther acaba por adotar como sua aprendiz. Disponível no YouTube. 

A Vingança Está na Moda (2015): O filme se passa na década de 1950, na Austrália, a talentosa costureira Tilly regressa à sua cidade natal para tentar se reconciliar com a mãe e se vingar de algumas pessoas do seu passado. Mas uma paixão inesperada cruza o seu caminho. Disponível na Amazon Prime Video, Apple TV e YouTube, o filme é uma adaptação de “A Modista” e ganhou o Prêmio AACTA Award de Melhor Atriz, Melhor Figurino, Melhor Atriz e Ator Coadjuvante. 

Coco Antes de Chanel (2009): Disponível na Amazon Prime Video e Apple TV e indicada ao Oscar de Melhor Figurino, a trama aborda sobre a história de Coco Chanel (1883-1971) que era uma jovem humilde com talento para costura e trabalhava como cantora em um bar. Sua vida muda quando ela se torna amante e conselheira de moda de um rico herdeiro. Cansada dos chapéus floridos, dos espartilhos apertados e metros de fita que definem a moda feminina, Coco usa as roupas de seu amante como ponto de partida para criar uma elegante e sofisticada linha feminina que a leva para o topo da costura parisiense.  

O Tempo Entre Costuras (2013): Disponível na HBO Max, a série acompanha a história de Sira Quiroga, uma jovem costureira que abandona Madri para seguir o homem que ama – mas nem tudo sai conforme seus planos. 

Uma Mulher Alta (2019): O drama disponível na Amazon Prime Video conta sobre a Segunda Guerra Mundial que devastou a cidade de Leningrado, demolindo seus edifícios e deixando seus cidadãos em frangalhos, física e mentalmente. Duas jovens buscam significado e esperança na luta para reconstruir suas vidas entre as ruínas. O filme ganhou o Prêmio Um Certo Olhar: Melhor Direção e Prêmio Nika de Melhor Som.

 

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O escritor, jornalista, advogado e professor cametaense Salomão Larêdo lança, no próximo dia 13 de junho, às 17 horas, no Palacete Chermont, em Belém, as obras "Banhos de Rio - irresistível atração das águas" e "Baixo Tocantins - alguma memória - história - romances na vida de sua gente". O lançamento ocorre no ano em que o escritor será homenageado na 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes (26 a 30 de setembro de 2023). A entrada para a tarde/noite de autógrafos é gratuita.

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Escritos durante a pandemia, os livros abordam assuntos relacionados à geografia da gente do interior do Pará, mais especificamente da área do Baixo Tocantins, ampliada ao Marajó. O romance "Banhos de Rio", selecionado em Edital Público de Patrocínio 2023 do Banco da Amazônia, segundo o escritor, aborda “a relação do povo do Baixo Tocantins e do Marajó com a água, a apropriação do espaço público pelo privado, os banheiros nos rios, as facções, os crimes, a relação com o meio ambiente, o embate pelo poder entre Creonte e Antígona, a inação do Estado, a revolta da ictiofauna, os peraus, as encantarias do fundo”.

“O leitor está diante de narrativa líquida, do texto repleto de tudo que os nossos rios proporcionam e propiciam, cenários e cenas de crime e castigo, prazer e alegria nas alternâncias da vida. Quem manda no rio? Quem é o dono do rio, da água? A água ainda é água? Está limpa, está suja, potável, boa pra beber, pra fazer comida, pra tomar banho? Quanto temos que estar atentos, ver, saber, fiscalizar, não poluir, tratar, cuidar?”, ressalta Salomão Larêdo.

Já "Baixo Tocantins" resulta de intensa pesquisa, iniciada em 2013, sobre a região que dá nome à obra. Impresso pela Editora Pública Dalcídio Jurandir, da Imprensa Oficial do Estado (Ioepa), o livro é um passeio pelos municípios de Baião, Igarapé-Miri, Limoeiro do Ajuru, Cametá, Oeiras do Pará, Mocajuba, Tucuruí e Oeiras do Pará, onde Larêdo lecionou ao longo da vida, com seus encantos, contos, visagens, rezas, sabores e demais aspectos da cultura local.

"Estou sempre atento em toda parte, observando a fala de nossa gente que conta. Anoto e desenvolvo, faço a ficção baseado no conteúdo do que manifesta a gente da periferia, os simples, os despossuídos, mas também de outras camadas sociais", conta o escritor.

Salomão Larêdo nasceu em Vila do Carmo, na cidade de Cametá, Baixo Tocantins, e mudou-se em 1960, quando tinha 10 anos, para a capital paraense junto com seus pais e irmãos. Formado em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA), o advogado, jornalista e professor é pós-graduado em Análise Literária pela Universidade do Estado do Pará (Uepa). Tem uma intensa ação política e cultural pela democratização do livro, leitura e formação do leitor crítico.

Serviço

Lançamento dos livros "Banhos de Rio" e "Baixo Tocantins", de Salomão Larêdo. Dia 13 de junho, às 17 horas, no Palacete Chermont (avenida Nazaré, nº 669, esquina da travessa Quintino Bocaiúva, no Largo do Redondo). Entrada franca. Mais informações: 98941-9117 – Instagram: @salomao.laredo

Da Redação do LeiaJá Pará.

 

Amanhã (25) é comemorado o Dia do Orgulho Nerd ao redor do mundo. A data foi escolhida em homenagem ao lançamento do primeiro filme da franquia Star Wars, em 1977. O objetivo é celebrar a cultura geek - marcada por filmes e séries de TV, quadrinhos, jogos, tecnologia, entre outros temas relacionados ao universo da fantasia e ficção. 

Na cidade de São Paulo, haverá uma série de eventos dedicados ao Dia do Orgulho Nerd durante o mês de maio, veja a programação completa:

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25 de maio, quinta-feira

Brincando e Aprendendo | Campeonato de Games

Horário 15h às 17h

Local: Biblioteca de São Paulo

Não é necessário inscrição. As vagas são preenchidas por ordem de chegada.

Bate-papo Super-Heróis e Criaturas Fantásticas em Hollywood

 Horário: 14h30 às 15h30

As vagas são preenchidas por ordem de inscrição.

Local: Avenida Queiroz Filho, número 1205 – Alto de Pinheiros

Brincando e Aprendendo – Jogando e programando – CodeCombat

Horário: 15h às 16h

Não é necessário inscrição. As vagas são preenchidas por ordem de chegada.

Local: Avenida Queiroz Filho, número 1205 – Alto de Pinheiros

Palestra sobre o Dia do Orgulho GeeK: O educador do Ateliê de Games falará sobre curiosidades sobre a data, a origem do movimento geek/nerd. Além dos filmes, HQs, livros, RPGs e games cultuados na comunidade

Horário: 15h30 

Local: Fábrica de Cultura Cidade Tiradentes. Endereço: Rua Henriqueta Noguez Brieba, número 281 - Conjunto Habitacional Fazenda do Carmo

Exposição Mundo dos Dinossauros com em Realidade Virtual: Os participantes serão convidados a experimentar óculos de realidade virtual e explorar um vídeo sobre o mundo dos dinossauros com o tiranossauro rex, o velociraptor, o pterodátilo, entre outros. 

Horário: A partir das 10h 

Local: Bibliotech da Fábrica de Cultura Sapopemba

Endereço: Rua Augustin Luberti, número 300 - Fazenda da Juta

26 de maio, sexta-feira

Exposição de Quadrinhos e Encontro com o autor Cledson Bauhaus: O público conhecerá o acervo de quadrinhos da Bibliotech e obras da coleção particular dos educadores. No final do dia, haverá um encontro com o autor Cledson Bauhaus, ele vai falar sobre a importância das HQs no processo da leitura e imaginação

Horário: A partir de 13h 

Local: Bibliotech da Fábrica de Cultura Vila Curuça. Endereço: Rua Pedra Dourada, número 65 - Jardim Robru

Classificação Etária: 10 anos  

Vagas: 20 

27 de maio, sábado

Oficina Maker | Sabre de Luz de Star Wars

Horário: 14h às 16h

Local: Biblioteca de São Paulo

Não é necessário inscrição. As vagas limitadas são preenchidas por ordem de chegada. 

40 anos: Painel Mario Bros. – Mostra de Cultura Geek

Horário: 9h às 13h

Local: Oficina Maestro Juan Serrano. Endereço: Rua Joaquim Pimentel, 200 – Brasilândia

Ações das Fábricas de Cultura

Máscaras Lúdicas de Heróis – Mostra de Cultura Geek

Horário: 10h às 12h

Local: Oficina Cultural Maestro Juan Serrano. Endereço: Rua Joaquim Pimentel, número 200 – Brasilândia

Vagas: 40

Dia da Toalha (quem é nerd entende!) 

Um quiz de adivinhação: qual é o livro, filme, série, game ou trilha sonora? O vencedor receberá um prêmio. 

Horário: A partir das 14h 

Local: Bibliotech da Fábrica de Cultura Sapopemba. Endereço: Rua Augustin Luberti, número 300 - Fazenda da Juta

Concurso de Cosplay – Todos somos Geek: Os participantes são convidados a se fantasiar do seu personagem geek favorito - seja dos jogos, séries, filmes, super-heróis, etc. O melhor cosplay receberá um um troféu da “Estrela do Mario”. 

Horário: A partir das 15h  

Local: Bibliotech da Fábrica de Cultura Sapopemba

Festival Geek Itaim: O festival trará diversas atrações como uma exposição de consoles, estande de quadrinhos, concurso de cosplay, corrida inspirada no anime Narut, entre outros.

Horário: A partir das 13h 

Local: Bibliotech da Fábrica de Cultura Itaim Paulista. Endereço: Rua Estudantes da China, número 500 - Itaim Paulista

Exposição e bate-papo sobre videogames antigos + jogatina: Os participantes irão discutir a desmaterialização dos objetos - através da evolução dos videogames (desde assoprar o cartucho ao streaming). Além disso, terão a oportunidade de jogar os videogames antigos como Atari, Super Nintendo, Mega Drive e Playstation 1.

Horário: A partir das 10h  

Local: Bibliotech da Fábrica de Cultura Vila Curuça. Endereço: Rua Pedra Dourada, número 65 - Jardim Robru

Concurso COSPOBRE - Concurso de fantasia de personagens com materiais de baixo custo (caseiros, reutilizados, baratos). A equipe escolherá da Fábrica de Cultura Vila Curuça escolherá a melhor caracterização.

Horário: A partir das 14h 

Local: Sala Multiuso da Fábrica de Cultura Vila Curuça

28 de maio, domingo

Oficina de Xadrez 

Horário: 14h às 16h.

Não é necessário inscrição. Vagas limitadas, preenchidas por ordem de chegada.

Local: Biblioteca de São Paulo. Endereço: Avenida Cruzeiro do Sul, número 2.630 - Santana

Neste sábado (20), o pernambucano Java Araújo vai lançar no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam) um catálogo com algumas produções de duas décadas. O projeto apresenta uma retrospectiva dos trabalhos do artista, com 88 desenhos e ilustrações. Reunindo diversas técnicas, as obras foram feitas ao longo de 20 anos.

"Do material escolhido para constar neste catálogo uma característica nos salta aos olhos: o caráter experimental que transitou entre o traço econômico e o traço rebuscado, a cor saturada e o preto e branco, a aquarela e o vetor, a linha e o plano, o universo infantil e o universo adulto, o vazio e o cheio, o humor e o existencialismo, a pintura e a colagem. Riscos que só quem abre tantas possibilidades do fazer artístico conhece. Riscar dessemelhanças é um risco. Mas é, sobretudo, um exercício de liberdade", contou a ilustradora Rosinha Queiroz.

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Intitulado Viver é um risco & outros rabiscos, o conjunto de trabalhos levará o público do Mamam para uma viagem de reflexão, além de um riso provocado por meio de ironia. Com duas capas, exemplares do catálogo serão distribuídos para bibliotecas públicas e comunitárias de Pernambuco.

Serviço

Lançamento do catálogo Viver é um risco & Outros rabiscos – Ilustrações de Java Araújo

20 de maio | 14h às 16h

Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam) Rua da Aurora, 265 – Boa Vista, Recife

Valor do livro: R$ 30 (pix ou espécie)

Por Elaine Guimarães e Mariana Ramos
Produção: Maya Santos

Aprovada com o objetivo de resgatar "a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil", a Lei 10.639 completou 20 anos em janeiro de 2023. Trechos da normativa especificam as temáticas que devem ser abordadas obrigatoriamente nas escolas públicas e privadas do Brasil em todo currículo escolar, em específico, nas disciplinas de artes e literatura e história brasileiras.

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Apesar de duas décadas de existência, a historiadora e professora de história da África da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Valéria Costa, observa que há uma interpretação errônea da Lei, no que se refere a restringi-la a algumas áreas do conhecimento.

“Tem-se um entendimento distorcido. A Lei diz que tem que abarcar todas as áreas do conhecimento, mas, algumas disciplinas ficaram de ‘abre alas’. Veja, ficar ‘abre alas’ não significa que é apenas uma obrigatoriedade dessas disciplinas, ou seja, as demais áreas também têm a obrigatoriedade. Essa incompreensão acabou fazendo com que as disciplina das áreas das ciências naturais e exatas não incorporassem de imediato essa empreitada.”

Para além de projetos aplicados nas instituições e abordagens de tais temas em datas como 13 de maio [Abolição da Escravatura no Brasil] e 20 de dezembro [Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra], a presença desses conteúdos em sala de aula contribuem para a construção de uma sociedade antirracista e reconhecimento da população negra na construção do país.

No entanto, o que é previsto por lei, muitas vezes, é deixado de fora da sala de aula. Para Valéria Costa, o que explica a ausência das temáticas prevista na normativa do ambiente escolar é o racismo. “A construção do racismo, que é historicamente elaborada, nega a produção de conhecimento da África e dos africanos em diáspora. Então, o racismo se fortaleceu, dentro da perspectiva ideológica, inferiorizando, necrosando e anulando o outro, que é o africano e descendentes”.

Uma escola eurocêntrica

À reportagem, a docente da UFPE ressalta que os currículos escolares ainda são pautados pelo eurocentrismos, ou seja, a Europa como centro da história e construção da sociedade moderna. “Quando a escola é pautada nesse eurocentrismo esse racismo epistemológico aparece negando que a África tem uma produção de matemática, de biologia, medicina".

Valéria Costa destaca que o processo até a implementação da diretriz nas escolas foi de iniciativa do movimento negro. "A Lei é uma luta antiga do movimento. Ela é muito marcada por uma trajetória de luta histórica do movimento negro, logo, quem batalhou e continuou trazendo essa discussão para a sala de aula fomos nós, professores negros, ativistas e os não negros que têm uma bandeira para defender essa causa".

A formação acadêmica dos professores

Um dos motivos que inviabilizam a consolidação da Lei 10.639 na Educação básica perpassa pela formação dos professores. Nessa perspectiva, a historiadora explica que muitos docentes relatam que não tiveram acesso a esses conteúdos durante a formação acadêmica. “As universidades são estruturadas dentro de um princípio europeu e judaico-cristão. Reitor, pró-reitor são posições, é uma titulação eclesiástica. Logo, a gente esbarra novamente no racismo”.

Valéria Costa relembra que a disciplina que leciona na UFPE, história da África, iniciou na instituição como eletiva, mas, em 2022, passou a ser obrigatória. O que para a docente representou uma avanço. "Isso vem se dando muito lentamente. Em todas as federais, a disciplina de história da África já existe como obrigatória, mas ainda são poucas [universidade] que ofertam a disciplina de relações étnicos-raciais como obrigatória porque ainda não se dá o devido valor". 

SEE reconhece que a Educação antirracista no Estado ainda é tímido

A Secretaria de Educação de Pernambuco (SEE-PE) reconhece que o trabalho no ensino antirracista no estado ainda não alcançou todas as escolas, mas está no trabalho para alcançar esta meta. Lilian Conceição, professora e representante da SEE-PE, afirma que a lei foi uma vitória necessária, mas ela sozinha não assegura uma mudança na cultura racista do país.

“A lei vem, primeiro, para fazer com que o Estado assuma que a educação que vinha implementando até então era racista. (...) Nós precisamos superar o que, infelizmente ainda se encontra em muitas situações, que é falar deste tema do racismo apenas no 20 de novembro e, às vezes, no 13 de maio. É pensar de que modo possamos transversalizar [os conteúdos]”, detalha a profissional.

Lilian explica que a SEE de Pernambuco trabalha na educação antirracista através da adesão de novos materiais didáticos, por parcerias com bibliotecas, do currículo atravessado e transversal e da formação continuada dos professores e gestores da rede estadual. Estas iniciativas procuram preparar o ambiente escolar e os conteúdos para incidir uma educação mais completa dentro das salas de aula.

Muito além do senso comum

Há 11 anos, Walter Nascimento Jr. é professor de história. Ele conta ao LeiaJá como o estudo sobre a história e cultura afro-brasileira reflete na sociedade. "Eu, particularmente, sentia muita dificuldade de entender como são essas raízes históricas e a contribuição do povo preto no Brasil. Isso é muito importante porque como você vai sentir orgulho de algo que você não conhece? E é a partir dessa falta de conhecimento também que surge o preconceito", ressalta.

Para Walter, não basta apresentar o senso comum nas escolas, com temáticas como samba ou capoeira. Estes são importantes, sim, mas desmistificar a história também é de extrema importância. Apresentar a cultura afro-brasileira, conhecimento e contribuição matemática do povo preto, participação política e literária na história do Brasil são assuntos essenciais de acordo com o docente.

O professor Walter Nascimento Jr em sala de aula. Foto: João Velozo/LeiaJáImagens/Arquivo

“Um dos maiores impactos que a gente tem na hora de aplicar a lei é com os docentes, muitos professores não têm a formação necessária. Tanto que o ensino de história e cultura afro-brasileira, muitas vezes, a nível superior, aparece como um curso de pós-graduação e poucas vezes como disciplina obrigatória dentro do currículo do ensino superior”, diz Walter.

Segundo o historiador, há, ainda, muitos docentes preconceituosos que dificultam o trabalho de conhecimento e aproximação da cultura preta dentro da sala de aula. Além disso, ele cita que, durante seu tempo lecionando em escolas, era preciso ter cuidado com a abordagem de determinados temas, pois, a forma que isso chegaria aos pais poderia não agradar. “Como sabemos que existe o preconceito, tinha que trabalhar de forma cuidadosa", pondera.

Walter Nascimento Jr. Foto: João Velozo/LeiaJáImagens/Arquivo

Walter também destaca a dificuldade de encontrar estudos, principalmente vídeos sobre o tema. “É difícil, enquanto docente, porque a gente não tem tanto material didático. Não é uma coisa tão simples você ter estudiosos sobre o continente africano, sobre a história matriz afro-brasileira, que consiga escrever sem estar reproduzindo determinados preconceitos ou senso comum", expõe.

Em contraponto, o professor fala que a Lei 10.639 vai além da questão conteudística e trabalha toda a relação do discente com a sociedade. Orgulhoso, Walter Nascimento Jr. conta sobre como seus alunos foram tocados dentro de sala de aula. “A Lei tem um impacto muito positivo nos estudantes na criação de um reforço identitário. Hoje, os alunos não têm vergonhas de serem negros. Hoje, a representatividade se mostrou importante. Preto? Sou sim, tenho orgulho. Porque ele sabe quais são suas raízes, isso é muito importante, também, na questão de identificação profissional.”

Após 20 anos da lei, Walter acredita que algumas mudanças estão acontecendo, como um “trabalho de formiguinha”, mas que nada adianta ter a legislação na prática pedagógica, se não há esforços para mudar a realidade preconceituosa brasileira. “Antes da gente ter mudanças significativas na forma da lei, é preciso que a gente trabalhe primeiro como a sociedade está pensando”, observa.

Para além dos muros da escola

Assim como Walter Nascimento, a educadora, mãe e artista Kemla Baptista não teve contato com o tema durante a fase escolar. “Eu aprendi tudo em família, que é formada por educadores. A temática era frequente na mesa do café da manhã, almoço e jantar. Parece mentira, mas desde criança que eu me reconheço como pessoa preta”, conta à reportagem.

Filha de professora, Kemla relembra de uma ação promovida pela mãe na época de docência para que a história e cultura africana e afro-brasileira fosse contemplada durante um desfile cívico e como o preconceito ainda está presente diante de tudo que se refere à cultura negra:

Das duas décadas da Lei 10.639, Kemla Baptista dedicou 15 anos ao projeto Caçando Estórias mesmo sem patrocínio ou grandes incentivos. A iniciativa compartilha saberes ancestrais, por meio de contação de estórias, literatura, audiovisual, criação de conteúdo para a internet, teatro de objetos, música e dança. “O Caçando Estórias não é um instrumento para que a branquitude use como se fosse um dicionário do que não fazer”, salienta. 

Kemla Baptista com a filha Ayódele Baptista (à esquerda). Fotos: Elaine Guimarães/LeiaJáImagens

Das atividades desenvolvidas pela educadora e artista está a Casa do Ofá, primeira casa em Pernambuco voltada à Educação antirracista. “Das várias ações de caçar estórias é ter uma casa, uma sede, um espaço físico. É um desejo que eu tinha há muito tempo. Passei por muitos desafios, como todo mundo, durante a pandemia [Covid-19]. Lidar com cultura nesse período e com Educação, que foi completamente dilacerada no Brasil e ter um trabalho que fala de cultura e Educação antirracista é pedir para enlouquecer”, ressalta.

Para Kemla Baptista, 2023 é um ano crucial e, por isso, é necessário que as instituições de ensino, sejam elas púbicas, privadas, da Educação básica ou superior, se posicionem. "Acho que já ficou cafona a pessoa dizer que não sabia, que não tinha conhecimento, que nunca ouviu falar".

Estimulando a criação entre agentes culturais a partir de um espaço de reflexão e experimentação, a Oficina Francisco Brennand abre as Chamadas Públicas da Residência Cultural, na capital pernambucana, e da Bolsa Residência Internacional em Nantes para artistas moradores da Região Metropolitana do Recife.

As inscrições começam nesta sexta-feira (12) e seguem até 31 de maio, propondo a convivência e o intercâmbio entre diferentes agentes profissionais para o desenvolvimento de processos de pesquisa, reflexão e criação nas áreas de arte, cultura e educação, tomando como base a cidade do Recife e a Oficina Francisco Brennand. O regulamento e formulários de inscrição estão disponíveis no site.

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Para a chamada referente às atividades em solo recifense, serão selecionadas nove pessoas, distribuídas em dois grupos de residentes, com duração de cinco semanas em formato presencial.

O programa, com acompanhamento curatorial da artista visual Lia Leticia, é estruturado como uma metodologia de formação, sendo voltado para profissionais das artes em suas inúmeras linguagens e transversalidades (visuais, sonoras, corporais, audiovisuais, cênicas, etc) - tendo intuito de não selecionar apenas artistas, mas trabalhadores da cultura, como educadores/as, pesquisadores/as, curadores/as entre outros ofícios no campo da produção cultural. Também entre os pré-requisitos para a inscrição estão ter mais de 18 anos e ter nascido no Brasil ou estar radicado em território brasileiro há pelo menos cinco anos.

"Na qualidade de instituição de arte e cultura, temos cada vez mais promovido iniciativas capazes de gerar trocas de conhecimento e a aproximação de diversos saberes para a produção de conhecimento. Resultados que sublinham a atuação deste espaço para além do seu aspecto museológico, trazendo importantes contribuições sociais irrigadas por meio da cultura, arte e educação", pontua Marco Baptista, presidente da Oficina Francisco Brennand.

A Residência Cultural oferecerá nove bolsas no valor de R$2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) líquidos para o período de residência. A Oficina Francisco Brennand também oferecerá auxílio de hospedagem para as pessoas residentes fora do Recife e Região Metropolitana, bem como alimentação e transporte local quando necessário.

"A partir da concepção de fruto, que remete à ideia de preservação da terra, disseminação do conhecimento, transformação da matéria e reprodução, a Residência Cultural permite a confluência de diferentes linguagens, práticas e ideias que valorizem a relação entre natureza, cultura, território, memória possibilitando a criação de novas narrativas, aspectos que devem ser levados em conta durante todo o processo de pesquisa", registra Ariana Nuala, da equipe de Curadoria da Oficina Francisco Brennand.

Em 2021, a instituição promoveu dois projetos do tipo, a Residência Cultural Moldar o Existir: Vivências Mediadas pelo Barro, com coordenação de Renata Felinto, e a Residência Processos de Criação em Educação, conduzida por Gleyce Kelly Heitor.

Responsável pelo acompanhamento curatorial, a artista visual gaúcha Lia Letícia tem na assinatura dos seus trabalhos a arte sob uma lupa que revela uma tensão entre práticas artísticas e a sua pretensa autonomia. Explorando a pintura em diversos suportes, inclusive o audiovisual, seus trabalhos transitam entre festivais de cinema e exposições de arte, além de projetos educativos e curatoriais, como o III Palco Preto (CARNI Coletivo, PE), a última edição do Abre Alas (Galeria A Gentil Carioca, RJ), o projeto Nove Solos (Brasil-Suíça) e o Cineclube O Canto da Sereia, realizado mensalmente na Embaixada da Ciranda (Ilha de Itamaracá).

As chamadas públicas têm realização da Oficina Francisco Brennand. A bolsa para Nantes está sendo oferecida juntamente com o Consulado Geral da França no Recife, contando com a parceria do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), Prefeitura do Recife, Usina de Arte, Prefeitura de Nantes, Galerie Paradise e Embaixada da França no Brasil.

Conexão artística Recife-Nantes

Já aqueles que desejam concorrer à Bolsa Internacional para Residência em Nantes, França, precisam trabalhar dentro do âmbito artístico em suas inúmeras linguagens e transversalidades (visuais, sonoras, corporais, audiovisuais, cênicas, etc), sendo maiores de 18 anos de idade. Além disso, precisam dispor de 36 horas semanais para participação nas atividades síncronas e assíncronas, individuais e coletivas do programa.

O programa é fruto do termo de cooperação, estabelecido em 2003, entre a cidade de Recife e a cidade de Nantes, possibilitando diversos intercâmbios culturais e científicos entre esses dois territórios. Será selecionado um artista do Recife e/ou Região Metropolitana para residir seis semanas na cidade de Nantes e este receberá uma bolsa no valor de €2.500,00 (dois mil e quinhentos euros) líquidos para o período de residência.

Da assessoria

A partir desta sexta-feira (12), estados e municípios já poderão apresentar os planos de ação para acessar o montante de R$ 3,8 bilhões, o maior valor da história destinado ao setor cultural no país. Os recursos são oriundos da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar 195/2022), aprovada no ano passado, mas que até hoje não haviam sido utilizados.

Esta lei foi pensada para socorrer os trabalhadores da cultura atingidos pela pandemia de covid-19, que obrigou a suspensão de uma série de atividades artísticas. No entanto, o projeto teve tramitação difícil e chegou a ser vetado pelo então presidente Jair Bolsonaro. O veto foi revertido no Congresso Nacional.

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Um grande ato cultural, em Salvador, na noite desta quinta-feira (11), marcou a assinatura da regulamentação da lei, que detalha a forma como dinheiro será distribuído. O evento contou com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra da Cultura Margareth Menezes, do governador Jerônimo Rodrigues, além de centenas de artistas.

“Os ignorantes desse país precisam aprender que cultura não é gasto, que cultura não é pornografia, que cultura não é uma coisa menor. Cultura é o jeito da gente falar, da gente comer, da gente dançar, da gente andar, da gente cantar, da gente pintar, da gente fazer aquilo que a gente sabe fazer. Cultura significa emprego, milhões de oportunidades para quem precisa comer, tomar café, jantar”, disse Lula em um discurso emocionado na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, um dos principais espaços culturais da capital baiana.

Emoção

Instantes após iniciar seu discurso, Lula foi interrompido por uma mulher muito emocionada. A mulher subiu ao palco para entregar um documento e pedir ajuda ao presidente, dizendo que ela e sua comunidade passavam fome. Lula se emocionou e retomou o discurso falando do aumento da pobreza nos últimos anos no país e criticando a negligência do governo anterior em relação à pandemia. O presidente enfatizou que a injeção de recursos na área cultural também ajuda a combater a fome e a fomentar a geração de empregos.

“Esse país vai mudar e é por isso que eu estou aqui. A gente precisa entender que o assassinato que eles fizeram com a cultura, é que a cultura pode ajudar o povo a fazer a revolução que precisa fazer nesse país, para que o povo possa trabalhar, comer. A cultura pode fazer com que o povo exija o cumprimento da Constituição”.

Repasses

De acordo com o Ministério da Cultura (MinC), do valor a ser disponibilizado, R$ 2 bilhões serão destinados aos estados e R$ 1,8 bilhão aos municípios. Para acessar os recursos, os entes federados (estados, municípios e Distrito Federal) deverão utilizar o sistema da Plataforma TransfereGov a partir de 12 de maio e terão 60 dias, contados desde esta data, para registrarem os planos de ação, que serão analisados pelo MinC. Os valores serão liberados após a aprovação de cada proposta. Só para a Bahia, onde o ato foi realizado, estão previstos repasses de R$ 286 milhões.

“Vamos lutar pela execução da Lei Paulo Gustavo para que todas as cidades sejam contempladas. Vamos garantir a utilização desses recursos de forma plural”, destacou a ministra Margareth Menezes.

Áreas contempladas

A maior parte dos recursos, cerca de R$ 2,7 bilhões, vão para o setor audiovisual, já que na proposta original da elaboração da lei foi previsto que os recursos seriam provenientes do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Os beneficiários poderão investir em produções audiovisuais; apoio a reformas, restauros, manutenção e funcionamento de salas de cinema e cinemas itinerantes; capacitação, formação e qualificação no audiovisual; apoio a cineclubes, à realização de festivais e mostras de produções audiovisuais; memória, preservação e digitalização de obras ou acervos audiovisuais; pesquisas; suporte às microempresas e às pequenas empresas do setor audiovisual para vídeos por demanda; licenciamento de produções audiovisuais; exibição em redes de televisão públicas; e distribuição de produções audiovisuais.

Já o valor de R$ 1,065 bilhão, que na proposta original na elaboração da lei tinha como fonte de recursos o Fundo Nacional de Cultura (FNC), é destinado aos demais setores e áreas culturais e artísticas. Dentre eles o apoio a outras formas de financiamento, a agentes culturais, a iniciativas, a cursos ou produções ou a manifestações culturais; e desenvolvimento de espaços artísticos e culturais, de microempreendedores individuais, de microempresas e de pequenas empresas culturais, de cooperativas, de instituições e de organizações culturais comunitárias que tiveram as suas atividades interrompidas por força das medidas de isolamento social determinadas para o enfrentamento da pandemia de covid-19.

Editais

Os fazedores de cultura poderão acessar os recursos por meio de editais, chamamentos públicos, prêmios ou outras formas de seleção pública a serem definidas pelos estados e municípios. Além disso, os entes federados precisarão se comprometer a fortalecer os sistemas de cultura existentes ou, se inexistentes, implantá-los, com a instituição dos conselhos, dos planos e dos fundos estaduais e municipais de cultura.

Outra exigência da regulamentação da lei é que os projetos culturais contemplados deverão garantir formas de inclusão e democratização, com acessibilidade às pessoas com deficiência, medidas de democratização, desconcentração, descentralização e regionalização do investimento cultural, e a implementação de ações afirmativas, com mecanismos que estimulem a participação de mulheres, pessoas negras e indígenas, comunidades tradicionais, de terreiros e quilombolas, populações nômades e povos ciganos, pessoas LGBTQIA+, pessoas com deficiência e outras minorias.

“As ações afirmativas serão estabelecidas por meio de cotas, critérios diferenciados de pontuação, editais específicos ou qualquer outra modalidade, observada a realidade local. O decreto estabelece a obrigatoriedade dos chamamentos ofertarem um mínimo de 20% das vagas para pessoas negras e no mínimo 10% para pessoas indígenas”, diz o MinC.

Agenda

Lula cumpre agenda em dois estados do Nordeste no fim desta semana. Hoje, pela manhã, já em Salvador, ele já havia participado da abertura das plenárias estaduais do Plano Plurianual (PPA) Participativo. Trata-se de um processo em que a sociedade opina sobre as prioridades para investimentos de recursos e políticas públicas para os próximos quatro anos.

Nesta sexta-feira, o presidente embarca da capital da baiana para Fortaleza, onde participará da Cerimônia de Lançamento do Programa Escolas de Tempo Integral. À tarde, ainda no Ceará, ele vai a Juazeiro do Norte para assinar a Medida Provisória que institui o Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação Básica. Em seguida, retorna para Brasília.

A Torre Malakoff, localizada no Bairro do Recife, retoma sua programação cultural com o Festival Sonoridades. O evento promete agitar o público nesta sexta-feira (12), a partir das 20h. A organização convocou atrações como Coco das Estrelas, Coco dos Malungos e Afoxé Oxum Pandá. As apresentações serão gratuitas.

"Pra gente é uma felicidade voltar à essa pungência que a Torre Malakoff sempre teve, essa característica de equipamento cultural voltado para o povo do Recife", contou Conceição Santos, gestora do equipamento.

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Idealizado por Ailson Barbosa, o festival começou a ganhar forma em 2020: "Pensei nesse projeto tendo a Malakoff em mente. Não conseguimos realizar de início por conta da pandemia e depois esperamos a reforma da Torre ser concluída. É uma alegria finalmente poder colocar o Sonoridades no mundo".

Ainda de acordo com o produtor cultural, o projeto surgiu a partir de uma constatação de que os eventos musicais estavam bastante segmentados por ritmos e estilos. "Minha ideia foi então de pensar em um formato que provocasse uma reunião de estilos musicais diferentes. Em Pernambuco temos tanta música extraordinária, produzimos uma diversidade", explicou Ailson.

Financiado pelo Funcultura, o Festival Sonoridades vai acontecer em seis edições, tendo o foco desta primeira na valorização da cultura popular, dando ênfase ao coco e ao afoxé. Para os próximos encontros, Ailson garante que haverá mescla de brega com rock, samba com frevo e muito mais, sempre com acesso gratuito.

Serviço

Festival Sonoridades

12 de maio | 20h

Torre Malakoff - Praça do Arsenal, s/nº, Bairro do Recife

Acesso gratuito

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