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A Coreia do Norte gastou até 650 milhões de dólares este ano em seus testes de armas, uma quantia que poderia ter sido utilizada para comprar vacinas para toda a população, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira.

O regime de Kim Jong Un gastou entre 400 e 650 milhões de dólares no desenvolvimento e nos testes de 33 mísseis disparados este ano, segundo um relatório do Instituto Coreano de Análises de Defesa (KIDA).

A quantia poderia até "permitir contra-atacar a crise alimentar deste ano e fornecer uma dose única da vacina contra a Covid-19 a todos os norte-coreanos", destaca o relatório do KIDA, um centro de pesquisas vinculado ao governo sul-coreano.

Pyongyang executou 18 testes de armas desde o início do ano, um recorde, e prosseguiu com as operações, apesar do surto de Covid-19 que atingiu o país em maio, que já infectou mais de 4,3 milhões de pessoas.

Embora a imprensa estatal afirme que a epidemia de coronavírus está sob controle, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou na semana passada que a situação está "piorando".

"Como exige a ativação do dispositivo de combate à epidemia de máxima urgência, pedimos a todos os funcionários que sigam rigorosamente as regras contra a epidemia", declarou nesta quinta-feira à AFP Kim Hye Kyong, chefe de saúde em Pyongyang.

A Coreia do Norte rejeitou em várias ocasiões as propostas da OMS para fornecer vacinas. Também ignorou ofertas de ajuda médica da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.

O país enfrenta ainda uma escassez de alimentos, situação que se agravou com o bloqueio autoimposto para evitar a pandemia e com as sanções internacionais contra seu programa de armas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a situação sanitária na Coreia do Norte está piorando diante de uma onda de covid-19 e lamentou a falta de informação e cooperação das autoridades de Pyongyang, que asseguram que há cada vez menos casos de "febre".

"Atualmente, não podemos avaliar corretamente a situação no terreno. Partimos do princípio de que as coisas estão piorando e não melhorando", disse Michael Ryan, chefe de situações de emergência da OMS, durante uma entrevista coletiva em Genebra.

"É muito difícil comunicar uma análise correta ao resto do mundo se não tivermos os dados necessários", insistiu, explicando que a OMS tem as mesmas informações que o resto do mundo: as publicadas pelo governo norte-coreano.

Segundo Maria van Kerkhove, responsável pela gestão da resposta à pandemia de covid-19 dentro da organização, a Coreia do Norte registrou 3,7 milhões de casos de covid, embora as autoridades se refiram oficialmente a uma "febre".

Na sexta-feira, a agência pública norte-coreana KCNA afirmou que o número de casos de "febre" caiu pelo sétimo dia consecutivo, com 100.000 novos casos reportados no dia em comparação com 390.000 relatados diariamente no início de maio. O saldo oficial até 27 de maio era de 69 mortes.

"Muitos casos de cura foram anunciados, mas as informações que nos chegam do país são limitadas", enfatizou Van Kerkhove.

Os 25 milhões de norte-coreanos não estão vacinados e o sistema de saúde do país é muito deficiente.

Ryan explicou que a OMS "ofereceu ajuda em várias ocasiões" às autoridades norte-coreanas, incluindo vacinas, "três vezes". "Continuamos a oferecer assistência", enfatizou.

A Coreia do Norte testou um suposto míssil intercontinental em uma série de três disparos nesta quarta-feira (25), informou o exército da Coreia do Sul, após o encerramento da viagem a Coreia do Sul e Japão do presidente americano, Joe Biden.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul informou que foram lançados pelo menos três mísseis a partir da região de Sunan, na capital norte-coreana Pyongyang, de onde foi executada grande parte dos últimos testes armamentistas do país comunista.

O teste militar aconteceu pouco depois do fim da visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao Japão e Coreia do Sul, uma viagem ofuscada pela ameaça de um teste nuclear do regime de Pyongyang.

Um porta-voz da diplomacia americana condenou "os múltiplos lançamentos" e pediu que a Coreia do Norte "abstenha-se de novas provocações e assuma o compromisso com um diálogo sustentado e profundo.

Após os novos lançamentos, Coreia do Sul e Estados Unidos dispararam "mísseis terra-terra" em resposta ao "suposto ICBM (míssil balístico intercontinental) e às provocações de mísseis" da Coreia do Norte, informou o exército de Seul.

O governo sul-coreano, após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional, afirmou que o lançamento "bem-sucedido" dos projéteis foi "um ato ilegal em violação direta das resoluções do Conselho de Segurança da ONU".

O novo presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, disse que os disparos de Pyongyang, que se aproximam de 20 desde o início do ano, são "uma grave provocação que ameaça a paz na península coreana e na comunidade internacional".

O Estado-maior Conjunto da Coreia do Sul informou em um comunicado que "havia detectado por volta das 6h00 (locais, 18h00 de Brasília na terça-feira), 6h37 e 6h42 os disparos de mísseis balísticos da região de Sunan" em direção ao Mar do Japão, na costa leste.

"O primeiro míssil balístico (um suposto ICBM) teve alcance de 360 quilômetros e uma altitude de 540 quilômetros", afirma a nota.

O segundo projétil "desapareceu a uma altitude de 20 km" e o terceiro viajou 760 km a uma altitud de quase 60 km, acrecenta o comunicado.

- Estados Unidos "preparados" -

Os disparos se somam a uma série recorde de testes militares de Pyongyang este ano, que inclui o lançamento de um míssil balístico intercontinental de pleno alcance pela primeira vez desde 2017.

Yoon, que assumiu a presidência este mês, defendeu endurecer a política de Seul para o vizinho comunista do Norte após cinco anos de diplomacia sem resultados de seu antecessor, Moon Jae-in.

Os testes desta quarta-feira "claramente foram programados para acontecer no retorno de Biden, depois de sua visita a Coreia do Sul e Japão", comentou Park Won-gon, professor da Universidade Ewha.

Durante sua estadia em Seul, Biden e Yoon Suk-yeol concordaram em "estabelecer conversações para ampliar o alcance e a escala dos exercícios e treinamentos militares conjuntos diante da ameaça que representa a Coreia do Norte.

"As objeções da Coreia do Norte aos anúncios foram expressadas com os lançamentos de mísseis", acrescentou o professor Park.

Antes de se despedir no domingo da capital sul-coreana com destino ao Japão, de onde retornou na terça-feira a Washington, Biden afirmou que os Estados Unidos estavam "preparados para qualquer coisa que a Coreia do Norte fizer".

Pyongyang considera os exercícios militares conjuntos de Washington e Seul como preparativos para uma invasão.

Nos últimos meses, o líder norte-coreano Kim Jong Un defendeu em várias ocasiões acelerar o programa para modernizar seu exército e seu arsenal, dotado de armas nucleares.

Apesar do forte surto de covid registrado recentemente no país empobrecido e isolado, novas imagens de satélite mostraram que a Coreia do Norte havia reativado a construção de um reator nuclear.

Tanto a Coreia do Sul quanto os Estados Unidos alertaram recentemente que o país comunista, submetido a sanções internacionais por seu programa de armas e nuclear, preparava um novo teste atômico.

Antes da visita de Biden, a Coreia do Sul afirmou que os preparativos tinham sido concluídos e que Pyongyang só estava esperando o momento adequado para realizá-lo.

O ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Park Jin, e o secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmaram que é "lamentável" que Pyongyang utilize seus recursos para o desenvolvimento armamentista, e não para tratar a pandemia e melhorar a vida da população.

De acordo com a imprensa estatal norte-coreana, o país registrou mais de três milhões de pessoas com "febre" e 68 mortes desde a explosão do surto de covid no fim de abril.

A Coreia do Norte registrou na terça-feira (segunda, 16, no Brasil) seis novas mortes por "febre", a poucos dias de anunciado seu primeiro caso de covid-19 e assegurou ter intensificado a distribuição de medicamentos a cargo dos militares.

A agência estatal de notícias KCNA reportou que até a noite de segunda-feira o país tinha registrado 56 mortes, com mais de 1.483.060 casos de febre e pelo menos 663.910 pessoas recebendo atendimento médico.

O número de mortos aumentou apesar de o líder Kim Jong Un ordenou um confinamento nacional para conter a propagação do vírus na população, que não foi vacinada.

Segundo KCNA, o exército "deslocou urgentemente suas forças poderosas às farmácias de Pyongyang para distribuir medicamentos".

Kim criticou duramente as autoridades de saúde pelo que considerou uma resposta deficiente à prevenção epidêmica, em particular por não manter as farmácias abertas 24 horas para distribuir medicamentos.

A Coreia do Norte reportou na quinta-feira da semana passada seu primeiro caso de covid-19 em toda a pandemia, e Kim assumiu o controle da resposta ao surto, segundo a imprensa estatal.

O isolado país asiático tem um dos sistemas sanitários mais deficientes do mundo, com hospitais mal equipados, poucas unidades de terapia intensiva e sem medicamentos para tratar a covid-19 ou realizar exames em massa.

A Coreia do Norte reconheceu nesta quinta-feira (12) seu primeiro surto de Covid-19 no país desde o início da pandemia e declarou uma "grave emergência nacional", o que levou Kim Jong Un a ordenar o confinamento em todo o país.

Até agora, a empobrecida nação - mas com armamento nuclear - não havia admitido nenhum caso de coronavírus. O país decretou no início de 2020 um bloqueio severo com o exterior, o que derrubou sua economia e comércio.

A agência oficial de notícias KCNA informou que as amostras coletadas de vários pacientes doentes com febre em Pyongyang no domingo eram "consistentes" com a altamente contagiosa variante ômicron do coronavírus.

De acordo com a agência, o líder norte-coreano Kim Jong Un convocou uma reunião de emergência de seu gabinete político e anunciou que implementaria um sistema de controle do vírus de "emergência máxima" com o objetivo de "eliminar a raiz no menor tempo possível".

Kim "ordenou a todas as cidades e municípios do país que adotem o confinamento cuidadoso em suas áreas", afirmou a KCNA. Fábricas, estabelecimentos comerciais e residências devem permanecer fechados e reorganizados para "bloquear de maneira impecável a propagação do vírus maligno", insistiu a agência estatal.

Kim "garantiu que, devido ao alto nível de conscientização política da população, (...) superaremos com toda segurança a emergência e teremos êxito com o plano de quarentena de emergência", acrescentou.

O comunicado pouco transparente não revela quantos casos foram detectados no país.

"Para que Pyongyang admita publicamente casos de ômicron, a situação de saúde pública deve ser grave", disse o professor Leif-Eric Easley da Universidade Ewha de Seul.

"Pyongyang provavelmente vai insistir com os confinamentos, apesar do fracasso da estratégia covid zero da China sugerir que esta abordagem não funciona com a variante ômicron", acrescentou.

- Sem vacinas? -

Analistas acreditam que a Coreia do Norte não vacinou nenhum de seus 25 milhões de habitantes depois de rejeitar as ofertas de doses da Organização Mundial da Saúde (OMS), da China e da Rússia.

Também consideram que o deficiente sistema de saúde do país isolado enfrentaria muitas dificuldades para enfrentar um grande surto de Covid-19.

A Coreia do Norte fica próxima de países que enfrentaram ou ainda enfrentam surtos da variante ômicron, como Coreia do Sul e China, onde várias cidades estão em confinamento severo há várias semanas.

A publicação NK News, especializada em temas norte-coreanos e que tem sede em Seul, afirmou que algumas áreas de Pyonyang estão em confinamento há dois dias.

"Várias fontes ouviram relatos de compras de pânico devido à incerteza de quando o confinamento terminará", destacou a publicação.

Ao que tudo indica, a Coreia do Norte tentará evitar as medidas extremas da China, como "encarcerar virtualmente seus habitantes em apartamentos", disse Cheong Seong-chang, do Instituto Sejong.

"Porém, mesmo os confinamentos mais limitados provocarão uma grave escassez de comida e o mesmo caos que a China enfrenta", afirmou.

Durante toda a pandemia, a Coreia do Norte expressou orgulho por sua declarada capacidade de manter o vírus fora de suas fronteiras. Em um desfile militar em 2020, Kim agradeceu aos cidadãos e aos militares por seus esforços.

Desde o início da pandemia, o país não havia confirmado nenhum caso ou morte por Covid-19.

Embora a imprensa estatal tenha anunciado medidas de "prevenção da epidemia", em um grande desfile militar no mês passado na capital nenhum dos milhares de participantes usava máscara.

O surto da doença pode frear o programa armamentista do país, que executou 15 testes projéteis desde o início do ano, incluindo um míssil balístico intercontinental.

A Coreia do Norte organizou um desfile militar nesta segunda-feira (25), segundo anunciou uma fonte militar sul-coreana, em uma demonstração de força para comemorar o 90º aniversário de seu exército, considerado um grande acontecimento no país.

O desfile que celebra o aniversário do Exército Revolucionário do Povo Coreano começou às 22h locais (10h00 no horário de Brasília) na praça Kim Il Sung, na capital Pyongyang, segundo esta fonte.

O governo comunista, que possui armamento nuclear, costuma celebrar datas especiais ou comemorações com grandes desfiles militares, que começam com paradas militares, puxada pela marcha da infantaria, seguida por veículos blindados, e finalmente culminando nos mísseis pelos quais Pyongyang se gaba.

Os observadores costumam monitorar de perto esses eventos para tentar descobrir os mais recentes desenvolvimentos armamentísticos da Coreia do Norte.

A Coreia do Norte celebrou apenas três desfiles militares noturnos nos últimos anos e os veículos estatais informaram sobre os eventos somente no dia seguinte. O desfile desta segunda-feira à noite também não foi anunciado pela mídia local.

Pyongyang realizou este ano mais de dez testes de armas, incluindo o lançamento de um míssil balístico intercontinental de pleno alcance pela primeira vez desde 2017.

A Coreia do Norte testou um novo sistema de armas sob a supervisão do líder Kim Jong Un para melhorar a eficácia de suas "armas nucleares táticas", encerrando as comemorações do nascimento do fundador da pátria.

A nova "arma tática guiada" é de "grande importância para melhorar o poder de fogo das unidades de artilharia de longo alcance da linha de frente e melhorar a eficiência da operação de armas nucleares táticas", afirmou a agência de notícias oficial KCNA.

Analistas estrangeiros e serviços de inteligência esperavam que um teste nuclear coincidisse com o 110º aniversário na sexta-feira do nascimento de Kim Il Sung, fundador da Coreia do Norte e avô do atual líder.

No entanto, nesse dia, o aniversário foi comemorado com uma enorme marcha de civis, fogos de artifício e coreografias sincronizadas, mas sem nenhum tipo de desfile ou manifestação militar.

A agência KCNA não especificou a data do teste supervisionado por Kim Jong Un, que deu à equipe de pesquisa militar "instruções importantes para aumentar as capacidades defensivas e combater as forças nucleares".

Este teste dá continuidade a uma série sem precedentes de testes de armas pela Coreia do Norte este ano, incluindo o lançamento de seu primeiro míssil balístico intercontinental de alcance total desde 2017.

O anúncio ocorre na véspera do início dos exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, que irritaram Pyongyang.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse ter detectado dois projéteis lançados na noite de sábado, que voaram 110 km a uma altura de 25 km, viajando a quatro vezes a velocidade do som, acrescentou.

Os Estados Unidos disseram estar cientes da "declaração da Coreia do Norte de que realizaram um teste de sistema de artilharia de longo alcance" e o estão monitorando, afirmou um porta-voz do Pentágono.

Fotos publicadas pelo jornal oficial Rodong Sinmun mostram um Kim Jong Un sorridente, cercado por oficiais uniformizados e aplaudindo enquanto observava o disparo da arma, segundo o jornal.

Analistas observaram que a arma parecia ser um novo míssil balístico de curto alcance, mas não a subestimaram.

"Este é o primeiro sistema de armas nucleares táticas da Coreia do Norte, ao que parece", disse Ankit Panda, pesquisador do Carnegie Endowment for International Peace.

Pyongyang realizou seis testes de armas nucleares desde 2006. O último e mais poderoso foi em 2017 com uma bomba de hidrogênio de 250 quilotons.

Essa retomada do programa atômico era previsível por analistas após a publicação de imagens de satélite que mostravam atividade na instalação nuclear de Punggye-ri, que a Coreia do Norte disse ter demolido em 2018 antes da primeira cúpula entre Kim e Trump.

Com o novo teste, os especialistas acreditam que Pyongyang está procurando reduzir suas ogivas atômicas para carregar seus mísseis balísticos intercontinentais.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, supervisionou pessoalmente o disparo de um "novo tipo" de míssil balístico intercontinental e afirmou que seu país está preparado para um "confronto a longo prazo" com os Estados Unidos, informou a imprensa estatal nesta sexta-feira.

Pyongyang lançou na quinta-feira (25) pela primeira vez desde 2017 um míssil intercontinental de pleno alcance, que chegou mais alto e mais longe do que qualquer projétil previamente testado pelo país, que tem capacidade nuclear.

O teste do "novo tipo de míssil balístico intercontinental", o Hwasong-17, foi realizado sob a "orientação direta" do líder Kim, informou a agência KCNA.

Ele afirmou que a nova arma "desempenhará sua missão como uma poderosa dissuasão ante uma guerra nuclear" e "tornará o mundo claramente consciente do poder" das forças armadas estratégicas do país", segundo declarações colhidas pela agência.

O país tem "uma formidável capacidade militar e técnica, imperturbável diante de qualquer ameaça militar ou chantagem", e está "totalmente preparado para um confronto de longo prazo com os imperialistas americanos", acrescentou.

O Hwasong-17 é um míssil balístico intercontinental (ICBM) gigantesco exibido pela primeira vez em um desfile em outubro de 2020 e definido como um "míssil monstro" por analistas.

Seu primeiro teste provocou indignação entre os países vizinhos e o governo dos Estados Unidos, que decretou novas sanções contra entidades e indivíduos na Coreia do Norte e na Rússia, acusadas de "transferir artigos sensíveis ao programa de mísseis" de Pyongyang.

- Supervisão de Kim -

A mídia estatal exibiu imagens de Kim caminhando na pista do aeroporto, em frente ao longo míssil ou celebrando com outras autoridades o lançamento.

"O míssil, lançado do aeroporto internacional de Pyongyang, deslocou-se a uma altitude máxima de 6.248,5 km e voou 1.090 km por 4.052 segundos antes de atingir com precisão uma área predefinida em águas abertas" no Mar do Japão, detalhou a KCNA.

O exército da Coreia do Sul calculou o alcance do míssil em 6.200 quilômetros, muito além da estimativa para o Hwasong-15, que Pyongyang testou em outubro de 2017.

O projétil caiu na zona econômica exclusiva do Japão, que provocou uma resposta furiosa de Tóquio. A KCNA garante que o lançamento foi feito "no modo vertical em consideração à segurança dos países vizinhos".

"A Coreia do Norte fez um progresso qualitativo importante", declarou à AFP o analista de segurança Ankit Panda.

"Os norte-coreanos estão no limiar de aumentar significativamente a ameaça aos Estados Unidos", advertiu, antes de apontar que este ICBM pode transportar várias ogivas e evitar de maneira mais fácil os sistemas de defesa antimísseis.

Seul, Washington e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticaram o lançamento, que violou as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que se reunirá nesta sexta-feira em caráter de emergência.

- Ruptura da moratória -

Apesar das sanções internacionais mais severas por seu programa armamentista e nuclear, a Coreia do Norte executou uma dezena de testes desde o início do ano.

Pyongyang suspendeu oficialmente os testes de longo alcance enquanto o dirigente Kim Jong Un participava em negociações de alto nível com o então presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Mas as conversações fracassaram em 2019 e estão paralisadas desde então.

O país havia alertado este ano que poderia abandonar a moratória, enquanto Washington e Seul alertaram que o disparo de um ICBM estava sendo preparado, com lançamentos de componentes do Hwasong-17 camuflados como satélites.

Na semana passada, a Coreia do Sul relatou um teste fracassado no mesmo aeroporto de Pyongyang: o projétil teria explodido no céu da capital. Analistas afirmaram que era o Hwasong-17.

A KCNA indicou que o teste mais recente demonstrou que a arma atende aos "requisitos de design" e pode ser usada "em tempos de guerra".

"Este teste parece 'compensar' o lançamento frustrado da semana passada", declarou à AFP Soo Kim, analista da Rand Corporation e ex-funcionária da CIA. "O regime parece bastante satisfeito com o resultado", acrescentou.

Os avanços acontecem às vésperas do 110º aniversário do nascimento de Kim Il Sung, fundador da Coreia do Norte e avô do atual líder, em 15 de abril. O regime costuma usar as efemérides para demonstrar sua capacidade militar.

Também ocorrem em um momento instabilidade internacional e regional, consequência do conflito na Ucrânia e do período de transição na Coreia do Sul até a posse do presidente eleito Yoon Suk-yeol em maio.

A Coreia do Norte disparou um projétil não identificado nesta quarta-feira (16) que, ao que parece, falhou logo após o lançamento, anunciou o exército da Coreia do Sul, ao mesmo tempo que analistas advertem que o país pode ter testado um míssil intercontinental.

O lançamento, o 10º da Coreia do Norte desde o início do ano, aconteceu depois que o governo dos Estados Unidos alertou que Pyongyang se prepara para disparar um míssil balístico intercontinental (ICBM) "a pleno alcance" pela primeira vez desde 2017.

"A Coreia do Norte disparou um projétil não identificado da área de Sunan por volta das 9h30 de hoje (21h30 de terça-feira no horário de Brasília), mas presume-se que tenha falhado imediatamente após o lançamento", afirmou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em comunicado.

A imprensa japonesa também informou que a Coreia do Norte lançou um possível míssil balístico, citando uma fonte anônima do ministério da Defesa.

O canal nipônico NHK afirmou que funcionários de alto escalão do governo se reuniram no gabinete do primeiro-ministro Fumio Kishid para discutir a situação.

Este seria o 10º teste de armas de Pyongyang em 2022, após o lançamento de sete mísseis e dois dispositivos que a Coreia do Norte descreveu como "satélites de reconhecimento".

Seul e Washington afirmaram na semana passada que os disparos eram parte de um novo sistema de mísseis balísticos intercontinentais que nunca havia sido testado.

A Coreia do Norte já está sob sanções internacionais por seus programas de mísseis e armas nucleares, mas o governo dos Estados Unidos ameaçou adotar punições adicionais por estes novos testes.

Pyongyang deseja ter um ICBM capaz de transportar múltiplas ogivas e Washington advertiu na semana passada que os testes dos últimos meses representam uma "grave escalada" do programa armamentista.

- Míssil monstro? -

O Norte executou três testes de ICBM, o mais recente em novembro de 2017 com um Hwasong-15, considerado potente o suficiente para atingir o território norte-americano.

Mas o país acatou uma moratória autoimposta sobre testes de armas nucleares e de longo alcance desde 2017, quando o dirigente Kim Jong Un iniciou movimentos diplomáticos, incluindo um diálogo fracassado com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Os sinais indicam que o Norte disparou hoje (quarta-feira) um Hwasong-17", declarou à AFP Cheong Seong-chang, pesquisador do Sejong Institute.

O projétil foi apresentado pela primeira vez em um desfile militar em outubro de 2020 e foi chamado por analistas de "míssil monstro".

De acordo com Cheong, a tensão política internacional torna "pouco provável que a Rússia aceite sanções adicionais contra o Norte caso o país execute tal teste, devido à invasão da Ucrânia, então Pyongyang parece ter considerado o momento propício para prosseguir".

A falha no lançamento será examinada por Pyongyang e o regime norte-coreano pode precisar de mais três testes para garantir o funcionamento do míssil, disse o pesquisador.

"Acredito que o Norte fará um ou dois lançamentos de testes até 15 de abril", acrescentou.

A Coreia do Norte celebrará em abril o 110º aniversário do nascimento de Kim Il Sung, fundador do país, e o atual líder geralmente comemora as datas importantes com desfiles militares ou testes de armas.

O professor Ahn Chan-il, especialista em Coreia do Norte, declarou à AFP que o fracasso do lançamento de quarta-feira é um indício de que "não era um míssil comum".

Ele acrescentou que o momento é importante porque coincide com a transição presidencial na Coreia do Sul e com a guerra na Ucrânia.

A Coreia do Norte, que assegura estar desenvolvendo um programa de satélites, fabricou um enorme míssil conhecido como 'monstro', que poderia ser testado em abril, o que modificaria o equilíbrio de forças na região e desafiaria o novo presidente da Coreia do Sul, segundo os analistas.

O líder norte-coreano, Kim Jong Un, disse no ano passado que melhorar as capacidades militares do país era um objetivo primordial para o regime. Desde janeiro, a Coreia do Norte realizou nove testes de mísseis, um recorde em tão pouco tempo.

Entre as suas prioridades está o desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) capaz de transportar várias ogivas convencionais ou nucleares, cada uma seguindo uma trajetória independente, o que o tornaria difícil de ser interceptado pelos sistemas antimísseis dos Estados Unidos.

O projétil autopropulsado e guiado eletronicamente, o Hwasong-17, recebeu o apelido de "míssil monstro" pelos analistas militares e foi exibido em um desfile em Pyongyang em outubro de 2020, mas ainda não foi efetivamente testado.

Contudo, Estados Unidos e Coreia do Sul acusam o regime da Coreia do Norte de ter testado alguns componentes do mesmo recentemente, sob o pretexto de que seriam testes para o lançamento de satélites.

A Coreia do Norte mantém uma moratória autoimposta sobre os lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais desde 2017. Porém, as sanções internacionais, impostas em represália a seu programa de mísseis e armas nucleares, continuam tendo muito peso sobre sua economia. As negociações estão estagnadas e muitos especialistas preveem uma mudança iminente.

"Acredito que a moratória passou. Deveríamos esperar uma retomada dos testes de mísseis balísticos intercontinentais", opinou o especialista em segurança internacional, Ankit Panda.

Dois testes, realizados em 27 de fevereiro e 5 de março, "parecem ter utilizado partes, e até mesmo a totalidade do motor de foguete que vimos no ICBM Hwasong-17", explicou.

Panda tampouco descarta a possibilidade de que esses dois testes estejam relacionados com o dispositivo que permite "levar várias ogivas para atacar diferentes alvos com o mesmo míssil".

Por ora, a Coreia do Norte ainda não deu mostras de que domina esta tecnologia, mas já fez três testes com mísseis balísticos intercontinentais, capazes de alcançar a costa oeste dos Estados Unidos, em 2017.

'Dia do Sol'

A maioria dos analistas espera que a data escolhida para o lançamento do "míssil monstro" seja 15 de abril, o "Dia do Sol", que marca o aniversário de 110 anos de nascimento do fundador do país, Kim Il Sung, a data mais importante do calendário político norte-coreano.

Este possível teste aconteceria em um momento delicado na região, após a eleição do conservador Yoon Suk-yeol como presidente da Coreia do Sul, que sucederá em maio Moon Jae-in, que é favorável ao degelo com o Norte.

Yoon defende a firmeza nas relações com o país vizinho e, inclusive, tachou Kim Jong Un de "menino mal-educado" e prometeu "lhe ensinar boas maneiras". Além disso, não descartou realizar um ataque preventivo contra a Coreia do Norte.

Essa intransigência poderia aumentar a tensão entre os dois países, segundo Yang Moo-jin, professor da Universidade de Estudos sobre a Coreia do Norte. Provavelmente serão adotadas novas sanções após o teste do supermíssil, "ao que Pyongyang responderá com mais testes de armas", vaticina.

Os Estados Unidos, por sua vez, acusam a Coreia do Norte de preparar este lançamento "potencialmente disfarçado de operação espacial" e denunciou que se tratava de uma "grave escalada".

Kim Jong Un visitou na quinta-feira (10) o centro de testes de satélites da Coreia do Norte e pediu sua modernização e expansão, segundo os meios estatais norte-coreanos.

Alguns analistas, no entanto, consideram excessivas as reações de Estados Unidos e Coreia do Sul, e ressaltam que a Coreia do Norte tem o direito de desenvolver um programa espacial, apesar de os foguetes para uso civil possuírem muitas similitudes com os mísseis balísticos intercontinentais.

A Coreia do Norte disparou um "projétil não identificado" - informaram as Forças Armadas sul-coreanas neste domingo (27), após um mês sem lançamentos por parte do regime comunista, durante os Jogos Olímpicos de Pequim.

Trata-se do oitavo lançamento do ano por parte da Coreia do Norte. Segundo analistas, os testes foram interrompidos neste período, possivelmente, em deferência à sua única aliada, a China.

De acordo com as Forças Armadas sul-coreanas, um míssil balístico foi disparado, às 7h52 locais (19h52 de sábado em Brasília), de Pyongyang para o mar do Japão. "A Coreia do Norte disparou um projétil não identificado para o leste", anunciou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

"O último míssil balístico teve um alcance de cerca de 300 quilômetros e uma altitude em torno de 620 quilômetros. Os detalhes estão sob análise das Inteligências sul-coreana e americana", completou o comunicado militar.

A casa presidencial sul-coreana manifestou "profunda preocupação e grave pesar" e criticou o momento do teste, "quando o mundo faz esforços para resolver a guerra na Ucrânia".

O Japão também confirmou o lançamento deste domingo. Em entrevista à AFP, um porta-voz do Ministério da Defesa se referiu a um disparo "potencial de míssil balístico", procedente da Coreia do Norte, sem especificar quantos. A Guarda Costeira japonesa emitiu um aviso aos navegantes sobre "um potencial míssil balístico possivelmente lançado da Coreia do Norte".

Mundo se volta para Ucrânia

Com a comunidade internacional concentrada na invasão da Rússia à Ucrânia, os analistas já esperavam que Pyongyang aproveitasse esta oportunidade para retomar seus testes.

"Com o interesse americano voltado para a crise na Ucrânia, e o Conselho de Segurança da ONU incapaz de funcionar, Pyongyang aproveita a oportunidade", disse à AFP Shin Beom-chul, pesquisador do Korea Research Institute for National Strategy.

O ministro japonês das Relações Exteriores, Masayoshi Hayashi, falando sobre a Ucrânia, ao vivo, em um canal de televisão, quando surgiu a notícia da Coreia.

"Esta situação na Ucrânia não é algo que fique apenas na Ucrânia, ou na Europa. Pode afetar, potencialmente, o mundo todo, na região do Indo-Pacífico, ou na Ásia Oriental, do nosso ponto de vista", disse Hayashi.

O Japão se juntou à bateria de sanções impostas à Rússia por Estados Unidos, União Europeia e outros países ocidentais. A Coreia do Sul também manifestou sua intenção de fazer o mesmo e acompanha de perto a situação.

Os novos lançamentos norte-coreanos acontecem em um momento complexo para a península, já que a Coreia do Sul se prepara para sua eleição presidencial em 9 de março.

O presidente em final de mandato, Moon Jae-in, que buscou, repetidas vezes, negociações de paz com Kim durante seu mandato de cinco anos, alertou que a península pode facilmente entrar em uma nova crise.

"Se os lançamentos de mísseis da Coreia do Norte chegarem a romper a moratória sobre os mísseis de longo alcance, a península coreana cairá, instantaneamente, no estado de crise que enfrentamos há cinco anos", disse ele, em entrevista este mês aos correspondentes de veículos estrangeiros, entre eles a AFP.

Especialistas afirmam que Pyongyang poderia usar sua próxima data-chave, o 110º aniversário do nascimento do falecido líder Kim Il-sung, em 15 de abril, para fazer um importante teste de armas.

Em janeiro, Pyongyang fez um número recorde de sete testes de armas, que incluíram o disparo de seu míssil mais potente desde 2017, quando Kim Jong-un tentou provocar o então presidente americano, Donald Trump, antes de iniciar uma negociação que fracassou dois anos depois e segue paralisada.

Nos últimos meses, o isolado regime comunista intensificou seus testes militares e, em janeiro, ameaçou abandonar a moratória autoimposta sobre os testes de mísseis nucleares e intercontinentais, suspensos em 2017.

A Coreia do Norte disparou neste domingo (noite de sábado, 29, no Brasil) "um projétil não identificado" no mar do Leste, também conhecido como Mar do Japão, informou o exército da Coreia do Sul.

Trata-se do sétimo ensaio militar em 2022 da Coreia do Norte, que não realizava tantos testes com armamentos em um mês desde 2019, logo após fracassarem as negociações entre seu líder, Kim Jong Un, e o então presidente americano, Donald Trump.

"A Coreia do Norte disparou um projétil não identificado no Mar do Leste", informou em um comunicado o estado-maior conjunto sul-coreano.

O serviço da guarda costeira japonesa também informou a detecção de "um possível míssil balístico" norte-coreano.

Desde o colapso dos diálogos com o Trump, as negociações entre Pyongyang e Washington com os Estados Unidos ficaram estagnadas e o país asiático afundou economicamente devido às sanções internacionais e a um bloqueio autoimposto ao exterior para proteger sua população da covid-19.

Nesta semana, Pyongyang realizou dois testes com projéteis e fez outros quatro este mês, inclusive um que definiu com mísseis hipersônicos nos dias 5 e 11 de janeiro.

Nesta sexta, veículos de comunicação estatais divulgaram imagens de Kim Jong Un, vestindo seu habitual blazer preto de couro, visitando com outros oficiais uma fábrica de munições que, segundo estas informações, estava produzindo "um importante sistema armamentístico".

Em um discurso perante o partido em dezembro, Kim Jong Un reafirmou a intenção de avançar na modernização de seu arsenal e em janeiro o regime insinuou uma retomada dos testes com armas nucleares e mísseis intercontinentais, que suspendeu em 2017.

Os primeiros testes realizados este ano levaram os Estados Unidos a ampliar o regime de sanções contra Pyongyang que, no entanto, respondeu intensificando ainda mais o lançamento de mísseis.

Esta série de testes ocorre em um momento delicado para a região. O principal aliado da Coreia do Norte, a China, se prepara para inaugurar em alguns dias os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim e a Coreia do Sul terá eleições presidenciais em março.

Internamente, a Coreia do Norte se prepara para comemorar em fevereiro o 80º aniversário de nascimento do pai de Kim, o falecido Kim Jong Il, e os 110 anos de seu avô, o fundador do pais, Kim Il Sung, em abril.

Alguns especialistas também apontam a necessidade do regime de promover uma propaganda positiva perante sua população que, segundo alguns informes, estaria enfrentando uma fome crescente e uma forte inflação dos produtos alimentícios.

A Coreia do Norte confirmou dois testes de mísseis esta semana, parte de uma intensa série de lançamentos desde o início do ano, e anunciou a visita do líder Kim Jong Un a uma "importante" fábrica de munições.

Pyongyang executou seis testes durante o mês, incluindo lançamentos de mísseis hipersônicos, parte do plano de Kim de acelerar o programa armamentista, ao mesmo tempo que ignora as ofertas do governo dos Estados Unidos para um diálogo.

A agência oficial norte-coreana KCNA informou que na terça-feira o país testou mísseis de cruzeiro de longo alcance que atingiram "uma ilha alvo a 1.800 km de distância" no Mar do Leste, também conhecido como Mar do Japão.

E na quinta-feira, o regime comunista, que possui armamento nuclear, lançou "dois mísseis táticos guiados" que atingiram outra "ilha alvo", em uma demonstração de que "poder explosivo das ogivas convencionais cumprem os requisitos de design", afirmou a KCNA.

A série de lançamentos, uma das mais intensas registradas em um mês, acontece depois de Kim ter ratificado o compromisso com o desenvolvimento militar durante um discurso em dezembro.

Washington respondeu com novas sanções, mas a reação de Pyongyang foi intensificar o programa e insinuar na semana passada uma possível retomada dos testes de armas nucleares e intercontinentais, após uma moratória de vários anos.

Nesta sexta-feira, a KCNA publicou imagens de Kim durante uma inspeção a uma fábrica de munições, que segundo a agência produz "um importante sistema armamentista". O dirigente aparece ao lado de outros oficiais que tiveram os rostos pixelados.

Kim disse que "aprecia muito" o papel da fábrica em seu programa de armas, afirmou a agência. "A fábrica tem uma posição muito importante e um dever na modernização das Forças Armadas do país", acrescentou.

A agência não informou se Kim compareceu a algum teste esta semana, mas outro meio de comunicação estatal afirmou que ele visitou uma fazenda próxima ao local de lançamento dos mísseis na quinta-feira.

- Melhorar o arsenal -

Os testes de janeiro fazem parte do plano quinquenal para "melhorar o arsenal estratégico", disse à AFP Hong Min, do Instituto Coreano para a Unificação Nacional em Seul.

"Os mísseis de cruzeiro disparados na terça-feira são uma extensão do mesmo tipo de mísseis lançados desde o final de setembro, com melhorias em alcance e velocidade", acrescentou.

O analista indica que os testes também respondem ao avanço do arsenal da Coreia do Sul, que em 2021 testou mísseis supersônicos e lançados de submarinos.

"O Norte demonstra que também desenvolve mísseis para contra-atacar o que o Sul tem em seu poder", disse Hong Min.

Os testes ocorrem em um momento delicado para a região, com a China, o único grande aliado da Coreia do Norte, se preparando para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno em fevereiro e a Coreia do Sul organizando as eleições presidenciais de março.

A nível interno, a Coreia do Norte se prepara para comemorar o 80º aniversário de nascimento do pai de Kim, o falecido Kim Jong Il, em fevereiro, e o 110º aniversário de seu avô, o fundador do país, Kim Il Sung, em abril.

A necessidade de celebrar "tantos aniversários importantes" ajuda a explicar os testes, disse o analista Ankit Panda. "Devemos esperar um primeiro semestre turbulento", acrescentou.

Panda também afirma que Pyongyang busca "propaganda positiva" entre seus cidadãos, que sofrem as consequências da severa crise econômica provocada pelas sanções internacionais e o bloqueio autoimposto pela pandemia.

A Coreia do Norte informou, nesta terça-feira (18), o lançamento de dois mísseis táticos guiados no dia anterior, em seu quarto teste de armas desde o início do ano.

Esta reativação do programa de armas norte-coreano levou os Estados Unidos a imporem novas sanções ao regime, que continua, no entanto, a rejeitar as ofertas de negociação de Washington.

Pyongyang respondeu às novas sanções, enfatizando seu "direito legítimo" de se defender e, em 2022, já testou mísseis hipersônicos, mísseis táticos guiados e projéteis lançados de uma plataforma ferroviária.

Denunciado no dia anterior pela Coreia do Sul, o teste mais recente envolveu dois "mísseis táticos guiados" que "atingiram precisamente uma ilha-alvo no Mar do Leste da Coreia", segundo a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.

O lançamento "confirmou a precisão, segurança e eficiência operacional do sistema de mísseis em produção", acrescentou.

Na véspera, o Exército sul-coreano havia reportado o lançamento de dois supostos "mísseis balísticos de curto alcance", lançados de perto de Pyongyang, que teriam viajado 380 quilômetros a uma altitude de 42 km. O Japão também detectou os disparos.

Essa espiral de novos testes ocorre em um momento delicado na região. A China, principal aliada de Pyongyang, sediará os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em pouco mais de duas semanas, e a Coreia do Sul se prepara para as eleições presidenciais em março.

O regime norte-coreano aproveita a desculpa das sanções dos Estados Unidos para realizar testes planejados previamente para diminuir sua distância em termos de armamentos com o Sul, segundo um analista.

Pyongyang "está muito distante neste momento em sua rivalidade com Seul", aponta Cheong Seong-chang, do Centro de Estudos da Coreia do Norte do Instituto Sejong.

"Mesmo que tenha a bomba nuclear, não está em condições de usá-la, a menos que seja atacado primeiro e só pode usar armas convencionais para um possível conflito militar na área de fronteira", ressalta.

Por enquanto, as negociações com os Estados Unidos estão "fora da mesa", já que Pyongyang não vai aceitá-la até que Seul e Washington suspendam seus exercícios militares conjuntos - algo que a Casa Branca descartou, acrescenta.

Na segunda-feira, os Estados Unidos pediram à Coreia do Norte que encerre "suas atividades desestabilizadoras e ilegais" e exortou o líder Kim Jong-un a retornar ao diálogo "sem pré-condições".

Acelerado desde setembro, seu programa militar não esconde a crítica situação econômica do país, mergulhado em sanções internacionais e pelo autoconfinamento imposto para impedir a propagação do coronavírus.

Na tentativa de aliviar esta situação, o comércio transfronteiriço com a China foi restabelecido no domingo. Foi o primeiro comboio de mercadorias da Coreia do Norte enviado para o gigante asiático desde o início de 2020.

A Coreia do Norte lançou, nesta segunda-feira (17), dois novos projéteis - provavelmente mísseis balísticos, segundo Seul - em seu quarto teste de armas desde o início do ano.

Pyongyang acelerou, nas últimas semanas, seus testes de armas, com o regime de Kim Jong Un buscando fortalecer as capacidades militares do país - sujeito a pesadas sanções internacionais, enquanto recusa ofertas de diálogo dos Estados Unidos.

Os dois "mísseis balísticos de curto alcance" foram lançados de um aeroporto perto de Pyongyang nesta segunda-feira pouco antes das 09h00 (21h00 de domingo no horário de Brasília), e percorreram 380 km a uma altitude de 42 km, de acordo com o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

Esses novos lançamentos ocorrem em um momento delicado para a região, com eleições presidenciais marcadas para março na Coreia do Sul, enquanto a China, único grande aliado da Coreia do Norte, se prepara para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno no próximo mês.

A frequência e variedade dos testes mostram que a Coreia do Norte está "tentando melhorar sua tecnologia e capacidades operacionais para realizar ações secretas, de maneira que outros países tenham dificuldades em detectar os sinais preparatórios de um lançamento", comentou o ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, em coletiva de imprensa.

"O notável desenvolvimento da tecnologia de mísseis da Coreia do Norte não pode ser ignorado, para a segurança do Japão e da região", alertou.

A Coreia do Norte afirmou ter testado com sucesso mísseis hipersônicos, uma arma particularmente sofisticada, em 5 e 11 de janeiro, sendo o segundo lançamento supervisionado pelo próprio Kim Jong Un.

Os mísseis hipersônicos podem atingir cinco vezes a velocidade do som, ou mais. São mais rápidos e manobráveis do que os mísseis padrão, tornando-os mais difíceis de interceptar pelos sistemas de defesa, nos quais os Estados Unidos gastam bilhões de dólares.

Os Estados Unidos responderam, na semana passada, com novas sanções, o que Pyongyang chamou de "provocação".

- "Reação certa" -

Se "os Estados Unidos adotarem tal atitude de confronto, a RPDC (República Popular e Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte) será forçada a uma reação certa e mais forte", advertiu um porta-voz do governo norte-coreano na sexta-feira.

Em seu plano de defesa para os próximos cinco anos, apresentado em janeiro de 2021, a Coreia do Norte citou os mísseis hipersônicos como sua prioridade número um, já que o diálogo com os Estados Unidos sobre seu programa balístico e nuclear permanece paralisado.

O país atravessa uma grave crise econômica, agravada pelas sanções e pelo fechamento de suas fronteiras em nome do combate à covid-19, e o regime “precisa apresentar algo aos norte-coreanos”, estima Cheing Seong-chang, do Centro de Estudos Norte-coreanos do Instituto Sejong.

Pyongyang procura impressionar a população com inovação militar, pois "ficou claro que o Norte terá que lutar no campo econômico", acrescenta este analista.

Um trem de carga norte-coreano cruzou a ponte internacional sobre o rio Yalu no fim de semana passado e entrou na China, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap. Um evento que pode significar a retomada do comércio entre os dois países, suspenso desde o início da pandemia, há cerca de dois anos.

"O momento escolhido sugere que Pequim é mais do que cúmplice das provocações de Pyongyang", estima Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha em Seul. Segundo ele, "a China apoia economicamente a Coreia do Norte e coordena com ela do ponto de vista militar".

A Coreia do Norte lançou um "suposto projétil balístico" ao Mar do Leste, disseram as forças armadas sul-coreanas citadas pela agência de notícias Yonhap, menos de uma semana depois que Pyongyang testou um míssil hipersônico.

"Nossas forças armadas detectaram um possível míssil balístico disparado pela Coreia do Norte em terra ao Mar do Leste" nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (11), informou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em um comunicado.

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O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, confirmou o ocorrido e disse a jornalistas que a Coreia do Norte lançou "um objeto que poderia ser um míssil balístico".

O lançamento ocorreu depois que seis países, incluindo os Estados Unidos e o Japão, pediram à Coreia do Norte que cesse as "ações desestabilizadoras" antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir o teste do míssil que Pyongyang chamou de "hipersônico".

"É extremamente lamentável que a Coreia do Norte continua lançando mísseis", completou Kishida.

França, Reino Unido, Irlanda e Albânia fortaleceram a crítica e pediram para que Pyongyang "participe de um diálogo condizente com nossa meta compartilhada de uma desnuclearização completa.

Analistas indicaram que o Norte pode ter programado o lançamento para coincidir com a reunião da ONU.

"O lançamento tem motivações políticas e militares", declarou à AFP Shin Beom-chul, pesquisador do Instituto de Pesquisa da Coreia para Estratégia Nacional.

"A Coreia do Norte continua realizando testes para diversificar seu arsenal nuclear, mas programou este lançamento no dia da reunião do Conselho de Segurança para maximizar seu impacto político", acrescentou.

A frequência dos testes indica que Pyongyang poderá realizar outros lançamentos antes dos Jogos de Inverno de Pequim, em fevereiro, disse Park Won-gon, professor da Ewha Womans University, em Seul.

O Norte foi vetado dos Jogos de Pequim depois de não participar dos Jogos de Tóquio devido à preocupações com a covid-19.

- Expansão bélica -

Na década desde que Kim Jong Un assumiu o poder, a Coreia do Norte tem visto um rápido avanço na tecnologia militar, pelo qual enfrenta sanções internacionais.

Apesar das grandes dificuldades econômicas sofridas durante a pandemia do coronavírus, Kim insiste em fortalecer a capacidade bélica de seu país.

Em 2021, a Coreia do Norte disse que testou com sucesso um novo tipo de míssil balístico lançado por submarino, uma arma lançada por trem e a ogiva hipersônica.

Mas a Coreia do Sul questionou o fato do Norte ter uma ogiva hipersônica, dizendo que o teste da semana passada mostrou progresso limitado em relação aos mísseis balísticos existentes de Pyongyang.

Em uma reunião do partido governista norte-coreano em dezembro, Kim prometeu continuar a fortalecer o aparato militar norte-coreano.

Enquanto isso, o diálogo entre Washington e Pyongyang continua paralisado após o colapso das negociações de Kim com o então presidente Donald Trump em 2019.

Sob a atual administração norte-americana de Joe Biden, Washington expressou sua vontade de se reunir com as autoridades norte-coreanas, enquanto insiste em sua desnuclearização.

No entanto, Pyongyang descartou a proposta, acusando Washington de buscar políticas "hostis".

A Coreia do Norte enfrenta várias sanções internacionais por seus programas nucleares e de mísseis balísticos.

A Coreia do Norte lançou no mar um míssil balístico a partir de um submarino, informou nesta terça-feira (19) o exército sul-coreano, no mais recente de uma série de testes bélicas de Pyongyang nas últimas semanas.

"Nosso exército detectou um míssil balístico de curto alcance não identificado, que suspeitamos ser um SLBM, disparado pela Coreia do Norte", afirmou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em um comunicado.

SLBM é a a sigla em inglês para Míssil Balístico Lançado de Submarino.

Coreia do Sul e Estados Unidos tinham indícios de que a Coreia do Norte estaria desenvolvendo um SLBM, depois que o país fez um lançamento subaquático recentemente, embora analistas acreditem que Pyongyang executou a operação a partir de uma plataforma submersa e não de um submarino.

A península vive uma espécie de corrida armamentista, desde que o Sul lançou em setembro seu primeiro SLBM e apresentou seu primeiro míssil de cruzeiro supersônico.

O míssil foi disparado da localidade costeira de Sinpo em direção ao mar da península, informou o Estado-Maior Conjunto do Sul.

Sinpo é um grande estaleiro naval e fotografias de satélites apontaram a presença de submarinos na região.

Após o lançamento desta terça-feira, a presidência sul-coreana anunciou a convocação de uma reunião do Conselho Nacional de Segurança.

O governo dos Estados Unidos condenou o lançamento e exigiu que a Coreia do Norte "abstenha-se de qualquer outra ação desestabilizadora".

"Estamos a par do lançamento esta manhã de um míssil balístico norte-coreano no Mar do Japão e mantemos consultas muito próximas com a República da Coreia (do Sul) e Japão", afirmou o Comando do Indo-Pacífico dos Estados Unidos em um comunicado, que também informa que o disparo "não representa uma ameaça imediata para as pessoas ou território americano, ou nossos aliados".

A Coreia do Norte, que possui armas nucleares, testou nas últimas semanas mísseis de cruzeiro de longo alcance, uma arma lançada a partir de um trem e o que anunciou como um míssil hipersônico, o que provocou uma consternação internacional.

Também organizou uma rara exibição de armas que incluiu o gigantesco míssil balístico internacional, apresentado em um desfile militar noturno no ano passado.

O dirigente Kim Jong Un, cujo governo estimulou um avanço rápido da tecnologia militar, culpou na semana passada os Estados Unidos pelas tensões provocadas pelos testes de armas e negou ter intenções hostis.

- Via diplomática -

O país enfrenta sanções internacionais por seus programas de armas nucleares e balísticas.

O lançamento mais recente coincidiu com o pedido deum enviado americano para iniciar negociações com Pyongyang.

"Buscaremos a via diplomática com a RPDC (República Popular Democrática da Coreia) para aumentar a segurança dos Estados Unidos e de nossos aliados", declarou Sung Kim, representante especial de Washington para a Coreia do Norte que se referiu ao país com a sigla de seu nome oficial.

"Não temos nenhuma intenção hostil a respeito da RPDC e esperamos nos reunir em breve com eles, sem condições", afirmou.

Ao mesmo tempo, ele explicou que os aliados têm "a responsabilidade de implementar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU", em referência às sanções internacionais.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, pressiona para que os dois países divulguem uma declaração formal de que a Guerra da Coreia terminou: as hostilidades chegaram ao fim em 1953 com um armistício, não com um tratado de paz.

Kim Jong Un se reuniu três vezes com o ex-presidente americano Donald Trump, que afirmou ter impedido uma guerra, mas não alcançou um acordo para acabar com o programa nuclear norte-coreano.

O processo de conversações está paralisado desde que um encontro no Vietnã terminou em fracasso pelas divergências sobre a suspensão das sanções e o que Pyongyang ofereceria em troca.

O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu buscar a desnuclearização por meio da diplomacia.

Coreia do Norte e Coreia do Sul restabeleceram nesta segunda-feira (4) a linha de comunicação transfronteiriça, que estava interrompida desde agosto por decisão de Pyongyang, informou Seul. O ministério sul-coreano da Unificação afirmou em comunicado que oficiais dos dois países conversaram por telefone durante esta manhã.

A restauração ocorre poucos dias depois de Pyongyang despertar preocupação internacional com uma série de testes de mísseis no período de algumas semanas, o que levou o Conselho de Segurança (CS) da ONU a realizar uma reunião de emergência. "Com a restauração da linha de comunicação Sul-Norte, o governo (de Seul) avalia que uma base foi estabelecida para a recuperação da relação intercoreana", acrescentou a pasta. "O governo espera (...) retomar rapidamente o diálogo e iniciar discussões práticas para recuperar as relações intercoreanas", destaca a nota.

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Horas antes, o líder norte-coreano Kim Jong-Un "expressou a intenção de restaurar as linhas de comunicação Norte-Sul", cortadas há dois meses em protesto contra os exercícios militares conjuntos entre Coreia do Sul e EUA, informou a agência estatal KCNA.

As duas Coreias afirmaram em 27 de julho que todas as linhas haviam sido restauradas. O anúncio conjunto, que coincidiu com o aniversário do fim da Guerra da Coreia, foi o primeiro fato positivo desde 2018 quando uma série de reuniões entre Kim e o presidente do Sul, Moon Jae-in, terminaram sem qualquer avanço significativo. Mas a aproximação foi interrompida duas semanas depois, quando o Norte parou de atender às ligações em agosto, em resposta a exercícios militares do Sul com os Estados Unidos.

Desde então, o Norte executou uma série de testes de mísseis, o que provocou grande preocupação na comunidade internacional. Em setembro, o país lançou um míssil de cruzeiro de longo alcance, o que anunciou como um míssil hipersônico, que o Sul afirmou que está na fase inicial de desenvolvimento. Na sexta-feira passada dia 1º, Pyongyang anunciou o lançamento de um novo míssil antiaéreo.

A Coreia do Norte criticou no domingo (3) a reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para abordar seus testes e acusou os países membros de brincar com uma "bomba-relógio".

O analista Park Won-gon, professor de Estudos Norte-Coreanos na Ewha Womans University, minimizou a importância da restauração da linha de comunicação, que representa apenas um gesto "simbólico". "Mesmo se isto levar a negociações, poderíamos entrar em uma fase na qual a Coreia do Norte participa do diálogo, mas continua fazendo provocações de forma simultânea", disse.

Linhas diretas

As linhas diretas são uma ferramenta rara para fazer a ponte entre os rivais. O Ministério da Defesa de Seul disse que as linhas diretas contribuíram para evitar confrontos inesperados e que a sua reabertura conduziria, espera-se, a um abrandamento substancial da tensão militar.

O Ministério da Unificação, responsável pelos assuntos intercoreanos, manifestou a esperança de poder retomar em breve o diálogo sobre formas de recuperar as relações e promover a paz.

Ainda não ficou claro se a sua reconexão facilitaria qualquer regresso significativo às conversações destinadas a desmantelar os programas nucleares e de mísseis do Norte em troca do alívio das sanções dos EUA.

Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano afirmou que apoia fortemente a cooperação intercoreana, chamando as linhas reconectadas de "uma componente importante na criação de um ambiente mais estável na Península Coreana". (Com agências internacionais).

A Coreia do Norte e a Coreia do Sul restabeleceram seus canais de comunicação transfronteiriça, com a primeira chamada telefônica entre autoridades desde agosto, anunciou Seul nesta segunda-feira (domingo, 3, no Brasil).

A restauração ocorre poucos dias depois que Pyongyang despertou preocupação internacional com uma série de testes de mísseis no espaço de algumas semanas, levando o Conselho de Segurança da ONU a realizar uma reunião de emergência.

O Ministério de Unificação sul-coreano confirmou em nota que oficiais das duas Coreias se falaram por telefone na manhã de segunda.

"Com a restauração da linha de comunicação Sul-Norte, o governo avalia que uma base para a recuperação das relações inter-coreanas foi fornecida", disse a pasta.

"O governo espera (...) retomar rapidamente o diálogo e iniciar discussões práticas para recuperar as relações inter-coreanas", acrescentou.

Na segunda-feira, o líder norte-coreano Kim Jong Un "expressou a intenção de restaurar as linhas de comunicação Norte-Sul que haviam sido cortadas", afirmou a KCNA, relatando que a mudança foi uma tentativa de estabelecer "uma paz duradoura" na península coreana.

As duas Coreias sinalizaram um surpreendente degelo nas relações no final de julho ao anunciarem a restauração das comunicações transfronteiriças, que haviam sido interrompidas mais de um ano antes.

Mas a trégua durou pouco, pois a Coreia do Norte parou de atender ligações apenas duas semanas depois.

Os Estados Unidos afirmaram nesta quarta-feira (29) que não têm "nenhuma intenção hostil" em relação à Coreia do Norte, e que permanecem abertos à ideia de negociar, depois que Kim Jong Un chamou uma oferta de Washington de "não mais do que um truque mesquinho".

Kim acusou o governo do presidente Joe Biden de seguir uma política hostil contra sua nação, com armas nucleares, apesar de Washington ter repetidamente se oferecido para se reunir com autoridades norte-coreanas sem pré-condições.

"Os Estados Unidos não têm nenhuma intenção hostil", afirmou um porta-voz do Departamento de Estado. "Nossa política exige um enfoque calibrado e prático, que busque uma diplomacia séria e permanente com a Coreia do Norte, a fim de obter um progresso tangível, que aumente a segurança dos Estados Unidos, dos nossos aliados e das nossas forças em campo."

"Estamos dispostos a nos reunir com a Coreia do Norte sem condições. Esperamos que aquele país responda positivamente à nossa aproximação", acrescentou o porta-voz, ressaltando que Washington apoia a "cooperação intercoreana" como ajuda à estabilidade na península.

Kim expressou vontade de restabelecer as linhas de comunicação entre Norte e Sul no começo de outubro.

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