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Dados do Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (1º), mostram aumento do número de casos de gripe em adultos. Os casos estão associados à influenza A, sendo a maioria por H1N1, vírus que pode ser combatido pela vacina contra a gripe. A análise considera registros até o dia 22 de maio. 

O coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, avalia que é significativo o crescimento de diagnósticos de gripe e por outro lado a queda de casos de Covid-19, na mesma faixa etária. "Nas últimas quatro semanas, essa atualização mais recente, 31% dos casos na população a partir de 15 anos estão associados ao influenza A", disse.

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Crianças 

Já em relação às crianças, Marcelo Gomes destaca o crescimento também importante de novos casos semanais e de internações por Vírus Sincicial Respiratório, que vem se mantendo desde o mês de abril. "Em diversos estados do país, a gente vem mantendo o ritmo de aumento no número de internações no público infantil até quatro anos de idade, especialmente nas crianças até dois anos", explicou. 

Das 27 unidades federativas, 19 apresentam tendência de crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Entre as capitais, o número chega a 14. 

Campanha contra Gripe

Apenas 40% do público-alvo tomaram a vacina contra a gripe no país. Em função da baixa procura, a Campanha Nacional de Vacinação, que terminaria nessa quarta-feira, foi prorrogada em ao menos sete estados, entre eles Rio de Janeiro e São Paulo.

Todas as pessoas com mais de seis meses de idade podem ser imunizadas contra a influenza.

A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) confirmou mais dois casos de Candida auris. Com os novos registros, o estado totaliza seis diagnósticos em 2023. 

Os pacientes infectados são um homem, de 51 anos, que está internado no Hospital Tricentenário, em Olinda, e uma idosa, de 70, que recebeu alta do Hospital Miguel Arraes, em Paulista, no último dia 23. As duas unidades ficam na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

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A pasta explicou que os pacientes deram entrada nos hospitais com outros problemas de saúde e não apresentaram repercussões clínicas causadas pelo fungo. A idosa, por exemplo, chegou ao Miguel Arraes, no último dia 14, com uma lesão infeccionada. 

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Todos os casos foram identificados em maio. O maior índice foi observado no Miguel Arraes, onde três casos foram confirmados. A unidade suspendeu novas internações no dia 22 e só recebe pacientes em casos de urgência. Outros dois casos foram registrados no Tricentenário e um no Hospital Portugues, no Recife. 

A pasta explica os pacientes podem receber alta com o superfungo no organismo, pois ele fica de três a seis meses no corpo. Junto com a alta, o paciente recebe um histórico clínico e diagnóstico da doença. 

As pessoas com Candida auris não precisam se isolar e podem manter as atividades do dia a dia. As medidas de prevenção passam pela higiene regular das mãos, higiene pessoal e limpeza dos ambientes de convivência com hipoclorito de sódio. 

Um fungo perigoso, com alta mortalidade, o Candida auris, preocupa, embora ainda seja negligenciado. A Secretaria da Saúde de Pernambuco confirmou três novos casos de pessoas infectadas pelo superfungo no domingo (28), mas não identificou uma cadeia de transmissão que ligue os três pacientes. A hipótese é de contaminação natural de cada um dos três, internados em hospitais diferentes.

No Brasil, pesquisadores contabilizam ao menos três surtos entre 2020 e o início deste ano. Eles alertam, porém, para a subnotificação da doença no País, em artigo publicado em janeiro na revista científica Frontiers in Cellular and Infection Microbiology.

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O registro de novos casos em Pernambuco pode representar um novo surto. "Já tivemos casos no Recife anteriormente, mas até provarmos que a cepa não é a mesma, poderíamos (pensar em um novo surto)", diz Manoel Marques Evangelista de Oliveira, pesquisador do Laboratório de Taxonomia, Bioquímica e Bioprospecção de Fungos do Instituto Oswaldo Cruz. Segundo ele, a Fiocruz já está em contato com o grupo da Universidade Federal de Pernambuco, comandado pelo professor Reginaldo Gonçalves de Lima Neto, que atende à demanda dos hospitais.

Junto a outras três espécies (uma do mesmo gênero, o Candida albicans, conhecida por causar candidíase genital e "sapinho"), o Candida auris está na lista de fungos que apresentam risco à saúde pública, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A infecção oportunista e invasiva causada por ele atinge principalmente pacientes imunossuprimidos (como pacientes oncológicos, transplantados e com HIV) e acamados em hospital por longos períodos.

Conforme a OMS, a levedura pode causar candidíase invasiva no sangue (candidaemia), coração, sistema nervoso central, olhos, ossos e órgãos internos. A mortalidade geral variou de 29% a 53%. "Pacientes com candidemia por C. auris permaneceram mais tempo no hospital ou na UTI do que aqueles com candidemia causada por outras Candida spp", diz manual da organização internacional.

Nos Estados Unidos, um estudo descobriu que os registros de infecção passaram de 476 em 2019, para 756 em 2020, e, depois, para 1.471 em 2021. Ou seja, os casos triplicaram em três anos. Os médicos também detectaram o fungo na pele de milhares de outros pacientes, com risco de transmissão para outros. Eles associam o problema à sobrecarga do sistema da saúde com a pandemia, que tirou de foco a desinfecção de outros agentes nocivos que não fossem o novo coronavírus.

"Precisamos de investimentos (na pesquisa) e de ter mesmo essa política sentinela. Esse trabalho publicado nos EUA demonstra essa necessidade de que tenhamos um sistema sentinela operando no País para evitar esses problemas também aqui no Brasil, de aumento de casos", diz Oliveira, que junto de outros pesquisadores, descreveu o maior surto do fungo no Brasil, em Recife, no ano passado.

"Outra questão é que esses casos emergentes tem detecção muito vinculada à pesquisa. A redução de investimento na pesquisa no País limita os estudos", acrescenta o cientista.

Três surtos no Brasil

No artigo brasileiro, Oliveira e outros pesquisadores contabilizam três surtos desde 2020, dois em Salvador e o maior em Recife.

Ao Estadão, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, em março, que "o primeiro caso de Candida auris confirmado no Brasil foi identificado em uma amostra de ponta de cateter venoso central retirado de um paciente internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto devido a complicações da covid-19". O surto em hospital de Salvador, segundo a agência, foi notificado em dezembro de 2020 e resultou em 15 casos confirmados.

No ano seguinte, também em dezembro e novamente em Salvador, outro surto foi confirmado, mas, desta vez, com apenas um caso. " Candida auris não é um microrganismo endêmico no Brasil. A ocorrência de um único caso em serviços de saúde já é considerado um surto", explicou a Anvisa à época. Depois disso, não foram mais identificados novos casos nesses dois hospitais ou em outros serviços de saúde da Bahia.

Dos 48 confirmados do ano passado, a agência destaca que a grande maioria era de colonização, não infecção. Esse surto seguiu em monitoramento pelo hospital e pela rede nacional de identificação de C. auris por mais alguns meses, embora o último registro seja de setembro.

Mas como o C. auris passou a preocupar tanto? "Era uma espécie que tinha o perfil ambiental, sofreu adaptação com as mudanças climáticas, de uma termotolerância (maior tolerância a variações de temperaturas). Para uma levedura ser patogênica ao ser humano, precisa sobreviver na temperatura do corpo humano, em torno de 37°C", diz o pesquisador da Fiocruz.

A espécie consegue crescer em temperaturas de 37°C a 42°C, e também possui "notável capacidade de sobreviver a condições ambientais adversas por longos períodos", conforme o artigo brasileiro. Ela consegue se adaptar fora do hospedeiro humano - com alta capacidade de formação de biofilme (comunidade complexa e estruturada de células de fungos que se fixam em uma superfície). Isso aumenta o risco de surto hospitalar, pois a colonização e a infecção podem ter "origem ambiental", como "dispositivos médicos contaminados e mãos de profissionais de saúde".

Além disso, a espécie resistente à maioria dos medicamentos antifúngicos disponíveis e, de acordo coma OMS, algumas cepas são pan-resistentes (resistentes a todos os remédios). De 2009, quando foi registrada pela primeira vez no Japão, já se espalhou para quase todos os continentes. Só não chegou ainda à Antártida.

Assim como muitas doenças, a chave é o tempo, diz Evangelista de Oliveira. É preciso impedir que se passe da colonização - quando ela está presente no corpo sem causar infecção (vários microrganismos colonizam nossa microbiota intestinal, por exemplo) - para a infecção, marcada por quadros febris e com possibilidade de sequelas.

Diagnóstico e tratamento

Embora o C. auris tenha resistência intrínseca, o tratamento das infecções é feito com equinocandinas, embora outros antifúngicos, como os azólicos, possam ser usados, segundo a OMS. As equinocandinas, porém, só foram incluídas na lista de remédios essenciais (EML, na sigla em inglês) da agência em 2021, e ainda não estão disponíveis em muitos países.

Conforme relatam os pesquisadores brasileiros, a identificação de C. auris pode ser "problemática, pois os procedimentos diagnósticos convencionais, como plataformas/kits de identificação bioquímica padrão, não conseguem identificar tal espécie".

Segundo Evangelista de Oliveira, medidas básicas de higiene e desinfecção permitem livrar uma unidade de saúde do fungo. Fora de hospitais, as medidas de higiene, diz ele, como lavar mãos com água e sabão, são bastante efetivas para conter a levedura.

O Rio de Janeiro registrou um caso de gripe aviária (H5N1) em um animal encontrado na capital fluminense. A ave, um trinta-réis-de-bando (Thalasseus acuflavidus), foi capturada na terça-feira, 23, na Ilha do Governador, na zona norte da cidade. Trata-se do primeiro caso conhecido da doença na cidade do Rio de Janeiro.

Antes do caso verificado na capital, duas outras aves silvestres com influenza aviária foram identificadas nos municípios de São João da Barra, no norte do Estado, e em Cabo Frio, na Região dos Lagos.

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Os técnicos ressaltaram que não há motivos de preocupação da população sobre epidemia de H5N1, pois no momento não há transmissão direta, de pessoa para pessoa, de acordo com comunicado do governo do Estado. "É importante lembrar que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves e nem de ovos. As infecções humanas pelo vírus da Influenza Aviária ocorrem por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas)."

A Secretaria de Agricultura recomenda que a população evite contato direto com aves caídas, mortas ou não, domésticas, silvestres ou exóticas e migratórias, além de mamíferos aquáticos de qualquer espécie. Suspeitas de contaminação devem ser comunicadas ao Núcleo de Defesa Agropecuária da região ou à Coordenação de Vigilância Ambiental municipal.

Na segunda-feira, o Ministério da Agricultura decretou emergência zoosanitária em todo o território nacional, que tem como objetivo evitar que a doença chegue à produção de aves de subsistência e comercial, além de preservar a fauna silvestre e a saúde humana.

Monitoramento intensificado

A contaminação do trinta-réis-de-bando recolhido na Ilha do Governador foi confirmada no sábado, 27, pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Três profissionais que trabalharam na captura da ave estão sob monitoramento pelas secretarias municipal e estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

As autoridades estaduais informaram que intensificaram o monitoramento e as ações de prevenção para evitar a disseminação do vírus no Estado.

Nesta semana, a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento divulgou o Plano de Contingência com medidas de controle para detectar e conter a disseminação da doença. O documento estabelece o fluxo de informação entre os órgãos envolvidos por se tratar de zoonose com potencial pandêmico.

As autoridades devem trocar informações sobre mortalidade suspeita de aves, assim como pessoas com suspeita de síndrome gripal com histórico de contato com aves suspeitas.

A Secretaria de Agricultura aconselhou criadores de aves a redobrar os cuidados como proibir visitas às unidades de produção; conferir cercamento de núcleo e telamento do galpão; manter o portão de acesso das propriedades fechado; desinfectar veículos e materiais que acessem as granjas; ter cuidados com ração e água; e manter registro de pessoas e veículos.

A cidade de São Paulo já registra 7.230 casos de dengue este ano, com a confirmação de quatro mortes, segundo os dados do boletim de arboviroses da prefeitura da cidade, divulgado na quarta-feira (18). No mesmo período do ano passado, houve 10.292 casos confirmados e no ano inteiro foram 11.920, com dois óbitos.

De acordo com as informações da prefeitura, todos os casos de morte são de pessoas residentes na zona norte da capital.

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Uma morte é de uma mulher, de 19 anos de idade, sem comorbidades, moradora de Santana, com início dos sintomas em 18 de abril e internação em um hospital privado no dia 22 do mesmo mês. Ela morreu no dia seguinte.

Outro óbito é de um idoso de 94 anos de idade, com comorbidades, também residente em Santana, com início dos sintomas em 9 de abril, sendo internado em um hospital privado no dia 13 do mesmo mês, e morrendo no mesmo dia.

Também foi registrada a morte de uma mulher de 47 anos, com comorbidades, residente na região da Casa Verde/Cachoeirinha, com início dos sintomas em 16 de janeiro e data do óbito no dia 24 de janeiro. A outra morte foi de uma mulher de 31 anos, moradora da Vila Maria, que apresentou sintomas em 5 de abril, foi internada em um hospital privado e morreu cinco dias depois.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), disse, por meio de nota, que tem investido continuamente no Programa Municipal de Combate à Dengue e demais Arboviroses. Uma das ações teve início em abril com a instalação de 20 mil armadilhas de autodisseminação de larvicidas, inicialmente em distritos específicos da cidade com histórico de maior incidência de casos de dengue.

“Mais de 14 mil armadilhas já foram instaladas. Os equipamentos são montados para que as fêmeas do Aedes aegypti, responsáveis pela disseminação da doença, distribuam o produto em seus criadouros após contato com o larvicida das armadilhas, a fim de eliminar o mosquito ainda em estágio larval”, informou a secretaria.

Ações

No dia 10 de maio, a Secretaria de Saúde realizou uma ação para intensificação de combate ao mosquito com visitas em 7 mil imóveis. No dia 18 de maio, a secretaria reforçou a frota de combate ao mosquito com mais sete picapes leves com equipamentos de dispersão dos inseticidas, dobrando a capacidade operacional na região.

No sábado (20), a prefeitura realizou o segundo mutirão de combate à dengue, com mais de 95 mil ações, entre visitas casa a casa, para identificação e eliminação de criadouros, nebulização com inseticida e orientações à população local sobre cuidados para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

“Simultaneamente aos movimentos, a SMS reforça que o apoio da população é fundamental para combater os focos do mosquito, com medidas como: guardar pneus em locais cobertos, lavar os potes de águas dos animais com esponja e sabão, duas vezes por semana; eliminar ou furar os pratinhos dos vasos de plantas; furar, tampar ou guardar em local protegido da chuva os demais recipientes que possam acumular água, tampar ralos, vasos sanitários, barris, tambores, tanques e caixas d’água; limpar calhas e lajes, manter as saídas de água desobstruídas; deixar latinhas, potinhos e outros recipientes recicláveis em local coberto”, recomenda a secretaria.

O Ministério da Agricultura informou, em nota, que três novos casos de gripe aviária foram detectados em aves silvestres no Espírito Santo. De acordo com a pasta, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), unidade de referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), confirmou os novos casos positivos para influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP, o H5N1). Os casos estavam em investigação desde a semana passada e, com isso, o total de registros no País subiu para 8.

De acordo com o ministério, o vírus foi identificado nas aves da espécie Thalasseus acuflavidus (nome popular Trinta-réis-de-bando) e os animais foram encontrados nos municípios de Linhares, Itapemirim e Vitória. Do total de casos identificados até o momento, sete foram reportados no Espírito Santo (Cariacica, Vitória, Nova Venécia, Linhares e Itapemirim) e um no Rio de Janeiro (São João da Barra). As aves são das espécies Thalasseus acuflavidus (trinta-réis-de-bando), Sula leucogaster (atobá-pardo) e Thalasseus maximus (trinta-réis-real).

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O ministério reforçou, na nota, o alerta para que o serviço veterinário seja acionado caso aves doentes sejam localizadas. "Não há mudanças no status brasileiro de livre da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) perante a Organização Mundial de Saúde Animal, por não haver registro na produção comercial", informou a pasta.

Na segunda-feira (22), o ministério declarou estado de emergência zoosanitária em todo o território nacional por 180 dias, como medida para evitar a propagação da doença para a produção de aves de subsistência e comercial. "A declaração de estado de emergência zoossanitária possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais - nas três instâncias: federal, estadual e municipal - e não governamentais. Todo esse processo é para assegurar a força de trabalho, logística, recursos financeiros e materiais tecnológicos necessários para executar as ações de emergência visando à não propagação da doença", disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), que ampara comunidades camponesas em situação conflito fundiário, registrou 207 casos de trabalho análogo à escravidão no Brasil em 2022. O dado representa aumento de 32% no número de ocorrências do tipo. A informação integra o anuário produzido pela instituição, que será lançado nesta segunda-feira (17), em evento na Universidade de Brasília (UnB).

Nos casos relacionados à escravidão, 2.218 pessoas foram resgatadas, o maior número dos últimos dez anos. Dentre esses trabalhadores, 88% foram retirados do meio rural, enquanto os outros 12% foram localizados em atividades laborais não-rurais. A quantidade de resgates realizados no ano passado, é 29% maior do que aquela que foi observada em 2021. 

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De acordo com a CPT, o agronegócio é o maior responsável pelo trabalho análogo à escravidão no Brasil. Minas Gerais concentrou 62 casos com 984 pessoas resgatadas, liderando o ranking da escravidão no Brasil. Em segundo lugar, Goiás aparece com 17 casos e 258 pessoas resgatadas, seguido por Piauí (23 casos com 180 pessoas resgatadas), Rio Grande do Sul (10 casos com 148 pessoas resgatadas), Mato Grosso do Sul (10 casos com 116 pessoas resgatadas) e São Paulo (10 casos com 87 pessoas resgatadas).

O dia 24 de março foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar a população sobre a prevenção e o tratamento da Tuberculose. A doença infecciosa considerada a mais mortal do mundo até o surgimento da Covid-19 tem o Brasil como um dos países com maior carga. 

O biomédico Jailton Lobo alertou para o alto índice de transmissibilidade da doença. "Embora seja uma doença muito antiga, a tuberculose continua sendo a doença infecciosa mais mortal do mundo. Todos os dias, mais de 4000 pessoas perdem a vida como consequência da tuberculose e cerca de 30.000 são infectados por esta doença que pode ser evitável e curável", apontou. 

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O relatório da OMS publicado no ano passado apresentou um aumento de 4,5% no número de diagnósticos entre 2021 e 2020. Há cerca de dois anos, 10,6 milhões de pessoas contraíram tuberculose no mundo e 1,6 milhão de pessoas vieram a óbito. 

No Brasil, a doença é considerada um dos principais problemas de saúde pública. O país ocupa a 20ª posição entre os que têm maior carga. "No Brasil, a doença é um sério problema de saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose", destacou o microbiologista. 

Tratamento pelo SUS

A tuberculose é causada por bactérias do complexo Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. Geralmente, ela afeta os pulmões, mas também pode acometer outros órgãos, inclusive o sistema nervoso. Seu principal sintoma, no quadro pulmonar, é a tosse com ou sem secreções. Também é comum que o paciente tenha febre vespertina, sudorese noturna e perca peso. 

Lobo recomenda que, ao surgimento desses sintomas, a pessoa com suspeita busque a unidade de saúde mais próxima para investigar a ocorrência da infecção. Após o resultado positivo, o tratamento é feito através do Sistema Único de Saúde (SUS) em um esquema de seis meses.   

"O paciente precisa seguir o tratamento à risca, pois, caso contrário, a doença pode se tornar resistente aos remédios e se espalhar para outros órgãos e sistemas do corpo", advertiu o biomédico. 

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Casos de infecção por um fungo perigoso triplicaram em apenas três anos nos Estados Unidos, e mais da metade dos Estados já registraram confirmação, de acordo com um novo estudo.

A pandemia da covid-19 provavelmente impulsionou parte do aumento, escreveram pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), no artigo publicado na segunda-feira, 20, pela Annals of Internal Medicine. Funcionários de unidades de saúde ficaram sobrecarregados com os pacientes com coronavírus, e isso provavelmente desviou o foco da desinfecção de alguns outros tipos de germes, segundo eles.

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O fungo Candida auris é uma forma de levedura que geralmente não é prejudicial para pessoas saudáveis, mas pode representar risco mortal para pacientes frágeis de hospitais e lares de longa permanência. Ele se espalha facilmente e pode infectar feridas, ouvidos e a corrente sanguínea. Algumas cepas são as chamadas superbactérias, que são resistentes a todas as três classes de antibióticos usados para tratar infecções fúngicas.

A infecção foi identificada pela primeira vez no Japão, em 2009, e tem sido vista em cada vez mais países. O primeiro caso dos Estados Unidos ocorreu em 2013, mas não foi relatado até 2016. Naquele ano, autoridades de saúde notificaram 53 casos.

O novo estudo descobriu que os registros continuaram a aumentar, subindo para 476 em 2019, para 756 em 2020, e, depois, para 1.471 em 2021. Os médicos também detectaram o fungo na pele de milhares de outros pacientes, com risco de transmissão para outros.

Muitos dos primeiros casos dos Estados Unidos foram "importados" do exterior, mas agora a maioria das infecções se espalhou dentro do próprio país, observaram os autores.

A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) informou que 574 casos suspeitos de monkeypox - antes chamada de varíola dos macacos - seguem em investigação. Do início do surto no ano passado até essa terça-feira (14), o estado confirmou 341 diagnósticos da doença.

Ainda de acordo com a pasta, ao todo, 2.143 casos de mpox foram notificados, sendo 1.228 descartados. Nenhuma morte relacionada à doença foi confirmada em Pernambuco.

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Dos 341 casos confirmados, a faixa etária mais suscetível ao vírus foi entre 20 e 39 anos, com 223 casos. Crianças e jovens até 19 anos somam 31 casos, enquanto pessoas entre 40 e 59 anos acumularam 79. Já idosos a partir dos 60 anos somam oito casos.

O número de casos de dengue registrados até agora na cidade de São Paulo cresceu 47% em relação ao mesmo período do ano passado e já é o maior desde 2019 para o período, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) referentes às nove primeiras semanas epidemiológicas do ano (até 4 de março).

Foram 938 infecções confirmadas em 2023, ante 637 no mesmo período de 2022. O número real de casos deve ser ainda maior já que, pelo atraso na notificação de infecções pelos serviços de saúde, os registros das últimas duas semanas costumam estar incompletos. Se analisadas as primeiras quatro semanas do ano, cujos dados já estão mais consolidados, a alta entre um ano e outro foi de 110%.

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Distritos da região central, zona oeste e zona norte da capital paulista registram as maiores taxas de incidência até o momento. A Barra Funda ocupa o topo da lista, com 42,2 casos por 100 mil habitantes, seguida por Pari (41,4), Tremembé (25,1), Perdizes (20,1) e Pinheiros (19,8).Nenhuma morte pela doença foi registrada neste ano até agora.

EPIDEMIA

Embora o coeficiente de incidência acumulado do ano ainda seja considerado baixo, o cenário preocupa a Prefeitura e especialistas por indicar antecipação do período de alta de casos e, consequentemente, risco maior de uma epidemia.

De acordo com Luiz Artur Caldeira, coordenador da Vigilância em Saúde, a equipe técnica do órgão observou um adiantamento do aumento de casos de dengue, que tradicionalmente ocorre entre março e maio. A hipótese é de que, com um verão com elevadas temperaturas e alto volume de chuvas, as condições climáticas favoreceram a reprodução do mosquito Aedes aegypti ainda mais cedo.

"Os indicadores nos mostram que a curva de casos registrada em janeiro e fevereiro deveria estar acontecendo somente em março ou abril. Pode ser somente um adiantamento da sazonalidade e, se tivermos um adiantamento de frentes frias também, essa sazonalidade vai terminar mais cedo. Só que, se isso prevalecer (calor intenso e chuvas), teremos dois meses a mais nesse cenário", afirma Caldeira.

HISTÓRICO

O fato de a capital não registrar grande epidemia de dengue desde 2015 também ajuda a explicar a alta de casos, de acordo com o virologista Maurício Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. "As epidemias surgem, em média, a cada três ou quatro anos. Costumam vir quando muda o sorotipo ou a linhagem circulante do vírus", explica. Entre 2018 e 2019, uma nova linhagem do sorotipo 2 da dengue, associado a quadros de maior gravidade, entrou no Brasil e pode levar à alta de casos em algumas localidades. "Ele não atingiu grandes capitais, mas, quando atingir, deverá causar grandes epidemias", diz.

De acordo com Caldeira, da Vigilância da capital paulista, até agora mais de 90% dos casos de dengue registrados na cidade são do sorotipo 1, o mais comum no Brasil.

De acordo com Caldeira, algumas medidas vem sendo tomadas desde o ano passado pela Prefeitura. Pela primeira vez, diz ele, a administração municipal internalizou o processo de compra de inseticida usado nos fumacês, dobrou o número de equipamentos usados para aplicação do produto (nebulizadores) e ampliou o número de servidores que atuam nas ações de prevenção e combate ao mosquito. De acordo com a secretaria, foram realizadas em 2023 mais de 623 mil ações de prevenção ao Aedes aegypti, contando 209.231 visitas casa a casa, 6.693 vistorias a imóveis especiais e pontos estratégicos, e 378.847 ações de bloqueios de criadouros e nebulizações, entre outras atividades.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O carnaval deste ano é o que ocorre com o coronavírus em situação mais controlada desde que a pandemia foi decretada, há quase três anos. Especialistas em saúde não descartam eventual alta de casos, mas dizem que o aumento de ocorrências graves e mortes é mais improvável do que em edições anteriores. Reforçam também alguns cuidados para os foliões, como atualizar o esquema vacinal e evitar contato com pessoas com sintomas gripais.

"Com certeza teremos mais casos (de covid no carnaval), mas não dá para ter certeza se teremos mais óbitos e mais pacientes internados em UTI (unidade de terapia intensiva)", diz o infectologista Marcelo Otsuka, vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Ele afirma que esse diagnóstico ocorre principalmente por causa do avanço da vacinação no País.

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"A expectativa é de que a gente não tenha uma grande repercussão (na pandemia) em relação ao carnaval", diz a infectologista Raquel Stucchi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ela relembra que boletim recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que a maioria dos Estados segue com queda ou estabilização de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Conforme o balanço, divulgado na semana passada, considerando as 27 unidades federativas, apenas Acre, Amazonas, Espírito Santo e Pernambuco apresentam crescimento na tendência de longo prazo. No período recente, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1,3% para influenza A; 1,1% para influenza B; 24,8% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 61,7% para Sars-CoV-2. A covid representa 91% dos óbitos, seguida pelo VSR, com 5%.

Segundo Raquel, eventos como o carnaval costumam causar preocupação, mas há alguns fatores que podem frear quadros graves no momento atual. "Quase a totalidade das pessoas presentes nas festividades de carnaval e em aglomerações deve ter tomado possivelmente duas doses da vacina, no mínimo, e está na faixa etária de jovem adulto. São pessoas que normalmente não têm nenhuma comorbidade importante e para quem o risco de quadros graves é muito pequeno."

TESTES

Em boletim publicado na última semana, o Instituto Todos pela Saúde (ITpS) apontou que tanto a taxa de a positividade dos testes de Covid-19, que está em 15%, quanto do vírus sincicial respiratório (18%) apresentaram leve tendência de alta no início deste mês. As análises foram feitas com base em 928 mil testes realizados pelos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, HLAGyn e Sabin.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) comunicou na quinta-feira, 9, que Omã, na Ásia, notificou, em 5 de janeiro, um caso de Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, na sigla em inglês) - conhecida popularmente por "gripe do camelo" -, doença causada por um tipo de coronavírus, assim como o da covid-19 (o Sars-CoV-2). Nenhum caso secundário foi relatado, de acordo com a OMS, mas a agência internacional acredita que casos adicionais da infecção possam ser registrados no "Oriente Médio e/ou outros países onde o Mers-CoV está circulando em dromedários".

Segundo a OMS, o caso é de um homem de 60 anos com comorbidades, residente da província de North Batinah no país do Oriente Médio. Ele desenvolveu sintomas como desconforto no peito, falta de ar e febre, que duraram seis dias. Em 2 de janeiro, procurou um hospital, onde foi internado. Posteriormente, apresentou melhora clínica e recebeu alta em 16 de janeiro.

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A síndrome é uma infecção respiratória viral causada por um coronavírus, o Mers-CoV. Os seres humanos são infectados pelo vírus por meio de contato direto ou indireto com dromedários (hospedeiros do vírus). O vírus demonstrou a capacidade de ser transmitido entre humanos principalmente em ambientes de saúde - fora deles, a transmissão entre humanos é limitada.

O paciente de 60 anos relatou não ter tido qualquer contato físico com animais desse tipo. Uma investigação da exposição aos fatores de risco detectou, porém, um exercício de corrida de dromedários realizados na mesma área da residência dele.

Segundo a OMS, 76 contatos próximos do paciente foram acompanhados por 14 dias a partir da data da última exposição. Sete desenvolveram sintomas respiratórios leves (cinco profissionais de saúde e dois familiares), foram testados e obtiveram resultado negativo para a infecção.

A infecção pelo Mers-CoV pode causar doença grave, com alta mortalidade. Desde 2012, globalmente, o índice de letalidade da doença é de aproximadamente 36% (taxa pode estar superestimada por causa de casos leves que passam despercebidos e não são testados e confirmados), afirma a OMS. Não há nenhuma vacina ou tratamento disponível atualmente.

Casos de Mers são raros em Omã. Desde junho de 2013, um total de 26 casos e sete mortes foram relatados pelo país à OMS. O último registro de confirmação havia sido em maio do ano passado.

Embora nenhum outro caso tenha sido registrado após a confirmação de infecção no paciente de 60 anos, a OMS disse acreditar "que casos adicionais de infecção por Mers-CoV sejam relatados no Oriente Médio e/ou outros países onde o Mers-CoV está circulando em dromedários, e que os casos continuem a ser exportados para outros países por indivíduos que foram expostos ao vírus através do contato com dromedários ou seus produtos, ou em um ambiente de saúde".

Por ora, os conselhos da OMS envolvem vigilância por parte dos estados-membros; prevenção e controle de infecções em ambientes de saúde (a transmissão de humano para humano de Mers-CoV em ambientes de saúde tem sido associada a atrasos no reconhecimento dos primeiros sintomas da infecção); e prevenção na comunidade, com medidas gerais de higiene (como lavagem regular das mãos e evitar consumir produtos crus de camelo). A OMS não aconselha quaisquer restrições de viagem ou comércio.

Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indica o surgimento de 44 mil novos casos por ano de câncer de intestino, ou câncer colorretal, no Brasil, com 70% concentrados nas regiões Sudeste e Sul. “É uma doença muito prevalente. É a terceira. Ela vai perder para [câncer de] mama, vai perder para [câncer de] próstata. Em terceiro lugar, vem o câncer colorretal”, disse o cirurgião oncológico Rubens Kesley, coordenador do Grupo de Câncer Colorretal do Inca.

De acordo com o especialista, países desenvolvidos, como os Estados Unidos, tendem a apresentar maior número de novos casos desse tipo de câncer a cada ano. Entre os norte-americanos, que têm população em torno de 300 milhões de habitantes, a estimativa é de surgimento de 150 mil novos casos anuais. Como o Brasil está melhorando, progressivamente, sua condição socioeconômica, a perspectiva é de expansão de casos. “Há aumento vertiginoso. É uma curva acentuada”.

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Rubens Kesley lembrou que há cinco anos, o Brasil apresentava 25 mil casos novos/ano de câncer colorretal, e a expectativa para o próximo quinquênio é atingir 80 mil casos/ano. “De uma maneira mais simples: hoje, são 44 mil e aumentando. E vai subir bastante a incidência”.

Fatores

A alimentação pobre em fibras está relacionada ao aumento do número de casos de câncer colorretal, confirmou o cirurgião oncológico. Isso se explica porque, à medida que as condições socioeconômicas de um país melhoram, as pessoas passam a comer mais alimentos industrializados e ultraprocessados e deixam de comer alimentos com fibras. “A fibra é como se fosse um varredor. Imagina uma vassourinha que limpa o cólon, o intestino grosso. Quando você deixa de usar a vassourinha, o lixo vai se acumulando. Então, a falta de alimentos ricos em fibras faz com que aumente muito a incidência".

Outro fator que pode levar ao câncer colorretal é a carne vermelha, especialmente aquela usada em churrascos, queimada, com muita gordura. “Porque ela é rica em hidrocarbonetos, que são muito cancerígenos”. A carne cozida é melhor. Outras coisas que favorecem o surgimento de câncer do intestino são tabagismo, sedentarismo, etilismo, obesidade, principalmente na barriga. Entre esses, Kesley destacou como fatores principais para o desenvolvimento do câncer colorretal a obesidade, falta de atividade física e os alimentos industrializados e pobres em fibras. “Esses são, realmente, o carro-chefe dos fatores de risco mais agressivos”.

Outro cuidado que se deve ter é com a saúde bucal, porque há uma bactéria na boca que favorece o desenvolvimento da doença. “Essa bactéria se associa a uma incidência altíssima de câncer colorretal”. Estudo recente de pesquisadores da Escola de Odontologia de Columbia, em Nova York, mostrou como o Fusobacterium nucleatum, uma das bactérias da boca, pode acelerar o crescimento desse tipo de câncer. Daí a importância da profilaxia bucal, recomendou o médico.

Colonoscopia

O prazo para refazer o exame de colonoscopia vai depender se houver pólipo. Se o paciente faz a colonoscopia e está tudo normal, ele pode repetir o exame a cada cinco anos. Se tiver pólipo de um tipo específico (adenoma), que é precursor do câncer colorretal, o paciente deve repetir a colonoscopia no ano seguinte. O prazo para renovação do exame se estende, portanto, de um a cinco anos.

Idade certa

Para a grande maioria da população, que não tem história de câncer na família, são pacientes de vida saudável, com risco muito baixo, que não fumam nem bebem, têm evacuação diária normal, o ideal é fazer colonoscopia aos 55 anos de idade. “Mas isso tem que ser visto pelo coloproctologista. Essa é uma decisão médica porque, dependendo do risco, você pode precisar antes”, advertiu o especialista.

No caso, por exemplo, de pessoas que têm histórico de câncer na família, como ocorreu com a atriz Angelina Jolie, elas não podem esperar. Têm que procurar um bom profissional que dirá qual o melhor momento para fazer colonoscopia.

Esse exame pode ser feito, entretanto, antes dos 55 anos, na presença de sintomas. Pacientes com anemia ou com dores de repetição (cólicas intestinais) devem procurar um médico para afastar o risco de um câncer colorretal. Nesse caso, são pacientes com alterações do hábito intestinal, ou seja, a frequência com que evacuam, que abrangem diarreias ou constipação com cólica.

Estágio avançado

Segundo Rubens Kesley, a falta de colonoscopistas, principalmente no interior do país, faz com que a maioria dos pacientes seja diagnosticada com câncer de intestino em estágio avançado, como ocorreu com os jogadores de futebol Pelé e Roberto Dinamite. “Normalmente, esse estágio avançado é fator determinante da gravidade do câncer”. Ou seja, o estágio da doença é que determina o prognóstico.

O cirurgião do Inca ressaltou, por outro lado, que a evolução do tratamento foi tão grande nos últimos anos que mesmo que o estágio seja muito avançado, há possibilidade de sobrevida. Do total de doentes com câncer colorretal, 20% sobrevivem, 80% morrem. “Vale a pena o paciente correr atrás porque, mesmo que o estágio seja muito avançado, ele pode ser curado”. A chance de cura é menor. De cada cinco pacientes com câncer avançado, um vai sobreviver. “Mas há chance. Se a gente consegue salvar um em cinco, é um grande avanço”, afirmou Kesley.

Ele admitiu, entretanto, que o câncer ainda é um desafio para a ciência. A doença é uma mutação do DNA, que está protegido por duas membranas. Infelizmente, não há drogas hoje capazes de reorganizar o DNA. Então, quando um paciente já tem uma doença que é resistente à quimioterapia e à radioterapia e já se espalhou, o tratamento do câncer se torna ineficiente. No caso de Pelé e Roberto Dinamite, o tumor já havia se tornado resistente à quimioterapia e à radioterapia, e a cirurgia se tornou fútil. Ou seja, quando as células cancerígenas já se espalharam, a possibilidade de cura é muito reduzida.

O estado do Rio de Janeiro chegou a 1.330 casos confirmados de varíola dos macacos, ou mpox, nome recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Outros 3.163 casos suspeitos foram descartados e ainda há 321 em investigação, além de 149 apontados como prováveis, cujos testes foram inconclusivos ou o material não chegou a ser coletado, mas os sintomas são compatíveis com a doença.

Os dados constam no painel do Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (CIEVS), da Secretaria de Estado de Saúde (SES). A região metropolitana 1 (capital e baixada fluminense) concentra 84,36% dos casos, com um total de 1.122. Já a região metropolitana 2 (Niterói, São Gonçalo, Maricá e Itaboraí) tem 10,53%, ou 140 casos.

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Histórico e sintomas

Os dois primeiros registros de mpox no Rio de Janeiro ocorreram na semana epidemiológica 24, de 11 a 17 de junho de 2022, e tiveram um aumento acentuado, chegando ao pico de 150 casos na semana 31, entre 30 de julho e 5 de agosto. Desde setembro os registros vêm caindo significativamente, com menos de 50 casos por semana, e nas duas últimas semanas do ano foram registrados dois casos em cada.

Os sintomas mais comuns entre os casos confirmados são: lesões espalhadas pela pele (em 1.123 pacientes); febre de início súbito (757 pacientes); lesão genital (570 pessoas); adenomegalia ou linfonodos, conhecidos como ínguas (542 registros); cefaléia ou dor de cabeça (505 pessoas); e astenia ou fraqueza (379 pacientes).

Entre os casos que tiveram a confirmação da forma de transmissão, 35,41% ocorreu por contato sexual. Outros 2,71% tiveram comprovadamente contato com casos de mpox.

Em novembro, a OMS recomendou que seja adotado mundialmente o nome de mpox para a doença, para evitar conotações racistas relatadas por diversos grupos. O atual nome foi criado após o vírus ser descoberto em macacos, em 1970.

Mais 924 casos de Covid-19 foram confirmados em Pernambuco nesta sexta-feira (30). Conforme a Secretaria de Saúde (SES), o estado totaliza 1.122.936 casos confirmados da doença.

Seis novos diagnósticos foram de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e os outros 918 considerados leves. Em relação ao total de casos, 60.599 foram graves e 1.062.337 leves, informou a SES.

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Também foram confirmadas mais três mortes decorrentes do vírus, sendo uma mulher e dois homens. As vítimas de 66, 73 e 76 anos, moravam em Olinda, Recife e Santa Cruz do Capibaribe.

A pasta explicou que os novos óbitos ocorreram entre os dias 16/04/2021 e 28/12/2022. Com isso, o Estado acumula 22.579 vítimas fatais.

A explosão de infecções por Covid-19 na China após o levantamento das restrições sanitárias ameaça criar um "potencial terreno fértil" para novas variantes do vírus — alertam especialistas em saúde.

A Comissão Nacional de Saúde da China parou de publicar o balanço diário de casos, mas autoridades de várias cidades estimam que centenas de milhares de pessoas foram infectadas nas últimas semanas, enquanto hospitais e crematórios em todo país estão sobrecarregados.

Esta semana, a China anunciou que os viajantes do exterior não terão de ficar em quarentena a partir de 8 de janeiro, dando mais um passo em direção ao fim da sua rígida política de "covid zero" que manteve o país praticamente isolado do mundo desde o início da pandemia.

Com o vírus circulando quase livremente entre uma população de 1,4 bilhão de pessoas, a maioria sem imunidade por infecção anterior e muitos não vacinados, outros países e especialistas temem que a China seja um terreno fértil para novas variantes.

O diretor do Instituto de Saúde Global da Universidade de Genebra, Antoine Flahault, disse à AFP que cada nova infecção aumenta a chance de mutação do vírus.

"O fato de 1,4 bilhão de pessoas serem expostas ao SARS-CoV-2 obviamente cria condições para variantes emergentes", comentou Flahault sobre o vírus que causa a covid-19.

Bruno Lina, professor de virologia da Universidade de Lyon, declarou ao jornal La Croix que a China se tornaria um "potencial criadouro do vírus".

Já Soumya Swaminathan, que até novembro era a principal cientista da Organização Mundial da Saúde (OMS), destacou que grande parte da população chinesa é vulnerável ao contágio, em parte porque muitos idosos não foram vacinados.

"Precisamos monitorar qualquer variante de interesse", disse ao site do jornal Indian Express.

- "Sopa" de variantes -

Na semana passada, o diretor de controle viral do Centro Chinês de Controle de Doenças, Xu Wenbo, anunciou que os hospitais do país coletariam amostras de pacientes e enviariam informações de sequenciamento genético para um novo banco de dados nacional, permitindo que as autoridades monitorassem possíveis novas cepas em tempo real.

Mais de 130 derivados da variante ômicron foram detectados nos últimos três meses na China, disse a repórteres.

Entre eles, estão XXB e BQ.1 e suas subvariantes, que estão se espalhando nos Estados Unidos e em partes da Europa.

Xu observou, porém, que BA.5.2 e BF.7 continuam sendo os principais derivados da ômicron detectados na China.

Flahault observou que "uma sopa" de mais de 500 subvariantes da ômicron foram identificadas nos últimos meses, embora seja difícil dizer onde cada uma surgiu.

"Qualquer variante quando é mais transmissível que a dominante anterior, como BQ.1, B2.75.2, XBB, CH.1 ou BF.7, definitivamente representa ameaças, porque podem causar novas ondas", explicou.

"Mas, até onde sabemos, nenhuma dessas variantes conhecidas parece apresentar riscos particulares de sintomas mais graves, embora esse possa ser o caso de novas variantes no futuro", acrescentou.

O Brasil chegou a 987 mortes por dengue este ano, segundo boletim divulgado nesta segunda-feira, 26, pelo Ministério da Saúde. O número é o novo recorde anual de óbitos pela doença, superando o maior patamar anterior, de 986 mortes, registrado em 2015. Desde a década de 1980, quando a dengue ressurgiu no País, não se registraram tantas mortes em um único ano. Como o levantamento considerou os casos registrados até o último dia 17 e ainda há 100 óbitos em investigação, o País ainda pode fechar o ano de 2022 com mais de mil mortes por dengue.

As mortes este ano já superam em mais de 400% as registradas em todo o ano de 2021, quando houve 244 óbitos. O Estado de São Paulo se mantém à frente em número de mortes, com 278 óbitos registrados, seguido por Goiás, com 154. Em uma evidência de que o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, está se adaptando aos climas mais frios, os Estados da Região Sul aparecem na sequência, completando a lista dos cinco com maior número de mortes: Paraná (108), Santa Catarina (88) e Rio Grande do Sul (66).

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Mais casos

O número de casos prováveis de dengue chegou a 1.414.797, com taxa de incidência de 663,2 por 100 mil habitantes. Houve aumento de 163,8% em relação aos casos do mesmo período de 2021. A região Centro-Oeste teve a maior incidência até agora, com 2.028,4 por 100 mil habitantes. O município brasileiro com mais registros é Araraquara, no interior de São Paulo, com 8.716,1 casos por 100 mil moradores. Já em número absoluto, Brasília lidera com 68.654.

'Faltou ação em prevenção'

Para o infectologista Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), os números indicam que houve descuido com a prevenção da doença. "Ainda nem acabou a contagem, pois tem dados represados e 100 óbitos em investigação, e já batemos o recorde histórico de mortes por dengue em um ano. Ultrapassamos também 1,4 milhão de casos. Com certeza é o pior ano da dengue em todos os aspectos e isso não aconteceu por acaso. Faltou ação do governo federal em prevenção", disse.

O número baixo de casos no ano passado, segundo ele, pode ter contribuído para que a população relaxasse nos cuidados básicos, como a eliminação de criadouros do Aedes aegypti, o mosquito transmissor. "Dengue é uma luta contínua, é preciso mostrar que a doença mata e isso se faz com campanhas. Em abril deste ano, nós da Sociedade Brasileira de Infectologia fizemos o primeiro alerta para o grande número de óbitos e a necessidade de retomar as campanhas. Não foi por falta de aviso."

Segundo ele, a condição climática também contribuiu para o aumento de transmissão. "Estamos vivendo um ano mais chuvoso por conta do fenômeno La Nina e o mosquito Aedes aegypti precisa de água e calor para se reproduzir. Outra questão é que, por conta do aquecimento global, o mosquito vai expandindo suas fronteiras, reproduzindo onde antes não aparecia. Não é à toa que temos um grande número de casos e de óbitos nos estados da Região Sul."

Mais chikungunya

O infectologista chamou a atenção para o aumento de casos e mortes por chikungunya, doença também transmitida pelo mosquito. "Isso indica que o Aedes ficou livre e solto para se reproduzir por falta de uma ação mais efetiva de controle." Até 17 de dezembro, foram confirmados 93 óbitos por chikungunya no Brasil, quase sete vezes mais que as 14 mortes de todo ano de 2021. O País já registrou 172.082 casos prováveis, 78% a mais do que no mesmo período de 2021.

O Ministério da Saúde informou que monitora de forma constante a situação epidemiológica da dengue e das demais arboviroses no Brasil. A pasta destacou que investe em ações de combate ao mosquito de forma permanente, como a promoção de campanhas que ajudam a orientar a população sobre a prevenção da doença, distribuição de inseticidas e larvicidas aos Estados e municípios, bem como a realização periódica de reuniões com gestores para avaliação do cenário nacional e estratégias de combate.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) atualizou, nesta segunda-feira (26), os números da pandemia do coronavírus em Pernambuco, com dados acumulados do final de semana. Foram confirmados 1.066 novos casos da Covid-19, além de três óbitos.

Dos novos registros, 15 são de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.051 são leves. Pernambuco totaliza 1.118.075 casos confirmados da doença, sendo 60.560 graves e 1.057.515 leves.

No boletim de hoje também constam três mortes, ocorridas entre os dias 24 de novembro deste ano e 4 de dezembro. Com isso, o Estado totaliza 22.560 mortes pela Covid-19.

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Quase metade dos municípios brasileiros registrou, na semana passada, alta incidência de Covid-19, segundo análise divulgada nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com base em dados do Ministério da Saúde. De acordo com o instituto, 2.552 cidades (de um total de 5.297 que enviaram os dados) tiveram mais de 100 casos da doença por 100 mil habitantes, o que caracteriza a alta incidência. "Nesses municípios, vivem 47% da população brasileira, e seus moradores estão expostos a elevados níveis de transmissão viral", destacou o Todos pela Saúde.

Outro levantamento, este feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e divulgado na quinta-feira (22), mostrou que há tendência de aumento de hospitalizações por Covid-19 no País. De acordo com especialistas, as duas análises acendem o alerta para aumento da transmissão durante as festas de fim de ano e possível sobrecarga dos serviços de saúde em janeiro.

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A análise do ITpS mostra que 21 das 27 unidades da federação apresentam alta incidência - somente São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pará, Amazonas, Maranhão e Piauí estão fora desse grupo. As maiores taxas foram registradas no Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal, todos com registros superiores a 300 casos por 100 mil habitantes na última semana.

O instituto também analisa dados de redes de laboratórios, que mostram que as taxas de positividades dos exames seguem altas - acima de 30% desde o início de novembro. Para o imunologista Jorge Kalil, diretor-presidente do ITpS, as pessoas devem manter cuidados durantes as celebrações de fim de ano, embora o cenário epidemiológico atual seja menos ameaçador do que o dos dois primeiros anos da pandemia.

"A situação não é tão confortável assim. A doença está presente e o vírus continua circulando. A grande preocupação é com as pessoas que ainda não completaram o esquema vacinal com as quatro doses. Elas devem buscar a vacina o mais rápido possível. São essas pessoas que estão ficando mais graves quando infectadas", afirma o especialista.

Ele relembra que, no ano passado, as festas de fim de ano foram disseminadoras da variante Ômicron no País, causando milhões de novos casos. "Como temos mais pessoas vacinadas e com doses de reforço, uma nova onda pode não ser tão avassaladora, mas a covid-19 ainda pode matar", afirma.

A análise do instituto mostra ainda que a sublinhagem BQ.1 da variante Ômicron já é predominante do País. A alta transmissão viral favorece o surgimento de novas mutações e variantes que podem ter maior escape à vacina, dizem os especialistas.

Internações

O levantamento da Fiocruz, que monitora semanalmente as internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), mostra crescimento das hospitalizações na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e estabilidade na de curto prazo (últimas três semanas). De acordo com os pesquisadores, "a desaceleração na curva nacional pode ser atribuída à queda recente nos casos de SRAG nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo".

Vinte das 27 unidades da federação apresentam crescimento moderado de SRAG na tendência de longo prazo: todas das regiões Sul e Centro-Oeste, toda a região Nordeste, com exceção da Paraíba, além de Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Rondônia e Tocantins.

Entre as capitais, 14 das 27 apresentam alta de hospitalizações no mesmo período: Aracaju, Belo Horizonte, Boa Vista, Brasília, Curitiba, Goiânia, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, São Luís e Teresina.

Dicas para reduzir risco de contaminação nas festas de fim de ano

- Complete o esquema vacinal contra a covid com as duas doses regulares e as doses de reforço indicadas para a sua faixa etária

- Se for reunir a família para as festas de fim de ano, escolha um local amplo e bem ventilado. Se o tempo permitir, faça a comemoração ao ar livre, como em quintais ou terraços

- Se possível, evite beijar e abraçar sem máscara muitas pessoas diferentes, em especial se for do grupo de maior risco, como idosos e pessoas com comorbidades

- Se fizer parte dos grupos de maior risco, considere usar máscara durante as celebrações ou manter distanciamento físico dos demais participantes enquanto estiver sem a peça, como nos momentos em que for comer ou beber

- Isole-se e não participe de celebrações se estiver com sintomas respiratórios

- Faça um autoteste antes da celebração e, se testar positivo, fique em casa

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