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*Por Lúcio de Castro, da agência Sportlight

Um bilhão de reais em contratos espalhados Brasil afora entre governos estaduais, prefeituras e a união. Uma fazenda recém adquirida com 1 milhão de metros quadrados, equivalentes a 100 hectares. Uma mansão em praia paradisíaca. Sete empresas com capital total de R$ 23 milhões.

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Os bens que aparecem em nome de Murilo Sergio Jucá Nogueira Júnior não deixam dúvidas: trata-se de um bilionário. Ao menos considerando o que consta no nome dele.

Ainda assim, 12 dias do mês são dentro de uma delegacia da polícia civil, em um plantão de 24 horas que começa às 7h e só vai terminar no mesmo horário da manhã seguinte. Com adicional noturno, o salário bruto do homem de 1 bilhão chega a R$ 10.531,82. Em maio, o líquido ficou em R$ 7.629,72.

No último dia 1º de junho, algumas luzes começaram a ser jogadas sobre esse misterioso personagem. Durante a “Operação Hefesto”, deflagrada pela polícia federal (PF) para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão, foram encontrados R$ 4,4 milhões em dinheiro vivo em cofre num endereço ligado a Mário Sérgio Jucá.

O objetivo da operação era aprofundar a investigação sobre desvios em contratos para a compra superfaturada de kits de robótica com dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). De acordo com a PF, o policial civil recebeu R$ 550 mil de Edmundo Catunda, sócio da Megalic e aliado do presidente da câmara, Arthur Lira (PP-AL). A investigação da PF aponta também que um dos carros para transportar dinheiro em espécie do esquema era de propriedade do policial. Uma outra digital de Murilo Sergio Jucá chega a Arthur Lira, de acordo com a PF: esse mesmo carro, uma Toyota Hilux preta, foi utilizado pelo deputado na campanha eleitoral em 2022, como está na prestação de contas do parlamentar (abaixo). Uma doação para o atual presidente da câmara.

Murilo Sérgio Jucá não abandonou a carreira mesmo tendo feito, ao longo dos anos, cerca de 1 bilhão de reais em contratos com diferentes governos através de suas empresas e diversos bens. Nem mesmo diante dos estressantes plantões de 24 na “Central de Flagrantes de Maceió”, maior delegacia das Alagoas, iniciada em 11 de agosto de 2003, quando foi admitido na corporação. Em 2005, foi aberta a primeira das sete empresas que aparecem em seu nome e consegue os primeiros contratos com entres governamentais.

Vinte anos depois, coleciona contratos com diferentes esferas de governo. A maior parte desses contratos foi obtida nos último quatro anos.

É nas Alagoas que encontra maior campo para seus negócios. Com o governo daquele estado, nossa reportagem encontrou, através de fontes públicas, R$ 372.659.539,15 milhões (trezentos e setenta e dois milhões, seiscentos e cinquenta e nove mil, quinhentos e trinta e nove reais e quinze centavos). Uma parte através da Bra Serviços Administrativos, e a maior parte pela Reluzir Serviços Terceirizados. A imensa maioria dessa verba vem pela secretaria de saúde, via “fundo estadual de saúde”, em serviços de limpeza e conservação.

No governo federal, as empresas de Murilo Sérgio tem no total R$ 49.940.983.59 milhões, a maior parte entre a Bra Serviços e o MEC. Também podem ser encontrados acordos com a Reluzir e com a Ancol Anjos Engenharia.

O governo de Ibaneis Rocha, no Distrito Federal, tem sido pródigo em contratar os serviços de Murilo Sérgio Jucá Nogueira Júnior. Em seu mandato, encontramos R$ 346.630.561,16 milhões, todos através da BRA Serviços Administrativos. 

E na prefeitura de Maceió, são R$ 80.942.377,34, via Bra Serviços. Entre 2022 e 2023.

Com o governo de Santa Catarina, embora a reportagem não tenha encontrado lançado o valor no portal da transparência, identificamos via diário oficial do estado ao menos um contrato de R$ 65.958.966,00 (sessenta e cinco milhões, novecentos e cinquenta e oito mil novecentos e sessenta e seis reais), com a Bra Serviços Administrativos, assinado em 19 de janeiro deste ano, e tendo como objeto a prestação de serviços continuados de limpeza, higienização e conservação de bens (móveis e imóveis), a serem executados nas dependências internas e externas dos prédios do Poder Judiciário daquele estado.

No total, somando governo federal, de Alagoas, do DF, Santa Catarina e prefeitura de Maceio, são R$ 916.132.427,24 milhões. Falar em um bilhão não é apenas arredondar esse montante. Outros contratos encontrados pela reportagem em diários oficiais não foram somados em sua totalidade porque não foi possível quantificar o total, já que não conseguimos via portais da transparência. Mas nesses diários, encontramos pelo menos contratos de Santa Catarina sem confirmação no portal sobre o montante, e ainda da “Disk Container” com o governo estadual de Alagoas, esses últimos verificáveis em contratos mas de soma total sem acesso no portal. Assim, com tantos outros, os R$ 916 milhões, já perto do 1 bilhão, podem ultrapassar a marca facilmente, com eventuais contratos espalhados por prefeituras e governos estaduais Brasil afora.

CONTRATOS DAS EMPRESAS EM NOME DE MURILO SÉRGIO JUCÁ COM DIFERENTES GOVERNOS:

COM O GOVERNO ESTADUAL DE ALAGOAS: R$ 372.659.539,15 milhões

COM O GOVERNO DO DF: R$ 346.630.561,16 milhões

COM ÓRGÃOS DO GOVERNO FEDERAL: R$ 49.940.983.59 milhões

COM A PREFEITURA DE MACEIO: R$ 80.942.377,34

COM O ESTADO DE SANTA CATARINA: R$ 65.958.966,00*

TOTAL: R$ 916.132.427,24 milhões*

SÓCIO DO POLICIAL EM EMPRESA DE ENGENHARIA ERA SERVIDOR DO ESTADO E FAZIA AVALIAÇÕES DO PREÇO DE TERRENOS PARA O GOVERNO

Entre as sete empresas de Murilo Sérgio Jucá, está a Ancol Anjos Engenharia Indústria e Comércio. Como sócio dele, está Davi Toledo Tenório de Amorim. Que até 23 de junho de 2022, era funcionário lotado como assessor especial da secretaria de estado do desenvolvimento econômico e turismo (SEDETUR), onde desempenhava, entre outras a função de avaliar para o governo o preço de terrenos. A reportagem questionou o governo do estado e também Davi Toledo, em seu contato pessoal, sobre um impedimento para alguém com sociedade em empresa de engenharia desempenhar tal função no governo do estado mas não obteve resposta de nenhum dos dois.

A FAZENDA DE UM MILHÃO DE METROS QUADRADOS NO CORAÇÃO DO ESTADO

Em 1º de setembro de 2021, o nome de Murilo Sérgio Jucá aparece como o de comprador de uma fazenda de um milhão de metros quadrados, equivalente a cem hectares. A multinacional Monsanto vendeu para o policial civil a propriedade onde realizava o melhoramento genético de cana de açúcar.

Exatos 945.745 metros quadrados de área de terreno, sendo 3.932m2 de área construída. Com uma recepção e vestiários na entrada, um escritório, um laboratório, 6 galpões, uma estufa, uma casa para almoxarifado e 28.39% do terreno ocupado por campos agrícolas.

A fazenda está em local privilegiado do estado, na rodovia AL-101, a 28 quilômetros do centro de Maceio, e entrada pela orla entre as praias de Jatiuca e Ponta Verde.

MANSÃO NA PRAIA COMPRADA EM 2022 ABAIXO DO VALOR TINHA PROPRIETÁRIOS LIGADOS AO PCC

Em fevereiro de 2022, Murilo Sérgio Jucá comprou uma mansão na praia de Barra de São Miguel, badalado balneário a 28 quilômetros de Maceio. A compra se deu através da Disk Conteiner. Em outubro, a PF realizou busca e apreensão no endereço à beira-mar e a justiça determinou o seqüestro do bem . A investigação demonstrou que o policial civil e empresário adquiriu o imóvel pagando valor muito abaixo do mercado junto a envolvidos com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A mansão de Barra de São Miguel pertencia anteriormente a Erik da Silva Ferraz, filho de João Aparecido Ferraz Neto, o João Cabeludo, ambos do PCC. Foragido do sistema prisional de São Paulo, Erik Ferraz assumiu a identidade falsa de Bruno Augusto Ferreira Júnior em Maceio e passou a viver como rico empresário, adquirindo, em sociedade com familiares, diversos bens de luxo em Alagoas, como parte de esquema de lavagem de dinheiro. Além do capital proveniente do tráfico de drogas, Erik e o pai comandaram o conhecido episódio do assalto a um avião da TAM no aeroporto de São José dos Campos em 1996, quando R$ 6 milhões foram roubados. Em 2017, Erik foi morto em ação da polícia federal, a “Operação Duas Faces”, contra a quadrilha. Os bens seguiram com sua então companheira, Gabriela Terêncio, também apontada como parte da quadrilha e uma das responsáveis pela lavagem do dinheiro.

Em três depósitos realizados em fevereiro de 2022, nos dias 4,14 e 15, Murilo Sérgio Jucá efetuou o pagamento da mansão através da Disk Conteiner para um representante da organização criminosa. 

OUTRO LADO:

Murilo Sérgio Jucá:

A reportagem enviou questões sobre o tema para o policial civil em diferentes formas, sem obter resposta.

Deputado Arthur Lira:

A reportagem enviou questões sobre o tema mas não obteve respostas.

Polícia Civil de Alagoas:

A reportagem enviou questões sobre a incompatibilidade entre as práticas do policial e a atuação como servidor mas não obteve respostas.

Davi Toledo Tenório de Amorim:

A reportagem enviou questões sobre a incompatibilidade entre a atuação como servidor de Davi Toledo e a participação em empresa de engenharia mas não obteve respostas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pretende colocar o texto da reforma tributária (PECs 45/19 e 110/19) em votação no Plenário na primeira semana de julho, antes do recesso parlamentar. Lira disse que, embora não se possa garantir a aprovação do texto, seu compromisso é tratar com firmeza para que a Câmara alcance o número mínimo para a aprovação da PEC (308 votos).

“Queremos uma reforma que simplifique, que traga segurança jurídica, uma melhor qualidade nos gastos nas empresas, e tratamento de igualitário sem aumento de impostos”, afirmou o presidente em entrevista à Globonews nesta segunda-feira (12).

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Governabilidade

Lira voltou a dizer que a Câmara não foi obstáculo para nenhuma votação do governo, mas ressaltou que o desenho imaginado pelo Executivo para formação da base parlamentar não teve o rendimento esperado.

“Não há interesse velado meu em nenhum outro objetivo a não ser fazer um bom papel para o País, o governo tem que construir sua maioria. Eu sou um facilitador”, disse Lira, reforçando que o Planalto tem que se esforçar para construir uma base parlamentar sólida.

O presidente da Câmara elogiou o papel de articulador do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “O que o Haddad faz? Conversa, negocia texto e é franco nas conversas, isso é articulação”, disse Lira. A política, continuou, é a arte de conversar e negociar, e quando falta a conversa, tem-se dificuldades na articulação.

Segundo o presidente, os deputados não vão votar nenhuma matéria que inquiete o País ou cause desconforto fiscal. “O Congresso é conservador, liberal e o governo é progressista de esquerda”, ponderou.

Emendas

Lira também criticou o que chamou de narrativa sobre emendas e cargos no governo. De acordo o presidente da Câmara, não se pode chegar no dia de uma votação importante (como a votação da MP da reestruturação administrativa do governo), o governo liberar mais de R$ 1 bilhão em emendas e se fazer uma narrativa de que o Congresso votou porque as emendas foram liberadas.

“As emendas eram impositivas e obrigatórias”, afirmou. “Achar que é achaque, é troca, essa narrativa está errada e não faz bem para o governo, não faz para o Congresso, para o País”, criticou Lira.

Operação da PF

O presidente também foi questionado sobre a operação da Polícia Federal que investiga a compra de kits de robótica entre 2019 e 2022 para mais de 40 municípios alagoanos. “Não acho que a operação tenha sido contra mim”, disse Lira aos jornalistas.

O presidente disse ainda esperar que a investigação chegue ao fim sem vazamentos maliciosos, sem imputação de culpabilidade e que quem cometeu ilícitos seja responsabilizado.

Arcabouço fiscal e Carf

Arthur Lira afirmou que aguarda o Senado votar o texto final sobre o arcabouço fiscal. Um dos pontos que está sendo discutido pelos senadores trata do fundo constitucional do Distrito Federal. Segundo Lira, se o Senado alterar essa questão, mostrando uma base de cálculo justa, a Câmara pode manter as mudanças.

De acordo com o texto aprovado pelos deputados no mês passado, esse fundo fica sujeito às limitações de crescimento de despesa que são criadas pelo arcabouço fiscal.

Lira adiantou ainda que pretende colocar em votação na próxima terça-feira (20) o Projeto de Lei 2384/23, que retoma o voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

O texto está em regime de urgência constitucional e tranca a pauta do Plenário a partir do dia 21.

*Da Agência Câmara de Notícias

Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (6) rejeitar denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), por corrupção passiva. 

Ao julgar um recurso protocolado pela defesa de Lira, o colegiado reviu sua própria decisão, que, em 2019, tornou Lira réu pela acusação de receber R$ 106 mil de propina em espécie.

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O caso remonta a 2012, quando um dos assessores parlamentares do deputado foi flagrado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tentando embarcar para Brasília com a quantia. Após a ocorrência, Arthur Lira admitiu ter pago as passagens de ida e volta do assessor à capital paulista, mas alegou não saber sobre o dinheiro.

A denúncia afirmou ainda que a propina teria sido paga pelo então presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, com o intuito de angariar apoio político para permanecer no cargo.

Votos

Primeiro a votar, o ministro André Mendonça se manifestou pela rejeição da denúncia e apontou o surgimento de fatos novos após o julgamento de 2019. Para justificar sua manifestação, o ministro disse que a PGR mudou seu entendimento no processo. Pelo regimento interno do STF, Mendonça não poderia votar sobre a questão por ter sucedido o antigo relator, ministro Marco Aurélio. Contudo, por unanimidade, o colegiado decidiu que ele poderia se manifestar sobre a questão diante dos fatos novos que surgiram. Em seguida, seguiram o mesmo entendimento os ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso.

Defesa

A defesa de Arthur Lira declarou no processo que as investigações não foram capazes de comprovar que o deputado agiu no sentido de “receber” e que as acusações foram baseadas somente na palavra de um delator conhecido por ser “inimigo do deputado”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), voltou a afirmar que pretende colocar a reforma tributária (PECs 45/19 e 110/19) em votação ainda neste semestre. Durante evento promovido pelo grupo Esfera Brasil nessa segunda-feira (5), Lira disse que a aprovação do texto precisa de um amplo diálogo entre todos os agentes políticos interessados, como governo, Congresso, entes federados e empresários.

Lira reafirmou que o governo precisa fazer um esforço para formar uma base sólida no Congresso Nacional e ressaltou que os deputados não faltaram a nenhuma votação importante de interesse do País, como a chamada PEC da Transição, o arcabouço fiscal e a MP da reestruturação administrativa.

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“Não tenho a ousadia de dizer que garanto a reforma tributária aprovada", afirmou Lira. "Temos a meta de fazer essa reforma, temos conversado e agora vai ser colocado o texto-base para ser criticado pelos governadores, setores produtivos, empresários."

O presidente da Câmara disse que é possível fazer "uma reforma mais dura, com uma transição mais longa ou uma reforma mais branda, com uma transição mais curta". O importante, segundo ele, é garantir "um ambiente estável para que os recursos internacionais possam vir”.

Lira defendeu um texto que não aumente a carga tributária, que simplifique os impostos, traga segurança jurídica e que ajude a diminuir as desigualdades sociais.
“Queremos deixar essa votação na história do País, e acabar com esse ceticismo de 60 anos de discussão de uma reforma tributária que todo mundo anseia e não tem coragem de tocar”, afirmou.

Pacificação
Lira disse ainda que a Câmara busca passar a ideia de pacificação para o País e cobrou civilidade e respeito nas discussões no Parlamento. Questionado sobre a quantidade de processos abertos no Conselho de Ética na Casa, ele ressaltou que a Câmara deve dar o exemplo e “cortar na carne” para encontrar o equilíbrio nos debates.

“Ninguém fica feliz, mas é necessário, temos vários parlamentares que estão representados e na semana passada já houve sorteio de relatores." Segundo Lira, é importante que a Câmara dê o exemplo para garantir a civilidade nas discussões de ideias.

*Da Agência Câmara de Notícias

Em uma manifestação inesperada que virou o inquérito do avesso, no último dia 4 de abril a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) o arquivamento de um inquérito que, nos últimos 11 anos, pesa sobre a cabeça do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Em fevereiro de 2012, um assessor de Lira na Câmara, Jaymerson José Gomes do Amorim, foi parado no aeroporto de Congonhas (SP) quando carregava, em cédulas coladas ao corpo, R$ 106,4 mil.

Na sequência à nova posição da PGR, o ministro Dias Toffoli devolveu na semana passada o inquérito para o julgamento, na 1ª Turma, de um recurso protocolado por Lira há quase quatro anos contra o recebimento da denúncia que havia sido apresentada pela mesma PGR (Procuradoria Geral da República) em março de 2018.

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Após a manifestação da PGR, não é possível prever o desfecho do julgamento, que deve começar nesta terça-feira (6). Até o pedido de vista de Toffoli, três ministros haviam votado contra o recurso de Lira (Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Marco Aurélio Mello). Restam os votos de Toffoli e de Rosa Weber, mas Moraes e Barroso ainda poderão mudar de ideia, agora que a PGR também mudou de posição e pediu o arquivamento.

Na sua petição, Lindôra argumenta que uma colaboração premiada fechada pelo doleiro Alberto Youssef, chamada de “ouvir dizer”, não é suficiente para o recebimento da denúncia “sem a existência de elementos autônomos de corroboração do que foi narrado”. A procuradora defende que a investigação seja arquivada sem o recebimento da denúncia.

A análise das mais de 1,6 mil páginas do inquérito (nº 3515) mostra que ele vai além do “ouvir dizer” do doleiro Youssef. A investigação expõe contradições de Arthur Lira e uma tentativa de ocultar a ligação da peça-chave do caso, Jaymerson, com o deputado. Os autos do inquérito também revelam a demora no andamento da investigação desde que a Justiça Federal declinou sua competência, em junho de 2012, e o caso passou a tramitar no STF. Lira só prestou depoimento formal à PF em 2014, dois anos e meio depois da apreensão do dinheiro. Foram quase sete anos até a apresentação da denúncia, pela PGR, e mais quatro anos já se passaram sem o julgamento do mérito.

Assessor deu duas versões sobre o dinheiro no corpo

A história começou por volta das 16h30 de 10 de fevereiro de 2012, quando o brasiliense Jaymerson, então com 36 anos, passou pelo aparelho de raio-x na área de embarque do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a fim de tomar o vôo da TAM prefixo JJ-3722 em direção a Brasília, onde morava. O raio-x disparou. Uma agente de proteção à aviação civil chamou a supervisora dos módulos de inspeção, Flébia de Lima Joinhas, para que ajudasse a revistar o passageiro. Primeiro Jaymerson disse que tinha “algumas moedas no bolso”. Flébia pediu que ele tirasse seu paletó e o colocasse numa bandeja. Então ficaram visíveis “maços de dinheiro por dentro da camisa, na região abdominal”. Outros maços foram encontrados nos bolsos do paletó.

A polícia constataria depois que Jaymerson decolou de Brasília no final da manhã, desembarcou no aeroporto de Congonhas, ficou apenas cerca de uma hora em São Paulo e tentou embarcar de volta para a capital federal, quando então foi parado no raio-x.

Uma revista mais minuciosa revelou dinheiro “espalhado pelo corpo”, “nas meias, no paletó e por dentro da camisa, na região da cintura”. No depoimento à PF, Jaymerson disse que carregava R$ 70 mil – na verdade, eram R$ 106,4 mil – e que o dinheiro lhe pertencia, mas que não tinha um documento que comprovasse a origem, relativa a “honorários por consultoria administrativa” do ramo do “agronegócio” na aquisição de um imóvel. Disse que os recursos lhe foram entregues em uma rua, cujo nome não soube dizer, por um certo “José Ramos”, do qual não possuía nem endereço nem telefone. Indagado o motivo pelo qual escondeu o dinheiro no corpo, Jaymerson respondeu que “não tinha onde carregar”.

Em 2015, três anos depois, Jaymerson mudaria toda essa versão. Passaria a dizer que fora de Brasília a São Paulo já com o dinheiro e com objetivo de comprar uma camionete Toyota Hilux, veículo que teria sido “oferecido por Francisco Colombo”, mas que pertenceria a um amigo dele “cujo nome não foi dito”.  O negócio, porém, não ocorreu porque Colombo “lhe disse que não tinha conseguido pegar o carro”. Perguntado sobre a contradição com a primeira versão, Jaymerson disse que “ficou nervoso e inventou uma história”.

Indicado ao cargo pelo PP em 2011, o economista Francisco Carlos Caballero Colombo era o diretor-presidente da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), uma sociedade de economia mista vinculada ao Ministério das Cidades, então controlado pelo PP, com um capital social de R$ 5 bilhões e que na época operava sistema de transportes de passageiros nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Recife, Maceió, João Pessoa e Natal. O nome de Colombo, falecido em maio de 2014 de leucemia aos 63 anos, aparecerá depois com força na investigação sobre Lira e adiante voltaremos a ele.

Passagens foram compradas com cartão pessoal de Lira

Momentos depois da apreensão do dinheiro no aeroporto de Congonhas, a polícia identificou que a pessoa que pagou a passagem aérea de Jaymerson, no valor de R$ 477,02, era um cidadão identificado no cartão de crédito da bandeira Visa como “Arthur Cesar P. Lira”, uma informação que seria decisiva para o curso da investigação. Depois se confirmou que a compra foi feita com um cartão de crédito pessoal do atual presidente da Câmara.

Jaymerson fez o possível para se distanciar de Lira. Primeiro declarou à polícia que “não conhece Arthur César P. Lira nem sabe quem ele é” e que a passagem aérea foi adquirida por “um compadre” de nome “João Araújo”, para quem ele deu dinheiro no valor do gasto. No primeiro depoimento à polícia, também afirmou que “trabalha na iniciativa privada, como administrador”, ocultando todo seu trabalho na Câmara dos Deputados.

Mas a investigação demonstrou que ele ocupava, no momento da apreensão, um CNE (Cargo de Natureza Especial) na função de Assistente Técnico de Gabinete com lotação formal no gabinete do então segundo-vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo da Fonte (PE), do mesmo partido de Lira. Entretanto, Jaymerson estava, segundo a PF, “faticamente à disposição do gabinete do deputado federal Arthur Lira”.

No segundo depoimento que prestou à PF, em 2015, Jaymerson enfim confirmaria que “ficava meio expediente na segunda-vice-presidência e meio expediente no gabinete do deputado Arthur Lira” e que “exerceu o cargo de assessor de Arthur a convite dele próprio”. No gabinete de Lira, disse Jaymerson, “cuidava da vida pessoal do mesmo [Lira]”, ou seja, “pagava contas de telefone, fatura de cartão, comprava passagens para a esposa”. 

Ouvidas depois pela PF, duas assessoras de Arthur Lira disseram que Jaymerson trabalhava em contato direto com o deputado. Uma delas, André Azevedo Miranda de Castro, disse que Jaymerson “acompanhava Lira em seus trabalhos legislativos em reuniões de comissões e no plenário” e que exercia “também funções administrativas, como seleção e contratação de pessoal”. Outra chegou a dizer que ele era “chefe de gabinete”, informação que se provou incorreta, mas que demonstra a importância de Jaymerson na rotina do gabinete de Lira.

Hipótese é que o assessor foi apenas uma “mula”, disse a PF

Em um relatório preliminar, o primeiro delegado que cuidou do caso, Kendi Tsuchida, concluiu em maio de 2012: “A estória de Jaymerson é completamente inverossímil, levando à conclusão de que não se tratava de porte de dinheiro próprio. A hipótese mais provável é que ele tenha sido mandado a São Paulo como ‘mula’”. No jargão policial, “mula” é a pessoa usada por terceiros para transporte de material irregular ou ilegal. Mas quem seria o interessado na viagem? O delegado escreveu: “O provável financiador da viagem de Jaymerson é alguém com o nome de Arthur César P. Lira. Caso a inicial ‘P’ seja de Pereira, chega-se à figura do deputado federal Arthur César Pereira de Lira, cumprindo suas funções, naturalmente, em Brasília-DF”.

Lira se manifestou pela primeira vez na investigação em 6 de novembro de 2012 por meio de uma petição subscrita por dois importantes advogados de Brasília, Sigmaringa Seixas, ex-deputado federal pelo PT falecido em 2018, e Pierpaolo Cruz Bottini. Na petição ao STF, onde o inquérito passou a tramitar ainda como “petição” em julho de 2012, depois que a Justiça Federal de São Paulo declinou sua competência, Lira disse que fora “surpreendido pela notícia dos fatos narrados”, mas adiantou que “efetivamente pagou passagens aéreas do sr. Jaymerson José Gomes de Amorim do dia 10 de fevereiro de 2012, entre as cidades de Brasília e São Paulo, mas não tinha qualquer informação sobre o porte de dinheiro, valores ou equivalentes, uma vez que não lhe foi comunicado que o deslocamento tinha qualquer relação com os fatos”. Pediu então que fosse “dispensada a quebra de sigilo do seu cartão de crédito, diante da confirmação da efetuação do pagamento”.

O primeiro depoimento de Lira à PF só ocorreria quase dois anos depois, em 2 de setembro de 2014. Ele disse que conheceu Jaymerson em 2011, quando este o “auxiliou com relação às Comissões, as pautas do plenário, projetos e questões administrativas do gabinete, tais como verbas indenizatórias, nas quais se incluem a questão das passagens, telefone, hospedagem etc”. Em 2012, disse Lira, Jaymerson estava lotado na segunda-vice-presidência “por sua indicação”. Quando indagado sobre o motivo pelo qual pagara as passagens aéreas de Jaymerson, Lira argumentou: “Na verdade, não teve conhecimento do uso do seu cartão para a compra da passagem para Jaymerson”. Afirmou que a compra foi feita por Jaymerson “sem o conhecimento do declarante [Lira]”. Disse ainda que Jaymerson “possuía a senha dos [seus] cartões bancários”.

Jaymerson tinha acesso, disse Lira, “às senhas dos três cartões pessoais”, uma vez que “esses cartões eram usados no gabinete para o fim de atender aos pedidos das pessoas do círculo do declarante [Lira] que não poderiam se utilizar da verba indenizatória, tais como esposa, filhos, vereadores e lideranças que não fazem parte do Gabinete do declarante”.

Conversa por Whatsapp coloca em xeque versão de Lira

Aos poucos, no depoimento, Lira foi esclarecendo o papel de Jaymerson. De fato, era muito presente. Lira disse que falava com Jaymerson “todos os dias” e que na semana da apreensão do dinheiro, quando Lira fora eleito líder do partido na Câmara, o assessor estava ajudando o deputado “na montagem da estrutura da liderança” do PP. Lira disse que, por essa razão, no dia 10 de fevereiro de 2012 “deu falta dessa pessoa uma vez que não conseguiu falar com ele por telefone”. Assim, disse Lira, ele “se aborreceu com Jaymerson por conta do ocorrido”. Afirmou ainda que “não sabia onde Jaymerson se encontrava, nem o que estava fazendo nesta data”, embora tenha citado vagamente que “acredita que recebeu um telefonema ou um recado de Jaymerson informando que ele teria ido a São Paulo e que voltaria no mesmo dia”.

Lira reiterou que, no dia da apreensão, “tentou falar com ele [Jaymerson] mas não conseguiu, o que aborreceu bastante o declarante [Lira]”.

Ao dizer que ficara contrariado com o suposto sumiço de Jaymerson e que não tinha conseguido falar com ele, Lira teria sua versão depois confrontada a partir de um detalhe fundamental: a PF havia apreendido em poder do seu assessor, em 2012, não só as cédulas de dinheiro, mas também “um aparelho eletrônico do tipo iPad e mais dois aparelhos de telefonia celular, sendo um IPhone e outro BlackBerry”. Tudo foi extraído e analisado pela perícia criminal da PF, em Brasília, com autorização do STF. Em outubro de 2015, portanto longos três anos e meio depois da apreensão, a PF enfim levou ao inquérito a informação de que Jaymerson e Lira não só se falaram ao telefone no dia da apreensão do dinheiro em Congonhas, como também trocaram pelo menos uma mensagem pelo aplicativo Whatsapp.

De acordo com o laudo da PF, às 15h43 daquele dia, Jaymerson escreveu para Arthur Lira: “Esta um pouco atrasado a saída [sic]. Seria bom ele me pegar la. 15:20”. Segundo a PF, Arthur Lira respondeu às 16h04: “Liga pra ele”. Nas mensagens não há nenhuma “bronca” de Lira nem pergunta sobre o paradeiro de Jaymerson. A conversa se deu poucos minutos antes da apreensão do dinheiro, ocorrida por volta das 16h30.

O laudo da perícia criminal também identificou que “foram registrados na data da prisão de Jaymerson oito contatos telefônicos entre ele e o deputado Arthur, sendo o primeiro à 1h30 da madrugada do dia 10/02/2012 e o último (não completado) às 23h56 minutos do mesmo dia”. A maioria das chamadas foi perdida, mas uma durou 35 segundos, outra, 12 segundos, e uma terceira, 1 minuto e 24 segundos. Além disso, ocorreram no mesmo dia “diversos outros contatos com pessoas do gabinete, e nos telefones fixos do gabinete do deputado e da liderança do PP”.

A “informação policial” nº 19 produzida pelo Grupo de Inquéritos do STF e do STJ da direção-geral da PF em 2015 a partir da análise dos laudos periciais concluiu: “Os achados dos celulares contradizem as declarações prestadas por Jaymerson José Gomes de Amorim e Arthur César Pereira de Lira, tendo em vista que Jaymerson e Arthur mantiveram contatos no mesmo dia que Jaymerson foi preso portando dinheiro no aeroporto em São Paulo. Em um desses contatos, o deputado e o assessor trataram de assunto relacionado a atraso, horário e ligação para um terceiro. Temas que, pela forma que foram escritas as mensagens, demonstram de maneira coerente e lógica que tratavam de assunto de conhecimento mútuo e pré-definido”.

Ouvido pela terceira vez pela PF, em 2017, Jaymerson foi indagado sobre a troca de mensagens pelo Whatsapp com Lira, quando disse “não se recordar desse diálogo, não sabendo esclarecer as circunstâncias em que o referido diálogo teria se dado”.

A PF também descobriu que não era a primeira vez que o cartão de Lira bancava uma passagem aérea de Jaymerson de Brasília para São Paulo. Isso já havia ocorrido em agosto de 2011. Colhido na contradição, o assessor disse que havia se esquecido dessa primeira viagem.

Tanto PF quanto PGR apontaram “contradições” de Lira

As conclusões, tanto da PGR quanto da PF, colocaram em dúvida as explicações apresentadas por Lira e Jaymerson.

“Nota-se que o deputado federal Arthur Lira se contradiz nas oportunidades em que, até então, se pronunciou na investigação: no que toca ao conhecimento que tinha sobre a compra dos bilhetes aéreos com seu cartão de crédito, e sobre o itinerário do movimento de transporte de valores por seu assessor parlamentar, se de Brasília para São Paulo ou se de São Paulo para Brasília”, diz a denúncia protocolada pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em 27 de março de 2018.

No seu relatório conclusivo, a Polícia Federal disse que comparou a petição apresentada por Arthur Lira em 2012 com seu depoimento de 2014 e foi “possível verificar algumas contradições no tocante ao real conhecimento do parlamentar sobre a compra dos bilhetes aéreos com seu cartão de crédito e sobre o conhecimento e a dinâmica do transporte de valores por seu assessor parlamentar, se de Brasília para São Paulo ou se de São Paulo para Brasília”.

Para a PF, as declarações de Lira também “são contraditórias com os depoimentos prestados por Jaymerson” à polícia. “E é possível notar que o descolamento entre as primeiras versões do parlamentar e do assessor, causadas, certamente, por não terem se preparado para uma possível abordagem policial e pela surpresa com a descoberta do transporte de dinheiro de origem ilegal, é atenuado com o passar do tempo e com a invenção de outra estória, menos fantasiosa, mas igualmente pouco crível, havendo uma convergência entre as versões, e as contradições, embora existentes, são mais tênues entre os dois”, escreveu o delegado Alex Rezende.

A PF chegou a fazer um quadro com as contradições entre os diferentes depoimentos e manifestações de Lira e de Jaymerson.

PGR diz agora que não ficou provada a origem do dinheiro

Além das contradições nas versões de Lira e Jaymerson a respeito da viagem em si, ficou desde o começo estabelecido o problema da origem das cédulas apreendidas em 2012. Se Jaymerson não recebeu por “honorários” relativos à venda de um imóvel rural nem pela compra de um carro que nunca foi localizado — as duas versões contraditórias que apresentou —, de onde teria vindo o dinheiro?

A PF e a PGR focaram num dos termos da delação premiada do doleiro Alberto Youssef assinada dois anos depois da apreensão do dinheiro, em outubro de 2014, ainda no início da Operação Lava Jato. O doleiro disse que Colombo lhe contou que certa feita pagou cerca de R$ 100 mil a um assessor de Lira ou a “um assessor de outro deputado do PP para que entregasse ao deputado Arthur, mas o assessor acabou preso no aeroporto de Congonhas”.

Youssef alegou que o então ministro das Cidades, Mario Negromonte (PP), havia lhe dado a oportunidade de indicar a presidência da CBTU, e ele escolheu Colombo. Segundo o doleiro, sua intenção era receber “comissionamentos” relativos a contratos “de aquisições de bens e serviços”. A ocupação do cargo, disse Youssef, tinha por objetivo “trabalhar em prol do PP, para gerar caixa em favor do partido e conduzir a instituição ‘de maneira decente’”. Outro delator, Eduardo Hermelino Leite, executivo da empreiteira Camargo Corrêa, confirmou que “foi apresentado a Francisco Colombo por Alberto Youssef” e que o doleiro “representava o PP na Petrobras”.

A partir daí, a PF vasculhou possíveis contatos entre Youssef, Colombo, Jaymerson e Lira. Confirmou que Colombo esteve mais de 50 vezes, de fevereiro de 2011 a junho de 2012, nos escritórios usados por Youssef em São Paulo. Em 3 de fevereiro de 2011, a PF descobriu que 17 minutos antes de uma das entradas de Colombo também esteve no escritório do doleiro o atual presidente da Câmara, Arthur Lira. Em pelo menos duas ocasiões, outros parlamentares do PP estiveram no local em horários próximos da presença de Colombo.

Indagado sobre Colombo, Jaymerson disse que se encontrava com ele “nos corredores da Câmara, mas de forma casual”, porém reconheceu que Colombo “tinha contatos também com Arthur Lira” e que foi “apresentado” ao então presidente da CBTU pelo seu próprio chefe, Lira. Afirmou ainda que o saque do dinheiro em Brasília foi um pedido de Colombo, a fim de supostamente comprar o carro do amigo do presidente da CBTU. Disse ainda que Colombo “se prontificou a utilizar os recursos do declarante [Jaymerson] para pagar as despesas de transferência e eventual transporte do carro para Brasília”.

A PF foi averiguar os aparelhos de telefone usados por Jaymerson e localizou diversos contatos entre Colombo e o assessor de Lira. No dia da apreensão do dinheiro, foram oito. Em 1º de fevereiro de 2012, isto é, nove dias antes da apreensão, Jaymerson escreveu a Arthur Lira que “Colombo ta aqui”. 

Sobre duas ligações feitas a Colombo no dia 7 de fevereiro, três dias antes da apreensão do dinheiro, o que havia negado anteriormente, Jaymerson “alegou ter se esquecido de tal fato, não se lembrando do teor dessas conversas, mas que certamente diriam respeito a atividade que desempenha no gabinete do deputado Lira e não sobre a compra do veículo”. Disse também “não se recordar desse diálogo, não sabendo esclarecer as circunstâncias”.

PGR afirma agora que não ficou provada a origem do dinheiro

Na denúncia oferecida em março de 2018 contra Lira, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, escreveu que “desde o final de 2011 até 10 de fevereiro de 2012, em São Paulo/SP e em Brasília/DF, Francisco Carlos Caballero Colombo, para se manter na Presidência da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), oferecia e pagava vantagens indevidas a Arthur Cesar Pereira de Lira para que este, na condição de deputado federal, líder do Partido Progressista na Câmara dos Deputados, componente da base de apoio político do governo no Parlamento — e, portanto, com a prerrogativa de fazer indicações para cargos em comissão —, mantivesse o apoio político para que ele permanecesse naquele cargo como indicação política da agremiação partidária”.

O STF acolheu parcialmente a denúncia de Dodge, excluindo o crime de lavagem de dinheiro e aceitando o de suposta corrupção ativa. A defesa de Lira recorreu da decisão.

Cinco anos depois, Lindôra Araújo mudou totalmente o entendimento da PGR, citando uma inovação na legislação em 2019. “Em que pese os elementos de prova apresentados na denúncia sejam suficientes para comprovar a existência de vínculo entre Arthur Lira, Jaymerson Amorim e os valores apreendidos em poder deste último, à luz das inovações trazidas pela lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime), apenas os relatos dos colaboradores de que ‘ouviu dizer’ não são suficientes para o recebimento da denúncia, sem a existência de elementos autônomos de corroboração do que foi narrado”, escreveu Lindôra.

“A peça acusatória se baseou, principalmente, nos elementos colhidos no curso dos Inquéritos nº 3996/DF e nº 3989/DF, imputando ao embargante a prática dos crimes de corrupção passiva (art. 317, § 1º, do Código Penal) e de lavagem de dinheiro (art. 1º, V, da Lei nº 9.613/1998, na redação anterior à Lei nº 12.683/2019.”

Defesa diz que inquérito não provou ‘ciência’ ou ‘participação’ de Lira

Já haviam se passado sete anos desde a apreensão do dinheiro até que Arthur Lira apresentou ao STF, em fevereiro de 2019, sua resposta à acusação da PGR feita um ano antes. Seus advogados do escritório Bottini & Tamasauskas escreveram que a apreensão de dinheiro com o assessor de Lira “não implica sua [do deputado] ciência ou participação nos fatos, a não ser que outros dados corroborem a tese acusatória”, mas “eles não existem”.

Sobre a troca de mensagens no dia da apreensão, a defesa diz que as respostas do assessor “não indicam que ele revelou a seu chefe que estava em São Paulo, porque desconexas e pouco consistentes”. Jaymerson viajou a São Paulo, diz a defesa, para “resolver assuntos pessoais”.

Segundo a defesa, Jaymerson era assessor de Lira e tinha função de “organizar suas viagens” e por isso “comprava passagens em nomes do defendente [Lira], tinha a senha de seu cartão e contatava diretamente as agências de viagem”.

“A existência de diversas chamadas e conversas entre Jaymerson e Colombo revela efetivamente alguma relação entre os dois e um provável encontro no dia 10.02.2012, mas não indicam ciência ou participação do defendente [Lira]. A propósito, cumpre destacar que o defendente exonerou tal assessor assim que teve ciência do episódio da apreensão dos valores. Não há uma mensagem entre o defendente e Colombo naquele dia, uma ligação, uma troca de dados.”

A defesa argumentou ainda a “ausência de documentos essenciais ao exercício da ampla defesa e contraditório” e “violação do devido processo legal”. Por exemplo, não foi apresentada gravação em vídeo dos depoimentos de Youssef e não teria sido indicada “a fonte, a origem” dos dados sobre as visitas aos escritórios de Alberto Youssef.

Citando uma decisão da Segunda Turma do STF, a defesa afirmou que “a palavra do colaborador”, no caso, Youssef, “sem provas adicionais, é insuficiente para o recebimento da denúncia” e não se pode fazer uma “afirmação de ocorrência de suposto ilícito por ‘ouvir dizer’”. Os advogados disseram que a apreensão do dinheiro em São Paulo ocorrera dois anos antes da delação de Youssef e já havia sido noticiada na ocasião, o que “revela sua [do doleiro] tentativa de surfar em situação já pública”.

A defesa diz que outros dois inquéritos apuraram uma “inimizade capital” entre Lira e Youssef e que, por isso, o doleiro tentou prejudicá-lo. “Nada há [no inquérito] que comprove” a afirmação de que Lira teria recebido vantagem indevida “para fins de manutenção do sr. Francisco Colombo” na presidência da CBTU. “Nada há que comprove tal assertiva, a não ser a palavra de Alberto Youssef, notório inimigo do ora defendente [Lira], como já exposto. Ademais de frágil pelo personagem, a narrativa de Alberto Yossef é desprovida de sentido.” Disse ainda que Lira “não possuía a mínima competência – sequer ingerência – para determinar a permanência ou não” de Colombo no cargo.

 

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para terça-feira (6) o julgamento do recurso no qual o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), contesta a decisão que o tornou réu por corrupção passiva. A data foi definida após Dias Toffoli liberar o caso para julgamento, suspenso por um pedido de vista feito pelo ministro em 2020.

Denúncia

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Em outubro de 2019, o colegiado aceitou denúncia proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Lira pela acusação de receber R$ 106 mil de propina em espécie.  Apesar da decisão, a ação penal não foi aberta e Lira não virou réu efetivamente porque coube recurso contra a decisão. É este o recurso que será julgado na terça-feira.

O caso remonta a 2012, quando um dos assessores parlamentares do deputado foi flagrado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tentando embarcar para Brasília com a quantia. Após a ocorrência, o próprio Arthur Lira admitiu ter pago as passagens de ida e volta do assessor à capital paulista, mas alegou não saber sobre o dinheiro. 

A denúncia afirmou ainda que a propina teria sido paga pelo então presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, com o intuito de angariar apoio político para permanecer no cargo. 

A defesa de Arthur Lira declarou no processo que as investigações não foram capazes de comprovar que o deputado agiu no sentido de “receber” e que as acusações foram baseadas somente na palavra de um delator conhecido por ser “inimigo do deputado”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a vitória expressiva do governo na votação que aprovou a Medida Provisória 1154/23, que reestrutura os ministérios, não significa que há uma base consolidada de apoio ao governo. Foram 337 votos favoráveis ao texto e 125 contrários.

A MP aprovada fixa o número de ministérios em 31, além de 6 órgãos com status de ministério, em um total de 37 ministros.

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Segundo Lira, “daqui para frente, o governo tem que andar com suas próprias pernas e não haverá nenhum tipo de sacrifício dos parlamentares”, avisou.

Lira explicou que os partidos independentes e de centro, principalmente, deram mais uma oportunidade ao governo, embora quisessem mandar um recado ao Planalto sobre a necessidade de participar mais ativamente da vida do País e do Congresso.

“O governo sabe e tem consciência que a acomodação política não está feita, não tem base consolidada, o líder José Guimarães (PT-CE) tem consciência disso, e convencemos nossos deputados que é importante que o governo tenha sua gestão, muito embora muitos queriam demonstrar ao governo para que participe mais da vida ativa do País”, afirmou Lira.

“Não foi feito nenhum acordo, foi muita conversa e tranquilidade para conduzir essa votação para que se chegasse um painel tão elástico”, disse o presidente da Câmara.

Para Lira, a partir da votação de ontem, o governo terá a oportunidade de voltar a trabalhar em busca de uma base mais consolidada e uma articulação política mais correta para ter “dias mais tranquilos”, ponderou.

Vitória "doída"

Após a aprovação da Medida Provisória 1154/23, na madrugada desta quinta-feira (1º), o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), reconheceu que foi uma vitória “doída” e “gratificante” diante de tantas reclamações sobre a articulação do Palácio do Planalto com a Câmara dos Deputados.

José Guimarães reconheceu que o governo tem problemas de articulação que precisam ser resolvidos. “Os líderes suaram no diálogo e deram crédito ao governo mesmo com as extremas dificuldades que vivenciamos – das demandas não resolvidas, dos ‘chás de cadeira’ dos ministros, daquilo que não foi encaminhado”, disse Guimarães.

Lealdade cobrada

O líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (União-BA), chegou a revelar que os líderes fizeram uma reunião de “lavagem de roupa suja” antes da votação e cobrou lealdade e credibilidade nas negociações.

“Depois que ficamos até a meia-noite de ontem [terça-feira] fazendo lavagem de roupa suja, devo dizer que a insatisfação é geral, todos os líderes reconhecem”, afirmou. Elmar Nascimento não poupou críticas ao Planalto. “Tudo isso é fruto da forma contraditória, desgovernada, da falta de uma base estabilizada”, criticou.

Agora a medida provisória precisa ser votada hoje pelo Senado para não perder a validade.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

Após uma ameaça de rebelião de deputados do Centrão contra o governo, a Câmara aprovou na noite desta quarta-feira (31), a Medida Provisória (MP) que define os ministérios da gestão petista. Foram 337 votos favoráveis, 125 contrários e uma abstenção. Para assegurar a aprovação do texto na Câmara, apenas na terça-feira (30), quando a proposta seria votada, R$ 1,7 bilhão foi liberado em emendas parlamentares ao orçamento.

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Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A desarticulação política do governo Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e líderes da Casa pôs em risco a estrutura do Executivo federal. E o governo ainda corre contra o tempo. O Senado precisa votar o texto da MP até a meia-noite desta quinta-feira (1º), para evitar que a medida provisória caduque e o Executivo federal tenha que desmontar 17 novos ministérios criados por Lula.

A votação foi adiada para esta quarta-feira após líderes de partidos aliados ameaçarem uma rebelião. Coube ao próprio presidente da Câmara anunciar que havia uma insatisfação generalizada entre os deputados por conta da falta de articulação política do governo.

"Há uma insatisfação generalizada dos deputados com a falta de articulação política do governo, não de um, nem de outro", disse Lira. "Se o resultado não for de aprovação, não deverá a Câmara ser responsável pela falta de articulação política."

Depois de Lula entrar em campo, telefonar para Lira ainda pela manhã e se tornar oficial a liberação de recursos, partidos que se opunham à votação tentando forçar que a MP perdesse validade mudaram de lado. "Hoje (a reunião de líderes) foi mamão com açúcar. Foi tranquilo", disse André Fufuca (MA), líder do PP, se referindo ao encontro desta quarta-feira. O partido de Lira passou a defender a aprovação da MP dos Ministérios de Lula.

Após a votação, Lula ligou para o líder do governo, José Guimarães (PT-CE) parabenizando-o pela aprovação. Mais cedo, o próprio Lira reconheceu que, caso a proposta fosse aprovada, seria mérito de Guimarães. "Teve um momento de tensão, mas prevaleceu o espírito público", disse o líder. "O País dorme aliviado."

Mudanças

O texto aprovado altera a estrutura original do governo desenhada durante a transição. Por conta da pressão da bancada ruralista com apoio de deputados do Centrão, a nova versão da MP retirou poderes dos Ministérios de Meio Ambiente e dos Povos Indígenas. A pasta de Marina ficou sem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e sem a Agência Nacional de Águas (ANA). Já o Ministério dos Povos Indígenas perdeu poder de definir demarcações de reservas, função que foi repassada ao Ministério da Justiça.

A ANA ficará com o ministério das Cidades, de Waldez Góes, aliado de Davi Alcolumbre (União-AP), que presidiu a MP no Congresso; o CAR foi para o ministério da Gestão, de Esther Dweck.

Outra alteração aprovada no Congresso foi deixar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Na versão original, a área tinha sido deslocada para a Casa Civil. A estratégia do governo era desmilitarizar a Abin após o fracasso na antecipação e monitoramento das invasões do dia 8 de janeiro, e reformular o órgão para "limpar" a agência de militares ainda fiéis ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Mesmo com as mudanças feitas pelos deputados, membros relevantes do PT passaram a defender a aprovação do texto. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse na terça-feira que o governo iria defender o relatório da MP dos Ministérios "do jeito que está". Acompanharam o discurso os parlamentares petistas.

Para o deputado José Nelto (PP-GO), a votação é um marco na relação de Lula com o Congresso. "Hoje sabemos se ele quer ir para o enfrentamento ou para a governabilidade", disse. Ainda há, no entanto, muitas arestas a aparar. Um dos alvos das reclamações é o ministro Rui Costa (Casa Civil), que não recebe ninguém.

"Há um ressentimento dos próprios parlamentares, até do PT, da oposição, que o ministro da Casa Civil não recebe líderes partidários", disse Nelto, que até admitiu que votou em Lula em 2022. Porém as sinalizações do presidente ao longo dos quatro meses o desagradam. A visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil foi a última delas. O incidente causou constrangimento em quem ainda deseja votar com a base.

Marangoni (União-SP), relator da MP do Minha Casa Minha Vida, por exemplo, só teve o primeiro diálogo com Rui nesta quarta-feira, quando o parecer seria votado. Líderes queixam-se constantemente da indisponibilidade, atrasados ou reuniões atrasadas com ele. O diálogo também está prejudicado com Alexandre Padilha (Relações Institucionais). As reclamações para ambos passam a falta de repasses de emendas, as promessas de resolução de pedidos de parlamentares e a lentidão na distribuição de cargos em estatais e autarquias.

O próprio Guimarães reconheceu que o governo tem consciência dos problemas nas entregas, do repasse de emendas e das nomeações a cargos de segundo escalão. "Foi uma construção delicada. Mas acho que o resultado é muito forte".

Como mostrou o Estadão, Lula já pagou R$ 5,5 bilhões em emendas parlamentares neste ano, com liberações recordes nos últimos dias em razão da crise com o Congresso. Apenas no dia do arcabouço fiscal, por exemplo, foram R$ 1 bilhão liberados. Ainda assim, os deputados querem mais. Depois da aprovação do arcabouço, no entanto, o governo só enfrentou derrotas. A gestão petista viu a Câmara aprovar o marco temporal nesta terça-feira, limitando a demarcação de terras indígenas, e ainda não conseguiu aprovar a primeira medida provisória assinada por Lula.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou a articulação política do Palácio do Planalto para aprovar matérias de interesse do governo. Segundo ele, há uma insatisfação generalizada dos deputados com a falta dessa articulação política. Lira ressaltou ainda que, se a MP que reestrutura os ministérios não for votada nesta quarta-feira (31) ou não for aprovada, a culpa não pode recair sobre a Câmara (MP 1154/23). 

O presidente participa neste momento de uma reunião de líderes para decidir sobre a votação da medida provisória. De acordo com Lira, ainda não dá para saber se o governo terá votos ou conseguirá votar a proposta hoje. A MP perde a validade a partir de sexta-feira. 

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“Venho alertando dessa falta de ação de pragmatismo na resolutividade do dia a dia, na falta de atenção. Vamos conversar e sentir e se a Câmara dará mais uma vez o crédito ao governo”, afirmou Lira. 

“Se o resultado for de não aprovação e de não votação da MP, não deverá a Câmara ser responsável pela falta de articulação política do governo”, disse o presidente.  Lira confirmou que conversou com o presidente Lula por telefone e explicou as dificuldades que o governo tem enfrentado na Câmara. Ele negou ainda que tenha exigido ministérios para aprovar a proposta.

“Não há achaque, há uma insatisfação generalizada com a falta de articulação política do governo”, afirmou. 

*Da Agência Câmara de Notícias

A Câmara dos Deputados anunciou um concurso público com 140 vagas para diversos cargos. O certame foi autorizado pelo presidente da Casa, Arthur Lira, e o quatitativo de oportunidades levou em consideração cargos vagos no momento e a previsão de aposentadorias até o ano 2026.

Informações preliminares mostram que o número geral de vagas está distribuído da seguinte forma: duas para assistentes sociais, 32 para consultores legislativos, duas para consultores de orçamento e fiscalização financeira, três para contadores, duas para enfermeiros, uma vaga para farmacêutico, 30 para analistas de informática legislativa, 15 para médicos, 33 vagas para técnicos legislativos e 20 para técnicos em material e patrimônio.

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Além das oportunidades imediadas, o concurso público contará com formação de cadastro de reserva. Apesar do anúncio, a Câmara dos Deputados não deu detalhes sobre a publicação do edital e divulgação de cronograma do processo seletivo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a Câmara e o Senado estão em sintonia com o governo federal para a aprovação do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária. Lira se reuniu nesta terça-feira (23) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os relatores das duas matérias na Câmara, os deputados Claudio Cajado (PP-BA), do novo regime fiscal, e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), da  reforma tributária. 

Lira ressaltou a importância do diálogo entre governo, Congresso e setor produtivo sobre os dois temas para melhorar o ambiente de negócios no País e que trarão consequências importantes para o desenvolvimento do Brasil. 

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“Todos deem se envolver na defesa de uma reforma tributária que é necessária. Essa discussão está mais presente na Câmara e nossa obrigação é fazer de forma mais transparece e ter a reforma que o Brasil merece”, afirmou Lira.

Lira afirmou ainda que a ideia do governo de rever pautas já aprovados pelo Congresso nos últimos anos, como mudanças no marco do saneamento, a privatização da Eletrobras ou a autonomia do Banco Central, não terão respaldo no Parlamento.

“Vamos focar nisso, a revisitação de temas que o Congresso votou há um tempo vão acontecer no âmbito do Congresso, que se acalmem os ânimos dessas pautas. Elas não terão ecos nos plenários das duas Casas, o governo tem sido informado disso”, disse.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu a necessidade de criar um ambiente de responsabilidade com as reformas. Ele ressaltou o espírito colaborativo do Congresso com o governo nessas duas pautas. “Estamos no mesmo barco e queremos que esse barco chamado Brasil navegue em compromisso com a sociedade. É um momento de harmonia e de diálogo”, afirmou.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou o consenso entre as duas Casas sobre o marco fiscal e a reforma tributária. Segundo ele, os dois relatores têm a confiança da sociedade, do empresariado e dos trabalhadores. 

“Isso me dá tranquilidade de que vamos concluir este semestre com a Câmara se manifestando em relação às duas matérias, e o Senado em realação ao marco fiscal. Isso vai dar uma tranquilidade muito grande para os investidores e para os ministros do governo”, disse Haddad.

*Da Agência Câmara de Notícias

Após reunião com o Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), nessa terça-feira, 16, ocasião em que foi discutida a necessidade de acabar com as "faixas salariais" para a Polícia Militar e Bombeiro Militar, o Deputado Coronel Meira (PL/PE) irá reapresentar na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 1264 de sua autoria, com os ajustes sugeridos por Lira.

“Não é aceitável que policiais que cumprem a mesma função, possuem a mesma patente e correm o mesmo risco, sejam classificados na categoria A, B, C, D, e recebam salários diferentes. Já apresentei Projeto de Lei que trata desse assunto e em breve, iremos acabar com essa covardia.” Afirma Meira.

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O PL 1264/2023 estabelece a equiparação salarial entre determinados servidores das forças de segurança pública que ocupam os mesmos postos, graduações e classes funcionais, dentro de um mesmo ente federativo.

*Da assessoria 

  O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), concedeu mais 20 dias de prazo para o grupo da Reforma Tributária (PECs 45/19 e 110/19) concluir os seus trabalhos. O despacho autorizando a prorrogação foi publicado no Diário Oficial da Câmara nesta terça-feira (16).

Lira atendeu a um pedido do coordenador do grupo, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). Ele afirmou que o colegiado vai aproveitar o prazo adicional para realizar encontros com os governadores e os prefeitos das capitais, além de um seminário com as bancadas estaduais na Câmara.

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O grupo de trabalho foi criado em 15 de fevereiro com o prazo inicial de 90 dias para concluir os seus trabalhos.  O relator da proposta de reforma tributária é o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Ele deve apresentar seu parecer no dia 5 de junho.

*Da Agência Câmara de Notícias

Nesta quarta-feira (12), o Partido Progressista (PP), do presidente da Câmara, Arthur Lira, vai anunciar o acordo que lhe deu a liderança do maior bloco da Casa. O "superbloco" com oito siglas vai contar com 175 deputados de diferentes espectros políticos. 

Depois do MDB fechar aliança com PSD, Republicanos, Podemos e PSC no fim de março, o PP se movimentou para fazer frente aos 142 parlamentares reunidos no bloco de centro direita. O partido conseguiu atrair o União Brasil, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e a federação Cidadania-PSDB para criar seu próprio grupo, mais plural, contudo, sem siglas alinhadas à esquerda tradicional. 

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Com a movimentação entre os corredores da Salão Verde, a promessa é de embates entre os blocos na busca por protagonismo na distribuição de cargos e comissões. Com mais integrantes, o grupo de Arthur Lira sai em vantagem e terá prioridade para indicações em colegiados, inclusive os mistos na análise de medidas provisórias. 

Foi adiada para o dia 11 de abril a instalação da comissão mista no Congresso Nacional para analisar a primeira Medida Provisória (MP) editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A MP 1.154/2023 traz a nova estrutura do Poder Executivo, com 31 ministérios e seis órgãos com status de ministério ligados à Presidência da República.

O prazo da MP já foi prorrogado por mais 60 dias. Precisa ser votada pela comissão mista e pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado até o dia 1º de junho. Caso isso não ocorra até a data, perderá a validade. 

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A previsão inicial para a instalação era para a próxima terça-feira (4). O episódio se desenrola em meio à disputa entre o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre a retomada dos trabalhos das comissões mistas que analisam as medidas provisórias antes da votação em plenário.

Em março de 2020, no auge da pandemia de covid-19, um ato conjunto da Câmara e do Senado flexibilizou as regras de tramitação das medidas provisórias, que passaram a ser votadas diretamente pelos plenários das duas Casas e deixaram de passar pelas comissões, integradas por 13 deputados e 13 senadores.

Na semana passada, Pacheco realizou uma reunião de líderes no Senado e decidiu que as comissões mistas serão retomadas para analisar as MPs enviadas pelo governo. Segundo o presidente, a regra está prevista na Constituição.  Por outro lado, Arthur Lira defende uma mudança na composição dos colegiados. Para ele, as comissões de análise de MPs devem ter a participação de mais deputados em relação aos senadores, como ocorre em outras. Contudo, a proposta não foi aceita pelos líderes no Senado. 

O assunto foi judicializado no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de um mandado de segurança protocolado pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) contra o presidente da Câmara. Segundo o parlamentar, a manutenção do modelo de votação direta pelo plenário dá poderes extraordinários a Lira, que, segundo Vieira, pode definir os relatores das MPs e o envio da matéria ao Senado às vésperas do prazo de caducidade. 

Outras MPs Além da MP sobre a reorganização da Esplanada, outras medidas na fila para votação no Congresso Nacional. São as que tratam de reoneração dos combustíveis e do novo Bolsa Família. 

As MPs têm força de lei e são enviadas pelo presidente da República para análise do Congresso Nacional. A medida tem prazo de vigência de 60 dias, podendo ser prorrogado por igual período se a votação na Câmara e no Senado não tiver sido concluída. 

*Com informações da Agência Senado

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou prioridade para três temas de interesse dos prefeitos ao participar nesta quarta-feira (29) da 24ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Entre eles está o financiamento do piso nacional da enfermagem, aprovado pelo Congresso Nacional em 2022. 

A Lei 14.434/22 definiu como salário mínimo inicial para a categoria o valor de R$ 4.750, a ser pago pelos serviços de saúde públicos e privados, mas está suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 25/22 prevê um repasse estimado em R$ 9 bilhões anuais para cobrir a despesa. 

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“Vamos promover amplo debate a respeito da PEC 25/22 para suportar despesas que não tinham ainda programação orçamentária, como o piso nacional dos enfermeiros, e não podem cair nas costas dos mais fracos, como os hospitais filantrópicos ou os municípios que vivem dos repasses federais”, disse Arthur Lira.

A PEC 25/22 surgiu de debates na Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que organiza a marcha a Brasília. A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara ainda deverá analisar a admissibilidade dessa proposta – se aprovado, o texto passará por comissão especial antes de chegar ao Plenário. 

A PEC 253/16, outro item destacado por Arthur Lira nesta quarta, inclui entidades de representação de municípios de âmbito nacional no rol de legitimados para propor, no STF, ação direta de inconstitucionalidade (ADI) e ação declaratória de constitucionalidade (ADC). Esse texto já está pronto para votação no Plenário.

Já o Projeto de Lei Complementar (PLP) 139/22 encontra-se apensado a um texto oriundo do Senado. Surgido na marcha do ano passado, o PLP 139/22 pretende evitar quedas na arrecadação em razão de mudanças no rateio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) decorrentes da contagem populacional.  Ao estimular a participação dos prefeitos nos debates sobre essas três propostas, Arthur Lira pediu apoio para uma reforma tributária – “aquela que for possível”, disse.

“A Confederação Nacional dos Municípios tem enriquecido o processo com uma participação muito atenta nos debates”, observou o presidente da Câmara.  Arthur Lira aproveitou a marcha a Brasília para anunciar também que, a pedido de parlamentares, o Poder Executivo deverá postergar para março de 2024 a entrada em pleno vigor de todas as regras da nova Lei de Licitações (14.133/21). Prefeitos pediam mais tempo para ajuste à norma, que valeria agora em abril.

Exposição na Câmara

A edição deste ano da marcha trouxe a Brasília representantes de mais de 4,2 mil municípios, segundo o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. No total, a entidade estimou que cerca de 10 mil pessoas participarão das atividades nesta semana.  Na segunda-feira (27), foi aberta na Câmara dos Deputados a exposição “25 anos de Marcha”, que conta a história de cada uma das edições do evento e da CNM. Organizada pela entidade, a mostra acontece no Corredor Tereza de Benguela. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, na noite dessa segunda-feira (27), que líderes partidários da Casa vão apresentar "três ou quatro" propostas de texto para tentar resolver o impasse com o Senado sobre a tramitação de medidas provisórias (MPs) no Congresso Nacional. A situação preocupa o governo federal, que teme que sua agenda legislativa fique travada. Mais cedo, Lira se reuniu com líderes na residência oficial e, segundo ele, saiu de lá com a possibilidade de um texto para tentar um acordo com o Senado.

"Discutimos três ou quatro possibilidades de texto, para propor um entendimento que ajude o Brasil, e que as matérias tenham a celeridade que tiveram nos últimos anos", afirmou Lira em entrevista a jornalistas no Salão Verde da Câmara. Há mais de 50 dias, os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) travam queda de braço sobre o rito de MPs.

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Entre os critérios para se chegar a um acordo sobre o rito, Lira quer uma alteração na composição das comissões mistas, para que tenham proporção maior de deputados em relação aos senadores, como ocorre em outras comissões, como a Mista de Orçamento (CMO), composta por 30 deputados e 10 senadores.

"A se manter a comissão mista, não no nível que é hoje, com 12 a 12, sem prazo, é muito ruim, nós não sairemos desse impasse. A única possibilidade de a Câmara admitir negociar, sentar, aceitar uma comissão mista é que ela cumpra o rito que as outras comissões bicamerais cumprem. Por exemplo, CMO [Comissão Mista do Orçamento], 30 deputados e 10 senadores. Congresso Nacional, 513 deputados, 81 senadores. A Comissão Mista Parlamentar de Investigação (CPMI) tem proporção que precisa ser obedecida.

Por que só nas medidas provisórias um senador tem que valer por 6,5 deputados?", questionou Lira.

Ele também cobrou que a comissão mista, se for mantida, tenha prazo de análise das MPs, o que no modelo previsto na Constituição Federal não existe. Isso poderia ser feito, segundo ele, por meio de um projeto de resolução aprovado tanto na Câmara quanto no Senado.

Histórico

Na semana passada, o presidente do Senado decidiu que a análise de medidas provisórias enviadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltará a seguir o rito previsto na Constituição Federal, ou seja, passarão pelas comissões mistas, colegiados com integrantes da Câmara e do Senado, de forma paritária (mesmo número de integrantes de cada Casa).

Desde 2020, para dar agilidade ao trabalho dos parlamentares por causa da pandemia da covid-19, foi retirada a análise de MPs em comissões mistas. Assim, as medidas provisórias passaram a ser analisadas diretamente no plenário – primeiro na Câmara, por 90 dias, e depois no Senado, por 30 dias –, permitida emendas. As Mps, editadas pelo governo, têm efeito imediato, com força de lei, mas precisam ser aprovadas pelo Congresso em até 120 dias para não perder validade. A medida foi justificada, à época, como excepcionalíssima em razão das medidas emergenciais sanitárias.

Com a decisão do presidente de Pacheco, as comissões mistas devem ter imediatamente os membros indicados pelos líderes de cada Casa. Em cada análise de MP, a presidência e a relatoria dos colegiados voltam a ser alternadas entre deputados e senadores. A retomada desse sistema de votação é rejeitada pela Câmara. As declarações de Lira vão no sentido de se aproximar de um entendimento.

MPs do governo

Caso o impasse entre as duas Casas não seja resolvido no curto prazo, Arthur Lira adiantou que o governo federal deverá fazer um apelo ao Congresso Nacional para que votem no modelo anterior três ou quatro medidas consideradas essenciais, entre elas a que reorganiza o programa Bolsa Família e a que definiu a estrutura ministerial da gestão Lula. Já as demais MPs deixariam de ser analisadas e o governo enviaria um projeto de lei com urgência constitucional com o mesmo texto.

“Em não havendo acordo, o governo fez um apelo à Câmara dos Deputados, e deve fazer também ao Senado Federal, de que três ou quatro Medidas Provisórias essenciais, como Bolsa Família, [o programa] Minha Casa Minha Vida, a organização de todos os ministérios e nós abramos uma exceção e indiquemos os líderes para compor essas comissões. E o governo, em contrapartida, em todas as outras comissões, mandaria para a Câmara um projeto de lei com urgência constitucional para substituir ipsis litteris os textos das MPs, excetuando essas três ou quatro. É uma proposta de acordo do governo preocupado em não se chegar num acordo razoável [entre Câmara e Senado]”, informou Lira.

MPs anteriores

Já um conjunto de 13 MPs editadas pelo governo anterior estão sendo votadas esta semana na Câmara dos Deputados, para limpar a pauta. O sistema de votação desses textos, especificamente, ainda segue o rito adotado durante a pandemia. Ou seja, estão indo direto ao plenário.

Duas delas foram votadas na noite desta segunda na Câmara. Uma é a MP 1142/22, que autoriza o Ministério da Saúde a prorrogar contratos temporários de pessoal para hospitais do Rio de Janeiro. A MP foi aprovada na forma de um substitutivo do relator, deputado Daniel Soranz (PSD-RJ).

Segundo o texto, além dos 3.478 contratos de profissionais de saúde inicialmente previstos, poderão ser prorrogados outros 639 postos que vierem a ser preenchidos, perfazendo o total de 4.117 profissionais autorizados por uma portaria interministerial de 2020. A data limite dos contratos também mudou. Em vez de 1º de dezembro de 2023, será 1º de dezembro de 2024.

O outro texto aprovado é a Medida Provisória 1149/22, que atribui à Caixa Econômica Federal a administração, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2023, do fundo de recursos arrecadados com o Seguro DPVAT, além da análise dos pedidos de indenizações e seu pagamento.

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL), para tratar do trâmite de Medidas Provisórias no Congresso Nacional. O encontro ocorrerá antes da viagem de Lula à China, segundo o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta.

“Como o presidente Lula vai viajar, vai estar acompanhado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é importante que o presidente [Lula] fale com o presidente Artur Lira antes da viagem. Eles já estão combinando essa conversa, para que o presidente possa conversar, acompanhar com os dois presidentes das Casas o desdobramento dessa discussão. Temos interesse que tenha o maior equilíbrio entre as Casas para que as matérias possam tramitar com rapidez”, disse Pimenta, após reunião com Lula no Palácio da Alvorada. O ministro não informou quando ocorrerá a reunião.

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Há mais de 50 dias os presidentes Arthur Lira e Rodrigo Pacheco travam uma queda de braço sobre o rito de Medidas Provisórias. Nessa quinta-feira (23), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu que a análise de medidas provisórias enviadas pelo governo Lula voltará a seguir o rito previsto na Constituição Federal, ou seja, passarão pelas comissões mistas. 

Desde 2020, para dar agilidade ao trabalho dos parlamentares por causa da pandemia da covid-19, foi retirada a análise de MPs em comissões mistas. Assim, as medidas provisórias passaram a ser analisadas diretamente no plenário – primeiro na Câmara, por 90 dias, e depois no Senado, por 30 dias –, permitida emendas.

A medida foi justificada, à época, como excepcionalíssima em razão das medidas emergenciais sanitárias. Com a decisão do presidente do Senado, as comissões mistas devem ter imediatamente os membros indicados pelos líderes de cada Casa. Em cada análise de MP, a presidência e a relatoria dos colegiados volta a ser alternada entre deputados e senadores.

Viagem China

O ministro Paulo Pimenta disse que o presidente Lula se recupera bem do quadro de pneumonia leve. Ele passará o sábado (25) em repouso, com tratamento prescrito, mas já tem liberação do médico para embarcar no domingo (26) com destino à China, maior parceiro comercial do Brasil.

O embarque estava previsto para este sábado, porém foi adiado para domingo após o diagnóstico. Ontem (23) à noite, Lula passou por exames no Hospital Sírio Libanês, em Brasília, após retornar de viagens que fez à Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro.

“O presidente está se sentindo bem, está muito motivado. Como ele vai viajar à China no próximo domingo, fez questão de marcar uma reunião com alguns ministros para poder planejar a semana que vem”, afirmou Pimenta.

De acordo com o ministro, a agenda de compromissos na China não sofreu alterações.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta segunda-feira (20), o trancamento de três ações de improbidade administrativa que atingiam o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), no bojo da extinta Operação Lava Jato. O decano ainda determinou o levantamento de todos os bloqueios de bens decretados contra Lira no âmbito dos processos.

A avaliação de Gilmar Mendes é a de que as ações se debruçam sobre fatos parecidos ou idênticos aos relatados na denúncia do chamado "quadrilhão do PP" - acusação rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal. O ministro destacou que a Corte máxima rejeitou integralmente as acusações contra Lira e seu pai, Benedito, e assim considerou que a tramitação de ações de improbidade, na esfera civil, sobre os mesmos fatos, seria uma tentativa de "contornar o entendimento" firmado pelo STF.

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Segundo Gilmar, os elementos para fundamentar os processos em primeiro grau são equivalentes ao acervo apreciado e rejeitado pelo Supremo, que "assentou categoricamente a fragilidade da narrativa sustentada pelo Estado-acusador". "Assim, compulsando o conteúdo das petições iniciais, concluo que a propositura da ação de improbidade administrativa em primeiro grau de jurisdição, fundada no mesmo acervo probatório, corresponde a uma tentativa de contornar o entendimento firmado pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal no julgamento do Inquérito 3.994/DF", ressaltou.

As ações em questão já estavam suspensas por medida liminar - decisão provisória, dada em casos urgentes - concedida por Gilmar Mendes em abril de 2021. Duas delas foram movidas pela Advocacia-Geral da União (AGU) e a outra, pelo Ministério Público Federal (MPF).

Em um dos processos, a Justiça Federal no Paraná bloqueou, em fevereiro de 2017, bens no valor de R$ 10,4 milhões de Lira e de seu pai, Benedito. A medida foi tomada pelo juiz Flávio Antônio da Cruz, da 11.ª Vara Federal de Curitiba, em dezembro de 2016, a pedido da AGU no âmbito de uma ação de improbidade administrativa aberta a partir de informações sobre suposto envolvimento dos parlamentares em desvio de verbas da Petrobras para custear as campanhas eleitorais de pai e filho em 2010.

À época, a AGU atribuiu "condutas ímprobas praticadas por Benedito de Lira, enquanto atuava como deputado federal e por seu filho, Arthur Cesar Pereira Lira no exercício do mandato de deputado estadual, por conta de vantagens indevidas auferidas junto a Alberto Youssef (doleiro da Lava Jato), Ricardo Pessoa (empreiteiro delator) e Constran S/A".

A decisão foi proferida no bojo de uma reclamação impetrada no Supremo após a Segunda Turma da Corte máxima arquivar a denúncia de organização criminosa apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente da Câmara e outros três parlamentares no caso conhecido como "quadrilhão do PP". O resultado marcou mais uma derrota da Operação Lava Jato no Supremo.

Ao acolher o pedido da defesa de Lira e trancar as ações de improbidade, Gilmar Mendes relembrou da decisão da Segunda Turma do STF, ressaltando que o colegiado não "se limitou a reconhecer a ausência de suporte probatório mínimo para a ação penal", mas também "apresentou argumentos que apontam para a não participação dos réus em atos ilícitos, reconhecendo expressamente a fragilidade da narrativa construída" em desfavor de Lira e de seu pai.

"Incide, portanto, a remansosa jurisprudência da Corte no sentido de que a mesma narrativa fática que deu ensejo a um juízo de certeza negativo na esfera criminal não pode provocar novo processo no âmbito do direito administrativo sancionador", ressaltou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), afirmou na noite da quarta-feira (15), em entrevista à GloboNews, que é contra uma parte da Lei das Estatais. A legislação impede a indicação de membros de partidos políticos ou participantes de campanhas eleitorais para cargos de direção em empresas públicas.

Segundo Lira, o ponto que precisa ser modificado é o que impede a indicação de diretores partidários para cargos de alto escalão nas estatais. "A Lei de Estatais veio como tantas outras para proteger uma determinada função e é bom que ela permaneça, mas há alguns excessos, e toda lei pode ser aperfeiçoada", afirmou.

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O presidente da Câmara classificou a quarentena de 36 meses exigida pela lei como "absurda" e defendeu que "outros critérios precisam ser observados", sem entrar em detalhes.

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