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Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Biológico (IB) permitiu que pequenos produtores do estado de São Paulo reduzissem em até 90% a quantidade de defensivos agrícolas no cultivo de hortaliças. De acordo com o governo paulista, a diminuição foi possível devido à transferência de tecnologia de manejo fitossanitário aos agricultores, que passaram a introduzir princípios de Manejo Integrado de Pragas e a utilizar coberturas flutuantes de Agrotêxtil.

O pesquisador do instituto, Fernando Javier Sanhueza Salas, explica que o Agrotêxtil é um tecido derivado do polipropileno e que pode ser reciclado. “É uma tecnologia muito utilizada na produção de hortaliças na Europa, com destaque para a Espanha, e na produção de melão para exportação em Mossoró, no Rio Grande do Norte”, ressalta.

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Segundo o pesquisador, a maior vantagem desse tecido está no bloqueio da entrada de insetos que atacam o cultivo de hortaliças e hortifrutis. Com isso, é possível criar uma espécie de barreira física para produção. “Em muitos casos, os produtores precisam fazer apenas uma aplicação de defensivo, antes de utilizar a cobertura e, de acordo com a cultura, fazer mais uma, quando estiver na metade do ciclo da planta e for necessária a polinização”, complementa Salas.

Em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, os produtores de tomate conseguiram diminuir em 70% a aplicação de defensivos. A mesma pesquisa também beneficiou pequenos agricultores da Bahia. O cultivo de repolho na cidade de Irecê, por exemplo, reduziu a aplicação da substância de seis para uma.

O governo do estado informou ainda que a implantação do Agrotêxtil sai mais em conta do que sistemas convencionais, baixando para 1/3 de acordo com a condução do cultivo. “Se o produtor for cuidadoso, pode reutilizar a tela no próximo ciclo da cultura, porém com a vantagem de possuir toda a estrutura inicial”, conclui o pesquisador.

Realizada há seis anos, uma vez por mês, no Complexo Cultural Vadião da Universidade Federal do Pará (UFPA), no campus Guamá, a Feira de Agricultura Familiar tem o objetivo de promover a integração dos produtores rurais com a comunidade acadêmica e local. Muitos produtos são colocados à disposição dos consumidores.

A professora Rachel Coelho, do curso de Psicologia da UFPA, é uma das clientes assíduas da feira todo mês. Ela tem a possibilidade de comprar mel e outras hortaliças produzidas por famílias rurais. A professora explica que a proximidade com seu local de trabalho a leva todos os meses marcar presença na feira. “Por causa dos produtos orgânicos e de feira familiar e pela proximidade com o meu trabalho. É um espaço em que eles podem apresentar o seu trabalho e ter um melhor acesso aos alunos e os servidores”, contou Rachel.

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A feira possibilita não apenas a venda de hortifruti, mas também de cosméticos naturais e orgânicos. A produtora e representante da empresa “Sementes da Amazônia”, Medy Portela, explica que é uma grande satisfação trazer oleaginosas do campo para a cidade em forma de cosméticos. “Agradecemos muito a oportunidade de estamos aqui, porque ajuda a gente escoar a nossa mercadoria. Então além dos servidores públicos e os coordenadores que nos ajuda, a feira está aberta para a comunidade”, enfatiza a produtora.

A feira é realizada pela pró-reitoria de Extensão da UFPA, por meio de Departamentos de Cultura com o apoio de institutos e faculdade, como o INEAF, ICSA, e ITEC. Atualmente participam da feira 36 grupo, entre associações de produtores e produtores individuais. A feira acontece sempre na primeira semana do mês, no Complexo Cultural Vadião, de 8 às 12 horas.

Por Ariela Motizuki.

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O governo brasileiro trabalha para que até abril, ou início de maio, as primeiras embarcações de pesca do País já estejam certificadas e possam voltar a ser exportadas para a União Europeia.

A venda externa de pescado para o mercado europeu está suspensa desde quarta-feira (3)  por determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em virtude de auditoria dos europeus realizada em setembro em fábricas do País. A auditoria apontou irregularidades no processo produtivo. A estratégia do governo ao se antecipar a um eventual embargo foi a de evitar danos ao mercado produtor.

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Os principais problemas levantados referem-se à rastreabilidade do produto, segundo explicou o presidente do Inmetro, Carlos Augusto de Azevedo, ao Estadão/Broadcast. Por isso, o plano de trabalho para enquadramento no padrão internacional vai focar, principalmente, na certificação dos barcos para atender a requisitos como etiquetagem das espécies, tipo, localização da pesca, acondicionamento e controle de temperatura do pescado.

"Da fábrica em diante, o nosso produto não tem problema. As irregularidades questionadas estão no caminho da pesca até a indústria", disse Azevedo, que participou ontem em Brasília da primeira reunião com técnicos do Ministério da Agricultura para definir o plano de ação para reverter o quadro.

"Em abril, no máximo início de maio, os primeiros barcos já estarão regulares e voltarão a funcionar", estimou.Cobranças. Segundo Azevedo, a União Europeia vem fazendo essas cobranças ao Brasil desde 2012, mas as respostas têm sido dadas numa "velocidade muito baixa, homeopaticamente".

Outra reunião está programada para a próxima semana, no Rio, sede do Inmetro, e uma terceira daqui a 15 dias, em Santa Catarina, Estado que foi alvo das inspeções dos europeus e que, junto com o Ceará, reúne a maior frota de embarcações de pesca.Azevedo disse que essa certificação deve alcançar o universo de 3 mil barcos de pesca existentes no País, dos quais apenas cerca de 200 são de grande porte.

E frisou que o produto final brasileiro não tem sido questionado do ponto de vista sanitário. Na semana passada, quando anunciou a decisão, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luís Rangel, destacou que a suspensão foi necessária para evitar eventuais embargos unilaterais dos compradores europeus.

A decisão do ministério foi acertada. Assim, o País pode voltar a exportar quando quiser, quando a questão dos barcos estiver resolvida. Se o bloqueio viesse de fora, o retorno só ocorreria quando eles quisessem", lembrou Azevedo.A suspensão atinge peixes de captura e espécies de cultivo, os de aquicultura.

Mas o governo brasileiro já pediu à UE que distinga as exigências para cada um dos grupos. "As autoridades sanitárias do bloco europeu consideram que os pescados fazem parte de um único contexto, posição que discordamos. São matrizes diferentes (contaminantes e riscos diferentes) para serem tratadas de maneira igualitária", disse o secretário semana passada.Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), a exportação de pescados para a UE movimenta US$ 62 milhões por ano.

Em 2017, de acordo com o ministério, o Brasil exportou até 30 de novembro quase US$ 22 milhões. Os principais pescados vendidos para o exterior são lagosta, atum, tilápia e tamboril.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Agricultura de Cabo Verde, Gilberto Silva, em busca de apoio técnico para resolver o grave problema da seca em seu país, encontrou-se nesta quarta-feira (22) com seu colega brasileiro, Blairo Maggi, na sede do Ministério de Agricultura e Abastecimento (Mapa).

O ministro cabo-verdiano contou que a agricultura familiar é predominante no seu país e, em razão da escassez de chuvas, boa parte da produção se perde. O uso da água de poços para a irrigação também não resolve satisfatoriamente o problema, porque a falta de chuvas afeta a reserva hídrica subterrânea, que já esta reduzida a quase dois quintos.

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A solução sugerida por Maggi foi o uso de kits de irrigação por gotejamento de tecnologia israelense, que o Ministério da Agricultura e Abastecimento distribui a pequenos agricultores. O brasileiro propôs ainda a assinatura de um convênio de cooperação técnica entre a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o governo de Cabo Verde.

Maggi disse que o sistema de irrigação por gotejamento tem dado bons resultados. “Com pouco uso de água, a produção tem aumentando muito nas propriedades que utilizam a tecnologia”, afirmou Maggi.

O ministro Blairo Maggi quer ampliar o programa dos kits de irrigação em 2018 com mais recursos para a compra, a distribuição e o treinamento dos agricultores. 

Mais Alimentos Internacional

O ministro visitante também pediu apoio para que Cabo Verde ingresse no Programa Mais Alimentos Internacional, que dá acesso  ao financiamento de maquinário e equipamento para agricultores familiares africanos. 

O programa é uma iniciativa do governo brasileiro e abrange três áreas: cooperação técnica; financiamento para exportação de máquinas e equipamentos agrícolas e contato com fabricantes para a aquisição desses equipamentos.

Um dos conceitos nevrálgicos da obra do cientista social pernambucano Josué de Castro foi o de “agricultura de sustentação”. O termo se refere aos cultivos que ampliam as possibilidades alimentares de uma região e contribuem diretamente com as demandas da população. Seu Mielson Silva não sabe quem é Josué de Castro, mas há mais de vinte anos mantém o cultivo de diversos vegetais em uma horta urbana na BR-232, no Recife, para consumo próprio e venda. Ao longo da rodovia, bem como na BR-101, outras propriedades com estrutura similar chamam atenção: vendo as terras inativas, dezenas de agricultores passaram a ocupar o espaço com plantações.

Seu Mielson conta que era morador de uma vila nas proximidades da horta, desapropriada por iniciativa do governo. “Com a indenização que recebi, comprei uma casa no Curado I, mas eu já tinha reparado no terreno. Comecei plantando quiabo, quando vi que estava dando certo passei para o alface e coentro. Agora temos muitos clientes, gente até que faz questão de colher os vegetais com as próprias mãos”, comemora. De acordo com Dona Josefa da Conceição, companheira de Mielson e parceira no empreendimento, os preços baixíssimos em relação às feiras e a ausência de agrotóxicos são as características da plantação que mais atraem consumidores. “Só uso estrume e água. A gente se sente feliz de estar trabalhando para passar uma mercadoria de qualidade para os clientes. A unidade do alface aqui custa R$ 1, já o ‘mói’ de coentro vendemos a partir de R$ 2 reais”, comenta.

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Josefa e Mielson contam com seis funcionários fixos em horta na BR-232. (Paulo Uchôa/LeiaJá Imagens)

Basta passar alguns minutos na horta para observar a aproximação dos clientes. A missionária Hercília Bezerra sai do Bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, para fazer a feira na horta de Mielson e Josefa. “Um pé de alface onde moro custa R$ 5 e aqui compro por muito menos e ele ainda dura até 15 dias sem estragar, porque não possui produtos tóxicos”, conta. Com uma cesta repleta de hortaliças, a consumidora comenta que levará boa parte dos produtos para parentes e amigos. “O pessoal fica impressionado com a aparência e o sabor dos vegetais e sempre me pede para comprar alguns para eles. Aqui também tenho a vantagem de comprar direto do produtor e pode negociar o preço com ele quando compro em grande quantidade”, explica. 

 

Hercília Bezerra sai do bairro de Cadeias, em Jaboatão dos Guararapes, para fazer a feira em hortas urbanas da BR-232

O casal de agricultores autônomos já gera seis empregos fixos. Uma notícia animadora diante do quadro de crescente concentração fundiária e de terras inativas do Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), as grandes propriedades privadas passaram de 238 milhões para 244 milhões de hectares. A área é dividida entre 130 mil grandes imóveis rurais, que possuem 47,23% das terras cadastradas no Incra. Já o Atlas da Terra Brasil 2015, realizado pelo CNPq/USP, aponta 175,9 milhões de hectares.

“O território brasileiro possui 850 milhões de hectares, cerca de 300 milhões de hectares são áreas devolutas. Essa área citada pelo Incra poderia ser utilizada para reforma agrária, mas falta a vontade do governo de construir isso”, lamenta Paulo Mansan, que compõe a diretoria estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). De acordo com o Incra, “o imóvel rural é considerado improdutivo quando, ao aferir sua produtividade, o órgão constatar que imóvel não alcança os graus de exploração exigidos por lei”. Assim, ao não cumprir o que a instituição chama de “função social”, de acordo com a Lei 8.629/03, o imóvel pode ser “desapropriado para fins de reforma agrária”.  

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Acompanhamento da Ceasa

De acordo com a coordenadora do projeto integrado das hortas Comunitárias do Centro Estadual de Abastecimento (Ceasa), em parceria com o Sindicato do Comércio de Hortifrutigranjeiros (Sindifrutas), Jaciara Pereira, a Ceasa já possui 90 agricultores cadastrados nos 37 hectares dos nove anéis rodoviários na área de entorno da instituição. “O projeto existe desde 2008 e foi criado com o intuito de organizar os terrenos próximos à Ceasa. Essas áreas são patrimônio da União. Desta forma, os agricultores não podem morar nelas, mas podem utilizá-las para o plantio”, explica. 

Francisco Santos é um dos agricultores que já está cadastrado na Ceasa. “Posso cultivar, mas nada é meu. Eles doam adubo orgânico e sempre vem fiscalização da Adagro (Agência Embrapa de Informação Tecnológica, pois não podemos usar agrotóxicos”, coloca. Seu Francisco observa a presença de seguranças na área. “Mesmo assim, acontecem muitos assaltos nessa região”, completa. De acordo com Jaciara Pereira, apenas dois policiais fazem a cobertura da área. “Não tem segurança 24 horas, mas eles passam o dia monitorando toda a área e mantém contato constante com a gente”, afirma. 

Agricultor Francisco Santos é cadastrado pela Ceasa e recebe adubo gratuitamente. (Paulo Uchôa/LeiaJá Imagens)

De acordo com a assessoria de imprensa do Ceasa, “no decorrer do programa, houve uma acentuada redução na utilização de agrotóxicos, sendo incentivado o controle de pragas e doenças por meio de técnicas alternativas, que não prejudicam o meio ambiente nem os consumidores desses produtos”. A instituição coloca ainda que as culturas predominantes das hortas urbanas são quiabo, coentro, alface, cebolinha, capim milhã, sendo secundário o plantio de macaxeira, bredo, pepino, maracujá, batata-doce, rabanete, rúcula, plantas ornamentais e paisagísticas. 

Para Jaciara Pereira, um dos maiores ganhos das hortas urbanas é o contato com a natureza que elas proporcionam. “Muita gente nunca viu um pé de alface na vida. É uma questão de saúde trazer mais pessoas para perto do campo, afinal dependemos dele”, afirma. Francisco Santos relata receber, além de consumidores, excursões estudantis em sua horta. “Os colégios trazem as crianças para fazer visita. Elas não têm contato com a terra, ficam impressionadas quando veem a plantação. Não troco meu trabalho por nenhum outro”, conclui.

A experiência de Casa Amarela

Há cerca de dois anos, cansada de esperar por soluções do governo para uma praça abandonada na Rua Professor Souto Maior, a população do Bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, resolveu se organizar para fundar uma horta comunitária. “O terreno não tinha posse e era repleto de sujeira e rejeito de obras descarregado por algumas construtoras na área e na beira do canal. A terra estava tão comprometida que precisamos bater com marreta para alcançar o chão. Fizemos e limpeza, trouxemos terra de fora e começamos a plantar”, lembra o agronômo Augusto Neto, um dos moradores de Casa Amarela responsáveis por revitalizar a área.

Atualmente com grande diversidade de árvores, ervas e frutas, a horta comunitária é conservada pelos moradores da região, que já consomem os frutos plantados.  O aposentado Manoel Guedes, morador da Rua Professor Souto Maior, destaca o poder da horta de integrar a vizinhança. “Passo de uma a duas horas por dia cuidando da plantação. O pessoal aqui colhe os frutos, faz chá, conversa. Cada um cultiva uma coisa. O mundo precisa de mais verde”, coloca o aposentado Manoel Guedes.

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Faça sua horta urbana

A experiência bem-sucedida de Casa Amarela serviu de exemplo para a comunidade do Poço da Panela. “O nome da horta é Jardim Secreto. Houve uma receptividade muito grande dos moradores e fui chamado para ajudar na construção da horta de lá. Já iniciamos o plantio”, comemora Augusto. O agrônomo dá dicas sobre o que é preciso para construir uma horta urbana.

1) Quanto mais longe dos carros melhor. Os gases poluentes prejudicam o desenvolvimento da plantação. Caso a horta esteja perto das vias, uma primeira camada, mais próxima à rua, deve conter espécies mais resistentes, como macaxeira, batata doce e frutas em geral;

2) Crie canteiros nas áreas mais centrais do terreno para acomodar as ervas, que são mais delicadas;

3) Os terrenos urbanos costumam ser bastante desgastados. É importante utilizar adubo e retirar pedras, para que as plantas se enraizem;

4) Por fim, é determinante fazer limpezas constantes do terreno, retirando as ervas daninhas antes que cresçam e regando bastante as plantações.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse no Facebook ter vindo a São Paulo neste sábado (11) para um encontro de trabalho com o titular da pasta na Arábia Saudita, Abdilrahman Al Fadhli.

"Tratamos das exportações brasileiras de carnes e grãos, sempre muito preocupados com segurança alimentar do seu país", disse Maggi. E completou: "(Os sauditas) têm clara intenção de ampliar os investimentos."

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Já faz tempo que o campo virou paradigma de avanço tecnológico no País. Foi com ele que o agronegócio passou a ostentar grandes cifras e bater recordes de produtividade ano a ano. Na fronteira dessa inovação se encontra uma safra de jovens empreendedores, de 20, 30 e poucos anos, que usam big data, internet das coisas e até o conceito de economia compartilhada para revolucionar a maneira como o produtor cuida da lavoura e do seu negócio.

De acordo com a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), nos últimos dois anos, quase quadruplicou a quantidade de startups ligadas à agricultura - as chamadas agritechs, ou agtechs. Hoje, estima-se que haja cerca de 200 no País. Essas empresas, muitas incubadas em universidades, desenvolvem soluções em agricultura de precisão, monitoramento de lavoura e automação de equipamentos.

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Essas tecnologias não só reduzem custos como otimizam recursos. A Agrosmart, por exemplo, promete economia de até 60% da água utilizada para a irrigação das lavouras. Com sensores espalhados pela plantação, o sistema mede indicadores como umidade e temperatura do solo, direção do vento e radiação solar para informar a quantidade que cada parte da plantação necessita, bem como o horário mais econômico para a irrigação. "Rodamos algoritmos para saber a quantidade exata que o produtor deve usar", explica o sócio Raphael Pizzi. "Temos um outro produto que é o de controle, pelo qual o produtor consegue ligar o sistema de irrigação remotamente, pelo smartphone."

A ideia do negócio veio da sócia-fundadora Mariana Vasconcelos, filha de produtores de milho em Itajubá (MG), durante seca que castigou a região Sudeste em 2014. Com dois amigos de infância e dinheiro do bolso, foram lançados os primeiros protótipos - testados na lavoura do pai de Mariana.

A trajetória foi ascendente: em 2015, foram premiados pela Nasa e tiveram acesso a um programa de transferência tecnológica. Depois, a startup foi acelerada pelo Google, o que lhes rendeu US$ 80 mil em investimento e uma temporada de três meses no Vale do Silício, nos EUA. No mês passado, a empresa deu seu pontapé no exterior: com um parceiro local, inaugurou uma filial nos Estados Unidos.

"Agora, estamos captando uma segunda rodada de investimentos e queremos, no primeiro semestre do ano que vem, focar na expansão Latam: Colômbia, Chile e Argentina", diz Pizzi. Este ano, o faturamento previsto da empresa é de R$ 10 milhões.

Da sala de aula aos negócios. As agritechs têm uma relação forte com a academia, uma vez que várias dessas startups são incubadas em universidades, como a EsalqTec, da USP, em Piracicaba (SP) - além do apoio de instituições como a Embrapa. Segundo o Censo Agritech Startups Brasil, de dezembro de 2016, 53% dessas empresas têm membros com algum tipo de pós-graduação.

"Em relação a fintechs, por exemplo, ainda estamos muito atrasados em relação a outros países. Agora, no agronegócio... o que está saindo das universidades não deixa nada a desejar", afirma Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures, fundo de investimento de capital de risco focado no agronegócio. Apesar do avanço de fundos de investimento e programas de aceleração, ainda faltam recursos.

De acordo com a pesquisa, 80% encontraram dificuldades para captar investimentos - e 42% financiaram o negócio do próprio bolso. "Precisamos de novas linhas de crédito para esse mercado, além de visão de negócio - muitos empreendedores que saem da academia pensam como cientistas, e não como empresários", observa Mateus Mondin, professor da Esalq-USP e um dos responsáveis pela pesquisa. Para ele, apesar de ainda haver muita desconfiança, a tendência é que haja uma adoção gradativa e crescente das novas tecnologias. "Há soluções para todos os portes e bolsos, do grande produtor à agricultura familiar. Essas empresas estão fazendo uma verdadeira revolução na agricultura."

Maikon Schiessl, diretor do comitê de agritech da ABStartups, concorda. "O agricultor do passado ficou para trás, ele hoje é conectado: 67% dos produtores usam o Facebook e 96% o WhatsApp, inclusive para os negócios. Eles precisam de soluções novas, digitais - e essas empresas estão entregando."

O ministro Blairo Maggi divulgou há pouco nota na qual nega ter agido de forma a obstruir a Justiça ou que tenha autorizado qualquer ilícito no âmbito do governo. Maggi negou também que tenha pago ou autorizado pagamentos a Éder Moraes, com o objetivo de "acobertar qualquer ato, conforme aponta de forma mentirosa o ex-governador Silval Barbosa em sua delação”.

Na manhã de hoje (14), a Polícia Federal (PF) fez buscas e apreensões em 64 endereços, incluindo imóveis ligados ao ministro da Agricultura Blairo Maggi e o gabinete do deputado federal Ezequiel Fonseca (PP-MT), na Câmara dos Deputados.

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Os mandados são parte da Operação Malebolge (que corresponde à 12ª fase da Ararath) e são cumpridos a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com a PGR, a operação tem caráter sigiloso e nenhum detalhamento será apresentado enquanto a operação estiver ocorrendo. O STF informou que o caso está nas mãos do ministro Luiz Fux e que, como corre sob sigilo, nada será comentado por enquanto.

“Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para agir de forma ilícita dentro das ações de Governo ou para obstruir a justiça. Jamais vou aceitar qualquer ação para que haja 'mudanças de versões' em depoimentos de investigados. Tenho total interesse na apuração da verdade”, disse Maggi, em nota.

“Ratifico ainda que não houve pagamentos feitos ou autorizados por mim, ao então secretário Eder Moraes, para acobertar qualquer ato, conforme aponta de forma mentirosa o ex-governador Silval Barbosa em sua delação”, acrescentou.

A PF chegou à residência do ministro, em Brasília, por volta de 7h e alguns policiais deixaram o local pouco depois das 9h. No gabinete do deputado, as buscas começaram de manhã cedo, segundo seu chefe de gabinete, e terminaram pouco antes de 11h.

Segundo a PF, participam da ação 270 pessoas, entre policiais federais e membros do Ministério Público Federal (MPF) nos seguintes municípios: Cuiabá, Rondonópolis (MT), Primavera do Leste (MT), Araputanga (MT), Pontes e Lacerda (MT), Tangará da Serra (MT), Juara (MT), Sorriso (MT), Sinop (MT), Brasília (DF) e São Paulo (SP).

A Embrapa Amazônia Oriental, mais uma vez, marca presença na vitrine do agronegócio paraense, a 49ª Exposição Feira Agropecuária de Castanhal (Expofac), que começou no sábado (1º), com cavalgada, e segue até o dia 10 de setembro, no Parque de Exposições Pedro Coelho da Mota, em Castanhal, nordeste do Pará. Soluções tecnológicas para a pecuária leiteira e um estande com uma mostra de variedades lançadas adaptadas ao Pará e outras tecnologias para o agronegócio regional integram a participação da Empresa de Pesquisa no evento.

O trabalho desenvolvido pela Embrapa para o agronegócio regional estará presente durante toda a feira, com mostras de tecnologias no espaço chamado “Modelo Rural”, da Emater, instalado nas dependências do porque de exposição. A visitação segue até o dia 10 de setembro, sempre das 14 às 22 horas.

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Os visitantes poderão conhecer um pouco do trabalho desenvolvido pela Embrapa no Pará e no Brasil, além de ver de perto uma vitrine viva da BRS Imponente, uma cultivar de feijão-caupi lançada no ano passado, indicada para o cultivo mecanizado no Estado. Mudas in vitro da bananeira BRS Pacoua, desenvolvida especialmente para o Pará, também estarão em exibição na feira. Tecnologias em sistemas integrados, como a Integração-Lavoura-Pecuária-Florestas (ILPF) e Sistemas Agro-Florestais (SAF) em forma de maquete, integram a mostra. Haverá ainda doação de mudas de espécies florestais amazônicas.

A participação da Embrapa na programação técnico-científica da 49ª Expofac estará concentrada na melhoria da pecuária leiteira da região com três palestras nos dias 5 e 6 de setembro em duas programações distintas: o III Simpósio de Manejo do Gado Leiteiro, promovido pelo IFPA Campus Castanhal,  e a programação da Emater, no espaço cultural do Modelo Rural.

No dia 5, às 11 horas, no galpão do parque de exposições, o chefe-adjunto de transferência de tecnologia, Bruno Giovani de Maria, ministrará a palestra “Formação e manejo de pastagem para gado leiteiro”, no III Simpósio de Manejo de Gado Leiteiro. Ele explicou que o debate está centrado na melhoria da eficiência produtiva de animais leiteiros por meio de tecnologias simples e pequenas intervenções de manejo que podem transformar uma pastagem degradada e de baixa produtividade, muito comuns na Amazônia, em pastos com quantidade e qualidade de alimento para alta produtividade leiteira.

Ainda no dia 5, às 14h45, será a vez do engenheiro agrônomo Mário Gomes, com o tema “Produção Intensiva de Leite em Pasto”. Segundo Mário, a palestra tem como foco as soluções tecnológicas na metodologia do balde cheio, que trabalha uma série de produtos e processos nas dimensões zootécnica, agronômica, ambiental e econômica para os diferentes perfis produtivos, do pequeno ao grande produtor de leite.

O médico veterinário da Embrapa Marivaldo Figueiró fará duas palestras nos dias 5 e 6, no espaço cultural, dentro da programação do Modelo Rural da Emater, com o tema “Estratégias de incremento na produção leiteira”. No dia 5, a participação será ás 10 horas e no dia 6, às 9 horas. Em sua palestra, Marivaldo aborda como boas práticas de sanidade na ordenha podem garantir leite de qualidade e com isso, melhor valor no mercado.

A 49ª Expofac é realizada pelo Sindicato Rural de Castanhal, com o apoio técnico da Embrapa, Emater, Adepará e Senar.

Informações da assessoria da Embrapa.

A Polícia Federal deflagra na manhã desta quarta-feira (30) a Operação Vegas, 2ª fase da Operação Lucas, que investiga crimes de corrupção envolvendo servidores do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento, frigoríficos e laticínios localizados nos municípios de Araguaína, Nova Olinda e Gurupi.

Em nota, a PF informou que cerca de 115 policiais federais cumprem 51 mandados judiciais, sendo, uma prisão preventiva, 10 prisões temporárias, 12 mandados de condução coercitiva e 28 mandados de busca e apreensão nos Estados do Maranhão, Minas Gerais e nos municípios de Araguaína, Gurupi, Palmas e Paraíso do Tocantins.

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Esta fase é desdobramento da Operação Lucas que começou após denúncia de que frigoríficos e empresas de laticínios fiscalizadas teriam sido favorecidas em processos administrativos, por meio do retardamento na tramitação e anulação de multas.

A Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural (Sober) realiza o seu primeiro simpósio na região Norte nesta semana, na capital paraense, com o tema “A crise econômica e o futuro da agropecuária no Norte: desafios e potencialidades”. O evento será na sede da Sudam (travessa Antônio Baena, 1113) e tem abertura solene nesta quinta-feira (22), às 10 horas, com o presidente da Sober, Marcelo José Braga, e autoridades locais. Em seguida, às 10h50, o coordenador-geral de Estudos e Análises do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Garcia Gasques, profere aula magna a respeito do tema do simpósio.

Pela Embrapa Amazônia Oriental, o pesquisador Jair Carvalho participa de um painel que discute o mercado de produtos agropecuários da região, no qual ele falará sobre o açaí, na quinta-feira (22) a partir das 16 horas. Enquanto na sexta-feira (23), a partir das 9h30, o pesquisador Alfredo Homma divide com seu colega Zander Navarro, da Secretaria de Inteligência e Macroestratégia da Embapa, um painel que trata das potencialidades e desafios dos estados da região Norte frente à conjuntura econômica atual. O evento prossegue durante a quinta e sexta-feira (22) durante todo o dia. Para a programação completa, clique aqui.

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Para o pesquisador Alfredo Homma, o simpósio da Sober chega ao Pará para colocar em discussão diversos temas com o objetivo principal de promover o desenvolvimento da agricultura regional. Entre eles, o processo de agriculturização que está em curso em vários Estados da Amazônia Legal, em contraposição ao processo de pecuarização que dominou a região a partir dos anos 1960, com a criação rodovias e políticas de incentivos fiscais.

Nos últimos anos, o avanço da agricultura no Pará levou a mandioca, que historicamente ocupava a primeira posição em área plantada, a ser ultrapassada pela soja. Em terceiro lugar aparece o milho, seguido de reflorestamento, dendezeiro e cacaueiro. “São megaculturas, todas com áreas superiores a 200 mil hectares. Essas atividades passaram a ocupar as áreas de pastagens degradadas, de roçados e de culturas abandonadas nascendo uma nova agricultura mais intensiva”, avalia Homma.

De acordo com o pesquisador, o Pará já experimentou um primeiro processo de agriculturização, quando imigrantes japoneses introduziram as lavouras de juta e pimenta-do-reino. Foram culturas que trouxeram grande contribuição para a economia regional mas não conseguiram se consolidar como modelo de desenvolvimento estável. No caso da pimenta, a inconstância está relacionada ao aparecimento da fusariose, em 1957, e às oscilações de preço. “Expande numa determinada comunidade ou município, traz uma prosperidade momentânea vista nas feiras do interior, aparece o Fusarium ou a queda dos preços, para então decrescer”, avalia Homma.

Os mercados de carne bovina, açaí, dendê, madeira, insumos modernos, entre outros tópicos, também serão debatidos durante o simpósio. Uma questão que também não pode ser deixada de lado, segundo Homma, é o desafio de integração dos pequenos produtores no processo de agriculturização. “Acreditamos que este conjunto de ideias que serão expostas poderão contribuir para a busca de uma agricultura paraense mais sustentável”, conclui o pesquisador.

Por Vinicius Soares Braga, da assessoria da Embrapa.

O Brasil, maior produtor e exportador global de café, deverá exportar cerca de 32 milhões de sacas de 60 kg na temporada 2017/18 (julho/junho), volume abaixo das 33,4 milhões de sacas projetadas para a temporada 2016/17, que se encerra neste mês, estima o diretor nos Estados Unidos da exportadora Comexim, Rodrigo Costa.

De acordo com ele, com uma safra menor colhida neste ano no País, no período de baixa do ciclo bianual do arábica, a expectativa é de uma exportação mais baixa em relação ao ciclo anterior. Segundo estimativas, a safra de café do Brasil deverá atingir 52 milhões de sacas em 2017/18, ante 55 milhões de sacas em 2016/17. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Embrapa Amazônia Oriental, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), realiza de 6 a 9 de junho o curso “Cultura da bananeira: manejo e técnicas de produção”. Destinado a profissionais de assistência técnica e produtores rurais, o evento ocorre na sede da instituição e culmina, dia 9, com uma visita técnica em área de produtor no município de Santa Izabel do Pará.

O curso é uma demanda do Programa Pará Produtivo (Sedap), que visa estimular a formação de um novo polo de bananicultura nas mesorregiões metropolitana de Belém e nordeste paraense, impulsionando a produção com cultivos em bases técnicas como forma de garantir o abastecimento do mercado, além de emprego e renda na região. Segundo informações de Geraldo Tavares, gerente de fruticultura da Sedap, o Pará é atualmente o quinto maior produtor de banana do Brasil, com uma produção anual de cerca de 600 mil toneladas. Mesmo com essa produção, enfatiza Tavares, frutas como a banana alcançam índices de 90% de importação e no ano de 2016 o valor de comercialização desse fruto na Ceasa foi superior a R$ 80 milhões, recurso que foi para fora do Estado.

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O gerente de fruticultura da Sedap, Geraldo Tavares, abre a programação do curso falando sobre o panorama da bananicultura paraense. À tarde, o pesquisador da Embrapa Edilson Brasil conversa com os presentes sobre manejo do solo, nutrição e adubação da bananeira. No dia 7, o engenheiro agrônomo da Embrapa Antônio José Elias de Menezes apresenta o desempenho agronômico da BRS Pacoua, nova cultivar de bananeira lançada pela Embrapa especialmente para a região Norte do país. A programação continua com Oriel Lemos e Ilmarina Menezes, com os aspectos da produção de mudas in vitro e aclimatação de mudas em campo. O tema segue à tarde, com visita ao laboratório de biotecnologia da instituição.

No dia 8, a programação segue na Embrapa com a presença do pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Aristóteles Pires de Matos. Pela manhã, Aristóteles abordará as boas práticas agrícolas na produção integrada de bananas e na sequência, doenças: identificação e estratégias de controle e controle Integrado. À tarde o evento trata da identificação, estratégias de controle e controle integrado de pragas.

Uma visita técnica à área do produtor Luís Vilas-Boas, no município de Santa Izabel do Pará, para observar em campo todo o conteúdo debatido durante o curso, encerra a programação. Na propriedade, o produtor cultiva a BRS Pacoua em consórcio com cacau e açaí.

Desenvolvida especialmente para o Pará, a Embrapa lançou no final de 2016 a BRS Pacoua, uma nova cultivar de bananeira que apresenta resistência as principais pragas que atingem a cultura na região. Segundo o engenheiro agrônomo da Embrapa Amazônia Oriental, Antônio de Menezes, essa nova cultivar é do tipo prata, a mais apreciada pelos paraenses, assim como a mais cultivada no Estado.

Ele lembra que a BRS vem atender a uma demanda dessa cadeia produtiva e destaca que a nova bananeira apresenta maior produtividade e, principalmente, resistência às principais doenças que atacam os bananais no Brasil, como a Sigatoka-amarela, além de ser medianamente resistente também à Sigatoka-negra. “Essas características garantem ao produtor e ao consumidor final, um fruto com menor incidência de agrotóxicos, ou seja, mais saudável, além de menor índice de despencamento, o que confere à banana maior tempo de prateleira e valor agregado”, explicou Menezes.

Por Kélem Cabral, da assessoria da Embrapa.

A Operação Lucas, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 16, investiga o pagamento de vantagens indevidas de sete frigoríficos e laticínios à ex-superintendente substituta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Tocantins Adriana Carla Floresta Feitosa. Foram bloqueados R$ 2,2 milhões do núcleo familiar da servidora.

"A princípio há uma indicação de que alguns frigoríficos tenham feito esse pagamento. Seria até agora identificados Frangonorte, Laticínio Veneza, Santa Izabel Alimentos, Frigorífico Minerva, Masterboi, Laticínio Fortaleza, Laticínio Palac. São esses até o momento", afirmou o Superintendente da Polícia Federal no Tocantins, Arcelino Vieira Damasceno.

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Segundo Arcelino Damasceno, o alvo principal da Lucas é Adriana Feitosa. Ela é fiscal agropecuária, atuou como chefe da fiscalização na Superintendência do Ministério no Tocantins e "durante um período", foi superintendente substituta no Estado.

A PF apurou, por meio de quebras de sigilos fiscal e bancário, que a Chefe de Fiscalização do Mapa, à época dos fatos, recebia de empresas fiscalizadas valores mensais para custear despesas familiares.

"A chefe de fiscalização do Mapa, Superintendência de Tocantins, recebia valores indevidos por parte de frigoríficos e laticínios da região com o objetivo de facilitar ou de adiantar ou atrasar, enfim, de tratar de interesses dos laticínios e dos frigoríficos perante a administração pública que deveria fazer a fiscalização desse setor. A investigação não focou e não fez qualquer diligência com relação à questão de saúde pública", observou o Superintendente da PF.

Arcelino Damasceno declarou que o foco é "a corrupção ativa e passiva praticadas pelos servidores públicos e empresários que faziam pagamentos e servidores recebendo pagamentos indevidos".

"O trabalho está calcado em quebra de sigilo bancário, então, nós temos de fato listas ou relações de pagamentos realizados de frigoríficos e laticínios para a servidora e seu núcleo familiar. Não há até o momento nenhum envolvimento de outros fiscais e o que se tem até agora o pagamento pelos frigoríficos e recebimento da senhora chefe da fiscalização do Mapa em Tocantins", afirmou.

O superintendente da PF declarou que a análise da movimentação bancária do núcleo familiar da chefe da fiscalização entre 2010 a 2016 "chega a cerca de aproximadamente R$ 13 milhões".

"Desses R$ 13 milhões, nós temos aproximadamente R$ 3 milhões que são fruto de salário e o que excede a isso é a movimentação de crédito que é movimentação sem uma origem no salário. Boa parte dessa movimentação não identificada como salário que chega a aproximadamente R$ 8 milhões é uma movimentação de origem de alguns frigoríficos ou pessoas ligadas a frigoríficos e laticínios", indicou.

"Há constatação de que houve pagamento para despesas pessoais entre elas, há despesa também de faculdade para os filhos." De acordo com Damasceno, os pagamentos eram "frequentes".

"Alguns em depósito em conta, outros pagamentos de boletos, enfim, toda sorte de pagamento, seja na conta da titular servidora quanto de seus familiares", disse. Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, cujas penas podem chegar a 12 anos de reclusão.

O nome da operação faz referência à passagem Bíblica do livro de Lucas que diz: "Não peçais mais do que o que vos está ordenado" e "A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo".

Defesas

A Minerva Foods, a maior das empresas citadas nesta terça na Operação Lucas - e a única com ações na B3 - informou estar colaborando com as investigações. A Minerva afirmou que "segue rígidas normas de governança corporativa e que cumpre toda a legislação aplicável em suas operações, adotando rigorosos padrões de qualidade e segurança".

A reportagem ligou para a matriz da Frangonorte na manhã desta terça e foi informada que a pessoa que poderia fornecer um posicionamento não estava na empresa.

A reportagem também entrou em contato com o Masterboi, mas ainda não havia obtido resposta até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.

A reportagem entrou em contato com os números de telefone registrados na ficha cadastral da empresa Laticínio Fortaleza na Receita Federal. O telefone é de um escritório de contabilidade que diz não ter relações com a empresa. O espaço está aberto para manifestação.

O frigorífico Laticínios Palac também foi procurado nesta terça. Foi informado de que "todos os funcionários estavam em horário de almoço e que retornariam as ligações" em seguida. O espaço está aberto para manifestação da empresa.

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (16) a Operação Lucas, que investiga crimes de corrupção envolvendo servidores do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento (Mapa) e empresas fiscalizadas.

Em nota, a PF informou que cerca de 120 policiais federais cumprem 62 mandados judiciais, sendo 10 prisões temporárias, 16 mandados de condução coercitiva e 36 mandados de busca e apreensão nos estados de Tocantins, Pará, Maranhão, São Paulo e Pernambuco, além do bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade de bens móveis e imóveis nos valores de R$ 2,2 milhões de reais.

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A investigação começou após denúncia de que frigoríficos e empresas de laticínios fiscalizadas teriam sido favorecidos em processos administrativos, por meio do retardamento na tramitação e anulação de multas.

A PF apurou, por meio de quebras de sigilos fiscal e bancário, que a chefe de fiscalização do Mapa, à época dos fatos, recebia de empresas fiscalizadas valores mensais para custear despesas familiares. Apenas em sua conta pessoal a investigação identificou a diferença de mais de 200% do declarado em seu Imposto de Renda. Também foi detectado que o esquema criminoso movimentou cerca de R$ 3 milhões, entre os anos de 2010 a 2016.

Os investigados, na medida de suas participações, poderão responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, cujas penas podem chegar a 12 anos de reclusão.

O nome da operação faz referência à passagem Bíblica do livro de Lucas que diz: "Não peçais mais do que o que vos está ordenado" e "A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo".

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nessa sexta-feira (31) que o próprio ex-deputado José Geraldo Riva "reconheceu" que ele se recusou "terminantemente, enquanto governador de Mato Grosso, a participar de qualquer esquema de distribuição de propina a deputados".

"Tenho a consciência tranquila, nada fiz de errado e tenho certeza de que isso será devidamente comprovado", disse o ministro, ao comentar o depoimento de Riva prestado ontem à Justiça em Cuiabá.

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Blairo declarou ainda que o Executivo, "no caso, o governador, não tem qualquer ingerência na execução orçamentária da Assembleia Legislativa".

"O orçamento do Estado de Mato Grosso é debatido e votado anualmente pela Assembleia Legislativa. Nele estão incluídas as previsões orçamentárias dos três poderes, que são independentes e fiscalizados pelo Tribunal de Contas do Estado", afirmou o ministro.

Em um gesto político para tentar minimizar os efeitos negativos da Operação Carne Fraca sobre a venda de carne brasileira, o presidente Michel Temer jantou neste domingo, 19, em uma churrascaria de Brasília acompanhado de ministros e embaixadores e representantes de 27 países. A carne bovina que Temer comeu, porém, não era de origem brasileira, segundo funcionários do próprio restaurante. Somente as carnes suínas e de frango servidas no local são nacionais. A carne bovina é importada da Argentina, Uruguai e Austrália.

Temer e a comitiva participaram de um rodízio. O Palácio do Planalto reservou uma mesa para 80 pessoas. O preço do rodízio por pessoa foi de R$ 119. O valor incluía carnes, um bufê de saladas, acompanhamentos e sushi. A bebida era à parte. Temer comeu carne bovina e frango, queijo coalho assado, acompanhado de uma típica caipirinha brasileira. Na mesa, também foi servido vinho tinto, dessa vez nacional, da vinícola Casa Valduga, produzido em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

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A comitiva sentou em uma grande mesa no centro do salão principal da churrascaria, localizada no Lago Sul, área nobre de Brasília. Temer estava no centro da mesa, ladeado pelos embaixadores da China e de Angola no Brasil. Entre os ministros presentes estavam Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Blairo Maggi (Agricultura), Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços). O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, não estava presente.

Temer passou cerca de uma hora no local. No final, tirou foto com os garçons que o serviram. Em rápida entrevista, disse que a mensagem que queria passar com o jantar era de que não há motivos para causar "terror" no exterior sobre a carne brasileira. Lembrou que 33 fiscais sanitários estão envolvidos em irregularidades, de um total de quase 12 mil servidores do Ministério da Agricultura, e que dos cerca de 4.830 frigoríficos existentes no País, 21 são investigados e três foram inabilitados.

"Então, não é para causar um terror que hoje está possivelmente se imaginando que possa causar em relação ao exterior", afirmou. Temer também rebateu críticas de integrantes da bancada ruralista no Congresso e de empresários de que a Polícia Federal cometeu excessos na Operação Carne Fraca. "Não (houve excessos). Houve uma integração do Ministério da Agricultura e da Polícia Federal", declarou, sem responder outros questionamentos da imprensa.

Após jantar em uma churrascaria na capital federal acompanhado de ministros e embaixadores e representantes de 27 países, o presidente Michel Temer afirmou na noite deste domingo, 19, que a mensagem que quis passar foi a de que não há motivos para causar terror sobre a qualidade da carne brasileira. Temer disse ainda não ter visto excessos da Polícia Federal na Operação Carne Fraca, deflagrada na última sexta-feira, 17, para investigar fraude na fiscalização de frigoríficos brasileiros.

Em rápida entrevista após participar de um rodízio na churrascaria, Temer afirmou que 33 fiscais sanitários estão envolvidos em irregularidades, de um total de quase 12 mil servidores do Ministério da Agricultura. Além disso, citou, dos cerca de 4.830 frigoríficos existentes no País, 21 são investigados e três foram inabilitados. "Então, não é para causar um terror - que hoje está possivelmente se imaginando que possa causar - em relação ao exterior", afirmou.

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Temer também rebateu críticas de integrantes da bancada ruralista no Congresso e de empresários de que a Polícia Federal cometeu excessos na Operação Carne Fraca. "Não (houve excessos). Houve uma integração do Ministério da Agricultura e da Polícia Federal", declarou, sem responder outros questionamentos da imprensa.

Ao deixar o Palácio do Planalto, após reunião com o presidente Michel Temer, pelo menos dois embaixadores, o da União Europeia, João Gomes Cravinho, e da China, Li Jinzhang, foram cautelosos em apresentar uma posição de seus países em relação à carne importada do Brasil, demonstrando que as explicações dadas no encontro não foram suficientes.

Ambos disseram que ainda aguardam uma explicação oficial do governo brasileiro aos questionamentos feitos ao Ministério da Agricultura, em nota técnica a ser encaminhada ainda esta noite às representações estrangeiras.

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"O presidente, naturalmente, não entrou em questões técnicas. Estamos aguardando uma carta técnica do Ministério da Agricultura, ainda esta noite, com as respostas às perguntas que fizemos", declarou Cravinho, à saída do Planalto. Ele lembrou que a decisão será tomada em Bruxelas, com base na "nota técnica", mas reconheceu que a suspensão da compra de carne do Brasil "é uma possibilidade".

Cravinho declarou ainda que, depois de receber as informações técnicas, a União Europeia "vai calibrar" a natureza das irregularidades porque "ainda não temos informações que nos permitam avaliar se os problemas foram pontuais (como diz o Brasil), já que não se sabe exatamente quais unidades sofreram alterações indevidas e para que países esses produtos foram exportados.

O embaixador chinês, por sua vez, depois declarou ao jornal "O Estado de S.Paulo" que "não recebeu notícia" de que a China tenha decidido suspender a importação de carne brasileira. Questionado se saía tranquilo da reunião com o presidente, respondeu que "a segurança dos alimentos é muito importante para a segurança e a vida do povo". Sobre o tamanho da preocupação de seu país com as importações de carne brasileira, ele afirmou: "Esperamos mais explicações".

Ele comentou, no entanto, que aceitou o convite de Temer aos 33 representantes estrangeiros que estiveram no Planalto de ir à churrascaria comer a carne brasileira. O embaixador da União Europeia, no entanto, declinou do convite porque precisava viajar.

O embaixador Cravinho informou ainda que Bruxelas certamente irá rever o calendário de inspeções nos frigoríficos brasileiros. Temer ofereceu aos estrangeiros a visita aos locais, para se certificarem da qualidade do tratamento dado aos produtos. Cravinho explicou que essas visitas já são feitas, esporadicamente, por amostragem, não só no Brasil, mas em outros países.

O presidente Michel Temer chegou pouco antes das 19 horas deste domingo, 19, à churrascaria Steak Bull, antigo Porcão, no Lago Sul em Brasília, para participar de um rodízio de carnes, conforme havia prometido ao final da coletiva realizada hoje no Palácio do Planalto, após reunião para tratar dos reflexos da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira, 17, e que descobriu um esquema de corrupção praticado por frigoríficos brasileiros.

Temer está acompanhado de ministros, assessores, do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e embaixadores de países que compram o produto brasileiro. Entre os ministros, Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, Blairo Maggi, da Agricultura, e Marcos Pereira, da Indústria e Comércio Exterior. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, não está presente.

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A comitiva está sentada em uma grande mesa, no centro do restaurante, próximo ao buffet de saladas. Temer está no centro da mesa, ladeado por embaixadores, como o da China. Além do rodízio de carnes, há outros acompanhamentos, como fritas, pastéis, camarões e feijão tropeiro. Temer está comendo apenas as carnes e queijo coalho. E beberica uma típica caipirinha brasileira. O preço do rodízio é R$ 119, sem as bebidas.

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