Dias foi avisado sobre invasão aos Três Poderes 1h antes

Informação consta no depoimento de Saulo Moura, ex-diretor da Abin, à CPMI nesta terça-feira (1º)

por Vitória Silva ter, 01/08/2023 - 14:31
Antonio Cruz/Agência Brasil Sede da Abin, em Brasília Antonio Cruz/Agência Brasil

O ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura, em oitiva no Congresso Nacional, afirmou que avisou ao general Gonçalves Dias, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), sobre riscos de segurança à sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro, cerca de uma hora antes dos golpistas invadirem os prédios. O ex-servidor fez as declarações em depoimento nesta terça-feira (1º) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1. 

Segundo Cunha, as informações sobre a intenção dos vândalos de depredar as sedes dos Três Poderes chegaram a ele por volta de 13h e foram repassadas a Dias às 13h30. A invasão ao prédio do Congresso começou por volta de 14h45, quando os vândalos romperam a barreira física dos militares e invadiram o Legislativo. 

“No momento em que a marcha saiu, eu recebo a ligação de um colega responsável pela segurança – não vou falar o nome dele aqui, mas depois – responsável pela segurança de um dos órgãos dos Três Poderes, muito preocupado, e divido com ele, nesse primeiro momento, as nossas preocupações. E ele, inclusive, me pede para falar com o general G dias, e eu passo o contato do general G. Dias. E ligo para o general G. Dias por volta de 13h30”, afirmou. 

O ex-diretor da Abin também disse que, no dia 8 de janeiro, o primeiro contato que teve com G. Dias ocorreu por volta de 8h. Ele disse ter relatado ao ex-ministro do GSI movimentações de ônibus. Segundo Cunha, G. Dias teria respondido: “Acho que vamos ter problemas”. 

Saulo Cunha afirmou ainda que a Abin enviou aos órgãos do sistema de inteligência, entre os quais o Ministério da Justiça, o relatório que alertava sobre o risco de invasão no dia 8 de janeiro. O ex-diretor da Abin explicou que o procedimento consiste em a Abin enviar os informes aos órgãos do sistema de inteligência, mas que cabe aos próprios órgãos, entre eles o Ministério da Justiça, definir como a informação será tratada. 

LeiaJá também 

- - > 'CPMI vai apurar vazamento de dados de Cid e Bolsonaro

- - > 'Presidente de CPMI dá 48h para Dino entregar vídeos do 8/1

- - > '8/1: Ex-diretor diz que Abin fez 33 alertas em janeiro

 

COMENTÁRIOS dos leitores