Sâmia projeta o PSOL como independente ao governo Lula
O partido ainda não definiu se integrará gestão. Uma reunião deve acontecer nos próximos dias para alinhar o posicionamento
A deputada federal Sâmia Bomfim, líder do PSOL na Câmara dos Deputados, declarou que a sigla já conseguiu formar maioria para decidir estar independente do Governo Lula a partir de 2023. Uma das legendas com maior atuação legislativa na esquerda do país, o PSOL esteve aliado ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde antes da última campanha.
Caminhando ao lado do petista na esfera do "apoio crítico", o partido pode abrir mão de cargos no próximo ano, por questões de coerência política, já que Lula está aliado, inclusive, à centro-direita. A declaração de Sâmia foi feita à colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, mas a decisão do PSOL deve ser tomada somente no próximo dia 17 de dezembro.
"Temas relativos a direitos humanos, por exemplo, é muito comum que não sejam pautados em função de acordos feitos com fundamentalistas, com setores mais conservadores. A gente quer manter a independência para seguir pautando. Essa é a nossa vocação no Parlamento", disse a parlamentar à coluna, que se referiu à luta pelas minorias como as "pautas que ninguém vai pautar".
Em um comunicado nas redes sociais, o presidente do PSOL, Julianos Medeiros, deu uma declaração mais amena e disse que o partido não "virará as costas para Lula".