Chapa de Lula tem derrota contra Eduardo Bolsonaro no TSE

Petista contestou publicações do filho do presidente usando como gancho falas suas contra o agronegócio

por Vitória Silva ter, 06/09/2022 - 15:00
Paulo Sérgio/Agência Câmara e Ricardo Stuckert Eduardo Bolsonaro e Lula Paulo Sérgio/Agência Câmara e Ricardo Stuckert

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou, nessa segunda-feira (5), um pedido da coligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o empresário e ex-secretário de Desestatização do governo Jair Bolsonaro (PL) Salim Matar. 

Na solicitação, o petista e sua equipe alegaram mau uso das falas de Lula para beneficiar a campanha do adversário e pediram a exclusão das publicações feitas usando a imagem dele. As falas em questão foram críticas ao agronegócio feitas pelo sindicalista durante entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, no último dia 25 de agosto. 

O pedido da coligação foi rejeitado pela ministra Maria Claudia Bucchianeri, que não reconheceu manipulação de informações nas publicações de Eduardo Bolsonaro e nem na reprodução do conteúdo. O trecho que tem sido utilizado pelos filhos de Jair Bolsonaro é a parte da entrevista na qual Lula chama parte dos empresários do agronegócio de fascistas. 

"Faz (oposição ao meio ambiente sustentável). O agronegócio, que é fascista e direitista... Porque os empresários sérios que trabalham no agronegócio, que têm comércio com o exterior, que exportam para a Europa, para a China, estes não querem desmatamento”, alegou o ex-presidente. 

A defesa de Lula alegou que o candidato à Presidência da República pelo PT não chamou todos os empresários do agronegócio de fascistas. "O que se constata é que o ex-presidente Lula teria se referido apenas a uma parcela dos empresários do agronegócio, notadamente aquela descompromissada com a preservação do meio ambiente", disseram os advogados Cristiano Zanin, Angelo Ferraro e Eugênio Aragão. 

Em resposta, a magistrada do TSE reconheceu que a desinformação e a desconstrução de figuras políticas a partir de fatos sabidamente inverídicos ou substancialmente manipulados devem ser rapidamente reprimidas pela Justiça Eleitoral, mas ressalvou que não viu, nas publicações do filho do presidente Jair Bolsonaro, grave descontextualização que tenha alterado substancialmente a fala de Lula. 

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Lula venceu outra contestação 

A ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou, também na segunda-feira (5), que o deputado federal Eduardo Bolsonaro apague em 24 horas publicações em redes sociais em que o congressista afirma que o ex-presidente Lula apoia invasões de igrejas e perseguição a cristãos. Na decisão, a magistrada afirma que o filho do presidente Jair Bolsonaro deverá ser multado em R$ 50 mil se voltar a fazer publicações com o mesmo conteúdo. 

A decisão ocorre depois de o parlamentar ter feito associação infundada entre o PT e o governo da Nicarágua, que tem reprimido manifestações religiosas em seu país.

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