No Recife, Guilherme Boulos chama Temer de “bandido”

O líder do MTST e pré-candidato a presidente do Brasil detonou o emebebista durante debate dentro da “Ocupação Marielle Franco”

por Taciana Carvalho qua, 16/05/2018 - 20:45
Chico Peixoto/LeiaJá Imagens Chico Peixoto/LeiaJá Imagens

O líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o pré-candidato a presidente do Brasil Guilherme Boulos (PSOL), chegou de forma discreta para cumprir o momento mais simbólico de sua agenda no Recife: um debate na “Ocupação Marielle Franco”, localizada na Praça da Independência, na área central do Recife. 

Para um público pequeno que teve acesso ao prédio, Boulos primeiramente escutou em silêncio e de forma discreta as colocações dos líderes sociais e dos representantes de entidades diversas. No entanto, durante o debate sobre a “criminalização” dos movimentos sociais e a democratização da mídia local, o psolista aumentou o tom da voz ao detonar o presidente Michel Temer (MDB).

A polêmica afirmação foi feita quando Boulos discursava sobre a importância de fortalecer o sistema estatal e público de comunicação que, segundo ele, abre espaço para várias vozes. “Nós temos que fortalecer a comunicação comunitária. É uma vergonha que quem tem a rádio comunitária para falar em um bairro seja perseguido pela Polícia Federal enquanto Temer, que é um bandido, está sentado na cadeira principal do Palácio do Planalto”, disparou.  

O presidenciável também falou que os grandes meios de comunicação “foram fundamentais” para o golpe parlamentar de 2016. “Que ajudaram a dar o golpe com o dinheiro público do governo, que foi golpeado. Se isso não servir como fato para a gente não repetir, vira a Síndrome de Estocolmo, a síndrome de quem gosta de apanhar. Toma porrada e depois vai lá. Não dá para ser assim”. 

O pré-candidato salientou que o jornalismo se rende à forma de financiamento. "Por isso, é tão necessária a comunicação pública e a comunicação comunitária independente porque não está atrelada a esse financiamento”, pontuou. Boulos ainda falou que a comunicação empresarial e privada zela pelos interesses da publicidade. 

 

“A Rede Globo não se autofinancia, nem nenhuma mídia no Brasil oligopólica se autofinancia. Ela é financiada pela propaganda e, como diz o velho ditado, quem paga a banda escolhe a música. Se são as grandes empreiteiras, se são os bancos, se são os grandes poderes econômicos que financiam os meios de comunicação, vai ser difícil colocar matérias que enfrentem os financiadores”. 

 

 

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