Rússia: Putin fez escola para chegar e permanecer no poder

Vladimir Putin está prestes a ser reeleito como presidente da Rússia e segundo o cientista político Elton Gomes, o mundo continuará tendo um líder russo que investe cada vez mais em armas nucleares e está disposto a exportar o poder do país para além do leste europeu

por Giselly Santos sab, 17/03/2018 - 17:35
Agência Brasil/Arquivo Presidente deve ser reeleito neste domingo Agência Brasil/Arquivo

Desde 1999 alternando entre os cargos de presidente e primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin está prestes a renovar o mandato à frente do país. O presidente é favorito para as eleições que acontecem neste domingo (18). Segundo o cientista político Elton Gomes, o favoritismo é explicado pela figura de “líder forte” - característica posta historicamente como essencial para um presidente pelos russos - , além do fato de uma geração ter apenas a gestão de Putin como referência de governo depois da extinção da União Soviética. 

“Ele representa um tipo de autocracia. Nunca houve um sistema democrático no território russo e quando foi feito a transição do sistema socialista para capitalista a primeira experiência de gestão não foi de sucesso. Já Putin tem como escola o implacável serviço secreto da União Soviética, a KGB [sigla russa]; ele foi um dos diretores. Desde que assumiu o primeiro mandato está fazendo a receita dos líderes russos para chegar ao poder e permanecer”, salientou o estudioso.

Apesar de ser alvo de acusações de outros países - como a de ter interferido nas eleições norte-americanas e envenenado o ex-espião russo Serguei Skripal na Inglaterra - e sofrer sanções punitivas quanto a esses fatos, Elton Gomes observa que “o mundo continuará tendo um líder russo que não ressuscitar a União Soviética e quer manter a Rússia como um país que tem o subsistema da região”. 

“Putin vem jogando duro na segurança internacional e no investimento de novas tecnologias militares com países orientais e os Estados Unidos. Ele está disposto a exportar o poder da Rússia para além do leste europeu. No oriente médio, especificamente na Síria, ele apoia o governo de Bashar al-Assad. Com o novo mandato de Putin, Bashar al-Assad se torna mais confortável para ele vencer a guerra que ceifa milhares de vidas naquele país e tem gerado um número cada vez maior de refugiados”, observou o cientista político. 

Com o mote de campanha "Presidente Forte – Rússia Forte", Putin tem cerca de 70% das intenções de voto e segundo colocado nas pesquisas, Pavel Grudinin, tem apenas 7%. O que demonstra a dificuldade da oposição de fazer um nome para bater o presidente russo na disputa. Isso pode ser explicado pelo controle da mídia local, que está nas mãos do governo.

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