Robgol se beneficiou de esquema na Alepa, afirma delatora

Primeira interrogada da lista de 14 acusados por fraudes na Casa, Mônica Pinto disse que o ex-jogador do Paysandu recebia salários de funcionários fantasmas

seg, 30/11/2015 - 17:03
Divulgação Robgol, que se elegeu deputado no Pará, teria participado de esquema no Legislativo Divulgação

Mônica Pinto, ex-chefe da Divisão de Pessoal da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), foi a primeira interrogada da lista de 14 servidores acusados de envolvimento em fraudes na folha de pagamento da Casa. Em depoimento nesta segunda-feira (30), no Fórum Criminal de Belém, ela afirmou que o ex-jogador José Robson do Nascimento, o Robgol, se beneficiou com o esquema de funcionários “fantasmas” no Legislativo paraense.

Jogador com passagens por grandes clubes da região Nordeste e ídolo da torcida do Paysandu, Robgol foi eleito deputado estadual em 2005. De acordo com Mônica Pinto, que teve acordo de delação premiada aprovado, o ex-parlamentar tinha parentes incluídos na folha de pagamento sem a prestação de serviços à Alepa. Muitos deles, assegurou Mônica, sequer moravam no Estado. José Robson é natural de Barra de São Miguel, na Paraíba.

Mônica Pinto afirmou à juíza Alda Gessyane Tuma, da 11ª Vara Penal de Belém, que sua própria mãe foi nomeada como funcionária da Alepa, mas quem recebia os salários era Robgol. O mesmo aconteceu com uma empregada doméstica que trabalhava para ela à época. A delatora disse não saber precisar quantos “fantasmas” foram incluídos na folha de pagamento da Assembleia Legislativa. Ela garantiu, contudo, que eram “muitos”.

A reportagem do LeiaJá tentou entrar em contato com Robgol, mas ele não foi encontrado. O advogado do ex-jogador, presente no Fórum Criminal, disse que seu cliente é inocente. De acordo com o cronograma da 11ª Vara Penal de Belém, o interrogatório de José Robson do Nascimento está marcado para a próxima quarta-feira, 2 de dezembro. No mesmo dia também serão ouvidos Semel Charone Pereira e Edmilson de Souza Campos.

Corrupção - Os 14 servidores citados na ação penal são acusados de participar de articulação que incluía dados cadastrais de supostos servidores e estagiários na folha de pagamento da Assembleia Legislativa. Os salários dos funcionários “fantasmas” eram divididos entre os integrantes do esquema.

LeiaJá também

--> Deputado e ex-jogador Jardel é afastado por corrupção

COMENTÁRIOS dos leitores