Otan se compromete a manter apoio militar à Ucrânia
O temor generalizado na Otan é de que uma diminuição da ajuda militar à Ucrânia acabe por forçar Kiev a estabelecer algum tipo de acordo com a Rússia para pôr fim ao conflito
Os países que formam a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se comprometeram, nesta terça-feira (28), a manter o apoio militar à Ucrânia, apesar das dúvidas sobre a posição dos Estados Unidos.
O temor generalizado na Otan é de que uma diminuição da ajuda militar à Ucrânia acabe por forçar Kiev a estabelecer algum tipo de acordo com a Rússia para pôr fim ao conflito que eclodiu em fevereiro do ano passado.
"Vamos reafirmar o nosso apoio à Ucrânia, que continua enfrentando a guerra de agressão por parte da Rússia", disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, durante uma reunião com ministros das Relações Exteriores desta aliança militar.
Até o momento, os Estados Unidos forneceram 40 bilhões de dólares (quase 196 bilhões de reais na cotação atual) em ajuda à segurança ucraniana, embora a oposição republicana em Washington, relutante em continuar a financiar a ex-república soviética, tenha levantado dúvidas sobre a continuidade desse apoio.
Nesta terça-feira, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, expressou sua confiança de que os EUA continuarão fornecendo suporte militar a Kiev.
"Tenho confiança de que os Estados Unidos seguirão proporcionando apoio porque é do interesse da segurança dos Estados Unidos fazê-lo", disse ele antes de se juntar à reunião na sede da Otan em Bruxelas.
Stoltenberg destacou as promessas de ajuda da Alemanha e dos Países Baixos de cerca de 10 bilhões de euros (11 bilhões de dólares ou 53,5 bilhões de reais) como prova de que a organização permanece firme em sua posição.
"Embora a linha de frente [na Ucrânia] não tenha se movido muito, os ucranianos conseguiram infligir enormes baixas às forças russas", disse o secretário-geral na segunda-feira.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, afirmou nesta terça-feira que a questão de manter o apoio à Ucrânia não se trata de discutir se esse país "ainda pode fazer progresso militar, mas de salvar vidas".
Já a chanceler francesa, Catherine Colonna, analisou que a Ucrânia enfrenta alguns dos bombardeios mais pesados desde o início da invasão russa.
O chefe da diplomacia da Letônia, Kristjanis Karins, afirmou, por sua vez, que Kiev precisava de mais "mísseis de longo alcance para reduzir as capacidades logísticas da Rússia".
Para Melanie Joly, chefe da diplomacia do Canadá, a Ucrânia não deveria mudar sua estratégia na guerra. "Temos uma boa estratégia, mas precisamos implementá-la", comentou.
O chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, se reuniu com vários dos seus homólogos da Otan para discutir o caminho para uma eventual adesão à aliança militar.
Apesar da pressão ucraniana, a aliança transatlântica ainda não enviou um convite formal para tal adesão.