Mães de Beatriz e Miguel se encontram em caminhada na RMR

Após caminhar 700 quilômetros pedindo justiça pela morte da filha, Lucinha Mota chegou a Jaboatão e recebeu apoio da companheira de luta e mãe do menino Miguel Otávio

por Vitória Silva ter, 28/12/2021 - 10:56
Reprodução/Instagram Mirtes, mãe de Miguel e Lucinha, mãe de Beatriz Reprodução/Instagram

A estudante de direito Mirtes Renata, de 34 anos, mãe do menino Miguel Otávio, foi prestar solidariedade à família da menina Beatriz Angélica e encontrou a mãe da criança, Lúcia Mota, na manhã desta terça-feira (28), na BR-232, próximo à entrada de Santo Aleixo, em Jaboatão dos Guararapes. Beatriz foi assassinada aos sete anos, em 2015, dentro da escola onde estudava em Petrolina, no Sertão do estado. Seis anos depois, o caso segue sem respostas. Por esta razão, os pais da menina organizaram uma manifestação com repercussão nacional e que se concretiza na capital pernambucana hoje.

As famílias de Miguel e Beatriz já trocam contato há meses e se consideram parceiras de luta, uma vez que o caso do menino recifense protagoniza uma batalha judicial há mais de um ano. O encontro deve seguir até o Centro do Recife, onde os familiares de Beatriz realizarão um protesto em frente ao Palácio do Governo do Estado, solicitando que a gestão estadual colabore com o pedido de federalização do caso, já enviado ao Ministério Público Federal.

O ato "Caminhe por Justiça" chega ao Recife após 23 dias de execução. Para dar visibilidade ao assassinato sem desfecho, pais, amigos e familiares da vítima percorreram mais de 700 quilômetros de Petrolina até a capital. Nesta terça (28), o grupo realiza a primeira grande parada na Avenida Abdias de Carvalho e em seguida, realizarão concentração na Praça do Derby, às 11h.

Conheça o caso

Em 10 de dezembro de 2015, a menina Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva foi assassinada por 42 golpes de faca, aos sete anos de idade. A menina atendia à uma festa de formatura no colégio Auxiliadora, instituição católica tradicional de Petrolina, e onde seu pai, Sandro, trabalhava como professor veterano de inglês. No dia, cerca de três mil pessoas circularam pelas dependências do colégio, que concentrou o evento na quadra de esportes. A última vez que Beatriz foi vista ela estava no bebedouro próximo à quadra e aos fundos da escola, por volta das 21h59. O momento foi registrado pelas câmeras de segurança.

Como Beatriz não retornou após pedir para beber água, com cerca de 20 minutos, os familiares anunciaram o desaparecimento da criança e uma busca geral foi iniciada. Momentos depois, o corpo da vítima foi encontrado atrás de um armário em uma sala de material esportivo desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.

Um homem é apontado como possível assassino da menina, mas a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que um grupo de cinco pessoas esteja envolvido no crime. O local exato da morte da criança também não foi descoberto. A família de Beatriz questiona a demora no caso e a ausência de respostas para algumas perguntas, como a localização dos DNAs encontrados na cena do crime; a reforma feita na sala de balé – que não foi periciada – próxima à sala onde a vítima foi encontrada; a demora para o isolamento do prédio; dentre outras questões.

Os familiares solicitaram ao Ministério Público Federal a federalização do caso e pede, por mais um ano, a ajuda do Governo de Pernambuco para a concretização do pedido.

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