"Caixões selados imediatamente": vírus muda funerais

Os funerárias na Itália são reduzidos a poucos familiares, os mais próximos, e a um padre

dom, 26/04/2020 - 11:20
MARCO BERTORELLO Funcionários funerária MARCO BERTORELLO

A epidemia de coronavírus mudou as tradições funerárias na Itália. "Selamos o caixão imediatamente, ainda no necrotério do hospital", explica Gianpiero Palmero, proprietário de uma agência funerária em Revello, no norte da Itália.

"Agora vivemos realmente uma situação particular" com esta pandemia, que causou mais de 26.000 mortos na península.

Os funerárias na Itália são reduzidos a poucos familiares, os mais próximos, e a um padre.

"É muito mais difícil no aspecto emocional, pois já não há mais funerais normais", conta Palmero, cuja família possui a funerária desde o final do século XIX neste pequeno vilarejo perto da fronteira com a França.

Ele reconhece que, "neste momento, há mais demanda dos nossos serviços".

"No hospital recolhemos o corpo diretamente no necrotério, já envolto em uma mortalha, e o colocamos no caixão, que selamos imediatamente", explica Palmero, que indica todas as medidas de precaução que toma, luvas e máscara antes de tudo.

Para a capela ardente, as mesmas prevenções são tomadas, além do distanciamento social.

As pessoas entram uma a uma para dar o último adeus ao falecido.

O governo contempla a partir de 4 de maio, data prevista para começar o desconfinamento, permitir mais pessoas nos funerais, mas sem permitir ainda os cortejos fúnebres de dezenas de pessoas.

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