Medicina da Família e Comunidade, você sabe o que é isso?

Especialista fala sobre a importância do programa para a atenção à saúde da sociedade

qui, 20/09/2018 - 18:05
Natália Lavoura/LeiaJáImagens Narjara Fontes, especialista em Medicina da Família e Comunidade Natália Lavoura/LeiaJáImagens

A Medicina da Família e Comunidade (MFC) é uma especialidade da medicina que trata os pacientes em todas as fases da vida. O tratamento envolve gestação, infância e velhice.

 A médica da família Narjara Fontes, 29 anos, classificou a especialidade como uma nova roupagem da medicina. “Esse nome médico da família é na verdade uma nova roupagem para aquele médico que a gente vê nos filmes antigos, aquele médico que cuidava de todos da casa: criança, mãe, pai, avô. Alguém de referência para tratar da sua saúde”, explicou.

Narjara disse ainda que a diferença do clínico geral para o médico da família é que o clínico trata apenas adultos, exceto queixas ginecológicas e grávidas. O médico com atuação mais abrangente, afirma, é o da família. “Na verdade, o médico da família é o médico que cuida do ser como um todo. No nosso conceito, saúde não é só ausência de doenças, ela tem a ver com seu bem-estar, com sua relação na família, com o meio em que vive e suas relações de trabalho”, afirmou a especialista.

Para Narjara, a prescrição de medicamentos acessíveis ao paciente também está no foco das atenções do médico da família. Segundo ela, "não adianta passar remédio caro que o paciente não vai comprar". ”Quando tratamos de um paciente, olhamos o todo: as condições onde ele mora, se tem saneamento em casa, se tem acesso à informação. Olhamos tudo e às vezes o paciente nem precisa de remédio, só precisa de uma conversa e nós estamos lá para isso”, disse.

O projeto é desenvolvido nas unidades básicas de saúde e também em hospitais particulares. “A grande maioria atua na área de atenção básica à saúde, os famosos postinhos. Mas existe um plano de saúde que trabalha com o médico da família, que é referência. Todos os vinculados passam primeiro por esse médico e quando o problema não é resolvido são transferidos para um especialista focal, especialista em determinado órgão do corpo. O projeto é uma boa iniciativa financeira, porque o médico da família resolve em torno de 80% das queixas do paciente”, detalhou.

 A médica disse ainda que qualquer família pode participar do programa, tanto no SUS (Sistema Único de Saúde) quanto na rede privada. “Procure a unidade de saúde mais próxima da sua casa e leve o comprovante de residência, identidade e o cartão SUS; quem não tem pode emitir na hora. Assim você faz o cadastro familiar e passa a ter direito ao atendimento, por médicos, enfermeiros, técnicos e todas as unidades deveriam ter odontólogos  e psicólogos, mas não são todas que tem”, informou.

Por Brenna Pardal.

 

 

 

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