Cidade da Copa é destaque em evento de sustentabilidade

Projeto foi apresentado nesta quarta-feira em Brasília

por Dulce Mesquita qua, 12/09/2012 - 21:43

O projeto da Cidade da Copa de São Lourenço da Mata foi um dos destaques do seminário Copa 2014: Oportunidades para a sustentabilidade urbana, promovido pelo Ministério dos Esportes, nesta quarta-feira (12), em Brasília. Além da proposta de Pernambuco, também foram apresentada as ações que estão sendo desenvolvidas no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Amazonas, Natal e Distrito Federal. "Todos os projetos são muitos bons, mas Recife está de parabéns, porque está usando a construção de uma arena, para reativar uma área da Região Metropolitana e criar uma estrutura que proporcione esse desenvolvimento", considerou o arquiteto e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Carlos Leite, um dos palestrantes do evento.

"Visitamos várias cidades no Japão, Europa e Estados Unidos para desenvolver o projeto da Cidade da Copa, que atende às expectativas de morar, aprender, trabalhar e divertir. Observamos que vários países estão construindo arenas em áreas no interior para promover o desenvolvimento de uma região e essa também é uma característica do nosso projeto", explicou o diretor presidente da Arena Pernambuco, Marcos Lessa Mendes. A estrutura vai contar com 4,5 mil unidades residenciais, parques públicos, sistema de segurança monitorada por 24 horas, campus universitário da UPE, além de escolas, arenas multiuso, cinemas, teatro, shoppings e hotéis. A área também contará com 600 mil metros quadrados de Mata Atlântica, preservada estrategicamente por questões ambientais. Também foi apresentado o projeto Via Mangue, que preserva cerca de 317 hectares de manguezal e contribuirá para a melhoria da mobilidade no Recife.



Já Natal realizou audiências públicas para promover as ações sustentáveis relacionadas a Copa. “A nossa ideia é ouvir a população para que as iniciativas tenham a cara da população e atenda as demandas dela”, frisou a técnica da Secopa do Rio Grande do Norte, Francine Gadoni. Uma das iniciativas é o tratamento urbanístico e de acessibilidade da cidade com as três principais áreas ambientais e turísticas: Parque das Dunas, Parque da Cidade e a área de proteção ambiental de Jenipabu.



Já Brasília, apesar de possuir um projeto ousado de infraestrutura para a Copa, foi bastante criticada por concentrar as ações em apenas três quilômetros quadrados no entorno do estádio nacional Mané Garrinha. A vantagem da cidade é que áreas comerciais e hoteleiras são próximas e o centro de convenções (onde funcionará o centro de mídia) fica ao lado da arena. A estrutura do estádio prevê a captação e reutilização da água da chuva para a irrigação e uso no espelho d’água, esquema de aproveitamento de ventilação natural e criação de uma usina solar.



No Rio de Janeiro, já está em andamento o projeto de limpeza da Lagoa Rodrigo de Freitas e Baía da Guanabara com ações de coleta de lixo e tratamento e redestinação do sistema de esgoto. As áreas de preservação ambiental também estão sendo monitoradas para evitar ocupações irregulares.



Em Belo Horizonte, o projeto de destaque foi o controle e diminuição da emissão de gases causadores do efeito estufa, além da revitalização da Lagoa da Pampulha e requalificação turística da cidade. "Também temos sucesso nas obras do Minerão, que como está sendo reformado, aproveitou boa parte da estrutura existente, evitando mais uso de concreto e aço. Também temos sistemas de reaproveitamento dos resíduos das obras e captação da água da chuva para uso", explicou o diretor de Planejamento da Secopa, Vinícuis Lott.



Já Manaus, apresentou o projeto de ciclovias como um dos desafios da cidade, com ações de sombreamento e construção de estações para que as pessoas possam se hidratar e descansar. "Também estamos fazendo um estudo sobre ventilação porque perdemos os corredores de vento, com o excesso de prédios e asfalto, criando as ilhas de calor. Queremos rearborizar essas áreas", explicou o secretário de Meio Ambiente de Manaus, Marcelo Dutra. A cidade também conta com um banco de sementes para estimular os visitantes e residentes a plantarem árvores.

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