Para pagar contas, babá lucra catando piolhos e lêndeas

Com a experiência adquirida removendo os parasitas das cabeças dos dois filhos, ela encontrou uma fatia no mercado e oferece o serviço nas redes sociais

por Victor Gouveia seg, 02/03/2020 - 09:11

Reprodução/FacebookPara conseguir pagar o aluguel e fechar o mês com as contas em dia, há quatro anos, a babá Kelly Santana cata piolhos de crianças e adultos da Baixada Santista, no Litoral de São Paulo. Com dificuldades financeiras, ela relata que sofre preconceito, mas ainda assim investiu na área após descobrir uma "fórmula secreta".

Em busca de renda extra, apenas o trabalho como cuidadora não era suficiente. "Eu fiquei pensando qual poderia ser minha saída, estava passando por necessidades em casa e só o trabalho de babá não estava dando conta, então pensei em catar piolho", recordou a profissional de 44 anos ao G1.

Sem pretensão, ela percebeu a fatia no mercado ao notar a dificuldade e falta de tempo das mães para realizar o serviço. "[...] teve uma vez que cuidei de uma criança que estava com muito piolho. Em conversa com a mãe, ela disse que não tinha tempo para tirar e pediu a minha ajuda. Passei remédio e não funcionou, então consultei pessoas mais velhas e identifiquei uma técnica eficaz: detergente de coco", revela.

O atendimento é feito em domicílio e o valor varia entre R$ 50 e R$ 100. O preço depende da distância do cliente, da quantidade de cabelo e do tempo necessário para limpar toda a cabeça.

A experiência foi adquirida dentro da própria casa, retirando os piolhos dos dois filhos. Agora, Kelly divulga o serviço nas redes sociais e visa expandir o projeto. "Eu falava para vizinhos, que comentavam com outras pessoas, e assim surgiam mais trabalhos, mas pensei que na internet eu teria mais alcance”, explica.

Com a profissão atípica, a babá avaliou o preconceito que sofre. “O difícil é que muitas pessoas têm preconceito e zombam, mas é um trabalho de respeito. Já me disseram que é nojento, para eu arrumar um emprego melhor, mas não vejo problema, acho um trabalho digno, e me ajuda, faço com respeito e carinho pelas crianças. Às vezes a mãe trabalha o dia todo e não consegue ajudar o filho, ou já tentou diversas coisas que foram ineficazes. Então acho um serviço honesto, como outro qualquer", pontuou.

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