MPF contesta projeto que quer acabar com cotas raciais

Em nota técnica, instituição diz que as cotas raciais são importantes no enfrentamento das desigualdades sociais no país

por Francine Nascimento ter, 23/04/2019 - 11:06
Nappy/ Creative Commons MPF aponta que os negros têm os piores índices no acesso à educação básica e superior Nappy/ Creative Commons

Em nota técnica enviada nesta segunda-feira (22) ao Congresso Nacional, o Ministério Público Federal contestou o Projeto de Lei que pretende acabar com as cotas raciais. Segundo o órgão, o sistema de cotas é importante para o acesso à educação e no enfrentamento ao racismo, bem como às desigualdades sociais no país.

A nota foi assinada pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) e pelo Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), entidades vinculadas ao Ministério Público. No documento, o órgão contra argumenta a proposta enviada pela deputada Professora Dayane Pimentel (PSL), ao dizer que o princípio da igualdade, tal qual está na constituição, exige a promoção de políticas públicas de ação afirmativa por parte do estado.

Ao apresentar o projeto de número 1531/2019, a parlamentar destacou que "Se os brasileiros devem ser tratados com igualdade jurídica, pretos, pardos e indígenas não deveriam ser destinatários de políticas públicas que criam, artificialmente, divisões entre brasileiros, com potencialidade de criar indevidamente conflitos sociais desnecessários".

O Ministério Público também apontou indicadores que mostram que apesar de ser maioria na população brasileira, os negros apresentam altos índices de analfabetismo, de escolaridade, de remuneração salarial e de acesso à educação básica e superior. “Ao vedar os preconceitos de raça, sexo, cor, idade, e outras formas de discriminação – não pode ser visto como um empecilho para a instituição de medidas que favoreçam grupos e segmentos que são costumeiramente discriminados” explicou a instituição.

Confira nota completa do MPF clicando aqui.

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